Marcas Do Passado escrita por Nyah


Capítulo 10
Irmão Curioso


Notas iniciais do capítulo

Yo minna...
Eu sei, eu sei, demorei MUITO para lançar este capítulo. Mas quero que saibam que eu não demorei de propósito: eu estava sem inspiração.
Durante as férias, recebi parentes aqui na minha casa, e, por conta disso, saí bastante, e quando as aulas voltaram, bom, nem preciso dizer que meu tempo encurtou bastante, né?!
Ah, andei me viciando em vários romances, e a maioria deles é composta por drama, o que foi uma ótima inspiração.
Apenas para acrescentar aqui nas notas iniciais, e para que vocês fiquem sabendo mesmo, eu demorei três dias, ou melhor, três noites para fazer este capítulo.
Recebi dicas de uma amiga de como tornar os capítulos maiores, e tentei seguir suas instruções.
Ah, e obrigada àqueles que não me abandonaram nesse meu tempo de reclusão.
Boa leitura,
~Nyah



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330269/chapter/10

No sábado, Analu acordara um pouco mais cedo que o habitual. Após seu café, saiu rapidamente para uma corrida pela cidade. Precisava disto; precisava esvair os últimos acontecimentos de sua mente ou sufocaria. Após um tempo, foi à praça descansar um bocado sob a sombra das árvores.

Estava recostada à copa da árvore, quando alguém se aproximou de si:

– O que está fazendo aqui? – era Kouichi. Ele estava suado, o que demonstrava que também estava caminhando – Você não disse que iria ficar o dia inteiro com seu irmão?

– D-Disse... – respondeu a menina. – E eu vou. Mas antes... – parou para respirar – Quis pegar um pouco de ar fresco. – mentiu.

Analu estaria prestes a sair dali, se Kouichi não a tivesse impedido, segurando seu pulso.

– Por que está assim? – quis saber ele.

– Assim... Assim como?! – se fez de desentendida.

– Me ignorando.

– Não estou te ignorando, apenas tenho outras prioridades, e não posso ficar te dando minha total atenção. Afinal, minha vida não gira em torno de ti. – ela não desejava que seu tom de voz soasse tão sarcástico, mas foi o que aconteceu.

– Ora, disso eu sei, mas... Você não era assim.

– Que eu saiba, ainda continuo sendo a mesma. O que você vê de diferente em mim? – perguntou apenas pela vontade de retrucar.

Analu, definitivamente, não estava em seu melhor dia. Queria sair dali o quanto antes, mas, ao que parecia, Kouichi não estava disposto a permitir que isso ocorresse.

– Você está... – fez uma pausa, como se para procurar as palavras certas a usar – Diferente. É, é isso: você está diferente do habitual.

– Ah, agora eu estou diferente? – disse, havia raiva e frustração em seu tom de voz

– Olha, quando você estiver com a cabeça fria, me procure, está bem? Por ora, é melhor deixá-la sozinha. Já vi que não está bem. – Kouichi se afastou.

– Isso, vá! Vá e fique com aquela garota do cabelo colorido... – Analu deixou soltar, sem querer.

Ah, meu Deus, como estava arrependida de ter dito aquilo... E se seu vizinho tivesse ouvido? O que ela iria dizer? O modo como ela estava agindo não justificava o modo como o estava tratando; aquele beijo no terraço não justificava a raiva que sentia por ter presenciado aquele beijo. Afinal, eles não tinham nada além de uma amizade. Analu já estava um pouco velha demais para fantasiar coisas; ela aprendera há muito tempo que a vida não é um conto de fadas, e que nada é perfeito.

– O que você disse? – perguntou o rapaz cujo cabelo era de uma coloração castanha.

– Nada!

Ela disse, e, antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Analu saiu correndo. Ela precisava sair dali. Notara que, se ficasse, choraria na frente dele, e isso era o que ela menos queria naquele momento.

__________________________________________

Quando chegou em casa, correu direto para o quarto, sem falar com ninguém, e ali permaneceu. Analu precisava pôr pra fora todas aquelas emoções que irradiavam de dentro de si, e a melhor forma de isso acontecer, foi chorando, o que, aliás, a morena estava se tornando perita nos últimos dias. Depois do que pareceram ser dez minutos, Analu ouve batidas na porta:

– Me deixe em paz! – ela disse, prendendo o choro, para que seja-lá-quem-for que estivesse do outro lado da porta, não notasse seu estado.

– Analu... – a voz angelical de Yuki perpassou pela porta – Sou eu, o Yuki. Você não quer conversar?

– Não. – respondeu prontamente.

Não queria que o irmão a visse naquele estado. Ele deveria estar feliz, já que, finalmente, pôde se ver livre do hospital, e não ficar preocupado com a bagunça que estava o coração da moça.

– Analu, eu sei que você não está bem. Vamos conversar...

– Yuki, você não tem que se preocupar comigo; preocupe-se apenas com a sua felicidade... – Analu tentava tirar a atenção do irmão de si.

– Mas Analu, é impossível que eu fique realmente feliz, se você não puder partilhar dessa felicidade comigo. Ah, por favor, vamos conversar...

Conhecendo o irmão como conhecia, Analu sabia que ele não sairia da porta de seu quarto, e, se ele permanecesse ali, sua mãe perguntaria o porquê, daí, seu pai veria e também iria querer saber o motivo de o Yuki estar parado do lado de fora do quarto dela. Por Deus, isso causaria uma algazarra, do tipo que Analu detestava.

O jeito era abrir a porta e contar toda a verdade a Yuki, senão, aquela casa se transformaria no inferno, pelo simples fato de a família ser curiosa. Relutante, a morena levantou-se de sua cama e andou a passos lentos até a porta. “Quanto mais eu demorar a abrir a porta, mais tempo terei para me preparar.” – dizia mentalmente, porém, de nada esse pensamento adiantou.

– Entre. – disse, abrindo a porta.

Yuki obedeceu. Analu foi até a cama e sentou-se nela, convidando o irmão mais novo a sentar-se junto. Yuki assim o fez. Fez-se um minuto de silêncio, até que Yuki decidiu quebrá-lo:

– Então... – começou – Não vai me contar o que está acontecendo?

Analu suspirou uma, duas, três vezes, pôs-se a fitar o carpete do quarto, sem ver nada exatamente, apenas para ter algo a que olhar que não fosse outra pessoa. Sentia-se embaraçada com o que estava prestes a dizer:

– Bem... – respirou fundo. Céus, aquilo estava sendo mais difícil do que imaginara – Você se lembra do Kouichi? –

– Vagamente... Sim.

– Então... Esse momento da minha vida tem a ver com ele...

– Continue, por favor. – aquilo no tom de voz dele era animação?

Oh! Deus, só podia ser brincadeira! Como, em sã consciência, Yuki poderia se divertir com aquilo? Bom, não importava.

– Aconteceram umas coisas... – as coisas estavam andando, devagar, mas estavam -... que eu não vou contar o que foram. – acrescentou, antes que seu irmão perguntasse que coisas eram essas.

– Ah, mas por quê? Ah, vai, conta! – ele pedia.

– Nem pensar! – Analu respondeu de súbito – É embaraçoso demais, até para mim!

– Está bem. Me contentarei apenas com isso. Por favor, continue.

– Voltando ao assunto... – a morena disse – Por conta dessas coisas, eu tenho motivos para crer que estou gostando, um pouco além da amizade, do Kouichi. – falou por fim.

Yuki ficou em total silêncio, mas trazia um sorriso em seus lábios.

– Como é que é?! – Analu encarou o irmão – Não dirá nada? É sério isso? – ela estava pasma com a reação do irmão. Esperava um conselho, perguntas acerca desses acontecimentos, qualquer coisa, menos esse silêncio dele. Desde pequeno, Yuki sempre fora um garoto intrometido, nunca se contentando com as informações que lhe passavam.

– Analu, isso é maravilhoso! – disse por fim – Se está apaixonada por ele, então, porque não fala?

Falar era fácil, mas na prática... Ainda tinha aquela cena que não saía de sua cabeça; a simples ideia de Kouichi estar com outra era desesperadora.

– É que... Porque eu o vi com outra. – dizer aquilo lhe doía à alma.

– Ah, eu não sabia... – disse o moreno.

– Pois é, nem eu sabia! E até agora não entendo. Porque, tipo, num dia ele me beija, e no outro, beija outra garota?! Dá pra entender isso? – Analu estourara.

– Espera um pouco... – disse – Você disse que o Kouichi te beijou? – ele estava incrédulo.

Essa não! Analu percebeu que falara de mais, e agora, isso instigou a imaginação de seu irmão caçula.

– Esqueça o que eu disse. – falou, numa tentativa desesperadora de voltar atrás no tempo e não ter dito aquilo.

– Nem pensar! Agora mesmo que eu quero saber mais sobre o assunto.

– Agora quem diz “nem pensar” sou eu! – falou, levantando-se – Agora, pode sair. Já me sinto melhor, e só quero ficar sozinha.

Pôs o irmão para fora do quarto e fechou a porta. Foi até a escrivaninha e pegou o diário. Os detalhes minuciosos das últimas vinte e quatro horas ela deixaria para uma folha de papel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, minna,
como vocês acham que a situação da Analu e do Kouichi vai se resolver?
Fiquem atentos ao próximo capítulo, afinal, quem sabe, se minha imaginação decidir aflorar, eu não posto o próximo capítulo com mais rapidez?
~Nyah



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Marcas Do Passado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.