Todos estavam repousados em suas camas alguns nem dormindo estavam, talvez de ansiedade, talvez medo de seu parceiro de quarto. Os alunos foram forçados á conviver entre si, mas isso não quer dizer que iriam se dar bem.

As salas ficavam bem distantes dos quartos e umas das outras, eram montadas com foco em uma lousa de tamanho médio que nem a parede inteira ocupava. As carteiras eram quadradas e grandes e as cadeiras era almofadadas, bem perto do quadro. As aulas teóricas começariam logo de manhã, após o Sol nascer. Aulas práticas e treinamentos, interromperiam os estudos a cada matéria ensinada.

As aulas teóricas foram separadas porque cada poder tem um ponto fraco e um forte. O dono destes, deve saber como controlá-lo ou escondê-lo, por isso aulas separadas, foco maior em cada dom.

Aulas simples, mas que eram importantes para os iniciantes, coisas tão básicas quanto andar ou sentar, mas que mesmo assim precisam ser aprendidas.

Depois disso iriam para o teste de poderes, cada um revelando o seu, ou o que conseguia mostrar. Isso seria feito fora das salas, pois alguns nem sabiam controlá-los. Considerada uma arena grande e um pouco destruída por combates passados, era lá que todos se encontrariam e mostrariam seus poderes uns para os outros.

E assim aconteceu, logo todos estavam encarando as faces de seus companheiros, de quarto ou não. Alguns confiantes, outros levando na brincadeira e alguns quase se escondendo.

Haviam arcos, espadas, escudos e adagas, espalhados pelos cantos da arena. O aluno pegaria e demonstraria o que o faz tão especial para estar ali.

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– Alunos, seus tutores os mandaram para cá com o simples propósito de serem elogiados ou... Deplorados... - Começou confiante e terminou em um sussurro o que tinha á dizer. - Se não se lembrarem sou o professor Sebastian, a aula das chamas.

– Eu lembro! - Gaspar gritou e Sebastian sorriu em troca, por alguém ter lembrado de seu rosto em meio á tantos.

– Lotte está brava... Passou a noite inteira fazendo bonecos e dormiu só seis horas... Lotte precisa ir dormir logo... - Lotte dizia sonolenta e preocupada ao mesmo tempo.

– Eu vou conforme esse papel manda, apenas revele o que sabe e volte para o seu lugar. - Sebastian disse tirando uma lista de seu casaco. - Apresente-se Tony Demon Lopes.

– Uhu! Sou o primeiro! Que emoção! - Tony disse andando para o centro e esticando seus braços. - Aulas teóricas são chatas...

Tony tirou sua blusa e deixou suas asas á mostra, ele voou o mais alto, mas bateu em algo.

– Esqueci de avisar, mas tem um limite está arena, colocamos um escudo para que nenhum intruso consiga entrar! - Sebastian gritou com um sorriso camuflado.

– Que bom que me avisa agora! - Tony disse irônico.

Tony começou á voar em círculos devagar, mas logo tomou velocidade e parecia quase criar um furacão no local. Assim pousou, um pouco zonzo, e agradeceu.

– Eu sei, vocês me amam! - Tony disse colocando sua blusa novamente.

– Tony, observações minha: você é um demônio, pode fazer muito mais que isso, por agora está ótimo, mas deve treinar mais. - Sebastian disse sério e pegou a lista novamente, enquanto Tony voltada para seu lugar. - Apresente-se Kayla Ellectra Demons.

– Categoria demônio, demonstração de poderes. - Kayla sussurrou, como se fosse para que todos ouvissem, mas aconteceu o contrário.

Haviam alguns robôs perto dos arcos, Kayla escolheu um deles e posicionou-o de modo que Sebastian e os alunos observassem.

– Modo teste, ligando. Sem bateria para atacar, sem bateria para defender. Modo teste. - O robô disse e ficou parado.

Kayla se concentrou no boneco e uma fumaça começou á descer por debaixo de sua blusa, algo tão escuro quanto o mais preto. Essa fumaça envolveu o boneco, ninguém conseguia o ver mais, até a fumaça sumir.

– Sem bateria, zonzo, enjoo, tontura, dor, alegria, dor, alegria ,dor, tristeza, depressão, bateria fraca! Senhor, acho que eu fumei maconha no café da manhã... – O robô disse e desligou. Aquilo arrancou risadas de alguns e tirou um sorriso de Kayla.

– Ótimo Kayla, ótimo, mas ainda pode melhorar. - Sebastian disse. Kayla voltou ao seu local, tanto que orgulhosa, e Sebastian voltou a ler a lista. - Apresente-se Elliot Heartloch.

– Aleluia... Vê se me ajuda ai em grandalhão... - Elliot sussurrou olhando para o céu.

Elliot sentou-se em qualquer lugar e levantou suas mãos devagar e suavemente. Deixou o local diferente, algumas árvore, plantas silvestres, algo novo até para ele. Logo ele criou cobras gordas e compridas que rastejavam na direção dos alunos, que por fim não se moviam graças á areia movediça que os prendia. Elliot achou suficiente para por ali e soltou bruscamente suas mãos.

Os alunos se olhavam assustados, o que os prendia eram apenas galhos e as cobras eram folhas que se enrolavam devagar em seus membros.

– Então você controla o ambiente e objetos... Realmente bom, mas...

– Sempre tem um mas... - Elliot disse arfando e retirando a pequena quantidade de suor de sua testa.

– Você gasta muita energia e nem ao menos os prejudica fisicamente... - Sebastian disse deixando Elliot com raiva, ele volta batendo os pés e fica sentado emburrado em seu lugar. - Apresente-se Lotte Othilie.

– Eu estou morrendo... Isso não é bom... - Lotte disse andando em zig-zag para o centro da arena.

– Ela vai ser ridícula... - Lotte ouviu alguém sussurrar.

– Lotte vai ser ótima, você vai ver! - Lotte gritou para os alunos e seus olhos começaram a ficar vermelhos.

Uma espécie de transformação ia acontecer.

– Lotte precisa dormir! - Uma voz grossa e totalmente contrária a de Lotte gritou fazendo até eco.

Veias começavam á se comprimir em sua testa e Lotte parecia estar virando o Satã em pessoa. Asas e um bico deram para se ver, mas logo os olhos da fera se fecharam e lá de cima Lotte foi caindo e caindo.

– Peguei você! - Chase disse sorrindo e vendo a garotinha quase babando. - Se eu não for o próximo permita que eu a leve para seu devido quarto?

– Claro, o próximo é outro, leve-a logo! Òtima apresentação, mas sei que está acordada Lotte, então ouça. Isso não era você, vai aprender a invocá-la em qualquer momento. - Sebastian sussurrou em uma nuvem e mandou para os ouvidos de Chase e Lotte. - Apresente-se Gaspar.

– Chegando, to chegando. - Gaspar disse correndo até o meio da arena como todos fizeram. - Sebastian, não tem como me arranjar um inimigo?

– Você deve ter outros poderes... Use-os... - Sebastian disse sorrindo de modo diferente.

"Eu não posso... Droga! Eu não devo... Talvez mais tarde... Talvez..." Gaspas pensava.

– Tudo bem! - Gaspar disse ao achar uma solução.

Ele achou uma razão para ficar feliz, talvez uma amizade, uma garota, uma encaixe de personalidade.

Uma pequena luz se formou em sua frente e uma bola de pelos azul apareceu. Apenas dois olhos esbugalhados existiam em seu rosto.

– Conheçam o demônio Hades. - Gaspar disse sorrindo.

Os alunos se entreolhavam e alguns riam, mas nada escandaloso.

– Vai lá amigão... - Gaspar disse e deu um tapinha em Hades.

A bola de pelos cuspiu algo azul brilhante na parede e Gaspar correu para trás dele. A parede explodiu e uma fumaça tomou conta do local. Ninguém foi afetado graças a defesa de Hades que seria um escudo enorme com seus pelos.

– Isso ai garotão! - Gaspar disse e Hades sumiu.

– Ótimo Gaspar... Pode voltar. - Sebastian disse irritado. Ele desejava ter visto todos os poderes conquistados, todos. - Apresente-se Nicholas Phantomhive.

– Só me apresento em contra-ataques. - Nicholas disse seco, gostaria de se apresentar depois de sua pessoa especial.

– Não seja por isso, armaremos um então. - Sebastian disse sorrindo.

Chamou um robô e o programou para tal ação.

– Está pronto para atacar e depois se manter parado. - Sebastian disse sorrindo.

– Obrigado... - Nicholas disse irritado, mas tentava esconder essa emoção.

Ele ficou parado na frente do robô e esperou ser atacado. O robô piscava, mas nada fazia.

Nicholas mexeu um milímetro de seus dedo e o robô o atingiu com um soco que o fez voar até o outro lado da arena e colar na parede. O robô chegou perto e continuou socando Nicholas, por mais de quinze socos o robô parou e começou á andar para trás. O garoto estava muito concentrado em manter uma relação mental com o robô, e fez-o sentir o mesmo que ele sentiu.

O robô começou á se estilhaçar e derreter.

– Senhor, estou morrendo. Essa dor é horrível... – O robô dizia com a voz nem um pouco alterada.

Enquanto Nicholas pulava da parede e voltava ao local, Sebastian o aplaudia.

– Adorei! - Disse gargalhando. - Apresente-se Louise Paracetta!

– Ahn, sou eu... - Louise disse e foi andando aos tropeços até o meio da arena. - Santa vaca mamada, o que eu vou fazer?! Eu não tenho poder algum!

– Vamos Louise! Estou ansioso por seus poderes! - Sebastian dizia sorrindo.

– Bem... É que... - Louise resmungava.

– É que?... - Sebastian pedia pelo final da frase.

– Não tenho poderes... - Louise sussurrou.

– Você o quê?! - Sebastian perguntou incrédulo.

"Impossível, sinto uma aura estranha, mas enorme dentro dessa garota... Impossível!" Sebastian pensava desesperado.

– Desculpe professor... - Louise disse e voltou correndo para o seu lugar e ficou lá, traumatizada com o grito de Sebastian.

– Esquece, está tudo bem, tudo ótimo, não se estresse. - Sebastian disse sério. - Apresente-se Yuuki Yanamato!

– Eu não posso moço! Meu poder é a Yuuna, mas ela está dormindo e não posso soltar o rabicó! - Yuuki disse gritando e sorrino inocentemente.

– Mais uma?! Isso é demais pra mim! Vamos continuar a demonstração de poderes depois! Todos voltem aos seus horários normais! - Sebastian disse e saiu batendo o pé.

– Mas e nós?! Injustiça isso hein! - Lenny disse irritado.

– Vou queimar você vivo seu bosta! - Híria disse quase engolindo uma pedra.

– Pelo menos não vou quebrar minhas unhas... - Gabriela disse sorrindo e saiu saltitando.

– Menina ridícula! - Aquamarine disse e se juntou á Louise.

– E eu?! Quero ver meu psicólogo! Tive uns sonhos estranhos ontem á noite! - Michelangelo disse correndo de um lado para o outro.

– Nem sei de onde veio esse machucado... - Kyle disse estranhando.

– Eu ajudooooo! - Mirane disse e correu para ver Kyle.

– Todos são tão legais... Eu vou deixar todo mundo irritado e... - Zöe se maltratava quando Nicholas sussurrou em seu ouvido.

– Tenho certeza que não vai.

Zöe se arrepiou até o último e se virou rapidamente e viu o garoto do robô e sorriu de vergonha.

– Eu aposto que era na minha vez, por isso ele foi embora. Tudo da errado comigo, só pode! - Erick disse cortando o clima de Zöe e Nicholas.

– Ainda bem que minha vez já foi... - Tony disse e saiu da arena.