Bad Day escrita por Road-sama


Capítulo 1
chapter single


Notas iniciais do capítulo

Então... Em meio as traquinagens da minha mente, resolvi fazer essa one shot... é leve... sem cenas de sexo. Apenas uma one shot bobinha que conta a história de um amor não correspondido. Hehe . Ah... não sei o motivo por ter feito o Naruto bebado... MAS... como eu sou assim quando to depre, ele ficou assim hehe
é bem light. espero que gostem *-*
Boa leitura!!!
Ah KILLJOYS sua linda! Espero que goste também! HAHA
Obs: Aconselho a lerem essa fic escutando a musica Closer, da Frida Amundsen. Enquanto escrevia a fic a escutava, eu simplesmente amo ela *--*



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Seus olhos alcançaram novamente o relógio com luzes vermelhas, se irritando por não ter passado nem três minutos da ultima vez que olhara. O que estava acontecendo com ele? Essa era a décima noite que passava acordado em companhia das garrafas com nomes estranhos comprados com apenas alguns míseros reais, e com a música aumentada no máximo para esquecer todas as suas frustrações. Afinal, quantos dias já haviam passado desde a última vez que conversara com ele? Vinte? Trinta? Não sabia!  Consciência não existia mais em meio ao mar de álcool que corria em suas veias.

Entre idas e vindas de suas compras no mercado, aumentava sempre dez ou quinze garrafas de marcas desconhecidas em seu carrinho. Quantas vezes repetira isso inconscientemente? E por quanto tempo estava pensando em fazê-lo? Não era por que estava irritado que fazia isso, nem por estar feliz. Na verdade, o garoto com olhos da cor do céu e cabelo loiro, se martirizava por ter deixado aquela noite ter terminado de um jeito... Estúpido.

Não que estúpido fosse correto, mas apenas não suportou ver que seu melhor amigo, e único amor, estava tão desamparado por ter levado outro par de chifres de sua, agora, ex-namorada. O havia avisado tantas vezes que aquela garota não prestava, tantas vezes, que enlouqueceu quando seu melhor amigo, Sasuke, apareceu em sua porta com uma garrafa de Red Label nas mãos, e com os olhos vermelhos pediu “vamos beber?”  BUM! Foi o estopim para sua explosão e por ter gritado aquelas palavras ofensivas.

Não, ele não estava em sua melhor sanidade. Naquela noite, antes de Sasuke chegar, já havia entornado algumas garrafas de uísque. Desinibido pelo álcool, jogou ofensas absurdas para quem mais precisava de palavras de afeto. Transformando uma amizade de vinte e três anos em lixo! Ahh... Como estava arrasado! Naruto, o dono dos olhos azuis, já havia cogitado idéias mirabolantes para cometer suicídio, mas depois voltava ao normal e expulsava aqueles pensamentos. O que não tornava a situação menos delicada!

05h47min da manha era o que marcava, com luz vermelha, o relógio de mesa do seu quarto. Outra noite perdida, com outro dia não vivido! Pensou em seu trabalho, porém logo se esqueceu entre um gole ou outro de cachaça barata. Sabia que estariam loucos atrás dele, havia desaparecido do mapa, sem atender ligações, sem receber visitas, sem checadas no email, um inútil. Não tinha nenhum animo para trocar sua fiel companheira, cachaça, para escutar o diretor geral, da empresa onde trabalha, falar sobre sua demissão, por ter sido irresponsável e ter prejudicado a empresa.

Pfff, não mesmo! Estava bem, não tanto quanto gostaria, mas estava bem desse jeito. E se tivesse sorte, poderia até entrar em coma alcoólico. A notícia se espalharia... Seus familiares viriam correndo, seus amigos o visitariam, e Sasuke voaria para se desculpar entre soluços e lágrimas... Até parece! Quem lhe dera se alguém realmente se importasse com ele, e sentisse a sua falta. Nem a velha rabugenta do apartamento 502, que sempre o irritava com perguntas sobre o tempo, aparecera para perguntar se estava tudo bem.

Deprimente... Estado de calamidade... Um completo miserável. Tire a garrafa de suas mãos, e encontrara uma casca vazia. Realmente não sabia dizer o porquê daquilo! Sua mente dizia “sai dessa, você consegue! REAJA CARA!” Só que não conseguia. O vício era mais forte do que qualquer tipo de tentativa de tentar sair, trabalhar, ir para a faculdade, terminar de ler o livro de uma série qualquer, fazer alguma coisa para se livrar da desgraça!

E como se quisesse aliviar o peso que sentia sobre os ombros, deu um longo e demorado suspiro. Jogou a garrafa raivosamente contra a parede de seu quarto, sentou ao lado da cama, colocou a cabeça entre o meio dos joelhos... e chorou. Ahh! Como chorou! Por doze anos, desde que descobriu sua paixão por Sasuke, havia se reprimido de uma forma brusca. Foram doze anos de sorrisos falsos para cada noticia de “estou namorando!” vindo de seu melhor amigo, para cada favor que lhe era pedido, para cada garota que ele tinha que arranjar para seu amado. Doze anos de amor sendo corroído por acido bem diante de seus olhos!

Depois de tanta dor, o amor não aguentou! Precisava de um tempo para se reerguer e curar os pedacinhos que se estraçalharam de uma forma horrível. Não só o amor, mas o corpo que o sentia. Naruto decidiu dar aquele tempo para ele, precisava recuperar seu orgulho. O orgulho... Que orgulho que fica intacto depois de fracassar no amor? Sendo obrigado a reprimir tais sentimentos por tanto tempo, foi o mesmo que se cortar com uma faca e jogar limão em cima da ferida. Dói, não é? Arde, não é?

Sufoca, não é?

Uma musica irritantemente alegre ecoava pelo quarto escuro, tirando o jovem garoto de seu próprio martírio. Levantou com o peso da cruz sobre seu corpo, tateando entre garrafas e roupas sujas largadas no chão até encontrar o aparelho que tocava tal musica. Sentiu o nó em sua garganta aumentar ao olhar o nome que piscava no visor, apertou o botão verde, respondeu um alô arrastado e esperou nervosamente a resposta.

Era cômico aquilo. Jurou não atender nenhuma ligação pelas próximas duas semanas, mas apenas pelo simples fato de ver o nome já o fazia tremer, coração acelerar, o corpo suar e a voz transparecer seus sentimentos.

Pensei que me ligaria... Mas mesmo depois de um mês, o que recebo é um alô?!?” Ficou constrangido por ter sido repreendido, Naruto realmente queria ter ligado, Deus sabe quantas vezes pegou o celular em mãos e discou o numero já decorado... Ahhh! Como Ele sabe. A vontade era enorme, mas a coragem ... muito pouca!

Achei que havia passado dos limites.” Conseguiu responder com um estranho formigamento em sua barriga. O alivio que percorreu seu corpo ao ouvir a risada abafada do outro lado da linha, havia sido o melhor remédio nesse ultimo mês que passou. Graças a Deus, tudo continuava do mesmo jeito, como sempre foram.

Você estava bêbado, Dobe!

Devo ter exagerado um pouco na marvada

“Quer sair para tomar algumas?”

Sua voz vacilou naquele momento, por algum motivo que não conseguia lembrar, seu corpo reagiu instintivamente aquilo. Sabia que quando Sasuke o convidava para sair era por algum motivo peculiar, que se encaixava no “apresentar a nova namorada”. Recusava-se a ser o cupido novamente!

Devo passar essa hoje! São cinco da manha cara!”

“Qual é? São cinco da manha e você atendeu a ligação. Te conheço, Naruto! Desde quando está acordado?”

“Nem faz muito... Uns vinte minutos.”

“Vinte? Parece ser uma semana. Muito trabalho?”

Trabalho? Não sabia o que era trabalho há um bom tempo.

Pois é, estou atolado de trabalho esse mês. E você?”

“Neem, tirei uns dias de folga. O chefe me obrigou!”

Os dois riram do comentário. A frase o chefe me obrigou significava muito mais do que realmente queria dizer, quem os conhecesse saberia rir daquilo. Sasuke, viciado em trabalho, e uma parte fundamental da empresa que trabalhava, não conhecia férias há pelo menos quatro anos. Tinha um compromisso com a empresa, acreditava que para ser alguém respeitável necessitava abdicar de coisas fúteis como férias. Fúteis para ele! É claro.

Já Naruto trabalhava na empresa de seu pai, sua paixão desde pequeno sempre fora ajudar na criação dos brinquedos. Quando entrou para a faculdade, rebelou-se contra seu pai dizendo que sua vida era aquela fabrica, mas queria sentir na pele o que um funcionário do setor de fabricação passava. A partir dali começou sua vida de assalariado. Sem ninguém conhecer sua relação com o atual dono da companhia, ele começou de baixo e foi subindo de cargo até chegar ao gerente de vendas. E isso, é claro, sem tirar um dia sequer de férias!

O chefe obrigou, essa foi boa.”

O silencio reinou em ambos os lados, enquanto ninguém proferia palavra nenhuma, Naruto não conseguia dizer se estava feliz ou se ficava mais deprimido. Feliz por Sasuke ter ligado, e deprimido por saber que haveria outra.

Outra em seu caminho! Jamais! Todos os dias que passara mergulhado na amargura foram demais para seu corpo aguentar. Sua mente não permitiria que ele deixasse Sasuke escapar por entre seus dedos de novo, seu egoísmo nem cogitaria a ideia. Se internaria em uma clinica se precisasse, mas perde-lo para outra mulher... isso NUNCA!

Bom, estou indo aí então. Pode ser?”

Analisou o quarto, cogitando se deveria aceitar o convite para a bebida. A casa, que mais parecia um chiqueiro, sentia a falta da empregada que havia sido demitida no mesmo dia que tudo aquilo começou... Não!  Não estava certo. Tantos dias passaram com ele enfiado na amargura, tantas pessoas foram vitimas de seu mau humor... Pra que? Para tudo passar em questão de dois minutos? Para tudo se acalmar apenas com uma ligação?

Tão patético, Naruto!

Acho que seria melhor na sua...”

“Deixe disso! Estou indo aí!”

“Não!!!”

Sua voz soou mais desesperada do que realmente estava. Se fosse há uns oito meses atrás nem se importaria com a bagunça... Só que agora... Agora a situação seria um pouco pior do que constrangedora. Sasuke sabia da sua falta de organização, só que também conhecia a relação do Naruto com a cachaça. E se visse a desordem junto com aquele amontoado de garrafas espalhados pela casa, entenderia por tudo o que Naruto tinha passado. Se possível até descobriria seus sentimentos que vinha guardando fazia tantos anos...

“Você realmente não tem jeito, né? Dobe!”

 “Sempre fui assim.”

Alguns minutos se perduraram em silencio, tanto tempo sem se falar e sem novidade alguma para contar. O mês que se passou poderia ter sido pouco, mas para aqueles dois foi quase cem anos. Só que precisavam de um tempo para encaixar os pedaços, os sentimentos, os desejos. Os dois concordaram com isso, mesmo que inconscientemente, eles notaram que as coisas se tornavam complicadas ao redor. Os assuntos não eram mais os mesmos, perderam aquela naturalidade, as coisas não fluíam mais na mesma sintonia. E o recado havia sido entendido por ambas as partes, e respeitavam isso!

Aquele tempo sem se falarem, surtiu um efeito bomba atômica neles. Naruto aprendeu a mentir sobre trabalho, Sasuke aprendeu a negar trabalho... Naruto esqueceu seus objetivos, Sasuke encontrou um único de que realmente precisava.

Francamente, só você para me deixar assim! Cara, quase tive um treco essa semana.”

“Aé? Por quê?”

“Não funciono direito quando estamos longe!”

O sorriso que nascia em seus lábios mostrava todo sentimento de felicidade que sentia ao ouvir aquela frase. Por saber que não era apenas ele que não funcionava direito, aumentava suas expectativas de algum dia ter um relacionamento mais profundo com seu amigo de infância. Ahh se aumentava! Todavia iria se acalmar, o universo voltara a girar novamente, e naquele momento não tinha vontade nenhuma de estragar as coisas. Iria ser sorrateiro, teceria a teia demoradamente, para que o moreno não conseguisse viver sem tê-lo por perto. Queria torna-lo dependente apenas de si, e de mais ninguém. Novamente seu egoísmo falava muito mais alto, querer monopolizar seu amado... Quem nunca quis isso, hein? Este é um sentimento normal. Ter certeza de que é só seu, e apenas seu! Sem riscos e pontos no caminho.

Observando seu quarto, respondeu sinceramente.

Nem eu, Sasuke. Nem eu!”

“Ahh!”

“O que?”

Eu menti sobre ter tirado férias...”

“Como?”

“Fui demitido, na verdade!”

“Sério? Pegadinha do dia da mentira?”

“Quem me dera... Aquele trabalho era muito chato... Eles não me entendiam, da mesma forma que você me entende.”

Naruto deu um longo suspiro, que estava mais para alivio do que qualquer outra coisa. Ele entendia o que se passava que chegava a doer em seu próprio peito, o que acabava retornando para apenas uma decisão...

“Estou saindo de casa agora. Preciso te consolar, já que o trabalho vinha acima de qualquer coisa para você, Teme!”

“É, preciso ser consolado!”

Os dois riram aliviados... Finalmente, as engrenagens voltavam a girar corretamente. Depois de lubrificadas tinham se tornado mais fortes, assim era o laço deles. Forte! Inabalável! Só que às vezes é preciso um tempo do mundo e de todos. Ninguém mais entendia isso perfeitamente como aqueles dois, a prova viva.

Sabe de uma coisa?”

“Diga?”

“Faz um mês que não apareço lá na fabrica! Provavelmente vou ser demitido também.”

“Pffffffffffffff. HAHAHAHAHA! Somos dois inúteis!”

“Desgraçado!”

Sem nenhuma sombra de dúvidas! Se não tivessem um ao outro, seriam dois completos inúteis. Pelo amor de Deus, apenas um cego não enxergaria isso!

“Naru... Venha rápido!”

“Sim, sim

“Dobe...”

“Ei... Te amo, Teme!”

“Baaaakaa, eu sei... Também te amo!”

Dois “Te amo” com sentidos diferentes, que mesmo querendo que não tivesse, Naruto sabia. Sabia que Sasuke o amava como irmão, e que isso não mudaria por um bom tempo, só que ele o amava com todos os nervos, vírgulas, curvas, retas de seu corpo, o desejava e o desejaria até o fim de sua vida. Não é algo que possa ser explicado, muito menos sentido. A única coisa que o dono dos olhos azuis como o céu tinha certeza, era que aquilo doía! O seu tipo de amor, o incomodo desgraçado no seu peito toda vez que o via com outra, aquelas sensações que temos quando nos vemos apaixonados pela pessoa que nem cogitamos. Um pinguim no meio da África. Era o que Naruto concluía todas as vezes que pensava sobre seus sentimentos.

Agora venha logo, tenho um uísque doze anos aqui.”

“QUE?!?!? Quem te deu?”

“Seu pai, no dia do meu aniversario.”

“Meu pai é fera!”

“Aham! Se demorar eu tomarei tudo em um gole só!”

“Oi, oi, oi! Já estou chegando!”

E tentando conter cada chama de ansiedade que se acendia por seu corpo, correu pelas ruas de seu bairro até chegar a uma casa branca, simples, mas que dentro possuía um aconchego que nenhum outro lugar poderia lhe oferecer. O amor!


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Notas finais do capítulo

E então?? >< Espero que tenham gostado, e que não tenham desanimado na metade do cap...
Será que mereço reviews??? *--* Espero que sim. haha
E hoje olhando as imagens fofas da minha pasta de Naruto.. me deparei com duas que atiçaram minha imaginação... Quando finaliza-las postarei aqui ! HOHO'
Eu, particularmente, achei fofa essa fic.. apesar do pequeno draminha no começo... O que vocês acharam?? *--*
Beijos.. Até a próxima !