P.O.V. Lia

Parecia que eu não estava feliz pela noticia, mas eu estava, porém, tinha o Dinho, e eu não queria ser mãe sem ele, sem o meu Dinho. 

-Lia, não vamos falar disse aqui, e agora, faz assim vai os dois pra casa digerem essa noticia e mais tarde conversamos pode ser?

-Vem marrentinha. 

-Tchau pai.

Só eu sei o quanto me doía sentir isso. A dor da perda, novamente.

Quando chegamos em casa eu não aguentei e comecei a chorar.

-Lia, vem aqui. 

Dinho sentou na cama e eu deitei no colo dele.

-Você não vai me perder de novo meu amor, e você -disse passando a mão em minha barriga- não vai nascer sem um pai, pequena.

-Dinho!

-O que?

-E se for um menino?

-E você -passou a mão novamente em minha barriga- não vai nascer sem um pai, pequeno.

-Agora sim esta justo. Mas e nós dois?

-Nós? Hmmm vamos tomar um belo de um banho agora, o que acha?

-Acho que não. Quero conversar com você.

-Fala, meu amor.

-Vim pesando do hospital aqui, e quero que você faça tudo o que pode fazer pra ficar, pra se manter vivo, e que seja logo!

-Mas Lia...

-Mas nada, amanhã nós iremos pro seu médico e você fará tudo o que ele mandar. 

-Sim senhora.

Ficamos a tarde toda ali, dividindo nossa atenção ora falando do nosso bebe ora se beijando e falando coisas fofas. Logo Dinho foi embora, pra minha sorte Tatá ia dormir fora hoje.

Quando deitei desabei, chorei tudo o que podia. É claro que eu não queria que Dinho fizesse isso agora, mas quero ele pra curtir cada momento, cada conquista e cada dia do fruto do nosso amor. Então me veio tudo na cabeça, as implicâncias, a nossa fuga pra ficar juntos, a briga com a Ju, os castigos, o ciúmes do Gil, as viagens, a Valentina. E tudo que vivemos depois que ele voltou. É esse o homem que eu quero ao meu lado até morrer.

A manhã chegou rapidamente e então lá fomos nós. No consultório o médico pediu alguns exames e Dinho os fez na mesma hora. A cirurgia ficou marcada para dali duas semanas.

-Pronto Lia, nossa ultima esperança.

- Ou uma vida, de vida ou quatro meses. 

-Relaxa marrentinha vai dar tudo certo.

Passou uma semana, iria pela primeira vez fazer um ultra-som.

-Estou nervosa Dinho.

-Relaxa marrentinha, vai dar tudo certo.

-Eu sei né Dinho, mas é bom sentir isso. 

-Eu também estou nervoso. Ver nossa criança vai ser bom.

Ficamos ali pensando na decoração do quarto do nosso bebe, em cada detalhe até que no chamaram.

-É o primeiro ultra-som que a senhora fez?

-Me chame de Lia por favor, mas sim é o primeiro ultra-som.

-Então vamos ouvir primeiro o coração dele.

-Ai, que nervoso.

-Dinho cala a boca, quero ouvir.

-Os batimentos dele estão normais, agora vamos ver essa criança linda.