Contos De Uma Página escrita por Skakim


Capítulo 1
Conto da Madrugada


Notas iniciais do capítulo

Acordei no meio da madrugada, escrevi esse conto e voltei a dormir, simplesmente. Como dito anteriormente, é uma válvula de escape para sentimentos que eu sentia no momento. Boa leitura!
Rayanne Almeida betou esse Conto.



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O solitário rapaz caminhava sozinho pela rua deserta. Sozinho fisicamente, pois sua mente ribombava de pensamentos sobre o que acabara de fazer. Não se culpava, porém, ao mesmo tempo, não se perdoava pelo que fizera. Mas não havia como voltar atrás. Era do tipo de coisa que não havia como se desculpar, pedir perdão. “E tudo por causa do amor...”, refletiu enquanto a brisa gelada tirava seus cabelos castanhos lisos e rentes de seus olhos azuis da testa de pele clara, que revelava sua jovialidade.

As luzes do luar e dos postes o iluminavam, mas atrás, ao seu lado e na sua frente, formavam-se sombras dele, imitando seu consciente. Negro como a escuridão. Porém, nele havia um tom rubro, vermelho como sangue, que formava a silhueta de sua amada, esbelta, sedutora, de cabelos – em seus pensamentos – ruivos, um vestido da mesma cor e com uma cauda infinita, que ficava por onde passava, assim como seu doce perfume natural.

Encostou-se em um prédio mal iluminado, ficando nas trevas. Viu a cena que tanto o perturbava desenrolar-se em sua frente, apenas em silhuetas vermelhas, como antes. Já beirava a loucura, mesmo passado apenas uma hora, naquele momento, do real ato. Começou a murmurar palavras que nem ele próprio entendia, murmúrios que viravam afirmações veementes em voz alta.

Um apagão acometeu a rua, mas o menino nem notou imerso em sua loucura. Dessa vez, a cena ficou bem clara na sua frente, como se estivesse acontecendo ali, naquela hora. Duas pessoas, sendo uma delas ele próprio, no meio da rua. Discutia com um homem, uns dois anos mais velho, em sua frente. Discutiam sobre ela. “Ela, ela, sempre ela!”, gritara a plenos pulmões, mas nenhum deles o ouviu, apenas continuavam a acalorada discussão, que se tornou em tragédia.

Viu a si próprio sacando uma pistola e atirando, uma, duas vezes, contra o outro. Ambos os tiros no peito, um no coração. Caiu ajoelhado no chão, ao lado do desfalecido cadáver, o sangue formando uma poça e sujando a sua calça. Gritava para o morto que ela seria esposa dele, que o amava, não ao baleado.

Foi acordado de seus pensamentos por uma voz feminina e mãos que sacudiam sua camisa. Notou-se ajoelhado no chão, que ocultava o sangue de sua calça. A mulher chamava pelo seu nome, preocupada. Então viu quem era, com rosto iluminado pelo luar. Era ela. A responsável pelos acontecimentos das últimas duas horas. Deu um riso louco e levantou-se, fitando-a com um olhar assassino, psicopata. Ela perguntou se ele estava bem, numa ironia inocente. Ele tomou-a em seus braços e a beijou, um beijo intenso, ao qual ela foi obrigada a retribuir. Quando o beijo acabava, apertou o gatilho.

A bala atravessou o intestino, a blusa dela manchou-se de sangue imediatamente. Os olhos dela esbugalharam-se, refletindo o pânico. Ele murmurou um último “Eu te amo” e atirou novamente, dessa vez, no meio de sua testa, fazendo-a cair no chão em um baque surdo. Caiu, ele, no chão também e rolou, banhando suas roupas no sangue da mulher que tanto amava. Em último ato de loucura, utilizou-se da última bala para atirar na própria têmpora, caindo sobre o colo rubro, vermelho de sangue, de sua amada.


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Notas finais do capítulo

Não sei com que frequência postarei novos Contos, mas aí está. Até outro conto, pessoal ^^