The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 30
Come Back


Notas iniciais do capítulo

Gente, me perdoem minha demora, a escola tá me matando :T Mas enfim, tem surpresa nesse capítulo



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– Vamos logo, Sano! – O cutuquei com a ponta do pé. Orun riu ao meu lado, me fazendo sorrir. – Ande logo, seu preguiçoso, é seu aniversário.

– É por isso que eu mereço um pouco mais de sono, não?

– Claro que não! Também acordamos Silbena no dia do aniversário dela. – Orun tentou soar mal humorado, o que é bem difícil quando se está rindo.

– Lembra? Você gritou “maioridade” no meu ouvido. – Puxei as cobertas e o travesseiro. Ele abriu os olhos, me olhando indignado.

– Lembro. Não é minha culpa se a maioridade deve ser comemorada. – Ele se sentou, passando a mão pelos cabelos ruivos, até o meio das costas. – Mas qual é meu presente?

– Nossa companhia? – Respondi.

– Desde quando isso é presente? Tive que te aturar todos os dias nos últimos três anos!

Orun e eu fizemos uma expressão irritada, mas que só durou alguns segundos. Ficamos os três rindo, feito idiotas. Sano se levantou, tomando um copo d’água.

– Tudo bem, a gente te deixa escolher seu presente. – Dei de ombros, quando consegui parar de rir.

– Hum... – Ele coçou o queixo, onde a barba começava a crescer. – Um corte de cabelo?

– Fácil. – Orun deu uma risada. – Quer fazer as honras, Sil?

– Ora, mas é claro, meu querido Orun. – Sentei Sano na cadeira do quarto e peguei um punhal que ele tinha sobre a mesa. – Corto até que altura?

– Lembra onde ele batia quando a gente se conheceu?

– Há três anos? Lembro. – Peguei o cabelo dele e comecei a cortar por partes, pra não ficar muito diferente. – O que acha, Orun?

– Muito bom. – Sano sacudiu a cabeça, passando a mão pela nuca exposta. – Um pouco mais curto, mas não ficou ruim.

– Bem, mais fresco. – Sano molhou a mão e a passou na nuca de novo. – Então, apesar de vocês serem bem chatos, valeu.

– Um aniversário de 21 anos não pode passar em branco. – Orun deu de ombros. – Afinal, você já tem idade até pra se casar aos 21.

O rosto de Sano ficou da mesma cor de seus cabelos. Ri, pegando o travesseiro no chão.

– Pare com isso, Orun. – Bati nele com o travesseiro. – Tenho que ir, aproveitem o dia.

– Ir aonde? – Orun franziu o cenho. – Ajihad?

– Ele me chamou, tenho que ir.

– Vá logo, capitã. – Sano pegou o travesseiro da minha mão. – Te vemos depois.

Saí do quarto e corri até o escritório de Ajihad, sorrindo. Cumprimentei algumas pessoas com a cabeça. Diminui o passo quando estava chegando à porta.

– Bom dia, capitã. – Os guardas me cumprimentaram formalmente. Acenei com a cabeça e abri a porta. Ainda não tinha me acostumado com o termo de capitã.

Em parte, ganhei o apelido por ser filha de Delrio, mas depois de algum tempo com os Varden, Ajihad me conferiu a posição de capitã de uma das divisões do exército. Isso incluía liderar Sano e Orun, parte do meu exército.

– Ajihad, bom dia. – Arrumei meu cabelo, agora na altura da minha cintura. – Me desculpe a demora.

– Tudo bem, capitã. Você deve cuidar de suas amizades. – Ele deu um sorriso. – E como vai Elrohir?

– Muito bem, senhor. Tenho feito o possível para treiná-lo, e para me preparar também.

– Bem, de verdade, era só isso. Silbena, preciso que me faça um favor daqui pra frente.

– Diga.

– Sabe que todos que aqui chegam devem ser inspecionados...

– Pelos Gêmeos, eu sei. – Não escondi a amargura na minha voz. Eu passei três anos naquela montanha e só consegui detestar aqueles dois ainda mais.

– Sim. Silbena, a partir de agora, poderia me ajudar? Não gosto de admitir que confio naqueles dois, mas confio ainda mais em você. Sempre que alguém chegar, vou solicitar sua presença, ok?

– Claro.

– Muito bem, então. Pode ir.

Saí do escritório, calmamente. Fui para a área de treinamento, encontrando Sano, Orun e Cedric. Parei entre eles, séria.

– Aconteceu alguma coisa? – Orun perguntou, pegando um machado. Ele passava muito tempo treinando com ele. – Com Ajihad?

– Não. – Cocei o nariz. – Só que tem alguma coisa me incomodando.

– Aquela coisinha sua, aquela luzinha anda piscando? – O anão franziu o cenho.

– É. Por mais que eu queira deixá-la azul ou verde, ela volta pra um tom vermelho ou laranja.

– Alguma manipulação? – Sano deu de ombros, preocupado.

– Não. – Neguei com a cabeça. – Isso geralmente indica que algo está pra acontecer. Logo.

– Então, só nos resta esperar. – Cedric deu de ombros, embainhando sua espada.

– Acho que sim. – Dei de ombros.

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Acordei alarmada. Minha luzinha piscava descontrolada. Alguma coisa estava acontecendo. Me levantei, calçando minhas botas. Orun bateu na minha porta, falando alto.

– Vamos, capitã. Ajihad está chamando. – Abri a porta e o segui, sem dizer uma palavra. Minha cabeça doía com cada piscada da luzinha.

– Orun, fique aqui. Eu vou sozinha. – Ele me olhou por alguns segundos antes de concordar com a cabeça.

Corri o caminho todo, de novo. Cada passo parecia leve, mal encostando no chão, enquanto eu me aproximava. Desacelerei e passe direto pelos guardas.

Paralisei, com a porta ainda aberta. A luzinha parou de piscar, se mantendo constante com um brilho esverdeado. Entrei no cômodo devagar, deixando a porta bater atrás de mim.

– Capitã. – Ajihad me cumprimentou com a cabeça. Nasuada e os Gêmeos também estavam no cômodo, mas mal conseguia vê-los.

Para mim, o único naquele lugar era o elfo de cabelos curtos e olhos verdes. Ele estava muito machucado, com um olho inchado e todo molhado. Eu queria reagir, mas a presença de Elwë me desestabilizou.

– Senhor, podemos verificar a mente do intruso? – Um dos Gêmeos se moveu, claramente desconfortável. Adorava quando eles ficavam incomodados.

– Ele tem o direito de escolher se quer ou não ser revistado. – Não tirei os olhos de cima do elfo. – E então? O que você diz?

– Que você cresceu nos últimos anos. – Ele sorriu, cansado. – Não me importo que entrem em minha mente, mas devo dizer que ainda sou um elfo e ainda posso deixá-los loucos se entrarem muito fundo.

– Ajihad. Já que me pediu para encontrá-lo, se importa se eu o fizer? – Finalmente olhei para o líder, pensativo. Os Gêmeos pareciam a ponto de explodir de fúria.

– Esse é o nosso serviço, sua pequena...

– Calem a boca, que tal? Se eu quisesse sua permissão eu a pediria. – Só não os estapeei porque seria apostar demais na sorte. Ajihad teria que me punir. – Ajihad?

– Muito bem. Tome cuidado. – Concordei, fechando os olhos.

“O que exatamente você esteve fazendo nos últimos 3 anos?” Perguntei, enquanto minha luzinha viajava cautelosamente por sua mente. Um tipo de música tocava, calmamente.

“Eles queriam que eu te entregasse, então tive que jogar pesado.” Ele deu de ombros, me empurrando de leve de um dos cantos de sua mente. “E é melhor não entrar ali.”

“Vai me enlouquecer?”

“Nunca se sabe.”

“Como chegou até aqui?” Ele me deixou ver tudo o que eu precisava: intenções, identidade, muita coisa. Algumas delas só me mostravam curiosidades, como quando ele me enviou Thunderbolt de volta.

“Força de vontade. E preocupação. Afinal, eu nunca soube se você tinha conseguido. Capitã, hein?”

– Tudo limpo. – Lancei um olhar cortante para os Gêmeos. – E sem agressividade. Ou invasão.

– Muito bem. Se o elfo é confiável, podemos abrigá-lo. Silbena...

– Não se preocupe. Orun, Sano e eu tomaremos conta dele. – Ajihad me liberou com um gesto de cabeça. – Com licença.

Assim que saímos do escritório e passamos por um corredor escuro, ele me empurrou para cima da parede de pedra e me prendeu. Ele sorria, aliviado.

– O que exatamente está fazendo? – Franzi o cenho de leve.

– Te avaliando. – Ele deu de ombros. – Você ficou mais forte. Seu cabelo cresceu. Ficou mais bonita.

– Obrigada. – Os olhos dele, cansados, ainda tinham aquele brilho travesso de quando o conheci. Sorri. – Anda logo. Você me acordou.

– Mil perdões, capitã. – Ele riu, me soltando. – Algo a dizer sobre mim?

– Você me parece péssimo. – Ele revirou os olhos. – Mas suponho que quando se livrar desse roxo e dos machucados, vai ficar mais bonito que nunca.

– Me livrarei deles o mais rápido possível. – Ele sorriu. – Se te agrada tanto.

– Cale sua boca e ande logo. Rápido. – Fui mostrando o caminho e perguntando sobre os últimos três anos. Era estranho, pois três anos para mim era muito. Para ele era como uma brisa rápida.

Sano e Orun me encontraram no meio do caminho. Sano parou, embasbacado com a figura de Elwë.

– É você. – Ele apontou para o elfo. – Você me salvou, em Surda.

– Você era uma criança bem imbecil. – Ele cruzou os braços, sorrindo. – Espero que tenha ficado um pouco mais esperto.

– Obrigado. – Foi tudo o que o ruivo disse.

– Voltem a dormir, andem. Temos trabalho amanhã. – Deixei Elwë na porta do seu quarto, perto do meu e de Sano. – É uma ordem, andem logo.

O anão e o ruivo trocaram um olhar e me obedeceram, sem dizer mais nada. Elwë entrou no quarto, provavelmente desesperado por uma cama. Fiz o mesmo e me deitei de novo.

Antes de dormir, deixei minha luzinha no tom de verde dos olhos de Elwë. Nunca me senti tão feliz na minha vida.


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Notas finais do capítulo

Elwë!! E ai? Gente, o tempo vai ter esses intervalos, pq são quatro livros, né? :v Beijo :*



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