Sarah escrita por AnaCarol


Capítulo 6
Tristeza repentina


Notas iniciais do capítulo

"These are feelings I've come to expect / Maybe soon I will lay them to rest / Until then I must learn to forget" (Release - Feline)



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  -Oi, Sarah. – Robb se senta em minha frente. Novamente estamos sozinhos na mesa mais isolada das outras. Com um movimento de braço ele desliza meu lanche pela superfície da mesa e o saco marrom chega até mim.

  -Oi. – Cumprimento de volta em um sussurro. Ele me responde com um sorriso piedoso... Pergunto-me se ele parará de me ajudar quando conseguir me recuperar do luto.

  Já faz quase um mês, na verdade.

  Murmuro “obrigada” e encaro o sanduíche, sem mordê-lo. Não conheço a mãe de Robb, mas sei que ela é ótima cozinheira; ainda assim não sinto fome.

  -Tudo bem? – Ele pergunta, me observando com olhos preocupados. – Se não gosta de atum eu posso trocar com você, o meu é de queijo.

  -Estou bem. – Digo rouca, pensando no tanto que um humilde pedaço de atum custa aqui no Distrito 10.

  -Só... Achei que estava muito repetitivo o sanduíche de queijo... – Sua voz vai diminuindo de volume a cada palavra e então ele abaixa a cabeça.

  Penso em agradecê-lo de novo, mas decido ficar quieta. Robb sabe onde eu moro - é visível por minhas roupas e pelo material que uso ser entregue pela prefeitura – e mesmo assim não se contenta em apenas me alimentar; quer me dar luxo.

  Tento sorrir, porém descubro que meu estoque de sorrisos queimou junto com a casa de Alex. Robb não parece se importar; morde mais um pedaço de sua comida me olhando.

  -Come, Sarah... – Ele aconselha delicadamente.

  Um nó se forma em minha garganta e assinto, com os lábios tremendo e prestes a chorar. Ele olha para os lados à procura do motivo, mas o motivo morreu há quase um mês. Meu nome se forma nos lábios de Robb, mas ele não se move até mim.

  -Quer... Hã... Posso fazer alguma coisa pra ajudar?

  Triste, eu nego. O sinal soa no refeitório e todos se levantam com um estrondo. Robb ignora.

  -Vou avisar a professora que você passou mal. – Ele diz. - Vai para casa.

  Obrigo-me a lembrar de todos os olhares curiosos quando cheguei atrasada a aula. Sem pensar em minhas coisas deixadas na sala, aceito sua proposta com um aceno de cabeça.

  -Obrigada... Mesmo. – Digo, já levantando da cadeira e atravessando o salão vazio com os passos ecoando. Ele assente e me espera passar pela porta, para enfim eu conseguir ouvi-lo indo na direção contrária.


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Notas finais do capítulo

PI: Você gosta de sanduíche de Atum?



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