A Filha Dos Mundos escrita por Devill666


Capítulo 22
Kagura I




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Saya estava parada a meio de um caminho serpenteante. Numa das extremidades do caminho encontrava-se uma grande cidade, erguida assim do nada, cheia de luzes e de altos prédios. Do outro lado podia ver-se uma floresta, sublime e majestosa nos seus tons de verde, vermelho e dourado.

Sem que ela fizesse fosse o que fosse, a imagem da cidade começou a ficar cada vez mais desfocada e longínqua, enquanto a floresta crescia, mergulhando tudo nos seus magníficos tons. E por fim a cidade desapareceu, perdida algures na imensidão do Universo.

Saya olhou à volta. Estava cercada por aquela floresta que lhe parecia tão familiar. O caminho serpenteava ainda por entre o emaranhado de imponentes árvores. Muito ao longe, um vulto caminhava por entre os lindos tons. Ficou parada a observá-lo e ele. como se tivesse visto que ela o observava, parou também a olhar para ela. Então largou a correr esenfreadamente na direção de Saya e só parou mesmo à sua frente.

Era uma menina de olhos verdes doces que sorria alegremente. A criança afastou os longos cabelos castanhos para trás de uma das orelhas, que era pontiaguada como as do Kai, e abriu os braços para ela.

Saya acordou sobressaltada. Voltara a ter um sonho estranho. Quem era a menina do teu sonho? Uma fada, sem dúvida. Mas porque parecia tão contente ao vê-la? Por razão abria os braços para ela como ela os abrira à mãe no sonho da noite anterior? Não sabia, e para ser sincera também não queria saber. Por um lado ficava com dores de cabeça de tanto procurar uma resposta inacessível para si, por outro lado tinha medo do que essa resposta pudesse significar.

Estava a amanhecer e Saya tinha a certeza de que não lhe seria permetido dormir muito mais. Por isso resolveu levantar-se, arrumar as suas coisas e acordar Kai. Ia ser extremamente divertido acordá-lo.

Levantou-se entusiasmada. Mas Kai não estava deitado, nem arrumar as suas coisas, nem em parte alguma! Para além dela só ali estava uama rapariga de compridos cabelos negros, de olhos vermelhos e toda vestida de azul.

A rapariga avançou para ela a sorrir. Saya recuou. Não sabia quem ela era e o facto do Kai ter desaparecido não lhe agradava absolutamente nada.

- Chayo-gozaima ( bom dia) Saya - disse a rapariga - O meu nome é Kagura e vou ser a tua nova guia e protectora.

- Onde está o Kai?

Kagura encolheu os ombros numa atitude de perfeita indiferença. Mas Saya queria uma resposta e voltou a perguntar onde estava o youkai num tom mais altivo. A rapariga, um pouco relutante acabou por dizer:

- Regressou a Omnirion. Ele sabia que não podia tocar-te, pois sois a nossa rainha, mas mesmo assim fê-lo. Por isso foi mandado regressar e eu fui enviada para te proteger. De facto, eu devia estar contigo desde do início. Mas enfim, ele é o filho de Raiden...

- E o que é que me garante que não estás a mentir?!

- Nada - respondeu a rapariga, enquanto amarrava os longos cabelos e Saya viu que ela era uma youkai - Receio que vás ter de confiar em mim. Além disso, se eu quisesse fazer-te mal, ou se quisesse roubar o Ceptro, não achas que já o poderia ter feito enquanto dormias?

Saya ficou a olhar para ela e teve de reconhecer que ela tinha razão. E depois teve vontade de rir. Eles tinham mandado Kai embora porque ele a beijara. Era a maior idiotice que alguma vez vira!

Sentou-se a comer e olhou para a rapariga que mordiscava um bolo de mel. Tinha um ar simpático, bem mais simpático que o ar jocoso com que inicialmente Kai a olhava sempre que ela colcava uma as suas questões ou fazia uma observação.

- Kagura, posso fazer-te uma pergunta?

- Não vejo por que não

- É impressão minha ou não gostas nem um bocadinho do Kai? - a outra ficou a olhar para ela com um ar esconfiado - Estás à vontade. Eu não vou dizer-lhe.

- Lie, não gosto - olhou para Saya e sorriu amável e divertiamente - Desde pequenos que competimos por tudo e por nada. E ele costuma levar sempre a melhor. E depois olha-me com aquele ar que ele tem de quem está a divertir-se imensamente com o que os outros dizem ou fazem - fez uma imitação caricata da expressão do Kai e ambas riram a grandes gargalhadas.

- É verdade que ele consegue ser extremamente irritante - disse Saya - Mas também consegue ser extramamente simpático

- Bem, talvez tu saibas melhor do que eu. Mas sinceramente acho que com ele isso é impossível.


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