The Paths Of A Rain Woman escrita por Ling


Capítulo 8
Another bunch of Strangers


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Dessa vez demorei mais um pouco, mas o capítulo também está mais longo.
Tive alguns problemas já que o fiz manuscrito... e perdi o papel -.-

Ah... Andy Mayer-san, a imagem mais parecida com o unifrome é essa:

http://www.miscellaneoushi.com/thumbnails/detail/20121018/gloves%20katana%20long%20hair%20weapons%20thigh%20highs%20gradient%20closed%20eyes%20simple%20background%20anime%20girls%20sword_www.miscellaneoushi.com_47.jpg

Só que a bota é muito menor, bem curtinha e preta . Não tem luvas nem essas mangas ou os detalhes especiais no casaco (nem nas meias, que são todas pretas).

Espero que gostem ^^

Boa leitura.



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Constrangedor.

Essa fora a palavra mais próxima de definir seus sentimentos em relação a situação em que se encontrava.

Não pelo uniforme em si - que por sinal, era lindo - mas sim pelo que estava prestes a fazer.

Estava parada em frente a grandiosos portões com resistentes barras de metal, condecorado com a insígnia de uma serpente cercada por espadas e mordendo o próprio rabo. Suas mãos agarraram as barras com força enquanto agradecia mentalmente o fato de a entrada estar vazia.

Alisou a saia negra, tentou esticar suas meias o máximo que pôde, e sentiu o coração bater forte ao endireitar a gravata.

Sorriu tortuosamente.

– Qual o problema? - sentiu uma mão tocar lhe o ombro e o suave timbre da voz de Yano logo encheu seus ouvidos.

–Não é nada Yano-kun - balançou a cabeça negativamente, tentando soar convincente.

–Nervosa? - enviou-lhe um olhar compreensivo, apertando um pouco mais seu ombro.

Juvia assentiu quase discretamente e murmurou algo, com certa esperança de encerrar a discussão.

– É que... Juvia nunca teve momentos muito bons na escola - respondeu sem jeito.

O rapaz manteve a mão em seu ombro, e assentiu lentamente, um sorriso discreto ameaçando se formar.

– Não se preocupe Juvia, vamos fazer com que seja divertido dessa vez. - garantiu.

A garota ficou estática por breves segundos, então corou e assentiu bruscamente.

–S-sim, obrigada Y-yano-kun. Vamos entrar logo antes que dê a hora - respondeu ainda ruborizada, alcançando a maçaneta e se virando para convocar sua mais recente força tarefa, que, como sempre, discutia "afetuosamente" por trás de si.

– Temos quinze minutos - anunciou, levando o dedo aos lábios, subitamente trazendo à tona uma questão inesperada.

– Hum... gente, em que turma estão? - perguntou, mordendo o lábio.

–2C - Yano respondeu, revelando um minúsculo pedaço de papel por entre os dedos.

A menor do grupo bufou e declarou rancorosamente:

– 1F. Aquela... como ela ousa... eu deveria estar na cadeia de turmas 2!

A garota de antigas madeixas multicoloridas, agora tingidas por um temporário tom de verde, sorriu e declarou orgulhosamente:

– 2C, junto com o Yano-kun! - exclamou alegremente.

O outra rapaz, um dia já loiro, agora com fios negros se alastrando casualmente pelo pescoço, balançou a cabeça e suspirou.

– 2D - disse com voz rouca, uma aura escura ao redor de si - Queria estar na 1F - sussurrou, piscando descaradamente para Saori, que ergueu violentamente o punho em resposta.

– 1A - declarou Rin orgulhosamente, endireitando os óculos de forma que o sol o refletisse, tornando impossível ver seus olhos por baixo da fina camada de lente coberta pela madeixas tingidas de castanho claro.

Juvia se sentiu infinitamente aliviada em saber que não estaria sozinha, embora ainda não houvesse trocado muitas palavras com o rapaz, diferentemente de como o fizera com os outros.

– E Liz-chan? - questionou, visualizando a expressão indignada da companheira, que encarava furiosamente um pedaço de papel.

–Eu... 2F - respondeu bufando, enquanto fitava o chão, ainda em rancor.

–Mas você parece tão nerd... - Saori deu de ombros, repuxando a mecha alaranjada enroscada em seu indicador.

– 2F...- repetiu em tom cético, aparentemente ainda frustrada.

–É a vida... - murmurou Juvia, com um sorriso que era um misto de compreensão e ligeiro deboche.

Liz, um pouco melhor recuperada do choque, estudou insatisfeita a mecha clara de seu próprio cabelo e fez que sim com a cabeça.

–E você Ju-chan? - perguntou Weisy com entusiasmo.

Juvia olhou para o garoto a seu lado, e por contato visual enviou a mensagem " não seja um idiota com Weisy-chan!", na qual Klein respondeu engolindo em seco, e se afastando rapidamente da antiga esverdeada.

– 1A -respondeu com um sorriso quase zombeteiro e puramente satisfeito, erguendo o papel de transferência na altura da bochecha.

– É também parece meio nerd... - concordou Saori, imediatamente recebendo uma careta insatisfeita em resposta.

Yano balançou a cabeça descontraidamente, parecendo se divertir.

–O tempo está acabando - apontou com o queixo na direção da entrada, causando comoção geral.

– Alguém ai sabe se dá pra pedir transferência... de classes? - perguntou Klein

–Talvez - disse Rin, dando de ombros.

A azulada se aproximou do rapaz sorrateiramente com um sorriso quase maldoso.

–Klein-kun... é o que Juvia está pensando? - perguntou um tanto quanto sugestiva.

–N-não! - murmurou completamente corado.

–Será que Klein-kun realmente gosta da Saori-chan então? murmurou próximo ao ouvido do rapaz, que olhou-a horrorizado e virou a cabeça em vergonha, se recusando a responder.

A baixinha, completamente alheia a conversa, buscava atentamente por algo.

– Aquele idiota de cabelo vermelho não veio - resumgou.

Juvia entortou o pescoço , e imaginou de quem ela poderia estar falando.

– Quem? - questionou.

– O cara que te carregou quando estava desmaiada. Acho que volta em alguns dias, ficou de resolver umas coisas pra Masaya.

Nota mental agradecer o "idiota de cabelo vermelho".

A maga assentiu e terminou de abrir o portão, sinalizando para seus companheiros.

– Vamos entrar - disse sentindo a proximidade de seu não tão pequeno grupo, fazer de certa forma com que ficasse mais à vontade.

– Lembrem-se. Pareçam perigosos - essa fora Saori, mantendo a fatídica teoria em mente.

Juvia revirou os olhos. Agora, em frente àquela esplendorosa construção, prestes a adentrar o prédio, a idéia não parecia mais tão brilhante.

A porta foi aberta com um baque, graças à força extra de Saori a empurrando ferozmente assim que Juvia rodara a maçaneta. Já aberta, a frágil porta de mogno, colidiu fortemente com a parede, produzindo outro estrondoso som.

O corredor estava repleto de jovens, todos avaliando os recém chegados. Alguns os olhavam com desdém pela possível parede rachada, outros pareciam apenas surpresos, enquanto uma pequena minoria apenas sorriu para o ocorrido.

Antes de um possível tumulto ter a chance de eclodir, o sinal finalmente tocou, separando o exótico grupo em direções opostas, com a promessa de se reencontrar durante os intervalos.

Juvia apertou a alça da mochila e caminhou silenciosamente ao lado de Rin, buscando pela sala designada a sua classe. Quando finalmente a encontrou, deslizou a porta e imediatamente buscou pelo lugar disponível mais próximo da saída, que acabara por ser a terceira carteira do lado direito do recinto.

Foi apenas o tempo para se sentar, e a porta se abriu novamente, revelando três garotas em trajes negros sobrepostos sobre o uniforme. E para o que na hora acreditou ser culpa de seu azar, as garotas se aproximaram e recolheram as mochilas nos assentos ao redor de si, e ocuparam respectivamente sua posições.

Uma menina de cabelos negros espetados sentou-se a sua frente; por trás de si, havia outra de madeixas carameladas alcançando uniformemente alguns centímetros acima do ombro; a terceira, sentada a seu lado, possuía fios rosados cerca de dois ou três palmos acima do quadril.

A adolescente a sua frente se virou com um sorriso repleto de algo que Juvia julgou como interesse.

–Você é a novata do corredor - disse entre bocejos, apontando em sua direção com a mão em formato de uma pistola.

A azulada assentiu e controlou o instinto de desviar o olhar, determinada a não parecer fraca.

– Sim, essa é Juvia - respondeu em tom solene.

Soltou lentamente o ar, tentando restabelecer o ritmo natural de sua respiração.

Sentiu uma mão se arrastar por seu ombro, e logo seu cabelo fora envolto por gentis mãos desconhecidas.

– Acho que ela deve servir - disse a morena sentada na carteira por detrás da sua, num tom crítico.

A maga arqueou a sobrancelha esquerda e pigarreou, tentando manter as aparências.

– O que querem comigo? - perguntou tranquilamente, dessa vez, propositalmente usando a primeira pessoa a se referir a si.

A mulher de cabelos negros retomou o contato visual, encarando-a profundamente com seus expressivos olhos verdes. Então exibiu um sorriso satisfeito.

–É, tenho quase certeza que vai - disse, ignorando completamente a pergunta feita pela mencionada.

Quando estava prestes a abrir a boca e refazer a pergunta, a morena agarrou-lhe as mãos e apertou as pontas de seus dedos que, graças a uma dolorosa queda na noite anterior, estavam cobertos por bandeides.

– Você toca? - voltou a perguntar, ocupada demais estudando seus dedos, para se dar ao trabalho de olhar em seus olhos.

–Eu... Juvia tocava guitarra quando era criança - assumiu, tentando descobrir onde queria chegar.

– Sério? Puxa, quem diria... - comentou, acrescentando força ao aperto, deixando Juvia incerta se a menina se referira ao fato de tocar um instrumentou, ou a guitarra em si.

– Bem, Juvia não tinha muitos amigos e por causa da ch... - parou abruptamente, se dando conta que não poderia revelar sobre sua magia - nos dias de chuva, Juvia sempre tocava depois de fazer teru teru bozu. Ela não tinha muito o que fazer, então... - finalizou, dando de ombros.

–Hum... já suspeitava - disse, finalmente soltando sua mão, um sorriso se formando novamente no canto de seus lábios.

A mulher da chuva a encarou, pronta para ler em sua expressão qualquer vestígio de uma piada, algo que não encontrou.

–Como? - perguntou, esperando não ter seu questionamento ignorado dessa vez.

– Uma rockeira reconhece a outra, é tipo uma habilidade especial - falou, piscando amigavelmente.

– É... verdade? - Juvia perguntou com desconfiança evidente.

– Não muito. Na verdade mesmo, reconheci pelos seus dedos. - quando viu o olhar confuso da maga de água, se forçou a continuar - Deduzi que os bandeides fossem por culpa de algum instrumento, e olhando mais de perto seus dedos... tem uns calinhos. São pequenos, mas, como eu disse, é coisa de... - coçou a cabeça, sem saber como continuar.

– Hum, profissional? - a azulada completou.

A garota assentiu e apontou para o próprio rosto.

– Sou Rayne - e então girou o pulso num ângulo de noventa graus, em frente a rosada - Essa é Hali - a menina de madeixas cor de rosa olhou-a com simpatia, e Rayne apontou para trás de onde Juvia estava.

– Essa é a Jackie - a maga sentiu um suave puxão e percebeu que os cabelos ainda não haviam sido libertos.

–Juvia-chan, você gosta de spray colorido?

–Juvia... não...

–Seu cabelo é tingido, dá pra ver por baixo dele algumas mechas azuis - explicou, apertando-lhe as bochechas, libertando as sedosas madeixas castanho escuro avermelhado.

–Juvia... eh? - calou-se ao sentir a pressão em seu rosto, e fez uma trágica careta ao sentir os constantes puxões.

Jackie sorriu, chacoalhando o próprio rosto.

–Juvia-chan é meio bochechuda - disse como se fizesse algum tipo de relatório, e Juvia pôde ouvir as risadinhas de suas mais recentes colegas.

– Juvia não é bochechuda... - comentou revirando os olhos.

– E Juvia-chan deve ficar ainda mais fofa de cabelo azul... - continuou a aperta-lhe as maçãs do rosto.

Já devia haver cerca de alguns minutos desde que estivera ali, e o professor ainda não havia chegado. Estranhando o atraso, decidiu extrair alguma informação de suas colegas.

– O professor-san sempre se atrasa assim?

Rayne riu com ironia.

– Sabe Juvia... todos estão sempre atrasados nessa escola, ou pelo menos a maioria.

–Juvia não entende bem...

– Sabe um lugar capaz de drenar toda a energia positiva de sua alma? - olhou-a com seriedade.

Juvia negou com a cabeça.

Rayne abriu um sorriso maldoso e continuou.

–As aulas daqui fazem isso, por isso ninguém reclama do atraso. A maioria dos professores são caras amargurados e prontos pra ferrar com a vida de qualquer um. Melhor não esperar que sejam legais com você, porque não vão.

A maga manteve a expressão estóica, assentindo ligeiramente em compreensão.

– Outra coisa, se algum deles tentar te botar de castigo, expulsar da sala, discutir ou algo assim... responda. E trate de ser bem mal-educada - riu novamente - Alguma dúvida?- acenou positivamente ao receber um simples "não".

–Então... você sabe cantar? - perguntou a mesma que momentos atrás quase lhe arrancara as bochechas.

–Juvia costumava cantar... ela era boa em mudar vozes...por que? - falava enquanto abria o caderno, preenchendo-o com uma série de dados falsos.

–Lembra sobre o que falamos de ser profissional e uma rockeira reconhecer a outra? - a azulada assentiu -Então, nós... - foi interrompida por uma mão pálida, fazendo sinal para que se calasse.

– Juvia acha que entendeu...vocês tem uma banda de rock?

A morena bateu o punho contra a mesa, em êxtase.

– Exatamente!

–E vocês precisam de um novo integrante?

–Sim! - exclamou, encarando-a com olhos brilhantes.

– E por acaso você não estaria pensando na Juvia, certo?

–Cer... Não! Errado! - protestou.

Antes que tivessem a chance de continuar seu pequeno debate, a porta se abriu novamente, revelando um rapaz alto e musculoso de cabelos prateados e olhos avermelhados.

O misterioso garoto, caminhou até as três, abrindo um sorriso amigável.

No momento em que fez isso, todo o mundo de Juvia pareceu desabar.

Aqueles olhos, aquele olhar...

Ela já imaginava como a voz rouca sairia de sua boca.

Aquele sorriso...

Onde estava a cicatriz?

Analisou mentalmente a bochecha do homem, e percebeu uma ligeira protuberância, provavelmente coberta por maquiagem.

Juvia já não ouvia mais o que diziam, seu olhar e toda sua atenção se focava apenas no estranho cada vez mais próximo a si.

A cada passo...

Estava mais próxima de um de seus sequestradores.


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Notas finais do capítulo

Gente... não que eu esteja reclamando nem nada, só... sabe, vocês estão gostando, ou mesmo acompanhando?

É que, bem... é meio frustrante ter 18 leitores e só receber um review no capítulo.

Fico imaginando se não estou fazendo algo errado, se a leitura está chata ou algo assim.

Se tiver qualquer idéia de como posso melhorar, mesmo que seja bem crítico, tudo bem... vou gostar de saber ^^

Até a próxima o/