Erick estava sentado ao lado de uma garota, muito bonita por sinal. Seus cabelos eram brancos rosados e estavam presos em um rabo de cavalo, seu corpo era pequeno e delicado, sem muitas curvas, mas seu rosto e sua educação falavam mais forte do que seu peso e musculatura.

– Então, você tem que poderes? - Erick perguntou á garota.

– Bom... Eu não tenho nenhum. Eu vim aqui só porque meus pais tem poderes e acharam que eu tenho também, apenas não despertou ainda. - A garota disse sorrindo e passando a mão na cabeça.

– Ah... Boa sorte! - Erick disse afagando a cabeça da garota.

– O-obrigada... - A menina respondeu e sorriu.

– Erick Rohn! Por favor se encaminhe á biblioteca. - Uma senhora disse gritando em seu ouvido.

– Claro, claro, já estou indo. - Erick respondeu, se recuperando da surdez temporária. - Até mais tarde então!

Erick foi caminhando até á qualquer lugar, apenas estava caminhando.

– Eu nem perguntei seu nome... - Erick pensou consigo.

– Hanna. - Ele ouviu um sussurro bem perto de si.

 Até os pelos de sua axila se arrepiaram. Virou-se rapidamente e viu, Hanna, acenando de longe, com um enorme sorriso no rosto.

– Estranho... - Erick sussurrou novamente e soltou uma risadinha.

Ele caminhou por algumas quadras e logo viu, por uma vidraça enorme, uma biblioteca ainda mais enorme.

– Achei! Achei! - Erick disse e colou no vidro. - E agora... Como eu entro?

Enquanto procurava a porta do local, viu uma mulher andando em sua direção batendo o pé.

– Está atrasado! - A mulher disse e passou a mão pela vidraça.

– Mas o que que é isso mulher?! - Erick disse e se desviou da mão.

– Apenas segure ela, eu prometo te passar! - A mulher falou apressada.

Erick relutou um pouco, mas deu a mão para a mulher, que acabou o soltando quando seu corpo estava divido entre a biblioteca e as quadras.

– Ei! Me tira daqui! Que tipo de psicóloga você é! Sua louca! - Erick dizia e tentava sair dali se debatendo.

– Calma, foi só uma brincadeira! Venha, venha! - A mulher disse e o puxou pelo braço novamente.

– Obrigado... Eu acho. - Erick disse ajeitando sua roupa.

– Então, eu sou a Venus. Prazer em conhecê-lo Erick! - Venus disse se sentando em uma cadeira, perto á uma mesa enorme de estudos.

– Boa tarde Venus. Pode me dizer quando que nós vamos comer e dormir? - Erick perguntou sem graça e se sentou em uma cadeira ao lado de Venus.

– Em breve, apenas aguarde, as partes mais legais ainda estão por vir! - Venus disse e sorriu maleficamente.

– Tudo bem então... - Erick disse se afastando um pouco dela.

– Então vamos começar porque eu estou motivada hoje! - Venus disse e se virou para Erick - Primeiro as regras. Qualquer ato de resistência e eu posso torturá-lo, já que eu não sei ler mente... E as perguntas não são feitas em vão. Nós, psicólogos, vamos encontrar um jeito de tirar essas lembranças ruins de vocês!

Assim que Venus disse lembranças ruins, Erick lembrou de seu avô e ficou sério, até mesmo com um pouco de raiva.

– E... - Venus ia continuar, mas percebeu a diferença de humor. - Não se preocupe... Posso te contar um segredo? - Venus disse e passou a mão no braço de Erick.

Erick assentiu, tentado desfazer seus pensamentos ruins.

– Dizem que se um grupo de jovens aprendizes vencerem a Ilha das Sensações, cada um tem direito á um pedido. E esses pedidos podem trazer alguém da morte, à vida. - Venus sussurrou isso e viu Erick se alegrar um pouco.

– Isso é sério? - Erick perguntou, tentando se garantir.

– Sim, é. Mas preste atenção! Não conte que eu te contei isso, se não eu vou ser morta! - Venus disse e depois sorriu.

– Eu sou um túmulo, Venus! - Erick disse e depois sorriu, de uma maneira tão calorosa que deixou Venus sem graça.

– Então, essas eram as regras, vamos começar essa consulta! - Venus disse e respirou fundo para fazer a primeira pergunta. - Gostariam de me contar detalhadamente sobre sua relação com toda sua família?

– É... Eu nasci em uma família que á gerações são anjos. Alguns primos meus já tentaram ir á essa tal Ilha, mas nunca voltaram. Então meus pais sempre me deram tudo, para que eu nunca tivesse condições de ser um bom anjo. Mas depois da morte de meu avô... Eu prometo! Prometo que vou destruir essa Ilha e vou conseguir esse desejo e trazê-lo à vida! - Erick disse com convicção, sem recuar em nenhum momento.

– Adorei isso! Agora a próxima! Seus poderes. - Venus perguntou e logo direcionou seu olhar para Erick.

– Eu, por enquanto, sei fazer escudos com a minha mente. Não são muito fortes, mas já é alguma coisa. - Erick disse.

– Tudo bem, é algo ótimo! E suas armas, o que usaria ou gosta de usar em batalhas? - Venus perguntou e passava os olhos por todas as janelas.

A mulher parecia estar procurando algo, ou algo, estava procurando ela.

– Eu... Eu treinava com as facas de cozinha da minha mãe em uma árvore. Então é bem capaz de eu ser melhor com coisas como espadas, adagas, katanas, ou facas mesmo. - Erick disse e percebeu que Venus estava prestando atenção em outras coisas. - E eu gosto de usar pijamas curtos e rosas.

– Que interessante. O que mais? - Venus respondeu automaticamente.

– Ei! Venus, acorda criatura! - Erick disse apertando suas bochechas de leve.

–Ah! Oi! Desculpe. - Venus respondeu e sorriu, meio tensa. - O que você gosta e o que não gosta?

Venus parecia com pressa e Erick percebeu isso, então começou á responder mais rápido.

– Eu gosto muito de voar, ler e nadar. Ter uma conversa com garotas me deixa calmo também. E eu odeio quando as pessoas mentem para mim! - Erick respondeu sério ao final.

– Bom, sua consulta acabou! Pode ir para o salão na porta ao lado. - Venus falou e foi o empurrando até a porta da biblioteca.

– Que estranha... - Erick falou e foi até o salão.

Haviam algumas pessoas, mas não muitas, então tentou se sentar perto de um grupo de garotas e mais tarde, talvez, conversaria com elas.

Mal Erick sabia o que Venus passava.

–

– Por que estão me prendendo! Me soltem! - Venus dizia tentando se soltar de dois fortes grows.

– Você contou ao garoto. Não deveria! Será executada! Vamos marcar a data ainda. - Um dos grows disse e começou á leva-lá.

– Não! Não! Me solte! - Venus gritava e tentava se soltar.

Mas nada adiantava, eles eram maiores e mais fortes.

– E-rick... - Venus sussurrou o nome de Erick antes de ser levada.

Em nada adiantaria, como um garoto ouviria este simples sussurro?!