No dia seguinte ela se arrumou e pegou sua machila.Seguiu o caminho da escola como fazia todos os dias,mas dessa vez não era como as das outras; ela sabia que um novo eu se revelava dentro dela, um eu que era maior do que essa vida, um eu que existia eternamente.

Ela ficou com um pouquinho de medo do que o Gabriel iria achar dela,porque no dia anterior parecia meio conturbada e um pouco maluca,mas sabia que a cena que viu era real e o ano de 1820 tinha realmente marcado sua história e a de Gabriel.

Ao chegar na sala se sentou novamente ao lado dele,não disse nenhuma palavra sobre o dia anterior e ele também ficou atento ao seu livro de Inglês.Quando ela foi tirar aquela mesma carta do envelope onde tinha pego da escrivaninha da sua madrinha, ela olhou e disse:

– Isso é impressionante!

Ele olhou para o lado sem entender nada, e perguntou:

– O que é impressionante?

Annie respondeu assustada:

– Nesse envelope só tinha uma folha, agora apareceram três e todas estão escritas!

Gabriel respondeu:

– Deve ser só um acaso.

Ela olhou para ele não acreditando que depois de tudo o que viram ontem ele ainda pudesse duvidar do destino. E falou para si mesma:

– Olha,aqui tem uma rosa... pelo seu estado deve estar aqui a anos ou séculos!

Gabriel:

– Eu acho que você está viajando um pouco,existe sim uma química muito forte entre nós; mas isso é normal entre adolescentes!

Annie:

– Agora vai me dizer que é o acaso ter aparecido essa flor aqui? é igual a do meu caderno, e quando eu comecei a escrever, ela já estava lá a anos!

Logo o professor virou para os dois e disse:

– Vocês tem algo que gostariam de compartilhar com a classe?

Gabriel logo respondeu:

– Não senhor, Annie só estava me passando a matéria.

Annie logo guardou a carta em sua mochila, essas folhas de papel para ela valiam mais que mil diamantes. Apesar de Gabriel não acreditar muito nessa história ela tinha plena convicção que era verdade, e sabia que um dia ele iria lhe dar razão de tudo isso.