Louise estava relembrando sua conversa com Sebastian, quando ouviu barulhos de fora da sua cama.

Não se assustou, era normal alguns alunos roncarem ou fazerem sons mais engraçados, mas aquilo o tirou do transe.

Com uma expressão fria como gelo, algo adentrou sua cabana.

Era Elliot.

Ela, atordoada pelo choque o encarou surpresa por alguns segundos, e assim foi, por um momento ambos se olharam e não trocaram palavras, percebendo que aquilo não podia continuar, Elliot tomou a dianteira.

--Então Enquanto falava, ele olhava para todos os lados, menos para ela Eu...Eu queria,er... me desculpar por mais cedo.

--Ah!Tudo bem,não se preocupe, já estou melhor Ela falou demonstrando falsa animação

--Ah, então tá!Ele se virou Então se cuida,até!E saiu.

--Até!Ela sussurrou e acenou ao vazio.

Deitou-se novamente,mas dessa vez não pensou em Sebastian,Mike ou Chase, naquele momento o que ocupava sua cabeça era Elliot.

No fundo,ela se sentia desapontada por ele nem ao menos notá-la.

E nesses pensamentos ela se afogou , e por fim adormeceu.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~DEMARCAÇÃO LEGAL HEIN~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Antes do primeiro raio de luz,Nicholas acordou.

Com os cabelos desgrenhados mesmo, ele saiu da cabana e sentou-se no chão.

Observou as outras cabanas e percebera que estava sozinho.

Ou quase.

--Salve-me, eu suplico, por favor senhor,salve-me Uma voz doce e encantadora dizia em sua mente, mesmo que muito fraca.

Antes de pedir mais informações a voz falou instantaneamente.

--Aqui, na floresta, senhor, ajude-me A voz tornou a induzi-lo

Por fim ele levantou-se, olhou ao redor e disse a si mesmo que se voltasse antes dos outros acordarem, estaria longe de encrencas.

Então, ele bateu em suas vestes para livrá-las do pó e rumou a floresta.

A voz o guiava por entre todo o caminho, sendo que adentrava a floresta cada vez mais e mais.

Como iria salvar aquilo não tinha a menor ideia, mas não havia como negar aquele pedido.

A voz foi ficando mais e mais forte,mas ainda assim não a achara

Depois do que ele distinguiu duas horas, nenhum sinal de nada que realmente corresse perigo, mas ainda assim não deixara de procurar.

O céu,as estrelas e a lua ainda estavam intactos, não haviam sequer mudado de posição desde que chegou.

Ele não sentia fome, mesmo tendo se esforçado ao máximo e sem energia alguma, na verdade não sentia nada.

Então percebeu.

O tempo parara desde que seguiu a voz para a floresta,era a explicação mais plausível que encontrara para explicar o que tinha lhe acontecido.

Isso é uma emboscada Ele pensou e virou-se.

Correu com todas as suas forças até voltar ao internato, mas no sexto passo o chão em que pisou virara lama, caiu. Não parara de olhar pra trás, com medo do desconhecido.

Não me toque, me deixe em paz Ele suplicou, mesmo que nenhum ser vivo visível o tenha ameaçado.Ele queria fugir, se esconder, salvar-se do que quer que fosse.

Mas sua situação piorou.

E admirou aterrorizadamente sua própria carne virar cinzas, seus dedos virarem pó. Não sentia dor, o que temia vinha do psicológico.

Estava desesperado, gritando, aceitando a morte.

--Já está de bom tamanho Uma voz clara e familiar falou vindo das árvores

Uma outra voz falou em idioma desconhecido, e sentiu um frio que emanava de sua testa tão forte que rangia os dentes.

Então, tudo aquilo se dissipou e ele se viu novamente sentado no chão do salão principal, com um homem negro, alto, careca e com olhos que ele não distinguiu a cor, na sua frente com dois dedos em sua testa.

Olhou para seus braços e viu que estava inteiro.

Ao seu lado, distante alguns passos, estava a diretora(Que até agora não se atrevera a perguntar o nome) e viu também que fora das cabanas estava Gabriela e Yukki sentadas como ele.

Abriu a boca para falar, mas não emitira som algum, não parava de ranger os dentes.

O homem negro sussurrou algo para a diretora que assentiu a cabeça em concordância.

A diretora com visível cara de desgosto olhou secamente para os três e saiu do salão.

Ambos voltaram a cabana, sem trocar palavras.(Não contando com Yukki falando sozinha)

Não eram nem 2 da manhã!

Nicholas deitou novamente, determinado a não acordar mais.

Quando parou de sentir frio, tentara adormecer e sussurrou:

--Boa noite, sua velha.

E dormiu feliz, sentindo que ela ouviu suas palavras.

~~~~~~~~~~~~OUTRA VEZ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Gabriela acordara tarde, suas olheiras eram mais que perceptíveis.Passou muito tempo no banheiro para disfarça-las, quando terminou correu até a sala e pegou uma maçã.

Olhou para todos os outros alunos, era assim, ninguém falou com ela, ninguém a deu um simples bom dia.

--A diretora quer vê-la o mais rápido possível O homem gorducho disse a ela

Sem hesitar ela correu.

Sua intuição a dizia para onde virar, que caminho seguir, que portas entrar e por fim chegou a sala da diretora.

Abriu a porta com um estrondo.

--Estou aqui diretora!O que a senho... Mas não acabou a frase. Olhou de Nicholas para Yukki e para a diretora.

- Por que nos chamou aqui? - Nicholas pergunta entediado de ficar sentado em uma sala com duas garotas fúteis.

- Acharam que a classe de vocês teriam apenas aulas normais e treinos? - A diretora disse gargalhando. - A rainha da Ilha está criando monstros e mandando eles para a realidade, ou seja, a Terra. Onde os humanos vivem. Vocês precisam exorcisar um deles antes que matem qualquer um. Caso eles matem algum humano... Todos poderão enxergá-lo.

- Mas isso é muito complicado! Vai que o monstro é forte demais! - Gabriela disse.

- Por que acha que estou mandando alunos? Porque vocês são fracos! Se quisesse teria mandado um professor e ele terminaria o trabalho em um minuto! Isso se chama experiencia! Agora vão antes que eu me estresse mais! Nao esqueçam de conversar com senhor Faustus sobre os detalhes da missão, como o local e como irão até ele. - a diretora disse e mandou os alunos embora E ah, podem me chamar de Narcisa!Ela disse quando fecharam a porta

--Bom, por onde começamos?Yukki perguntou com ansiedade visível.

--Temos que ir atrás daquele cara, depois pra Terra Nicholas respondeu sem importância.

--Como vamos chegar lá, eis a questão. Gabriela falou ainda mordendo a maçã.

Nicholas deu um risada seca e as duas o olharam.

--Não é óbvio? O ônibus veio estacionando atrás dele

Os três subiram a bordo do ônibus e esperavam ir pra Terra.

--Ah, olá pra vocês também O motorista disse

--Ah, olá senhor...Festus?Yukki falou

Ele riu.

--Sim senhora mocinha, agora acomodem-se lá atrás, os detalhes passo durante a viagem.

Os três sentaram nos fundos, um do lado do outro.

--Os demônios, normalmente costumam vir pra essa região aqui Yukki falou apontando para puro mar aberto entre América do Norte e Europa.

--Mas como eles ficam no mar aberto?Nicholas perguntou sem rispidez dessa vez

--Eles não ficam no mar aberto, bobinho Yuuna apertou as bochechas dele, que logo coraram e ficou desconcertado Eles ficam abaixo disso.

--Ah!Já ouvi falar disso, eles ficam muito fundo entre a crosta e o manto, acertei?Gabriela por vez disse

--Sim, mas o único problema é achar um jeito de sobreviver naquela temperatura Yukki falou desapontada

Assim os três se tornaram mais íntimos e amigos.

Bem, pelo menos até o primeiro desafio que os esperava.