—Fabian, você é demais. – Sirius dizia rindo escandalosamente junto ao homem enrolado na manta – Mas continue a história.

Depostos ao redor da mesa, Sirius, o stripper policial, que descobriram se chamar Fabian, James e o stripper bombeiro, esse era Gideon, conversavam animadamente sobre as “aventuras” de trabalho que Fabian havia passado.

—Apesar de minha mãe querer que eu fosse policial eu sempre quis me tornar massagista, você ganha dinheiro pra ficar batendo as mãos nas costas das pessoas, tem algo mais fácil? – olhou significativamente para o moreno que assentia encantado – Até que achei algo mais fácil ainda, e eu ainda me visto de policial, exatamente o que minha mãe queria.

—Você é um gênio de unir o útil ao agradável.

—Nada, você também tem potencial meu amigo.

—Tem vaga para mais um aonde vocês trabalham? – questionou reprimindo um sorriso

—Sempre tem espaço para mais um. – Gideon piscou rindo

—Jura? – logo o sorriso malicioso habitual se abriu no rosto do moreno – Marlene, o que achar de eu entrar no ramo do strip-tease? Eu iria me sair bem?

Entretida em sua conversa com Alice, a mulher virou em direção a Sirius processando a pergunta junto ao sorriso malicioso dele, por fim lançou um olhar indiferente.

—Use sua única habilidade como meio de trabalho.

Risadas preencheram a sala, inclusive vindas do próprio Sirius.

—Eu não gostaria de estar em uma despedida de solteiro e ver Sirius saindo de um bolo sem camisa. – Alice divagou com uma careta

—Alguma vez Sirius já tentou essa façanha Marlene?

Revirando os olhos, Marlene bufou.

—James você realmente acha que se Black saísse sem camisa de dentro de um bolo eu não iria fotografar?

—Isso é coisa para crianças como você James, eu uso de instrumentos... Diferentes. – fez uma pausa rindo em seguida

—Adoraríamos saber que instrumentos são esses. – Alice pediu levando um tapa da amiga

Para a salvação de Marlene, a voz de Dorcas interrompeu a possível invasão de privacidade que ocorreria ali. Ela e Lupin seguravam duas bandejas as quais colocaram sobre a mesa.

—Vocês não pediram, mas fizemos chocolate quente.

Imediatamente as três garotas se levantaram para buscar uma xícara, tendo Alice pego uma para Frank que permanecia deitado.

—Sobre o que estavam falando tão animados?

—Ah Remus, estávamos falando sobre os instrumentos que Sirius usa com Marlene. – James disse com um sorriso maroto que passou a ser visto também no rosto de Lupin

—Podem continuar, esse assunto parece bem interessante.

—Rem não está mentindo, aliás, fiquei curiosa também. – a loira comentou indo sentar ao lado de Lily, que ate agora havia permanecido calada próxima a fogueira.

—Eu sou a única que acho esse assunto desnecessário?

—Você é muito sem graça Sra. Potter, estamos tentando envergonhar a Marlenezinha aqui. – Alice riu bagunçando o cabelo da mesma

—Se Frank não estivesse tão mal eu faria o mesmo. – Marlene revirou os olhos – E você Black, se abrir a boca já sabe que nunca mais vai ter chance de usar seus instrumentos nem comigo nem com outra.

Em resposta, o homem ergueu os braços em sinal de rendição, porém ainda sorrindo.

O clima de brincadeira foi interrompido quando um toque soou, despertando a atenção de todos na sala.

—Alô?

Gideon tateou o bolso puxando o celular que estava com ele e atendeu, ficou uns minutos apenas afirmando em compreensão até que desligou o aparelho recolocando no bolso.

—Precisamos ir, o ônibus já foi consertado.

—Mas já? – Sirius lamentou – Precisamos marcar de nos ver de novo, qual o telefone de vocês?

Enquanto Gideon anotava em um papel seu telefone e o de Fabian, esse conversava com James.

—Até qualquer dia.

—Com certeza, precisamos marcar de ver um jogo do Arsenal juntos.

—O Fabian vai com você no jogo, mas estaremos na plateia do Chelsea para quando ele mudar de ideia.

—Ah cale a boca Remus!

Após a saída dos strippers, os oito ficaram sozinhos na casa. Estavam espalhados pela sala em frente à fogueira que haviam acendido há pouco, conversavam animadamente sobre coisas banais e lembranças que valiam a pena serem ressuscitadas.

—Quem lembra quando James levou uma bolada na cara durante o queimado porque estava distraído com Lily? – Remus comentou.

—E o dia em que Lily jogou suco na cara de James? – Marlene ria sem parar – Sinceramente, não acredito ainda que irão se casar.

—Para mim o melhor desses momentos foi quando ela aceitou sair comigo pela primeira vez. – o garoto murmurou sonhador apertando mais ainda a ruiva em um abraço. –Eu jurava que ela pegaria aqueles lírios e os enfiaria em um lugar o qual eu nunca me recuperaria. – ele complementou provocando gargalhadas pela sala, e acabou levando um leve tapa em seu braço.

—Eu admito que você me impressionou, mas aceitei sair com você também por pena, poxa eu o esnobava a anos!

—É isso Lily Evans? Nosso casamento será baseado na sua pena? – ele perguntou ofendido

—Você sabe que eu te amo. – ela sorriu marota abraçando James, havia aprendido com um dos mestres.

—Vocês dois são tão fofos juntos. – Dorcas suspirou romântica – É muito lindo de se ver.

—Dory, guarde um pouco da admiração para o meu futuro casamento, por favor. – Alice pediu a garota fazendo com que todos rissem, ela estava deitada no sofá com Frank, que aos poucos se sentia melhor. Em seu subconsciente, o garoto sabia que a presença de Alice ajudava e muito em sua melhora.

—Eu e James vamos nos casar, Alice e Frank vão morar juntos, e vocês quatro o que vão fazer?

—Bom Lils, também pretendo um dia me casar com Dory. – Remus sorriu timidamente acariciando a mão de Dorcas, que estava sentada ao seu lado.

—Isso foi um pedido? – James perguntou sorrindo torto

—Talvez. – Lupin respondeu fazendo com que Dorcas sorrisse abertamente

—Parem com isso, essa melação de todos vocês me deixa melosa também. – a morena disse fazendo uma careta

—Não fuja do assunto, o que você e Sirius farão? – Lily interrompeu curiosa

—Eu vou me formar na faculdade, ter um emprego e essas coisas. Sirius eu já não sei.

—Pare de dar uma de espertinha Marlene! O que farão juntos? – perguntou novamente, dessa vez de forma incisiva.

Sirius se virou para observar Marlene, que também passou a encará-lo, dando um sorriso fraco em resposta.

—Na realidade, não penso muito no que vamos fazer. – ela riu baixinho – Casar igual a vocês com certeza não.

—Vocês primeiramente poderiam assumir que se gostam.

—Dorcas, o filtro do bom senso. – Alice avisou

—Estou falando a verdade, se assumissem que gostam um do outro, talvez tivessem ideia do que fazer.

—Pelo menos nós sabemos que não desgostamos um do outro, é um ponto. – Sirius respondeu – E porque admitir algo óbvio?

—Exato. – a morena concordou

—E quem disse que não sabemos o que fazer?

—É. – concordou novamente, porém parou para questionar – O que?

—Eu e Marlene vamos nos formar e viajar pelo mundo.

—Vamos?

—Bom, eu ia te propor isso, mas a intrometida da Dorcas fez com que eu dissesse o plano antes do tempo. – o homem passou as mãos pelo cabelo nervosamente

—Não se casem em Vegas, por favor. – Alice pediu – Quero ver quando isso acontecer.

—Quando acontecer você verá.

—Sirius! – Frank exclamou com sua voz ainda rouca

—Como assim quando acontecer? – James pulou empolgado

—Vai acontecer? – Lily complementou

—Porque não?

Naquele momento a sala se manteve em silêncio com os olhos no homem, até mesmo Marlene o fitava atônita.

—Porque, bom porque você é você! – Remus justificou confuso

—Ei! Como eu disse, eu não desgosto de Marlene.

—Acho que vou chorar, não pensei que viveria para ver Sirius Black admitindo que vai se casar um dia. – Dorcas enxugou os olhos brincalhona – Isso merece um brinde.

Levantando-se, a loira subiu em uma poltrona e ergueu sua caneca com chocolate, posicionou-se de forma teatral e então começou um discurso.

—Estou ansiosa pelo casamento de Lily e James, quero que tenham muitos filhos para eu cuidar.

—Vamos nos casar amanhã Dorcas, nem pense em filhos. – James interrompeu rindo

—Posso continuar Sr. Potter? – lançou um falso olhar irritado para o homem e seguiu falando – Serei a primeira a ir à casa nova de Frank e Alice – olhou para o casal sorrindo - e absolutamente vou fazer questão de relembrar a Sirius que ele deve dizer que gosta de Marlene, e o mesmo para ela. – em sincronia os dois reviraram os olhos pela insistência da loira

—Não está esquecendo algo? – Remus indicou e levantou sua caneca – E hoje as meninas aprenderam uma lição muito importante, não se deve chamar strippers para as despedidas de solteiro e elas não farão isso de novo.

Erguendo as canecas junto a Remus, todos gritaram e riram como faziam nos acampamentos da escola.

Foi nesse momento o qual James teve a percepção do porque os Marotos não acabariam, eram esses momentos que faziam o grupo eterno, mesmo separados essas lembranças seriam inesquecíveis para todos ali. No dia seguinte ele se casaria com a mulher que amava, e isso não impediria que continuasse ao lado de seus melhores amigos e das garotas com quem ele mais se divertia em sua vida.

Inesperadamente, Lily o abraçou sorrindo e exclamou quase como que lendo seus pensamentos.

—Um brinde, a amizade de todos nós.