The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 23
Revelations


Notas iniciais do capítulo

Pessoas gatosas, onde estão vocês?
Boa leitura!



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Ajihad me observava sentado no catre. Não com um olhar duro, mas com um olhar curioso. Respirei fundo antes de começar.

– Foi errado esconder minha paternidade no momento em que os Gêmeos a revistaram. Mas vocês tem que entender meu ponto de vista.

– Você teve medo de que a fizéssemos algum mal? Que duvidássemos de você? – Ele perguntou calmamente.

– Não foi só medo. Eu tinha certeza de que me condenariam antes mesmo de me ouvir. – Suspirei. – Não era só medo, era vergonha também. A primeira coisa que eu fiz ao descobrir que era filha daquele monstro foi ignorar. Esquecer que ele poderia ter me criado.

– Ele não foi seu pai de fato, foi? Que te criou?

– Ele me jogou num rio na primeira chance que teve. Delrio me encontrou e me criou. Por isso eu não disse que ele era meu pai. Delrio foi minha mãe e o mais próximo de uma figura paterna que eu tive foi um dos marujos, Wayn.

– Nunca achei que você quisesse nos prejudicar. Mas os Gêmeos tinham um ponto. Você se escondeu, não sabíamos mais quem era. – Ele respirou fundo. – Mais algum segredo?

“Pense bem, confia mesmo nesse homem?”. Elrohir perguntou calmamente em minha mente.

“Não posso te esconder para sempre, grande.”

– Tem mais uma coisa. – Me levantei e caminhei até a escrivaninha. Peguei a jarra d’água e virei seu conteúdo sobre meu braço, esfregando a barra da minha camisa por cima, tirando a mistura que escondia minha marca. Vi Ajihad mudando de posição, sem saber bem o que fazer.

– Isso é...? – A pergunta morreu em sua garganta quando enxuguei meu braço e o levantei, com a palma da minha mão virada para cima, com a Gedwey Ignasia prateada.

– Não sei porque a minha cobre todo meu braço. Sei que meu dragão é diferente, Ajihad. Ele não se parece com os outros das histórias. Em nada. Só em ser um dragão.

– Você o encontrou em Uru’baen?

– Não é um dos ovos de Galbatorix, tenho certeza que não. Estava no deserto Hadarac. – Respirei fundo, encarando meu próprio braço. – Vou precisar esconder isso.

– Por que não se mostrou como uma Dama de Dragão? Ou cavaleira. Não sei o termo certo, nunca vi uma mulher com um dragão. – Ajihad segurava meu pulso levemente, estudando a marca. Ri do comentário.

– Prefiro Cavaleira. Mas não tem tanta importância. – Ele soltou meu braço e eu o abaixei. – Ajihad, não sei com certeza, mas eu sinto que Elrohir pode ser nossa chance contra Galbatorix. Preste atenção, quando outro Cavaleiro surgir, do ovo que eu sei que conseguiram roubar, teremos duas peças-chaves.

– Peças-chaves?

– O outro cavaleiro será nossa imagem de esperança, o que vais e mostrar como o herói das terras da Alagaësia e enfrentar a autoria de Galbatorix. E eu serei a arma secreta. Se tudo der errado, se o exército achar que ganharam, eu apareço com um dragão diferente e fortaleço o ataque.

– De onde tirou essa ideia? De um trabalho em grupo entre Cavaleiros? Mal conseguimos um ovo, acabei de descobrir que você tem um dragão. Não podemos esperar para sempre.

– Mas também não pode sair espalhando a notícia de uma Cavaleira de Dragão por ai. Eu e Elrohir não estamos prontos para uma guerra. E esperar outro Cavaleiro pode ser nossa maior esperança. Tempo para nós.

– Mas teria que treinar, com os elfos, nas florestas de Du Weldenvarden. É nosso acordo.

– Não. Se eu fosse até os elfos você teria que explicar sobre Elrohir. E esse acordo só é válido para o ovo sob seu poder. Elrohir era um dragão da natureza. Nem do Império e nem seus.

– Entendo. – Ele voltou a se sentar no catre. – Posso pedir para conhecer Elrohir, ao menos?

“Aonde está, grande?”

“Próximo à entrada da montanha. Espero vocês.”

– Vamos, agora?

– Claro. Não é mais uma prisioneira. – Ele se levantou e abriu a cela, me deixando sair antes.

Nos afastamos um pouco da entrada da caverna, para fugirmos dos olhares curiosos de alguns dos guardas. Ajihad parou de repente, olhando para frente.

– Ele não é da raça que se conecta. – Me virei para ele depois de parar ao lado de Elrohir. – Ele é um dos dragões selvagens, que não se conectam aos humanos ou elfos.

– Por isso ele é tão diferente? Raças distintas? – Esfreguei seu focinho. – A lenda dos perdidos. – Falei mais para mim mesma, mas Ajihad concordou.

– Dragões das terras além de Du Weldenvarden. Dizem que extintos. Provavelmente todos eles. Menos Elrohir, claro.

“Olá, senhor.”

– Elrohir, um prazer. – Ele fez uma mesura rápida. O dragão tinha um tom entre verde claro e cinza nas escamas, quando abaixou a cabeça para Ajihad.

– Bem, não podemos demorar muito. – Ele se virou para mim. – Eu ofereceria abrigo para Elrohir também, mas já me explicou que vão se manter escondidos.

“Agradeço, mas é melhor assim.” Elrohir respondia diretamente Ajihad. Eu sempre ouvira que dragões quase nunca se dirigiam a alguém além de seus Cavaleiros.

“Tome cuidado, grande. Te amo.” Ele passou o focinho pelo meu braço marcado.

“Eu também. Fique longe daqueles Gêmeos traiçoeiros.”

Me virei para Ajihad, seguindo-o para dentro da montanha novamente.

Muitas pessoas tinham ouvido a descoberta dos Gêmeos sobre mim. Orun não se importou, só disse que nem todos têm sorte de terem bons pais. Os outros chefes dos Varden também não se importaram muito.

Voltei a biblioteca. Queria um livro que falasse da Lenda dos Perdidos, dos dragões selvagens. Se Elrohir era um desses, por que se ligou a mim?

Vi a cabeça de um dele entre as prateleiras. Me aproximei furtivamente, e o agarrei pelo pescoço. O Gêmeo se contorceu quando eu o levantei pelo pescoço e o encostei contra uma das estantes.

– Se pretende continuar vivo, fique longe da minha mente. Se eu escondi alguma coisa, não é da sua conta. – Eu sibilava. – Só diz respeito a Ajihad.

– E aos Varden. – Ele disse num tom zombeteiro, tentando se soltar.

– Como se você se importasse com os Varden. – Apertei mais seu pescoço. – Eu não sei ainda, mas você e sua cópia escondem alguma coisa, e eu não gosto disso.

– Só você pode ter segredos?

– Não são segredos. São detalhes sem importância para mim. – O joguei com violência no chão. – Fique longe de mim. Você e a cópia. Longe de mim e da minha mente. Porque na próxima vez eu vou revidar. E você não quer isso.

Saí da biblioteca pisando firme. Não foi a reação mais racional que eu tive, mas serviria para me manter longe deles. Era só o que me interessava, mantê-los longe.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu com certeza faria isso com aqueles Doppelganger dos demonio huehue
O que acharam? Bjs



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