POV (XXX)

Estava a caminho do hotel com o James. Hoje é a nossa última noite aqui em Los Angeles. Estamos a ouvir música e a passar por algumas putas, sinceramente, as gajas que fazem isso, para mim, merecem ser tratadas como lixo... São nojentas.

Assim que nos começámos a aproximas da ponte, vi uma rapariga em cima a ponte, praticamente pronta para saltar. Buzinei várias vezes, mas ela não me ouvia, simplesmente continuava ai com as mãos na cabeça e parecia que estava a gritar.

Parei o carro, saí e tentei correr até ela, mas já era tarde... Ela saltou.

Voltei para o carro ofegante, o James estava a olhar para o telemóvel e a sorrir, provavelmente nem se tinha apercebido do que acabou de acontecer.

-Por que é que saíste do carro assim de repente?

-Chama uma ambulância- eu disse para o James.

-O quê? Para quê?

-Chama a puta de uma ambulância caralho!- já estava irritado pela ignorância dele.

-Ok, ok... Take it easy bro!

Liguei o carro novamente e acelerei até á estrada que estava debaixo da ponte, que era onde a rapariga estava. Quando cheguei lá, ela estava no chão... e uma poça de sangue estava a formar-se em volta do seu corpo.

-A ambulância está a caminho... - eu assenti, mas não olhei para ele. - Meu, por que é que te preocupas? Tu não a conheces de lado nenhum... Ela provavelmente tinha razões para fazer isto. Deixa-a morrer.

Ignorei o James e fiquei a pensar...

Ela é linda, mesmo coberta de sangue...

Como  é que se deve chamar? Victoria? Carolina? Ana?

Tem uma cara angelical, inocente...

O som da ambulância interrompeu os meus pensamentos. Levantei-me e afastei-me um pouco dela... A minha blusa ficou cheia de sangue, mas não me importo.

-O que aconteceu? - uma enfermeira perguntou.

-Ela... Ela... - não consegui responder. Ainda estava em estado de choque.

-Ela saltou da ponte. - o James respondeu por mim ao aperceber-se do meu estado.

Deixei-os fazerem o seu trabalho e quando a puseram na ambulância, voltei a falar.

-Posso ir com ela?

-Só família.

-Eu.. eu sou família... praticamente. - menti. O James olhou para mim com os olhos arregalados.

-És o quê á menina?

-Hmm... Sou namo... irmão dela.

-Está bem, podes vir.

-James, leva o carro. Amanhã falamos. - disse para  James. Ele assentiu e saiu.

Entrei dentro da ambulância e agarrei na mão daquela rapariga.

-Ela vai ficar bem? - perguntei preocupado.

-A pulsação dela está muito, muito fraca... E ela bateu com a cabeça, não há muitas esperanças, mas vamos da o nosso melhor.

Assenti e continuei o resto do caminho em silêncio.