A Filha Dos Mundos escrita por Devill666


Capítulo 48
Reencontro ( final)




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Saya pegou na malinha e saíram ambas para a clareira. O dia estava frio, embora não tanto como no Mundo da mãe. No entanto, para a grande surpresa de Saya, as árvores conservavam a folhagem, agora de um verde mais escuro onde brilhavam uma ou outra folha vermelha ou amrela. O chão estava quase totalmente coberto por folhas secas de tons vermelhos e castanhos.

- As árvores de Caladmirion são maravilhosas e não encontrarás outras iguais, mesmo que viajes para além das Heniunel - disse Elianor, olhando à volta - No outono, as folhas mudam do verde para o vermelho, o amrelo e o castanho, e caem. Mas no início do inverno nascem novas folhas de um verde muito escuro. E na primavera essas folhas tornam-se mais claras, matendo a cor até ao final do verão, altura que o ciclo recomeça.

Ficaram um pouco paradas a contemplar a beleza de Caladmirion e a inspirar o seu puro ar.

- Bem - disse por fim Saya - tenho de ir. Esperam-me alguns dias de viagem. Não quer vir comigo, Elianor? Não estou bem certa do caminho que deverei seguir.

- Sim, minha querida, irei contigo. - concordou a fada - Mas não caminharemos. Voaremos, como fadas que somos.

Saya ficou a olhar assustada para Elianor. Nunca, durante toda a sua vida, voara. Não sabia como fazê-lo, nem como abrir as suas asas. Iria doer? Rasgar-lhe-ia a roupa? Ela não sabia e de certo modo tinha medo de tentar. E se não conseguisse? Se não conseguisse então não era uma fada. E se não era uma fada, como também não podia ser uma youkai porque não tinha orelhas pontiagudas, então não pertencia àquele Mundo. E se não pertencia àquele Mundo, não tinha o direito de estar ali ou de ser sua rainha. O que lhe aconteceria? Nunca mais veria Kai... Os pensamentos sucederam-se rapidamente, cada um mais terrível que o anterior e naturalmente sem qualquer razão de ser. Os povos sábios nunca coroariam como a sua rainha alguém que não pertencesse ao seu Mundo.

- Acalma-te, minha querida. Vai correr tudo bem - tranquilizou-a Elianor.

Saya concentrou-se e várias vezes esticou o corpo em direção ao céu, esperando que subitamente ele se elevasse no ar. Mas nada acontecia.

- Minha querida, não tentes voar. Limita-te a fazê-lo - disse Elianor.

Saya inspirou profundamente e mais uma vez tentou voar, mas nada aconteceu. Então chegou u vento vinde de Omnirion que lhe afastou os cabelos e fez esvoaçar a capa. E um único pensamento formou-se na mente de Saya: ir ter com o Kai, precisava de ir ter com ele. Ele esperava-a e ela queria ficar ao lado dele.

Sentiu uma sensação estranha, como se duas flores desabrochassem rapidamente do interior das suas costas. Olhou e viu que um lindíssimo par dourado de asas de borboleta lhe nascia das costas. Tinha conseguido e não doera, nem rasgara as roupas. Elevou-se no ar, seguida de Elianor.

Voar era maravilhoso. Podia ver tudo de uma perpectiva que nunca imaginara ter. Podia roçar nas suaves folhas das altas árvores de Caladmirion e fazer parte da sua música. Sentia-se a cortar o ar frio como se tratasse do próprio vento. As pernas tinham perdido todo o peso. De facto, mal sentia o corpo. Era como se estivesse a navegar num sonho.

Elianor indicava-lhe o caminho e chamava-lhe a atenção para um ou outro obstáculo no caminho que Saya, tão maravilhada e deliiada com a eperiência, mal via.

Voavam rapidamente e ao fim de algumas horas Elianor desceu e parou a meio da estrada de pedrinhas claras por onde Saya tinha viajado com Kagura.

- Deixo-te aqui, Saya. Segue sempre pela estrada e em breve estarás na ponte de pedra branca que atravessa o Enyel - e sem mais uma palavra elevou-se novamente no ar, desaperecendo rapidamente do olhar de Saya.

As asas de Saya desapareceram e ela começou a andar. Não tardou a chegar à bela ponte de pedra branca. E do outro lado, sentado na margem do rio, estava Kai, vestido com roupas brancas onde brilhavam lindíssimos desenhos prateados.

Calmamente, Saya atravessou a ponte, sempre com o olhar fixo na esbelta figura do youkai.

- Kai... - chamou quando chegou ao outro lado da ponte - Regressei.

Ele levantou-se. No seu rosto havia uma expressão de quem vê enfim confirmadas todas as certezas, todos os desejos. E durante alguns encantadores minutos ficaram assim, a comtemplarem-se um ao outro. Até que muito lentamente se aproximaram. As suas mãos uniram-se, os rostos roçaram um no outro, eles inspiraram profundamente, sentido o cheiro um do outro, e por fim beijaram-se longamente como se daquele beijo dependessem as suas vidas.

- O que acontecerá agora, Kai? - perguntou Saya quando finalmente se separaram.

- Regressaremos ambos a Omnirion, onde tu reinarás por muitos e gloriosos anos. Casaremos e um dia teremos filhos - respondeu Kai.

Saya olhou para ele e então uma nova dúvida formou-se.

- Kai, o que serão os nossos filhos? - perguntou.

O youkai riu.

- Tinha-me esquecido de como és hábil a formular questões - disse ainda a rir - Bem, as nossas filhas serão fadas e o nossos filhos serão o que pai é, ou seja, serão youkais porque eu sou um. Respondi à tua pergunta?

Saya riu também.

- Perfeitamente. As nossas filhas serão fadas e o nossos filhos serão youkais. E nós nunca mais nos separaremos.

Kai beijou-a na testa e sorriu.Pertenciam um ao outro e agora eram um só, porque os Elfos, os Youkais e as Fadas têm essa capacidade. Quando amam verdadeiramente, sentem tudo o ue o outro sente, sabem o que lhe está acontecer e como são um só não se podem separar, nem mesmo na morte.

E enquanto caminhavam juntos em direção a Omnirion naquele doce fim de tarde, Saya teve a certeza de que, mesmo que a sombra de Naraku ainda ameaçasse as Terras da Luz, eles seriam certamente mais felizes do que outro ser jamais havido sido.

Saya fora coroada noutro dia. Foi uma cerimónia simples e muito elegante. Aos olhos de Kai nunca houve uma rainha que fosse mais bela que a sua Saya. Ele aproveitou para anunciar o noivado de ambos. Todos os Elfos, Youkais, Fadas, Duendes e Gnomos do palácio trabalharam dia e noite os preparativos para a Cerimónia Real.

O grande dia chegou, levou uma semana inteira a ser preparada, mas finalmente o evento mais esperado de Omnirion iria acontecer. Saya encontrava-se no seu quarto dando os últimos retoques na sua maquilhagem e cabelo. Ela usava um vestido branco com belos e brilhantes efeitos em tons dourados. O seu cabelo foi apanhado num belo coque e a sua maquilhagem era suave e parecia natural. Saya retirou do seu armário uma caixinha de madeira escura com flores douradas pintadas e várias pedrinhas preciosas faziam os olhinhos dessas flores.

Foi até a seu toucador e sentou-se no banquinho. Abriu a caixinha para retirar a touca dourada. Olhou-a e suspirou pesadamente. Revirou os seus belos olhos para o porta retrato existente na mesinha. Pegou-a delicadamente, passou o seu dedo indicador suavemente na imagem do seu pai. Era a foto que trouxera do Mundo da mãe onde estava os seus pais e ela em criança, abraçados uns aos outros sentados no banquinho de baloiço da casa de campo. Tantas recordações que tinha desses dias que passava lá férias. Voltou a suspirar tristemente sem nunca tirar o delicado dedo da figura.

- Gostaria tanto que estivesses aqui meu pai - disse Saya.

- E quem disse que ele não está, minha querida - respondeu uma voz femenina que ela conhecia bem.

Sorriu e virou-se para a fada Elianor que se encontrava-se atrás de si.

- O corpo do nosso jovem rei não está mais entre nós mas a sua alma está. - disse calmamente enquanto andava lentamente na sua direção.

- Eu sei, Elianor. Mas... Eu gostava muito de tê-lo aqui perto de mim neste dia tão importante. Gostaria que fosse ele, que guiasse-me até ao altar. Desde criança que tenho esse sonho, apesar de eu saber que era um sonho impossível. - desabafou Saya com os seus olhos marejados.

- Oh, minha querida - disse a fada colocando as suas mãos em cima dos ombros da sua rainha - Não fiques triste, Saya. Eu sei que ele está a observar-te e muito feliz por ver a sua princesinha crescida e casar-se. Também sei que o teu pai gostaria muito de conduzir-te até ao altar. Não chores. Senão, também vai ficar triste por ver a sua filha a chorar por ele e além disso não vais querer estragar a tua bela maquilhagem!- disse Elianor rindo-se no final.

Saya também riu.

- Sim tens razão como sempre, Elianor. - comentou a Saya colocando a touca dourada.

- Essa touca. Conheço-a bem.

- Foi da minha mãe. Ela contou-me que usou-a no seu casamento. Por isso, também a irei usar no meu. - a noiva falou feliz mas fez uma expressão triste de novo.

- Fazes bem, Saya. Mas pareçe-me que existe algo mais que pertuba o teu coração. Conta. Desabafa todas as tuas tristezas. Hoje é dia de felecidade e não de mágoas. Nunca vi uma noiva tão triste no seu dia como estou a ver a ti minha querida.

Saya levantou-se e foi até à sua janela. Olhou para o jardim e suspirou. Com uma voz rouca de tristeza ela falou por fim.

- Gostaria que a minha mãe também estivesse aqui. Apoiando-me, ajudando-me a arranjar. Como estás a fazer, Elianor.

- Compreendo e quem sabe não está no pensamento. - confortou-a sorrindo por dentro pois sabia que Kai preparou uma surpresa para a sua amada.

Saya olhou para a entrada do palácio e viu Kai nas escadas. Ele também trajava vestes brancas e com efeites dourados. O seu cabelo tinho sido bem apanhado num formal rabo de cavalo. Ele parecia esperar por algo. Logo apareceu uma carruagem imperial dourada com detalhes em vermelho. Era puxada por dois corçéis brancos. De lá de dentro saiu uma figura que Saya indentificou como femenina. Não deu para ver quem era pois a pessoa misteriosa usa uma capa simples azul escura com capuz colocado. Esticou a mão e Kai depositou um beijo.

- Elianor, sabes quem é? - perguntou Saya.

A fada aproximou-se dela e olhou.

- Sei mais ou menos. Só sei que vai ser ela a realizar o teu casamento.

- Hum estranho, Elianor. Porque tanto mistério.

- Ora Saya, ciumes?

- Não, claro que não. Eu conheço bem e sinto os sentimentos que Kai tem por mim. Apenas fiquei curiosa.

- Bom minha querida. Vamos, senão chegamos atrasadas. Um noiva deve atrasar-se mas não muito.

- Sim, de facto.

A cerimónia ia-se realizar ao ar livre, mais precisamente no jardim. Elianor colocou-se ao lado de Kai e sorriu para ele. Saya estava pronta para entrar mas antes teve uma bela surpresa. Os músicos começaram a tocar a marcha nupcial. Eles sabiam a letra e a tocaram pela primeira e última vez no casamento dos seus pais. Sesshoumaru fizera questão de trazer a letra para os seu Mundo.

Saya começou a caminhar lentamente agarrando o seu buquê de rosas brancas. Ela viu que todos do reino estavam ali. Fadas, Elfos, Youkais, Gnomos, Duendes, a Senhora de Névila e as suas sacerdotisas e até Anões, habitantes das montanhas de Heniunel.

Ela olhou para Kai e este tinha um sorriso suave nos lábios. Mas há medida que ela se aproximava dele, Kai aumentava o seu sorriso. Ele era retribuido por um sorriso igual da parte dela. Saya olhou-o e viu duas imagens ao lado do noivo. Ela não queria acreditar. Era Raiden e Tsuki. As suas almas estavam ao lado do filho. Viu outras almas. Valindra, Nessya e Aerzis também estavam lá. Todos estavam lá menos os seus pais.

Saya sentiu um aperto no coração por isso. Estava de novo triste mas não iria demonstrar. Continuou a andar pelo o tapete vermelho e Kai sentiu a tristeza dela. Ele esticou a sua mão e Saya colocou a sua em cima. Logo Kai beijou a mão.

- O que se passa, Saya? - perguntou Kai preocupado pelo o que estava a sentir

- Não se passa nada, Kai. - Saya tentou tranuiliza-lo

- Não é verdade. Eu sinto. Algo se passa no teu coração. Não queres mais casar? É isso?

- Não, Kai, não é isso. Eu quero casar-me contigo e muito mas, estou triste porque queria os meus pais presentes, pelo menos a minha mãe. Eu sei que estou a ser egoísta porque também não tens os teus presentes fisicamente.

- Não estás a ser, Saya. É normal o teu desejo. - disse ele selando os seus lábios aos dela.

- Noivo, ainda não está na hora de beijar a noiva - disse a voz da misteriosa mulher.

- Perdão - disse Kai envergonhado pois a "plateia" ria-se dele.

- Essa voz. Não pode ser! Mãe?!

A mulher retirou o capuz e a capa. E lá estava ela. Era mesmo a Rin. Kai queria fazer uma surpresa e mandara dois soldados buscar a antiga rainha. Saya feliz demais, abraçou a sua mãe.

- Ainda não acredito que estás aqui. - comentou a Saya quando desfizeram-se do abraço.

- É claro que estou aqui. Jamais perdiria o casamento da minha única e estimada filha. Além disso aindo tenho obrigações a fazer neste reino como rainha mãe. Pela a lei serei eu a realizar esta cerimónia - disse a sua mãe soberante.

- A mãe? Irá realizar o meu casamento? - perguntou dando uma pequena risada.

- Claro e olha que eu treinei esta semana toda. Os casamentos devem ser realizados pela a pessoa que tem o cargo mais alto. Um rei ou uma rainha. Mas neste caso será a nova rainha a casar-se então será os antigos reis que irão realizar. E aviso já minha menina, até eu viver não mandarás totalmente. Se eu não concordar com alguma lei ou afim, esta será eliminada automáticamente.

- Está bom, mãe. Eu já percebi.

A cerimónia começou e terminou bem. Foi lindo ver os noivos trocarem as alianças e beijo. Rin olhou para o início do tapete vermelho e viu o seu amado. Sesshoumaru estava lá, sorrindo e com os seus olhos a brilharem de felecidade.

- Será que te lembras do nosso dia, meu amor? - perguntou ela para a Rin

- Foi uns dos dias mais felizes da minha vida. - respondeu a Rin

- Também foi para mim.

- Mãe, estás a falar com quem? - perguntou a Saya.

Rin sorriu para a filha e apontou para o local. Saya olhou e viu o seu pai.

- Pai?! - sussurou para si

- Desejo-te muitas alegrias e felecidades. Que teu reinado seja longo e justo e teu casamento também. Estarei sempre ao teu lado minha princesinha. Amo-te Saya.

- Também amo-te papá - disse emocionada.

A alma de Sesshoumaru antes de ir embora sorriu para a sua deusa mulher mandando um beijo e falando que a amva-a e continuava esperando por ela. Rin fez o mesmo. Lançou-lhe um beijo e um amo-te.

Os convidados e os noivos recém casados dirigiram-se para o salão onde correria a festa. No final do dia Kai e Saya viajaram para a sua lua de mel. Saya nunca estivera em Nielirian, mas podia imaginar a sua beleza e, principalmente, a segurança que oferecia. A viajem estava quase no fim. À sua frente estavam sete gigantescas sequóias, que se perdiam no ar, e três magníficos carvalhos. As árvores formavam um semicírculo que impedia a passagem deles. Mas ninguém fez o menor gesto para as contornar. Em vez disso, os dez cavaleiros que acompanha a carruagem imperial branca, desmontaram e colocaram as suas mãos direitas, abertas, de encontro a cada um dos troncos das dez árvores. Suavemente, os elfos e youkais identificaram-se e murmuram palavras.

- Kai porque simplesmente não da-mos a volta? - perguntou Saya

- Porque meu amor, esta é a entrada para Nielirian.

Lenta e quase imperceptivelmente, as árvores aumentaram o espaço que as separava, de forma a que o grupo pudesse passar. Depois de ultrupassarem o semicírculo de árvores, cavalgaram ainda durante uns minutos. Mas já podiam sentir o ar mais leve a envolvê-los e, ao longe, ouvia-se o som profundo e suave do Uliron, um dos afluentes do Enyel, a cair por entre as montanhas onde Nielirian tinha sido construído.

Quando chegaram, o espanto de Saya foi enorme. A cidade fora construida entre as duas montanhas, nas suas encostas, nas árvores que as recobriam e por cima do Uliron, que corria corria muito lá em baixo, a grande velocidade, por entre as rochas redondas e lisas do seu leito, emitindo suaves gorgolejos. A cidade era grande.

Ao nível do solo as casinhas eram baixas e, tal como o palácio, de pedra branca, mas trabalhada em suaves relevos e imponentes arcadas entrelaçadas. No entanto, Nielirian estendia-se em direção ao céu, pois tinham sido construídos grandes quartos e outra divisões por entre os ramos das árvores mais resistentes. Cada uma destas divisões ocupava uma árvore e algumas estavam ligadas entre si. Para lá chegarem subia-se uma escada de pedra que se enrolava à volta do tronco da árvore sobre a qual a divisão tinha sido construída. As divisões ainda eram feitas de madeira escura mas não muito escura, e eram trabalhadas em relevos assim como as pedras.

Galianar, um elfo amigo de Sesshoumaru e senhor de Nielirian, estava à sua espera.

- Bem vindos a Nielirian, é uma honra ter aqui rainha de Caladmirion e filha de um grande amigo meu. Meu nome é Galianar.

- Honra é toda minha Galianar. - disse Saya - Este lugar é lindo, antes de vir, a minha mãe falou-me um pouco sobre estas terras mas ao vivo pareçe mais surreal. Muito belo e mágico.

- Obrigado minha rainha. Eu lembro da senhora sua mãe. A alteza herdou a beleza dela. - fez uma leve vênia e ouviu alguém a limpar a garganta - Ora Kai não precisas de ficar com ciúmes. Eu sou casado e bem casado. Agora venham que eu os levarei aos seus quartos e mostrarei um pouco desse lugar.

Galianar coduziu o casal ao seu querto. O quarto era uma das maiores divisões e uma das poucas tinham vitrais entre arcadas. Estava decorado com mobília branca. O armário, o toucador e a cadeira de costas altas eram trabalhadas no mesmo estilo de relevos que as paredes. Assim com a cama de casal. Esta tinha uma colcha branca bordada a fio azul escuro. A cadeira e o sofá eram forradas do mesmo tecido. Ainda tinha um baú branco enconstado aos pés da cama e continha duas alfomadas brancas e azul escuro.

- Oh é lindo o nosso quarto - disse Saya espantada

- Que bom que tenhas gostado. Este quarto foi onde os teus pais passaram a sua noite de nupcias. - falou abraçando-a - Há quem diga que foste feita nesta cama.

- Kai?! - Saya ficou corada

- Não precisas de ter vergonha meu amor, pois tenho a intenção de fazer a mesma proeza que o teu pai.

Kai carinhosamente levou-a para a grande cama de casal onde se amaram pela a primeira vez. E ele conseguiu. Nove meses depois Saya deu à luz um menino de olhos verdes e cabelos castanhos de nome Maho e dois anos depois tiveram uma menina de cabelos loiros como o pai e os olhos cor de bronze como a sua mãe. Chamava-se Sui.

Kai e Saya viveram felizes e sem a ameaça da sombra de Naraku. Rin voltou para Omnirion. Viveu lá mais cinco anos e morreu. Foi cremada junto com Sesshoumaru. Finalmente os dois reencontraram e as suas almas voaram livremente pelas as Terras da Luz.

Bons anos depois. Kai e Saya estavam deitados no seu quarto no Palácio do Ouro e do Verde. Saya há muito estava acordada. Kai por fim acordou mal que o seu rosto sentiu os primeiros raios de sol. Ele envolveu-a a sua cintura com um braço e com a mão livre afastou-lhe os cabelos da sua face num gesto doce

- Bom dia - disse ele.

Ela ficou algum tempo a olhá-lo nos olhos, naqueles olhos de um verde líquido brilhante e de uma profundidade repleta de saedoria.

- Kai... O meu tempo chegou ao fim - disse Saya tão suavemente quanto conseguia - Vou morrer.

- Agora? - perguntou Kai, e ela sentiu o braço dele a estreitá-la mais.

 

- Sim. Tive um sonho...

Ele fechou os olhos novamente. Ela sabia que ele não tinha medo, afinal Kai era um youkai. Não, ele estava apenas a despedir-se, a preparar-se.

- Então eu vou contigo, como prometi há tantos anos em Ranthlin, antes de a batalha começar.

E ficaram os dois a olharem-se. Até que, inesperadamente e suavemente, se beijaram, tão profundamente como há mil quinhentos e vinte anos antes, na Grande Floresta, numa noite tépida e clara.

Saya sentiu-se, por fim, a escapar para o ar e, Kai sem separar os seus lábios dos dela, deixou que a sua alma a seguisse, deixando também ele o seu corpo. Os dois foram cremados. O seu povo e filhos agradeceram pelo o reinado de Luz, Sabedoria e de Paz.

FIM


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