The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 16
Allies


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Demorei um tiquinho e achei o resultado um pouco fraco, mas a opinião que vale é as suas >D Me deixem reviews :D



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Acordei quando Thunderbolt me tocou com seu focinho. Me assustei um pouco quando abri os olhos, mas logo me acalmei. Olhei ao redor. Eu estava às margens de um grande lago, mas com certeza não era o Leona.

Me levantei devagar, sentindo os músculos das costas doloridos e os pulsos arderem. Avaliei-os. Marcas das correntes que me prenderam por tanto tempo, e que não consigo me lembrar de como me livrei delas.

– Bom dia, amigo. – Minha voz estava rouca, mas não tanto quanto achei que estaria. – Pra onde me trouxe?

Olhei ao redor novamente. A alguns metros dali havia um vilarejo, ou algo parecido. Peguei um pouco de água no lago e tomei vários goles antes de decidir ir até lá.

Meus passos eram rápidos, porém eu estava sem meu equilíbrio habitual. Não conseguia, sequer, dar mais que alguns passos sem cambalear e cair. Demorei a alcançar os limites do lugar, mas fiquei satisfeita quando o fiz.

Dois guardas vigiavam o portão, mas ainda era cedo, e um grupo de mercadores entrava na cidade. Entrei sorrateiramente entre eles e passei os portões, despercebida. Ao menos, pela maioria.

Assim que o grupo se afastou e eu tentei seguir meu próprio caminho, um garoto, da minha idade me puxou pelo braço, para um beco sujo. Não gritei, mas tentei me soltar. Ele me segurava firme.

– Por que estava entrando infiltrada na cidade? – Não respondi, só continuei tentando me soltar. – Ora, vamos, eu detestaria ter que ameaçar um rostinho tão adorável.

– Então me solte. – Falei entredentes, tentando soltar meu braço. – Quem sabe se você for simpático eu também seja?

Ele me olhou por um momento, mas o capuz que usava não me permitia ver seu rosto.

– Muito bem. Se eu comecei isso, nada mais justo.

Ele tirou o capuz , revelando o cabelo prateado, porém curto, os olhos verdes, como pedras de jade e as orelhas pontudas. Por maior que fosse minha surpresa, não demonstrei. Ele me encarava, esperando uma resposta.

– Eu estou fugindo de Galbatorix. Feliz?

– O que você fez pra ser perseguida? E por que você viria para Furnost?

– Meu cavalo veio por conta própria, eu não achava que estava perto de Surda.

– Razoavelmente perto. – Ele concordou, entrando mais no beco. – Mas por que você acharia isso ruim?

– Não acho. É melhor pra mim. – O segui, adentrando o beco. – E, quanto à outra pergunta, Galbatorix me capturou, pra me interrogar sobre minha mãe.

– Sua mãe?

– Delrio. – Ele não escondeu a surpresa, mas não perguntou nada. – Agora, se você terminou com as perguntas eu tenho que encontrar um lugar para repor meus suprimentos e ir embora.

– Seu destino final não é Surda. Você está indo até os Varden, não é? – A voz dele não era mais que um sussurro agora. Concordei devagar com a cabeça, hesitante. – Quer companhia?

– Um elfo, que por alguma razão não está nas florestas e sim vagando por ai, oferecendo companhia? – Ele deu de ombros, esperando a resposta. – Não deve ser tão ruim, afinal. Vamos.

Ele sorriu e colocou o capuz de volta, saindo do beco e indo até centro da cidade, sem se preocupar se eu estava ou não seguindo-o. Ele andava rápido, mas não disse nada. Depois de tanto sozinha, companhia era mesmo bom.

– Por que você está em Furnost? – Ele me encarou com os olhos verdes por um instante, a testa franzida.

– Eu era parte de um clã de Osilon.

– E?

– Eles me baniram.

– Por quê?

– Se quiser chegar até os Varden sem ser perseguida, o melhor que você pode fazer é seguir pelo deserto Hadarac. – Ele ignorou a pergunta e voltou a me encarar.

– Vamos, então. – Ele sorriu e me deixou caminhar na frente.

Paramos em uma estalagem e pedimos ao dono os suprimentos. Ele não percebeu que eu caminhava com um elfo e não estranhou eu estar viajando com ele.

– Qual seu nome mesmo? – Parei para pensar se já tinha perguntado e me lembrei que não.

– Demorou um pouco pra se preocupar com isso, não? – Ele perguntou sorrindo, de forma cínica. – Pode me chamar de Elwë.

– Posso te chamar? Não sabe seu verdadeiro nome? – O encarei, tomando um pouco de cerveja.

– Você sabe o seu? – Ele tinha um tom irritado, que se apagou logo em seguida. – Eu costumava saber, mas depois que fui banido tudo mudou. Até mesmo meu nome comum.

– Seu nome não é Elwë?

– Agora é. Antes era Galdor.

– Elwë soa melhor. – Ele riu, mas não disse nada, só tomou um pouco de água.

– E o seu?

– Silbena. Mas não acho que seja uma boa ideia ficar repetindo meu nome por ai.

– Claro que não. – Ele me olhou bem e continuou. – Por isso, a partir de agora, seu nome é Cyrian.

– Cyrian? Isso é élfico.

– Não necessariamente, humanos também podem usá-lo.

Por mais exausta que eu estivesse, não queria me arriscar ficando muito tempo em Furnost, por isso decidimos partir naquele mesmo dia. Elwë me deixou descansar um pouco enquanto terminava de arrumar tudo para a viagem.

A senhora que trabalhava na estalagem me levou até um quarto e me preparou um banho. Me lavei, encarando meu rosto no reflexo da água. A cada segundo a mais que eu me olhava, a ideia de que eu não era mais Silbena e sim Cyrian me dominava.

Quando me enxuguei e vesti as roupas que levava comigo na mochila, me encarei mais uma vez. Meus cabelos estavam muito grandes, quase até a cintura.

Peguei uma faquinha ali perto e peguei uma mecha. E em um instante, um tanto de cabelo negro e grosso caiu na água. Fui fazendo aquilo, até meu cabelo estar pouco abaixo do queixo.

Eu não conseguia mais ver Silbena ali. Agora era apenas Cyrian. Me deitei no catre e dormi por quase duas horas, antes de Elwë vir me chamar.

Quando sai do quarto, ele não fez comentários, só me encarou por alguns instantes. Depois sorriu, como se lembrasse de algo engraçado e começou a caminhar, de novo, sem me esperar.

O segui, pensando comigo mesma. SIlbena não tinha morrido ainda, talvez um dia eu pudesse voltar a usar aquele nome. Mas não tão cedo.

Ele montou em Thunderbolt e me ajudou a subir logo depois. O cavalo começou a cavalgar até os portões da cidade, como se já soubesse que estava se preparando para mais uma jornada.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Como eu amo meus personagens ♥ Me digam o que acharam do Elwë, quem sabe eu não explico a história dele antes? xD Bjs



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