Desconfortável escrita por Lilith Nosferat


Capítulo 16
Se arrependimento matasse...


Notas iniciais do capítulo

Enquanto a mocinha validava meu cartãozinho, fiquei assistindo ele cruzar os braços e deixar bem a mostra a aliança na mão direita e ela tentar não olhar para a mão dele. Isso me deixou um pouco satisfeita.



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Ate hoje, nunca tinha perguntado para ele como seu pai tinha morrido. Na verdade, se fosse a mesma coisa para ele falar do pai, como era para mim falar da minha mãe, ele não ia gostar se eu perguntasse; porem ele disse que já foi há dois anos, então...

 

– Edward? Posso te fazer uma pergunta meio desconfortável?

 

– Pode sim.

 

– Como seu pai morreu? Eu sei que pode ser difícil, se você não quiser, não precisa falar nada; mas me lembrei do hotel na praia e você falou nele. Mas se te incomoda...

 

– Não, tudo bem. Já não é tão difícil.

 

Fiquei esperando envergonhada a resposta, e me arrependi na hora que vi seu rosto ficar diferente.

 

– Foi num domingo. Nos estávamos passeando e eu pedi uma bicicleta linda, toda moderna, preta...a mais linda q eu já vi. Ele disse que não compraria ate eu dar a minha velha, que era azul e ate mais bonita que aquela; só não tinha tantas marchas e todos aqueles botões coloridos. Eu disse que não e ficamos discutindo o resto do caminho ate em casa, afinal eu tinha 15 anos e ele dava tudo para os meus irmãos e nada para mim.

 

‘Então entrei em casa e corri para meu quarto. Ninguém estava entendendo nada e Rose não estava em casa. Jasper dividia quarto comigo,mas não estava lá e sim na biblioteca da escola. Tranquei a porta e pus meus fones. Infelizmente, um deles estava quebrado e eu podia ouvir muito bem tudo que meu pai falava no outro lado da porta.

 

‘Ele pedia muito para abrir a porta. Ele odiava brigar comigo, com Rose ou com Jazz, pois mesmo não sendo culpa dele– como nesse caso– ,ele se sentia culpado. Então ele falou que estava indo buscar minha bicicleta e só me daria se eu abrisse a porta quando ele chegasse. Eu falei que só abria a porta se ele buzinasse com aquela buzina na minha porta. Ele ate tentou com a antiga, mas era diferente.

 

‘Sei que foi meio criança da minha parte, mas não me conformava com o fato de ele comprar roupas para Rose e livros para o Jazz e não poder comprar nada para mim. Eu que não sabia. Quando ele saiu, abri a porta para ,minha mãe e ela sentou na minha cama. Falou que meu pai tinha saído bem chateado e que voltaria com minha bicicleta. Me senti um pouco culpado.

 

‘De repente, o telefone tocou e minha mãe atendeu depressa. Um segundo depois ela estava chorando e eu não entendia nada, mas algo me dizia que era sobre meu pai. E era. Minha mãe nunca me deixou sozinho em casa, –ou qualquer um dos meus irmãos – mesmo eu sendo o mais velho; então ela me levou junto para o hospital. O delegado falou que enquanto ele pagava uma bicicleta na loja, um bandido entrou lá e deu um tiro nele achando que ele era um policial.

 

‘ O tiro era na cabeça, então o medico disse que seriam poucas as chances dele. Minha mãe começou a se desesperar e ligou para meus irmãos, que não demoraram muito para chegar. Ele fez a cirurgia, mas deu uma hemorragia e ele não resistiu. O pior de tudo foi saber que ele tinha ido sem falar comigo...achando que eu estava bravo com ele por causa de uma bicicleta!

 

E agora ele estava chorando, de raiva, tristeza, saudade, tudo. Não me conti e chorei também. Era muito triste a historia e ver ele chorando, – uma cena que particularmente eu achei que nunca veria– foi muito para mim. Me fez lembrar da dor que foi a perda da minha mãe e tudo que eu sofri...

 

Definitivamente me arrependi de ter tocado no assunto.

 

– Desculpe– falei– não sabia que era tão triste, pois se soubesse, eu juro, nem teria tocado no assunto, sei que é difícil falar disso e pa...

 

Ele elevou a cabeça um pouco e me beijou. Mas não foi normal. Era como se ele quisesse esquecer de tudo e de todos, como se fosse só nós dois. Retribui na mesma intenção, afinal, eu queria não ter nunca mais que tocar nesse assunto de novo, ou pior! Fazer Edward chorar.

 

– Não tem que pedir desculpa. Eu tenho que superar isso, e ficaria muito feliz se você me ajudasse. – e deu um sorrisinho. Beijei ele de novo e ele foi para casa.

 

Mais tarde, ouvi meu pai falando com Renee sobre casas e rçamento. Liguei na hora para Edward e contei que eles iam mesmo mudar para uma casa só.


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Notas finais do capítulo

FIM DO CAP 16

Estrelinhas ? genteee vo posta mais devagar agora pq voltei as aulas! bendita gripe!! mas continuem lendo! bjo~*



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