Com a Bola Toda escrita por Machene


Capítulo 13
No Fio da Navalha


Notas iniciais do capítulo

Aqui é citada uma escola de capoeira chamada "No Fio da Navalha" e ela realmente existe, então não é de minha autoria. Para quem quiser conferir, esse é o blog de onde tirei a informação: http://capoeiranofiodanavalha.blogspot.com.br/.



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Cap. 12

No Fio da Navalha

{Oliver Pov’s/quarta-feira}

Desde a visita do presidente Edward no campo de treino dos futebolistas da Sonore, Kojiro parece diferente. Na verdade, ele já estava estranho quando escutou aquela história do acidente de Braja, com a família Montana. Provavelmente porque o nome do treinador Kelvin foi envolvido e a Natasha não ficaria contente em saber disso, se é que desconhece o caso. Ninguém ligou demais quando a Gabriele aceitou ser dançarina no carro alegórico da Virgem de Ipanema, mas ele sim.

Todos a parabenizaram, inclusive a própria namorada dele indicou a Gabriele para o cargo, sem a menor reclamação, e isso foi bem estranho. Natasha e Gabi se comportavam como amigas e jogaram juntas sem hostilidade. Por que agiam assim? Isso é bom e esquisito. Quanto ao Kojiro... Ele não tem mais ligado. Nenhum de nós recebeu notícias dele desde que saímos da universidade e nem voltamos pra lá porque os treinos dos times Pars e Vita estão encerrados pelo Carnaval.

As garotas se falam com frequência e a Sanae ainda liga pra mim, falando da impaciência e do nervosismo das amigas em aprender os poucos passos coreografados para o desfile. E se estiver certo, devo estar perdidamente apaixonado por ela. Ou mais do que isso: eu a amo.

Juan – Sonhando acordado Romeu? – minhas costas são estapeadas e me viro de lado.

Oliver – Oi Juan. Gino. Não, só estava esperando os outros.

Gino – Com esse sorriso de bobo no rosto? Não pode ser. – eles riem – Quer ver a Sanae?

Oliver – Ok, vocês me pegaram. – suspiro e rio – É verdade. Eu gosto dela.

Juan – E que nível de gostar é esse? – os dois se aproximam ainda mais de mim e não posso evitar ficar encabulado – Um, eu já entendi. Esse aí tá caidinho!

Oliver – Não vão contar pra ela! Eu quero dizer. – eles concordam com as cabeças e riem.

Gino – Nosso Oliver tá crescendo! – os dois me seguram pra me descabelar e acabo rindo ao mesmo tempo – Quer ajuda? Nós podemos falar com os outros. Não que isso seja surpresa...

Oliver – Está tudo bem. – eu me solto e arrumo o cabelo – Quero falar com ela a sós.

Juan – Vamos avisar aos outros pra deixarem vocês dois sozinhos em toda oportunidade.

Gino – E aproveitamos pra passar um tempo com as nossas namoradas também.

Oliver – Ok. – nós rimos de novo e atrás deles aparece o Hikaru.

Hikaru – Eu escutei direito? O Oliver tá apaixonado? – coro novamente – Pela Sanae?

Oliver – É, mas já pedi para ficarem calados. Quero dizer pessoalmente.

Hikaru – Da minha parte você não vai escutar nada. Sinceramente, tenho que admitir... Eu também estou interessado em alguém. – ele abaixa um pouco a cabeça, encabulado – Na Yoshiko.

Oliver – Que bom Hikaru. – os outros pulam sobre ele como fizeram comigo e nós rimos.

Hikaru – O Jun pode até me matar se souber que eu contei pra vocês isso, mas ele gosta da Yayoi. – nós nos entreolhamos e damos de ombros; como se já não fosse óbvio – Vamos dar tempo nos treinos e tentar a sorte com nossa vida amorosa. Quem sabe... – ele se interrompe de repente.

Oliver – Chegaram. – suspiro ao olhar pela janela.

Sanae aparece guiando um grupo de crianças pra fora da limusine preta que foi pegá-los. O motorista estaciona o carro na garagem à esquerda da entrada e os gritos animados dos pequenos já chamou a atenção dos outros jogadores espalhados pela casa. Sanae toca a campainha sem nem notar que eu estava esperando perto da porta, observando da janela esse tempo todo. Carlos anda o caminho do corredor para a sala até girar a maçaneta. As doze crianças sorriem animadas.

Sanae – Oi Carlos. – ela sorri – Chegamos. – ele ri e dá passagem pra todos entrarem – Sua casa é mesmo maravilhosa! Selena não exagerou quando a elogiou.

Carlos – Obrigado. – ri de novo – E, por favor, fiquem a vontade. A casa é de vocês.

Selena – Viu? Eu disse que é fantástico! – segura a mão da Sanae – Vou te mostrar tudo. E você precisa ver a cozinha! É linda! – ela se vira – Ah crianças, eu preparei um bolo. Quem quer? – todos saem correndo atrás das duas e viram a direita no corredor de frente para a porta.

Alan – Sanae não brincou quando disse que são animados! – todos riem.

Depois de um tempo conhecendo as crianças, Sanae acaba me apresentando ao Cauê. Ele se empolga quando o convido pra jogar bola comigo. Mesmo um pouco desajeitado, o garoto é bom e mantem as embaixadinhas por bastante tempo. É como brincar com um futuro craque. E, por uns segundos, consigo pensar em outra coisa. Eu me sinto brincando... Com o meu filho. A alegria do Cauê me passa uma sensação mais familiar. É divertido, engraçado e confortador.

Sanae – Carlos foi gentil em deixa-los passar essa temporada na sua casa. – e este clima de conforto melhora quando estou perto dela.

Oliver – Sim. Ele disse que se a Selena e os outros já estavam passando um tempo aqui, ter os times completos morando juntos não seria problema. – nós rimos – Willem preferiu ficar num hotel, apesar de também ter sido convidado, mas o treinador Mendes está aqui. Saiu há pouco.

Sanae – Ah eu sei. Vindo de carro, nós o vimos na rua a caminho da universidade, indo visitar o treinador Ariga. Eles devem estar ansiosos para passar um tempo juntos, como irmãos.

Oliver – É verdade. E onde está a Gabriele? Molly e Rivaul saíram pra ensaiar.

Sanae – Sim, eles estão juntos. As meninas aceitaram cantar no trio elétrico para animar os foliões antes do desfile da Virgem de Ipanema, mas isso só exige animação. A Molly e o Rivaul se preocupam mais com sua coreografia, que necessita de muita atenção, e a Gabi tá tirando o atraso desses dias, aprendendo a sambar com as dançarinas da escola.

Cauê – A roupa ficou pequena na Gabi. Mamãe precisou arrumar o tamanho da fantasia de novo. Bem aqui. – ele ri e põe as mãos sobre o peito.

Sanae – Já chega Cauê! Vai procurar seus irmãos, que tá na hora do lanche. Vai! – o garoto sai correndo as gargalhadas e eu acabo rindo também, fazendo a Sanae corar – Desculpe.

Oliver – Foi engraçado. – controlo as risadas – Vamos sentar? – aponto com a cabeça para o banco de madeira debaixo da macieira do jardim e nós nos acomodamos – Posso perguntar uma coisa? – ela confirma – Sanae, você me disse que eu sou incrível.

Sanae – É sim. Eu te admiro muito. – sorri – Você mereceu o cargo de capitão.

Oliver – Obrigado. – sorrio de volta, corando, mas sem desviar o olhar – Então... É... Nesse tempo em que nós conversamos por telefone eu tive certeza de uma coisa.

Sanae – O que? – ela parece tão nervosa e encabulada quanto eu.

Oliver – Estou apaixonado por você Sanae. – pego fôlego – Te amo.

Sanae – Oliver... – suspira – É sério? Não é uma brincadeira?

Oliver – E por que eu brincaria com algo assim, Sanae? – rio – Falo a verdade. – ela dá um grande sorriso e me abraça de repente, encostando a cabeça no meu peito.

Sanae – Também te amo! Queria dizer isso quando te encontrasse, mas perdi essa primeira chance na segunda-feira. Fico tão feliz agora! – rio contente e a abraço.

Ela me ama também?! Isso é fantástico! Agora me sinto realizado. O clima estava ótimo, aí eu notei algumas das crianças olhando tudo da porta do jardim e meus amigos escorados no vidro e dando risadas abafadas. Qual dos dois grupos parece mais infantil? Tudo bem, nem ligo. Mais tarde nós descobrimos que Hikaru e Jun conseguiram se confessar também e mais dois casais são formados. Passamos o resto da tarde brincando com os filhos da dona Maria Aparecida.

No fim da noite Molly e Rivaul voltam cansados e são recepcionados com bolinhas de papel. Quase todo mundo resolveu fazer uma guerra na sala. Selena e Carlos descem os degraus e ela os abraça, mas logo é bombardeada por uma chuva de bolinhas de papel e acaba entrando na guerra. Chegada a hora de ir embora, consigo beijar a Sanae nos lábios rapidamente antes dela levar toda a trupe de pequenos e autografo a bola do Cauê. Subo para o meu quarto em seguida.

Benji e Lupita estão bem próximos, sentados no sofá e assistindo TV. Karl e Flora sumiram há algum tempo na cozinha. Pode ser que em breve nós tenhamos mais casais no grupo.

...

Yoshiko – Oliver? – ouço batidas na porta e autorizo a entrada – Ah, me desculpe se estou incomodando, mas a Sanae está aí e quer te ver. – termino de arrumar o cabelo e desvio o olhar do espelho na direção dela, com um sorriso grande.

Oliver – A Sanae? Pode dizer que eu já vou. – Yoshiko sorri e fecha a porta.

Minutos depois estou pronto. É um pouco cedo para ela aparecer, mas não me incomoda. E estava mesmo pensando em vê-la. Desço a escada e encontro todos reunidos na sala. O casarão do Carlos tem espaço de sobra para mais umas trinta pessoas andarem confortavelmente, mas esse aglomerado faz tudo parecer menor. O Roberto e a técnica Emília estão aqui também e aparentam preocupação. Sanae está ao lado deles e seu rosto não muda muito de expressão quando me vê.

Oliver – O que aconteceu? – pergunto e chamo a atenção de todos até Selena, Gisela e Pepe descerem os degraus pouco depois, igualmente confusos pelo silêncio – Por que estão nervosos?

Sanae – Ah Oliver... – ela parece a ponto de chorar – A Gabriele desapareceu!

Pepe – Como é? Mas como assim desapareceu? O que houve?

Emília – É minha culpa! Eu estava ocupada com as fantasias, ajudando a dona Aparecida, e pedi à Sanae que tomasse conta das crianças com Roberto e Mark enquanto Gabriele provava os acessórios da fantasia dela. Fiquei distraída por um segundo, porque Talita me chamou, e ela logo sumiu! – Roberto passa a mão pelos ombros dela.

Roberto – Não foi culpa sua. – ele a conforta como pode para evitar as suas lágrimas.

Gisela – Gabriele nunca esteve no Brasil. Não pode ter ido longe.

Sanae – Eu mostrei a ela a estátua do Cristo Redentor. Fomos com Mark e Talita, mas fora lá a Gabi não esteve mais em lugar algum. Para onde pode ter ido?

Oliver – Vamos acha-la. – também procuro transmitir calma a ela e a todos – Talvez tenha ido visitar algum ponto turístico e se esqueceu de avisar, ou pode estar na Sonore com o Vita.

Sanae – Não está. Já liguei para todas as meninas e ninguém sabe dela.

Roberto – Mark e Talita estão procurando pela cidade, mas nem sinal ainda.

Rivaul – Meu Deus do céu. E na véspera do começo do Carnaval.

Molly – Agora não podemos nos preocupar com o desfile! Gabriele está sozinha num país e numa cidade estranhos! Do jeito que é bonita, coisas ruins podem acontecer!

Hannele – Pare de agourar Molly! Tá deixando todo mundo mais nervoso!

Pierre – Mas isso realmente não faz sentido. Gabriele é inteligente e jamais se perderia fácil em um lugar estranho. Sumir de repente, sem avisar, antes do desfile não é do feitio dela!

Camila – Claro que não! Gabriele não é medrosa! – Deise aparece correndo e pulando dois a dois os degraus da escada, bastante descabelada e nervosa.

Deise – Pessoal. Alguém viu o Ken? Não o encontro em lugar algum! – ela para quando vê a tensão em nossos rostos – Qual o problema? Aconteceu alguma outra coisa?

Lupita – Gabriele desapareceu também e não fazemos a menor ideia de onde ela está.

Deise – Ah meu Deus! – toma fôlego – Mas espera! Então eles estão juntos?!

Misaki – E para onde Ken levaria a Gabriele em pleno Brasil?

Jun – Não teria sido o contrário? – todos o encaramos – A Gabi não teria levado o Ken?

Shingo – Mas acabamos de falar que ela não conhece quase ninguém aqui, ou um lugar.

Leo – Agora que eu me lembro... Talvez tenha um. – ergue um dedo – A cabana na praia do técnico Kira. É onde eles podem ter ido.

Alan – E por que eles teriam ido logo pra lá? Sem avisar ninguém ainda por cima?

Leo – Ontem à noite, antes de irmos dormir, Hannele e eu estávamos conversando e vimos o Ken passar pela sala de jantar, indo até o jardim. – ele olha pra ela, pedindo uma confirmação.

Hannele – Ah, é verdade! Estava sério, nem notou a gente, sentados perto da porta. Tinha alguém no telefone, mas não ouvimos quem era. Ken só balançava a cabeça confirmando algo.

Lui – Podia estar falando com a Gabriele, combinando de saírem.

Elaine – Ainda não entendi o que diabo ela iria querer na cabana do técnico Kira.

Benji – Nós sabemos que ele treinava o Kojiro e o Ken, no falecido time Forni, antes de sair de Silja e ir para Braja com a chegada do Roberto. Mas, antes mesmo disso, Kira morava aqui.

Yayoi – No Brasil?! – as garotas se exaltam – Então o técnico Kira é brasileiro?

Misaki – Um ex-jogador desiludido pelo que sabemos. Há vinte anos, ele enfrentou o time da Inglaterra e perdeu a partida. Eles têm um futebol violento e acabaram com o sonho do técnico Kira de ser reconhecido internacionalmente. Depois disso, comprou a cabana e treinou jogadores.

Hikaru – Ele nunca deixou ninguém chegar perto do campo quando o seu time treina. Não há registros sobre os seus métodos de treino, mas em vários depoimentos de entrevistas passadas declarou que pretende ensinar aos jogadores da nova geração um futebol agressivo. Para ele tudo se resume ao ataque. E essa semente foi plantada no Kojiro.

Yoshiko – Para mim isso faz todo o sentido do mundo. – suas amigas suspiram igualmente aborrecidas, com certeza pela briga dele com a Gabriele.

Jun – O técnico Kira deve ter mantido a cabana na praia. Mas nós só sabemos dela porque Kojiro e Ken nos contaram. Eu não faço a menor ideia de onde fica.

Jamile – Ken não atende o celular Deise? Você já tentou ligar?

Deise – Claro que sim, várias vezes! Está fora de área. Seja onde for essa cabana, é longe.

Roberto – Eu posso perguntar ao presidente sobre a localização de alguma residência perto do mar. Não devem existir tantas casas na praia aqui.

Leo – No Rio de Janeiro? Claro que há! Mas essa cabana precisa ser próxima da cidade.

Carlos – Sim, claro. Ele pode estar treinando Kojiro lá, longe do Kelvin, o Filiam e o Fever.

Selena – Se é um local secreto de treinamento, mais um motivo para Ken e Gabriele ficarem longe! Aqueles dois não deixariam eles se aproximarem, mesmo Ken sendo antigo pupilo do Kira.

Pepe – Ela pode ter ido escondido com ele. – nós o encaramos – É só uma hipótese!

Gisela – Mas faz sentido. Kojiro está desaparecido faz um tempo. Mesmo o Filiam e o Fever retornando ao hotel onde eles estão hospedados toda a noite, segundo os jornais, ele não aparece.

Oliver – Kojiro também não tem me ligado. – anuncio – Deve estar morando com o Kira.

Anastásia – Gabi não se sujeitaria a uma mera espionagem por causa de um treino.

Pierre – Mas e se ela só quiser ver o Kojiro? – uns segundos de silêncio e alguns riem.

Flora – Fala sério! – ela é uma das que está rindo – Gabriele com saudade do Kojiro?

Karl – Isso seria mesmo pouco provável. – ele limpa uma lágrima – Prefiro a outra teoria.

Sanae – Gabi parecia balançada em fazer as pazes com ele. – a declaração da Sanae deixa os risonhos inquietos – E se o próprio Kojiro pediu ao Ken pra chamar ela?

Inara – Ah Sanae, você acha mesmo que o tigre rabugento mandou os dois esconderem isso de todo mundo, arriscando receber uma senhora punição do técnico, apenas pra pedir perdão?

Alan – Não faz o estilo do Kojiro, mas independente do motivo eles podem mesmo estar lá.

Emília – Sim, você tem razão. Precisamos agir de alguma forma. Tentem ligar para os dois! – um a um nós tentamos e nada de algum deles responder.

Brigite – Se está fora de área, o importante agora é descobrir onde é a cabana do técnico.

Natália – O que sugere? Vamos ficar de tocaia esperando a Natasha pra emboscá-la e pedir calmamente que nos conte onde fica? – todos olham surpresos para ela – Tive uma ideia genial!

Gino – Teve mesmo. Mas a Natasha nos contaria de bom grado? Pode querer algo em troca da informação, isso se souber a localização da cabana!

Molly – Com certeza ela sabe! E mesmo se não quiser contar, arrancamos isso pela força!

Rivaul – Vocês são mesmo assustadoras quando se empolgam! – as meninas riem.

Roberto – Eu posso conseguir mais fácil a informação com o presidente Edward.

Oliver – Melhor não Roberto. Senão, os repórteres podem ser acionados.

Emília – É verdade. Eles estão sempre de tocaia, esperando alguma notícia inusitada.

Yayoi – Então, se todos nós formos atrás da Natasha no hotel vão suspeitar.

Hikaru – Ela está mesmo no hotel? O Fever pode estar treinando agora.

Yoshiko – Não, ela está lá, assim como todos os outros. A Talita nos avisou de manhã que o treinador Kelvin dispensou os times dos treinos por hoje, mas, segundo a dona Milena, a Natasha confirmou: o Kojiro não está com eles. Soubemos disso pouco antes da Gabi sumir.

Lupita – Sendo assim, eu posso ir com a Talita até o hotel para falar com a Natasha.

Benji – Melhor pedir que ela saia e se encontre com vocês num lugar longe dos repórteres.

Pepe – Difícil. Eles estão em todos os lugares! – nós rimos.

Pierre – Para todos os efeitos, Gabriele e Ken não desapareceram! Precisamos agir como se nada tivesse acontecido, ou vão acabar suspeitando.

Anastásia – Tem razão. Vamos fazer um último ensaio para o show antes do desfile?

Sanae – O vizinho das crianças, Pedro, tem uma apresentação à tarde e eu prometi assistir.

Oliver – Ah, aquele amigo do Cauê? – ela sorri e confirma – Que apresentação?

Sanae - Da Casa de Capoeira Angola, "No Fio da Navalha". É uma escola de capoeira.

Elaine – É uma dança negra do Brasil, certo?! – Sanae dá de ombros.

Sanae – É o que eu entendi. De qualquer forma, não posso ficar muito tempo.

Natália – Ah não, isso eu tenho que ver! Por que não assistimos a apresentação?

Gino – Parece divertido. Podemos ir Sanae? – ela sorri.

Sanae – Não vejo por que não. Pedrinho vai gostar de ver todos lá. E as crianças vão.

Juan – Então pronto: Lupita e Talita vão atrás da Natasha e nós despistamos os repórteres!

Brigite – Sei... Você quer é sair pra se divertir, isso sim! – alguns riem quando Juan torce o nariz, mas ele acaba rindo junto – Se Gabi e Ken estiverem mesmo com o Kojiro, o que faremos?

Inara – Serão trazidos de volta, é óbvio! Eles não devem estar fazendo nada de mais, apenas conversando. A Gabi bem deve ter tido curiosidade em ver o treino do Kojiro.

Oliver – E pensando bem... – começo antes de me dar conta – Ele foi até a sala do treinador Ariga quando o senhor Mendes e eu estávamos na sala, na segunda-feira. Estava interessado nos métodos de treino dele e no rendimento físico da Gabriele. – alguns se entreolham.

Karl – Muito esquisito... Você perguntou a ele qual era o interesse nisso?

Oliver – O próprio senhor Ariga perguntou e o Kojiro disse que era pura curiosidade.

Alan – Os dois têm o lado direito do corpo mais desenvolvido em relação ao esquerdo.

Juan – É. Com o treinador Max, eles quase faziam uma competição para ver quem evoluía a uma velocidade mais rápida. Mas o Kojiro é quem tinha pior rendimento físico.

Jun – Ainda sim isso me parece estranho. Por que ele tem se interessado tanto pela Gabi?

Lui – Só pode estar apaixonado! – todos riem, até Roberto e Emília – Pago pra ver!

Flora – Espero ser isso mesmo, do contrário vou marcar meu pé no traseiro do seu capitão!

Misaki – Tá bom, vamos com calma! É melhor nos ocuparmos antes que fique tarde.

Roberto – Antes que eu me esqueça, os presidentes fizeram uma reunião esta manhã, com a intenção de mudar esse cronograma do programa de intercâmbio agora que a Gabriele aceitou ser capitã do time Vita. Sanae vai voltar para Jyrdan quando o Carnaval acabar. – ela confirma e não consigo conter um sorriso – O presidente Carlo Monetti ainda está na universidade Sonore. Vou me reunir com Emília para ver Katagiri antes da viajem dos dois de volta para Braja.

Oliver – Eu vou junto Roberto. Quero conversar com o treinador Ariga e o senhor Mendes.

Logo Roberto entra no seu carro com a Emília e eu aproveito a carona. Chegando a Sonore, vou ao andar de cima, mas paro antes do corredor dos troféus quando escuto alguém discutindo.

– Isso é inaceitável Carlo! – é o senhor Masanttini – Como você pôde chantagear o Kojiro e mandar que espione a Gabriele?! Pretende destruí-la apenas para ganhar fama? Ridículo!

Oliver – Espionar? – sussurro – Destruir? Oh não!... Kojiro nos traiu? Gabi corre perigo!

Continua...


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