A Filha Dos Mundos escrita por Devill666


Capítulo 21
Casamento (flashbck III)


Notas iniciais do capítulo

este é especial por isso tá um pouco maior e tem imagem



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Estava uma linda manhã. O sol entrava suavemente por entre as cortinas de linho bege, os pássaros chilreavam docemente e as gotas de orvalho insistiam ainda em beijar as folhas e as pétalas, suas eternas namoradas.

Rin acordou cedo, quando a aurora se levantava. Estava um pouco nervosa e tinha uma incómoda dor de barriga que a preocupava ainda mais. Mas supunha que tudo aquilo era normal. Afinal era o dia do seu casamento e era compreensível que estivesse assim.

Aina não tinha a certeza de estar a tomar a decisão certa. Era verdade que gostava dele mais do que gostaria de alguém em toda a sua vida. Mas casar com um youkai! Se não soubesse com todas as partes do seu ser que era verdade, acharia que tinha perdido o juízo. De facto, tinha a certeza de que se alguma vez o dissese a alguém, essa pessoa a acharia oida quanto ela própria se achava, ou mais ainda. Não tinha sido dificil convencer a família de que Sesshoumaru era um vulgar rapaz chinês. Mas a ela não se podia convencer disso... Nunca, de maneira alguma, a sua vida seria normal. Embora Sesshoumaru tivesse nomeado Raiden como regente do seu Mundo, Rin sabia que ele teria de ir lá muitas e diversas vezes. E os seus filhos?! O que lhes aconteceria?

Sesshoumaru tinha-le dito que os seus filhos seriam Fadas e Elfos, Tal como o era Elianor. Mas não era esse o problema. Quando crescessem certamente que ele os queria levar para o seu Mundo. Fiacaria ele sem os seus filhos? Tinha medo e por outro lado queria desesperadamente fazê-lo. E ia sem úvida fazê-lo.

Levantou-se, encheu a banheira com sais e entrou lá dentro. Tomou um banho lento e relaxante. Saiu da banheira, enrolou uma toalha à volta da cabeça e vestiu um roupão de seda vermelha com flores pretas bordadas. Tirou um livro da estante do quarto e sentou-se no parapeito da janela a ler.

A janela do quarto dava para o bosque que existia nas traseiras do enorme casarão dos tios onde já estava a viver há dois meses. Tinham decedido realizar ali o casamento por ser um local sossegado e cheio de vegetação. Para além do bosque, à frente do qual se erguia imponente aqula mansão vermelha, havia um jardim, do qual os tios cuidavam com carinho e sabedoria, e montes repletos de verdejante erva e altas arvores. Era um lugar muito bonito onde Rin passava as férias desde dos sete anos. Além disso, era ali que tinha descoberto o espelho que a transportava para o Mundo de Sesshoumaru ( de facto, pedira o espelho como prenda de casamento `tia e ela dera-lho com a única condição de que não fosse aquela a sua prenda de casamento, porque ao levá-lo até estava a fazer-lhe um favor). Por isso ambos tinham achado que aquele era o lugar ideal para se casarem.

Abriram a porta de repente. Rin espreitou por entre as cortinas para ver quem estava à porta. Era a prima Yumi. Rin e Yumi eram da mesma idade. Em pequenas nunca se tinham dado bem, mas com o tempo o relacionamento melhorara. Iam às compras juntas, conversavam e inevitavelmente discutiam e brigavam. O centro principal dessas brigas era Sesshoumaru, Rin morria de ciúmes dele.

A prima já vestira o comprido e elegante vestido rosa que ambas tinham escolhido. Rin achara que aquela cor suave ficava bem à pele alva e aos cabelos de ouro de Yumi, realçando a sua beleza e dando-lhe um ar suave de deusa. O seu cabelo de estreitas ondas fora preso num rabo de cavalo alto que ajudava à ilusão. Estava muito bonita.

- Mas será possível que te tenhas esquecido que casas hoje?! - perguntou Yumi com uma pontinha de malícia na voz - Já está tudo pronto.

- Caso hoje?! - perguntou Rin a rir - E eu que pensava que tinha sido ontém!

- Rin, a Yumi tem razão - a mãe e a tia acabavam de entrar, seguidas de perto pela a senhora Kaeda - Estás atrasada, mesmo para uma noiva.

Rapidamente Rin saltou do parapeito da janela, arrumou o livro e foi buscar o vestido de noiva. Era um vestido bege, bordado com pequenas flores vermelhas de folhas douradas. O modelo era simples e bonito. Depois de irem a muitas lojas e de terem experimentado muitos vestidos, acabaram por mandar fazê-lo a uma modista. Rin desenhara o vestido e a mãe e a tia tinham se encarregado de comprar os tecidos necessários e encontar os sapatos apropriados. No final, saíra perfeito.

Vestiu-se e calçou os sapatos. Eram uns sapatos simples, da mesma cor do vestido, mas altos de mais. Rin tinha a certeza de que ia ter imensa dificuldade em caminhar com eles. Mas fora o melhor que tinham encontrado para a ocasião.

A tia estava a arrastar a acdeira do toucador para ela se sentar e começarem a arranjar-lhe o cabelo. Yumi, sentada na cama, relatava tudo o que ainda faltava fazer. A mãe abanava-a com um leque enquanto murmurava palavras tranquilizadoras e lhe fazia pequenas carícias. A senhora Kaeda ajudava-a a apertar o vestido e dava um jeitinho aqui e acolá.

Foi meio destes delicados preparos que as primas, filhas da irmã do pai, entraram. Naquele dia seriam as meninas das alianças. Cada uma levaria uma das alianças. Mas Rin recusara-se confiar às pestes as alianças, algo que toda a família, aberta ou secretamente, apoiava. Em vez disso dera-as ao pai para que ele as guardasse até à hora precisa do início da cerimónia.

- O que as pestes querem agora? - perguntou Yumi, que era de todas as pessoas que estavam naquela casa a que tinha menos paciência para elas e para as suas diabruras.

- A Hachi rasgou-me a saia.

- A Megumi abriu a minha almofada das alianças.

A tia e a mãe ergueram imediatamente as cabeças. A tia soltou um gritinho escandalizado. A mãe correu a chamar a cunhada.

-Yoko. Yoko, as tuas filhas estão a destruir a cerimónia e os fatos - chamava a mãe enquanto descia as escadas - Eu já sei que elas são uns demônios e te deixam mal em todo o lado. Mas hoje é o casamento da minha filha e tua sobrinha. Por isso é bom que as controles ou controlo-as eu. Nem que seja à estalada!

E no andar de baixo, em resposta à mãe, ergueu-se a voz embaraçada da Yoko.

- Está bem, está bem. Eu já sei. Não te preocupes. Eu vou controlá-las - no andar de cima, Rin e Yumi desataram a rir - Sim, eu arranjo o vestido e a almofada. Agora vai ajudar a Rin. Não te preocupes, vai correr tudo lindamente.

A mãe subiu as escadas, ainda a praguejar contra as pestes. Naquele dia corria tudo à frente dela se fosse preciso. A sua menina estava prestes a tornar-se uma mulher casada e tudo havia de ser perfeito.

- Vocês as duas - disse apontando para Hachi e Megumi - já lá para baixo. A vossa mãe está à vossa espera. E é bom que hoje não arrenjem mais problemas.

Entrou novamente no quarto e fechou a porta atrás de si. Ficou um bocadinho parada, de olhos fechados, a inspirar e expirar lentamente.

- Pronto. Estamos novamente em paz. Vamos lá tratar do teu cabelo.

Mas a paz não durou muito tempo. Não tinham passado sequer cinco minutos quando bateram à porta. A mãe de Rin lançou ambos os braços ao ar, em sinal de desespero, e foi abrir. Era Sesshoumaru que trazia um ramo de pequeninos botões de rosa vermelhos. A tia repreendeu-o imediatamente, dizendo logo que ver a noiva antes do casamento dava azar, e Yumi cumprimentou-o da maneira habitual, que tanto aborrecia Rin.

- Ohayo jeitoso.

Sesshoumaru também já estava vestido. Rin reparou com agrado que ele tinha tido o cuidado de pentear o cabelo de maneira a não se verem as orelhas pontiagudas. Embora as dele fossem muito mais pequenas do que era habitual nos Youkais e nos Elfos, ea tinha medo que alguém reparasse e estranhasse. Quando tinham decidido viver no Mundo dela, ele abdicara do seu longo cabelo, como todos os Youkais e Elfos usavam, para que tudo parecesse mais normal. Mas mesmo assim teria sempre uma inexplicável auréola de mistério e sabedoria, características dos Youkais, Elfos e Fadas.

Os botões de rosa vermelhos eram para entrançar com o cabelo de Rin. Fora colhê-los precisamente naquele momento para que estivessem frescos e bonitos. Escolhera os vermelhos porque achara que ficava bem com o tom de cabela da Rin e as flores do vestido. A tia e a mãe ergueram uma sobrancelha e quiseram saber como sabia ele que o vetido tinha flores vermelhas bordadas.

- A culpada sou eu - disse Rin, enquanto se interrogava onde fora ele arranjar os botões de rosa.

Sesshoumaru saiu, deixando as flores ao cuidado da mãe e sorrindo suavemente a Rin. A senhora Kaeda entrançou o negro cabelo da Rin com os botõezinhos de rosa, enquanto a tia vasculhava as gavetas do toucador à procura do estojo de maquilahgem.

Quando o cabelo ficou pronto, a tia pintou-lhe os olhos e os lábios, deu-lhe uma corzinha às faces e um jeitinho às sobrancelhas, sempre sob a supervisão da mãe. Entretanto, Yumi foi ao andar de baixo anunciar que a Rin já estava pronta e que se podia começar a cerimónia.

Quem tivesse entrado ali naquele momento pensaria que a casa estava a arder, Tão grande foi a confusão que se gerou. Todos corriam de um lado para o outro. A Yoko a dar as últimas reprimendas às filhas e a subir para ir buscar o chapéu e a carteira. Os amigos a precipitarem-se descontroladamente para a porta. As senhoras a comentarem o quanto Rin se tinha atrasado. O pai a prender as alianças, um tanto ou quanto receoso, nas almofadas da Hachi e da Megumi, a dar um último jeito ao laço e a avisar ao Sesshoumaru pela milionésima e última vez que se ele alguma vez magoasse a sua única filha tinha de se haver com ele.

Mas por fim toda a gente saiu, até mesmo a tia e a Yumi. No hall de entrada ficou apenas o pai com as pestes, à espera da Rin. Fianlmente ela desceu, vestida de bege e vermelho, com um ramo de rosas brancas e vermelhas que repousavam no meio de uma folhagem muito verde.

A mãe saiu para se juntar aos convidados que esperavam a chegada da noiva. E passados alguns minutos também o pai e a Rin saíram, seguidos pelas pestas, que estavam demasiado calmas para o gosta da Rin. A cereminónia realizava-se ao ar livre, no meio da verde erva que rodeava a casa.

Os músicos começaram a tocar com os seus violinos a marcha nupcial. Rin percorreu a passadeira de flores de braço dado com o seu pai. E ao vê-la assim tão elegantemente vestida, sorridente e calma, pareceu a Sesshoumaru que ela era uma deusa mulher, destinada desde o começo dos Mundos a ser rainha do seu Mundo. Assim, no fim daquela fresca manhã e no ínicio aquela doce tarde, Sesshoumaru, rei de Omnirion, desposou Rin.

Rin e Sesshoumaru dançavam tranquilamente uma valsa enquanto mais de metade dos convidados se serviam sofregamente dos variados doces que tinham acabado de ser colocaods nas mesas e as pestes tentavam furiosamente destruir um bonito arranjo de flores. Yumi valsava alegremente pela a pista de dança com um amigo de Rin do qual ainda não tirava os olhos desde que ele chegara ao casarão vermelho. A mãe e a tia conversavam serenamente, sentadas à mesa e com um pratinho do bolo de casamento nas mãos. O pai discutia negócios com um grupo de respeitáveis senhores, no qual se incluía o tio. A Yoko deixara-se cair exausta numa cadeira, demasiado cansada de tentar controlar as duas filhas para continuar de pé.

- Hoje de manhã estava um pouco receosa, mas agora tenho a certeza de que era isto que queria fazer - confessou Rin e soltou um pequeno suspiro - Estou cansada e contente por estar a acabar - concluiu mas Sesshoumaru girou-a ao som da valsa e depois uniu os lábios.

- Oh! Mas ainda não acabou, Rin - disse Sesshoumaru com um pequeno sorriso - Não te esqueças que para a próxima semana temos de voltar a casar, desta vez em Omnirion.

Rin riu alto enquanto Sesshoumaru chegava-a mais para si. E ela soube que a sua vida nunca, nem mesmo por um segundo, seria normal, mas de uma coisa estava certa: seria muito feliz.

Sesshoumaru e Rin se casaram na semana seguinte e tiveram a sua segunda lua de mel na cidade de Nielirian. Situada no meio da floresta, o seu castelo era elevada pelas as árvores. Toda a cidade fora construida em cima dos ramos de gigantescas arvóres. Tão enormes e tão magnificas. Tudo em tons de verde e castanho. Era assim as casas, as decorações e as vestes da população de cinquenta individuos. No fim, o casal voltou para o Mundo dela, para voltar no fim de nove meses para louvar o nascimento da nova princesa de Omnirion, Saya.


Glossário:

Kaeda - empregada da casa dos tios da Rin

Yoko - tia da Rin, irmã do seu pai

Hachi e Megumi - primas da Rin e filhas da Yoko
 


 


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