Depois de se ter mantido durante algum tempo, a luz branca, tão depressa como surgira, desapareceu. À frente de Kai não havia nada. Naraku e Saya tinham desaperecido. Apenas o Ceptro ainda lá estava, caído junto do tecido que há momentos protegia.

O youkai apressou-se a apanhá-lo e a guardá-lo. Não teve sequer tempo para se perguntar o que acontecera a Saya e se ela ainda estaria viva. Os Magdul atacaram ainda com mais violencia, mas já eram menos do que os Youkais, os Elfos e as Fadas. A luz branca assustara-os de tal maneira que muitos tinham fugido depressa o fizeram, pois o sol começava a erguer-se glorioso no céu, a saudar a vitória do Povo da Luz. E os Trolls, imundas criaturas das trevas, detestavam a luz, o dia e pirncipalmente o sol.

Kai e Kagura abateram ainda muitos guerreiros Magdul. Kagura manejava a arma de dois gumes com movimentos circulares e matava dois e três adversários de cada vez. Kai, rápido e ágil como um gato ( já que ele era um neko youkai), foi abrindo caminho por entre o confuso exercito de Morniran com o comprido punhal. E de súbito encontrou Suresim que, com um movimento brusco da espada, o desarmou. Kai esquivou-se a um novo golpe e ligeiro apanhou o punhal caído. Rodou para se esquivar a outro golpe e fez um corte profundo e largo no pescoço de Suresim, que caiu no chão. Fora vencido.

Não tardou que as hendiondas criaturas fugissem apressadamente. Ilmaran organizou rapidamente os seus homens e estes partiram em perseguição dos Magdul. Nessa longa noite muitos Magdul foram mortos, mas mesmo assim muitos escaparam.

A batalha fora ganha. Ilmaran e os seus homens regressaram vitoriosos. Tinham abatido no minímo mais uma centena de guerreiros Magdul antes mesmo de estes conseguirem chegar à Floresta Queimada. E aí tinham entregue ao fogo sagrado que tudo purifica os imundos corpos. Perto do acampamento foi também feita uma grande fogueira onde os corpos dos inimigos mortos foram queimados. Não havia prisioneiros, pois os Youkais, os Elfos e as Fadas detestam os Magdul e todas as criaturas das trevas e, embora sejam normalmente gente pacifica, quando se confrontavam com eles não os poupam.

Contudo, jaziam muitos Elfos, Fadas e Youkais mortos nos campos Ranthlin. As sacerdotisas de Névila foram levadas de volta para serem sepultadas debaixo da verde relva de Brumívium, porque é assim que as sacerdotisas tratam os mortos. Mas os restantes, elfos e youkais, foram cerimoniosamente entregues ao fogo. E quando os corpos se converteram em cinzas, estas foram calorosamente retiradas da pira onde os corpos tinham ardido e lançadas ao ar. É assim que o Povo da Luz faz; quando a alma voa para longe, finalmente livre de todas as dúvidas e preocupações, as cinzas são enviadas pelos ares para acompanharem a alma na sua aior e derradeira aventura.

De uma forma geral, embora tivessem ganho a batalha, as Fadas, os Youkais e os Elfos estavam tristes. Mas de entre eles o mais triste de todos era Kai, que não sabia o que fazer. Se Saya morrera, então deixaria a sua alma voar para junto da dela. Mas se não morrera...o que lhe acontecera? E o que podia ele fazer para que ela regressasse? Ao ver a grande tristeaza do filho, e temendo que ele acabasse morrer por amor, Raiden ordenou a Kai que regressasse a Omnirion mesmo antes de qualquer outro. Aí devia falar com a sua mãe Tsuki, que sabia aquilo que muitos não sabem e que talvez tivesse uma resposta para as dúvidas e a tristeza. Devia também informar o povo que ficara em Omnirion de tudo o que ocorrera na batalha. Ele, Raiden, regressaria mais terde com todos os outros, quando os feridos estivessem sarados. E assim fez Kai.