The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 22
Truth


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, eu passei de ano!! Amém, agora tenho mais tempo pra postar ^^ Desculpa a demora, é só que eu tive um problema aqui em casa esses dias, fiquei meio sem condições de escrever ;c Boa leitura ;3



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Acordei poucas horas depois. Calcei minhas botas de novo e peguei as espadas, prendendo-as às costas. Olhei meu reflexo mais uma vez no espelho.

Toda minha jornada passou em minha mente. Eu não sabia com certeza, por causa da prisão e agora da falta de noção de tempo dentro da montanha, quanto tempo passei vagando. Tentei calcular aproximadamente esse tempo na minha mente, me surpreendendo.

– Feliz aniversário, Silbena. – Disse pro meu reflexo, com um sorriso fraco no rosto. Se eu estivesse certa, eu já tinha 15 anos.

Saí do quarto, olhando o corredor. Pensei por um instante, me lembrando o caminho que Orun me ensinara para chegar até o mestre de estratégias.

Me perdi umas duas vezes, mas os anões não se incomodaram muito me ensinando o caminho. Enfim, cheguei. O homem me encarou por um longo momento antes de se pronunciar. Aproveitei a oportunidade e o observei também.

Ele era da minha altura, com os ombros largos e os braços fortes, morenos. Tinha pouco cabelo, mas o que tinha era ruivo, ralo, como a barba por fazer. O rosto parecia o de um homem de 40 anos. Ele tinha uma espada embainhada no lado esquerdo do corpo.

– Ajihad não me disse que você seria tão jovem. – Ele deu uma risada rápida e então olhou alguns papéis sobre sua escrivaninha. – Sente-se.

Me sentei, observando os papéis. Mapas e anotações de estratégias em sua maioria. Ele suspirou e começou a falar.

– Você vai ser de grande ajuda. Ao menos se meus planos correrem bem. – Ele passou a procurar uma das anotações. – Ajihad gostou de você, ele quer que eu descubra uma boa forma de “testá-la”.

– Como assim? – O olhei com a testa franzida.

– Carrega espadas, mas não sabemos se pode usá-las. Foi forte o suficiente para contra-atacar as investidas mentais dos Gêmeos, como podemos ter certeza de que não é magia? – Ele pegou uma das anotações, mas logo a colocou novamente junto às outras.

– Posso fazer os dois com instrução. – Ele ergueu o olhar dos pergaminhos. – Minha mãe me ensinou uma coisa ou outra, mas não creio que seja suficiente.

– Bem, acho que isso facilita bem minha situação. – Ele deu um sorriso cansado. – Vá até a área de treinamento físico mais tarde.

– Sim, senhor...

– Oh, perdão. Morgen. – Ele estendeu a mão. A apertei, me despedindo logo em seguida.

Eu lembrava como chegar à área de treinamento físico. Passei por vários corredores, com a impressão de passar pelo mesmo lugar. Me choquei em alguém, enquanto caminhava distraída.

– Perdão. – Era uma moça, da minha idade, pouco mais baixa que eu e com a pele muito escura, como a de Ajihad. Humana.

– Oh, sinto muito. Me distrai. – Ela deu um sorriso simpático. – Nasuada, você?

– Silbena. – Ela me estendeu a mão e eu a apertei. – Me disseram que eu era a única humana por aqui.

– A única mulher, humana que Ajihad aceitaria nos exércitos, talvez.

– Ele é seu pai, não? – Ela sorriu em concordância. – Bom, Nasuada, foi um prazer. Espero podermos conversar com mais calma depois.

– Não se preocupe, teremos tempo aqui. – Sorri e continuei meu caminho.

Não prestei atenção na área, caminhei direto até o homem que treinava os outros. Ele era alto, com a pele branca, com alguns pequenos cortes nos braços. Tinha os cabelos curtos loiros e olhos verdes.

– Pois não? – Ele desarmou o anão que treinava com ele quando este se distraiu com minha presença, e então se virou para mim, embainhando a espada.

– Recebi ordens para vir treinar...bem, na verdade para aprender a lutar, senhor. – Ele franziu o cenho, me estudando.

– Onde as conseguiu? – Ele indicou as espadas nas minhas costas.

– Herança. Minha mãe as encontrou numa viagem e as pegou para mim.

– A filha de Delrio. – Ele sorriu. – Vamos, garota, vai adorar a sensação de usá-las.

Ele me ensinava movimentos de ataque e de defesa, lutando comigo. Era cansativo, mas eu não baixava a guarda. Ele parecia satisfeito com minha ação.

Eu começava a me cansar, mas ainda poderia suportar muito. Sentia Elrohir agitado na minha mente, animado com minha nova habilidade em desenvolvimento.

– Tem certeza que tinha que aprender? – Ele parou, ofegando, embainhando a espada dele.

– Tenho. – Ele ri.

– Sou Cedric. - Ele estendeu a mão. A apertei depois de prender minhas espadas nas costas.

– Silbena. – Ele sorriu e soltou minha mão.

– Volte amanhã. Gostei de lutar com você, não baixa a guarda facilmente, não se cansa tão rápido...

– Voltarei. – Acenei com a cabeça em concordância. Ele sorriu e se concentrou em outro homem que se aproximou, querendo treinar. Deixei a área de treinamento, me afastando sem um destino certo.

Parei em frente a entrada da biblioteca, hesitante, por alguma razão. Respirei fundo e entrei. Observei as várias estantes, organizadas em ordem alfabética. Seria ótimo ler algo, mais tarde.

Parei olhando um livro, tentando me livrar daquela sensação de perseguição. E então, sem perceber, me vi pensando que era filha de Galbatorix. Por que eu faria isso?

Então eu entendi. A sensação finalmente se tornou algo concreto. Um dos gêmeos sorriu pra mim de um jeito cruel e saiu correndo. O desgraçado tinha invadido minha mente.

Parei, vendo-o se afastar. Eu tinha que chegar até Ajihad antes dele. Minhas pernas começaram a me levar na direção daquela sala com toda minha velocidade. Ele continuava a minha frente.

Entrei na sala, várias armas apontadas para mim. Ajihad tinha uma expressão dura no rosto. Vi Nasuada logo atrás, mas não consegui decifrar sua expressão.

Elrohir rugia na minha mente, mas eu o berrei até que ele se calasse. Eu tinha que pensar claramente em como desfazer aquilo.

– Não sei o que vou fazer. Deveria te matar por traição, mas alguma coisa... – Ajihad não terminou a frase. Percebi ele olhando a filha de soslaio. – Apenas a prendam. Decidirei depois o que deverá ser feito.

Dois dos homens baixaram as armas e pegaram meus braços, me imobilizando. Eu fuzilava o gêmeo, sentindo meu sangue ferver.

– Ajihad...por favor, me ouça. – Ele se virou e se sentou. Eu senti que Nasuada queria falar para o pai me dar uma chance, mas não a deixei. Neguei com a cabeça, meus olhos ardendo mal vendo sua reação.

– Levem-na. – E então me senti sendo arrastada, até uma cela, longe dali. Presa, de novo.

Minha cabeça latejava, meus olhos estavam pesados. Eu não me lembrava de chorar, mas sabia que tinha o feito pela sensação úmida em minhas bochechas.

“O que vai fazer agora? Tem mais alguma ideia ou eu já posso matá-los e te libertar?”

“Elrohir, pra onde eu iria? Quero ficar com você, mas preciso resolver as coisas por aqui antes.”

“Muito bem, mais um dia, Silbena, e então eu não esperarei mais sua resposta.”

“Tudo bem.”

Ele me deixou sozinha. Tinha entendido que eu queria ficar sozinha, tentando consertar tudo. Me forcei a ficar de pé e caminhei até a porta. O guarda me olhou, curioso.

– Posso falar com Ajihad?

– Garota... – Ele ia começar a falar, provavelmente de como eu não merecia confiança nem nada. O interrompi.

– Por favor. Não quero perdão, só quero me explicar. Se for pra morrer, quero minha consciência limpa. – O guarda suspirou e chamou um outro. Eles conversaram num sussurro e então o outro sumiu de novo.

– Pronto.

Esperei algum tempo, me sentei de novo, no chão. A cela tinha um catre e uma escrivaninha, mas eu não queria me sentir bem. Ajihad atravessou a porta, pedindo o guarda para se retirar.

– Eu quero te ouvir, Silbena. E quero ouvir a verdade. – Ele se sentou no catre. – Espero não ter que encontrá-las em lugares diferentes.

– Não se preocupe, não tenho mais o que esconder. – Me levantei, respirando fundo. Eu estava pronta para dizer a verdade.


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Notas finais do capítulo

E entonces? Ódio eterno desses malditos Gêmeos ;s Bjs



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