Eu definitivamente sou uma garota briguenta, mas nunca chegou a um ponto tão sério. Deixe-me explicar. Eu caminhava apressada até o vestiário, hoje tinha treino de futebol e eu sou a zagueira, não podia perder. Coloquei meu uniforme e fui correndo até o campo, assim que cheguei me deparei com Emily, à líder de torcida, ela era a maior patricinha viva.

— Olá Clarisse- ela disse e soltou um risinho- seus poros conseguiram ficar ainda maiores hoje, vai entrar pro guiness desse jeito.

— Sua saia está ainda menor, desse jeito vamos ver seu útero- revidei e sai, ela me segurou pelo braço.

— Não te aconselho que se meta com a capitã das lideres de torcida- ela falou sombria e eu ri.

— O que vai fazer? Dar-me suas tapinhas de gueixa? Ou vai pedir pro seu irmãozinho te proteger pra não estragar suas unhas postiças?

O rosto de Emily ficou vermelho de raiva, num piscar de olhos eu estava em cima dela e arranhava seu rosto, no outro algumas garotas me seguravam e a diretora me olhava brava.

— Você vai me pagar por isso La Rue- Emily gritou.

— Você não pode fazer nada contra mim Banks, desista.

— Clarisse, para a minha sala- a diretora, Sra. Berry, disse calma.

Eu me soltei e caminhei até ela, me segurando para não voltar e dar umas belas tapas naquela cara de blush. Eu me sentei em frente à diretora e suspirei.

— Clarisse, o que está acontecendo com você? Brigas, notas baixas, temperamento agressivo. Eu não sei mais o que fazer, te indiquei até um psicólogo! Você faz aulas de todas as lutas possíveis e ainda é assim... Raivosa!

— Ei, não me chame de raivosa!

— Me desculpe, mas eu só quero saber o que está acontecendo Clarisse.

— Diretora, eu entendo que queira me ajudar, mas eu não consigo me controlar!- exclamei.

— Eu preciso ter uma conversa com a sua mãe- ela disse pegando o telefonem eu segurei sua mão.

— Por favor, diretora, minha mãe já está tendo problemas demais com o casamento...

— Então é isso né mocinha? Está tendo problemas na família!- ela adivinhou.

— Talvez sim... – murmurei só pra mim.

A diretora ligou pra minha mãe, não podia acreditar, assim que a ligação terminou ela pegou um monte de papéis, meu histórico. Ela observava com desaprovação e eu já podia imaginar o que vinha depois.

Mamãe chegou e se sentou ao meu lado e não falou nada, apenas me lançou um olhar bravo e desviou, a diretora levantou os olhos da papelada e suspirou.

— Sra. La Rue, tenho a infelicidade de informar que a sua filha foi expulsa.