De novo.

A sala estava mais escura e comprida do que a última vez. Reparo que tem alguma coisa na minha cabeça, pois me incomodava um certo peso. Tento mover meus braços, mas não consigo. Como se o meu corpo não respondesse por mais nada.

Logo olho para os meus pés. Estava de salto alto -até que era bonitinho, já que tinha algumas fivelas que prendiam na perna antes de chegar ao joelho. O vestido preto parecia o mesmo do sonho anterior e com alguns babados discretos.

Em seguida olho para frente, querendo observar melhor o local, mas percebo outra coisa na sala comigo.

Na verdade essa coisa era um garoto.

Forço minha visão para poder ver melhor.

Seus cabelos eram engraçados. São arrepiados e misturados por duas cores: vermelho e preto. Os olhos eram escuros, mas suaves. A roupa dele pareciam mais formais que as minhas: ele usa um terno preto giz, a camisa vermelha por baixo tinha dois botões abertos e a gravata preta estava frouxa na gola.

Estiloso.

— Olá? – tentei falar, mas não houve som algum.

Mas o garoto percebeu que também tinha alguém na sala além dele mesmo e abriu a boca, mas não houve ruído algum.

Simplesmente do nada, acabei me levanto, mas não parecia que eu estava controlando o próprio corpo. Quando olhei para o garoto ele também estava de pé.

Como se tudo estivesse sido coreografado andamos em sincronia. Meus pés não falavam por mim e eram delicados a cada passo. Eu chegava cada vez mais perto do garoto e ele de mim.

Quando íamos nos tocar. O chão desabou.

E eu acordo.