The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 17
Past


Notas iniciais do capítulo

Aparentemente eu não sei mais escrever capítulos grandes, mas não me matem ,por favor! E desculpa a demora, a escola tava me matando :C
Boa leitura, ainda assim, e bjs!



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Saímos de Furnost, indo na direção nordeste, direto para o deserto. Elwë ficou em silêncio o tempo todo, apenas guiando Thunderbolt.

– Como vamos conseguir atravessar todo o deserto com a água que temos? – Perguntei de repente. – Thunderbolt também precisará de água.

– Magia. Posso conseguir a água que fica no subsolo com magia. Uma tarefa cansativa, mas possível de ser realizada.

Fiquei em silêncio, pensando em minha mãe. Senti a mente de Elwë contra a minha, mas não me defendi. Ele também não investiu, só ficou ali, observando. Estranhei aquilo, mas continuei calada.

Ele não tentava invadir minha mente, só ficava ali, observando. Comecei a ficar inquieta, então decidi observar a mente dele também. Era muito parecida, mas também muito diferente de outras mentes.

A dele parecia ecoar uma melodia, ser mais profunda, mais confusa. Como se alguém pudesse se perder nela. Não fiz nenhum esforço, sabia que ele poderia me expulsar a qualquer instante. Mas ele também não estava se defendendo.

Me retirei devagar, mas ele continuou ali. Talvez porque minha mente era diferente. Pisquei a luzinha numa cor verde, ele se retraiu um pouco, mas logo se aproximou.

E então saiu. Não falei nada, mas senti ele me observando de soslaio. A noite caiu e decidimos acampar. Bem, ele decidiu. Desci de Thunderbolt e o deixei pastando. Provavelmente a última vez em dias que ele faria aquilo.

Elwë acendeu uma fogueira e pegou um pouco de pão com queijo para nós. Comemos em silêncio, apenas o crepitar da fogueira fazendo barulho. Olhei para o céu, estrelado. Lindo.

– Eles me odiavam por isso. – Elwë também encarava o céu, com um sorriso no rosto. – Em Osilon, eu costumava me separar do clã em viagens para observar o céu durante a noite no topo das árvores.

– Eu costumava observar o céu do topo do mastro do The Sender. Eu adorava ficar lá no alto, me equilibrar e então pular no mar. – Fechei os olhos por um instante, antes de abri-los e passar a observar Elwë.

– É estranho. – Eu o encarei sem entender, mas ele continuou. – Saber que posso voltar a Du Weldenvarden, mas não querer.

– Por que não?

– Sou novo. Literalmente, tenho menos de um século. Passei minha vida inteira vivendo em Osilon, acompanhando meu clã e depois de ser banido, eu sequer me considero inteiramente elfo.

– Como pode não se considerar elfo? Você não tem mais clã, mas ainda assim continua sendo quem é.

– Não. Depois de ser banido eu mudei. Descobri que metade de quem eu era só existia perto do clã. E eu não gostava dessa metade.

– O que fazia no clã? – Ele ficou calado por um tempo, mas entãoi respondeu.

– Éramos mercenários. – Ergui uma sobrancelha, pensando em elfos que poderiam agir de forma errada por dinheiro. Era estranho pensar naquilo, quase impossível.

– Achei que elfos não agiam contra seus deveres.

– Se não se alimentar de carne conta, pode-se dizer que sim. Do restante, contanto que conseguíssemos dinheiro, não importava.

– E o que você fazia? – Ele não respondeu. Ainda encarava o céu, mas agora com um olhar distante, triste.

– Nem isso eu não fazia. Eu sempre adorei carne. – Ele deu uma risada antes de me encarar. – Elfos não comem carne porque estão sempre em contato com os outros seres, se sentem parte deles. Eu também fazia isso, mas eu não sentia dó alguma enquanto mastigava um coelho.

– É a vida, animais comem outros animais e nós os comemos. – Dei de ombros. Realmente, não me parecia muito difícil entender aquilo.

– Ah, quantas vezes eu não disse isso para o nosso chefe? Ele apenas me olhava com desdém e me mandava seguir as tradições.

– Mas você não seguia. – Ele deu um sorriso.

– Você seguiria? Não, nunca me importei. Mas depois que me pegaram comendo um coelho me marcaram. – Ele voltou a encarar o céu. Não entendi aquilo direito, mas não fiz comentários.

– Você é diferente dos outros elfos, por isso não se considera um deles. – Conclui, e ele completou.

– Antes, eu ao menos tinha o clã como desculpa, mas agora nem isso mais. Eu não sou um deles. Sou algo diferente : um humano num corpo élfico, talvez.

– Forma estranha de se pensar. – Ele apenas sorriu para mim, inclinando a cabeça. – Essa marca, é seu cabelo?

– É uma marca, mas não por comer coelhos. – Ele passou a mão pelos fios prateados antes de continuar. – É para mostrar que eu fui banido. Meu clã dizia que os cabelos são nossas fontes de coragem e glória. Loucura, mas era sinal de respeito entre os nossos. Em Osilon, os outros nos temiam pelo comprimento do cabelo. – Realmente parecia algo estúpido, mas eu não deveria julgar nenhuma crença. – Quando me baniram, me deixaram com o cabelo assim para que os outros me reconhecessem como uma vergonha.

– Há quanto tempo foi banido? – Ele me encarou.

– Não muito. Alguns anos, 5 ou 6, talvez.

– Já não deveria ter crescido de novo? – Indiquei o cabelo dele.

– Eu o deixo assim. Sinceramente, cabelo comprido atrapalha em batalhas. – Concordei, pensando em que tipo de batalha ele poderia ter se envolvido. – Mas vamos deixar o passado para trás. Já aconteceu e não tem como ser mudado.

– Tem razão. – Ele se levantou e disse que ficaria de guarda até certa hora. Depois seria minha vez.

Me deitei, usando a mochila como encosto para a cabeça. Dormi, ouvindo Thunderbolt rolando na grama algum tempo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem seus reviews!! Por favor, não vou mais demorar tanto ^^ Bjs



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