Bill

Fiquei as duas últimas semanas pensando em Hayley sem parar. Tentava ligar para ela, mas ela não me atendia. Procurei o tal apartamento de Kate, mas infelizmente quando cheguei lá já era tarde.

-         A Hayley foi embora faz dois dias. – Disse Kate com a cara de sono me pedindo para entrar.

-         Por quê ela não se despediu pelo menos?

-         Olha Bill, cara, eu nem acredito que estou com Bill Kaulitz sentado no meu humilde sofá. – Desabafou balançando a cabeça negativamente como se aquilo fosse uma ilusão. – Eu não sei o que aconteceu naquela noite do blackout, mas Hayley ficou deprê nessas últimas duas semanas e quando eu perguntava ela só falou que foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela, mas que a realidade a chamava. Ela fez o segundo show e antecipou a viagem de volta, e foi embora antes de ontem, era para ela ir no sábado. Você falou alguma coisa pra ela que a chateou?

-         Eu disse que estava apaixonado por ela.

-         Ai caralho!! Jura?? Ai que lindo...cara como você é lindo.... mas você falou isso mesmo?

-         Falei, fui sincero, me apaixonei por ela. Eu quero falar com ela Kate, preciso falar com ela. Você sabe o telefone dela nos estados Unidos? No celular ela não me atende de jeito nenhum.

-         Aiii você ta mesmo sofrendinho por ela... e aquela idiota sortuda, não sabe quantas meninas doariam um órgão para ouvir eu te amo de Bill Kaulitz. -  Ela falava de uma maneira tão natural e como se eu não estivesse presente, mas aquilo estava começando a me assustar. E acho que a expressão do meu rosto revelou o meu pensamento, pois ela logo viu que estava falando como uma psicopata.

-         Ai desculpa Bill, mas é que essa noite do blackout mudou o ciclo de rotação da terra e da minha cabeça. Isso é perfeito, vocês são lindos demais juntos, seriam o casal perfeito. Bom, eu vou te dar o número da casa dela, mas acho difícil você encontrar ela lá porque ela vai fazer shows durante o resto do verão por todo o país.

-         Não importa, eu só quero falar com ela.

Hay

Era estranho estar de volta, mas estava mais feliz do que estava na Alemanha. Eu não estava acreditando que estava apaixonada por um cara que conheci em um dia, mas estava. Mas agora não teria mais problemas com isso. Ele estava à milhas de distância e com a agenda da banda lotada não teria tempo para pensar nele... mentira! Se eu tivesse um segundo da minha mente desocupada, era nele que eu estava pensando.

Cheguei em casa, abracei minha mãe e até senti vontade de chorar, mas me segurei. Fui tomar banho, um banho demorado e me troquei lentamente m deitando na cama, sentindo um cheirinho do meu travesseiro. Não havia nada como o cheiro reconfortante do meu lar. O silêncio era apaisiguador, mas me fazia lembrar dele. Olhava para o teto, olhei para o lado da minha cama e era como se o visse sorrindo quando eu acordei ao lado dele no hotel. Uma lágrima desceu involuntariamente em meu rosto, e fiz questão de enxugá-la e me advertir.

-         Hayley pára! Você não ama aquele moleque, ele já deve ter colocado mais 5 garotas naquele quarto só nesse tempo. – falei para mim mesma. – Não... ele não colocou... droga!! – Xinguei jogando o travesseiro longe deitando de lado na cama, chorando agora.

Fiquei ali por uma hora, meu rosto estava inchado com certeza, e mesmo acordada parecia que estava dormindo de olhos abetos, até que fui despertada por minha mãe gritando do andar de baixo.

-         Hayley, telefone filha.

-         Eu atendo aqui em cima mãe. – Falei alto, mas com a voz fraca. Ainda deitada peguei o travesseiro que estava no chão e me esticando para pegar o telefone em formato de um hambúrguer tirei com dificuldade do gancho, acomodando o travesseiro em minha cabeça falei com a voz chorosa e abafada:

-         Alô?

-         Hallo? Hayley?