A Marota- Caroline Caldin escrita por Lady Cinis


Capítulo 107
Momentos!


Notas iniciais do capítulo

*Lumus!
*Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.
Ola meus lindos leitores, aqui estou eu de volta, mais rápido do que o esperado, mas muito feliz de postar, ficou um capítulo leve, mas pesado, ele tem muitos altos e baixos, vamos dizer assim.
Queria agradecer a MrsHoran e a Coruja Laranja pelos comentários no último capítulo, vocês são uns amores, considero vocês pacas hahahha. Também queria agradecer a AndryRoco (MrsHoran) pela recomendação, eu amei, tive um leve surto lendo-a, é muito bom saber que assim como eu tiveram leitoras que acompanham a Carol a tempos, viu toda a sua evolução e a minha evolução, e sobre isso não ainda não consigo acreditar, parece que foi ontem que comecei a escrever A Marota, mas já faz 6 anos, é uma coisa meio doida de se pensar.
Mas vou parar de enrolar e deixar vocês lerem o capítulo, espero que gostem, se divirtam.
Boa leitura.
Ps: Capítulo sujeito a desconforto, menção a bullying e suicídio, leiam com calma e preparem o psicologo, já peço desculpas se alguém se sentir desconfortável, mas acima de tudo eu acho muito importante falar que isso (bullying) não é aceitável e pode trazer grandes consequências.



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P. D. V. Carol

Hoje já era quarta-feira, o final de semana passou num piscar de olhos, e justo hoje que estava morrendo de sono, teria aula de astronomia a noite, e eu nem sei por que eu estava com tanto sono, já que dormi a hora normal, mas acordei super cansada, estava dormindo em pé, se eu me encostasse numa parede era provável dormir em pé.

— Caroline Caldin, está ouvindo? - Falou um Jay estralando os dedos na minha frente.

— O que? Desculpe, Jay, estava pensando. - Falei o olhando, eu por um momento dormi enquanto comia.

— Você está bem, Carol? Parece estar distraída. - Falou Remo me olhando atentamente.

— Eu estou com sono, não é nada demais. - Falei sorrindo.

— Com sono? Por quê? Não dormiu direito? - Perguntou Six.

— Dormi, não sei por que estou com sono. - Falei sorrindo para ele.

— Sonhou com o que? - Perguntou sem demonstrar na voz que estava preocupado, mas seus olhos diziam o contrário.

— Eu não sei, não me lembro. - Respondi e ele me olhou duvidando. - É sério, eu não lembro. - Falei e lhe dei um selinho, então ele finalmente aceita o que eu falei e voltamos a comer.

Algumas horas depois...

P. D. V. Six

A Carol ficou o dia inteiro dormindo em pé, e depois que as aulas terminaram ela subiu no seu quarto para dormir um pouco, ela não queria muito, mas eu insisti tanto que ela aceitou me chamando de chato cabeça dura, eu só ri, quando eu quero sou muito, sou insuportável. Agora estavam Pontas, Lily e eu sentados no sofá, enquanto Aluado e Rabicho estavam sentados num puff e Frank e Alice sentados na poltrona.

— Meninas, por acaso a Carol contou para vocês o que aconteceu de noite e não quer nos contar? - Perguntou Pontas abraçando a Lily.

— Não, ela não falou nada. - Respondeu Lily, mas ele a olhou duvidando.

— É verdade, Jay, ela só falou que estava com sono quando acordou, que parecia que não tinha descansado nada, mesmo dormindo a noite inteira. - Falou Alice.

— Mas... - Falou Lily e parou como se tivesse pensando se deveria contar.

— Pode continuar Lilian Evans. - Falou Pontas a olhando e ela suspirou.

— Já faz uns dias que ela não tem dormido direito, como eu acordo antes de todas eu as vejo dormir, e já faz uns dias que a Carol ou está muito agitada dormindo ou toda encolhida e tensa. - Falou com pesar.

— Verdade, ontem mesmo eu acordei no meio da noite e ela estava toda encolhida como se estivesse se escondendo e gemendo de dor. - Falou Alice triste e preocupada.

— Ela não falou nada para vocês sobre isso? - Perguntou Aluado também preocupado.

— Não, ela falou que não tinha sonhado com nada, e se tivesse não se lembrava. - Falou Lily.

— Será que ela está escondendo alguma coisa da gente? - Perguntou Frank, eu não aguento mais, se ela estiver escondendo alguma coisa, ela vai me falar agora, e pensando nisso levantei do sofá num pulo.

— Onde vai Almofadinhas? - Perguntou Pontas me olhando.

— Revolver uma coisa. - Falei seguindo para as escadas as subindo de dois em dois degraus e em pouquíssimo tempo já estava no quarto com minha vassoura na mão.

Eu iria para o quarto da Carol, tinha que conversar com ela seriamente, mas não a acordaria, só se ela não estivesse dormindo muito bem. Subi na vassoura e voei até a janela do quarto da Carol, que estava destrancada, então entrei sem problema. Depois que deixei a vassoura no chão segui para perto da cama da Carol, onde ela estava deitada de olhos fechados, mas assim que me aproximei ela abriu um olho e me olhou.

— Ah é você, estava pensando que era coisa da minha cabeça. - Falou sentando coçando os olhos.

— Eu te acordei? - Perguntei sentando no seu lado a olhando.

— Não, não consegui dormir. - Falou e me olhou sorrindo, mas eu ainda estava com o que as meninas falaram lá embaixo na cabeça, então ela me olhou preocupada. - O que foi? Você está sério. Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu. - Falei e ela me olhou esperando-me continuar. - Você não está mentindo ou omitindo com o que você está sonhando, não é? Se você não quiser contar tudo bem, mas não mente para mim falando que não lembra.

— Não estou mentindo, eu realmente não lembro. - Falou para mim.

— As meninas falaram que já faz uns dias que você não está dormindo bem, você realmente não lembra de ter sonhado com nada nesses últimos dias?

— Não lembro, eu durmo como pedra, mas não sei por que não consigo descansar, as meninas me falaram sobre isso, já me perguntaram umas dez vezes, mas eu realmente não sei, deve ser muita coisa na cabeça, mas ao mesmo tempo eu não faço ideia o que está pesando. - Falou suspirando cansada.

— Acredito em você. - Falei e a abracei, ela apoiou sua cabeça no meu ombro. - Mas você me promete que quando descobrir o que está acontecendo ou se tiver algum sonho ruim você me conta?

— Eu já não te prometi isso? - Perguntou brincando.

— Prometeu? - Perguntei brincando também, e ela riu.

— Acho que já te prometi isso umas 20 vezes, Six. - Falou ainda rindo me abraçando pela cintura.

— Uma a mais uma a menos não vai fazer mal a ninguém. - Falei rindo.

— Prometo, mais uma vez, senhor Sirius Black; prometo te contar o que passa na minha cabeça. - Falou e se ajeitou melhor no meu ombro, então eu nos deitei.

— Descansa um pouco. - Falei beijando sua cabeça e fazendo carinho nas suas costas.

— Eu não quero dormir, daqui a pouco eu tenho aula. - Falou, mas se ajeitou ainda mais em cima de mim, me fazendo de travesseiro, e bocejou.

— Ainda é cedo. - Falei para ela sorrindo.

— Me acorda na hora do jantar? - Perguntou com a voz sonolenta já.

— Acordo, não precisa se preocupar. - Falei.

— Obrigada, Six. - Falou e me deu um beijo na bochecha já de olhos fechados e voltou a deitar em mim. - Você é um ótimo travesseiro.

— Bom saber disso. - Falei rindo internamente e em menos de 10 segundos a Carol já estava num sono profundo.

Fiquei a olhando respirar calmamente enquanto mexia no seu cabelo, pelo menos ela dormiu, mesmo me usando como travesseiro, mas não posso reclamar, eu adoro ficar observando a Carol dormir e ficar mexendo no seu cabelo, se ela descansar só um pouco para aguentar o jantar e a aula de noite já vou estar feliz.

Na hora do jantar...

A Carol dormiu às quase 3 horas que eu fiquei lá, eu tirei uma soneca, não aguentei, mas foi só por uma horinha, o resto do tempo fiquei vendo a Carol dormir calmamente abraçada a mim, eu acreditava que ela não lembrava dos seus sonhos nem do por que ela estar se sentindo tão mal, mas isso me deixava mais preocupado do que se ela me contasse o que estava acontecendo.

Será que ela está reprimindo alguma coisa? Será que a mente dela está bloqueando alguma coisa para sua segurança, mas não está aguentando? Será que alguém fez alguma coisa com ela e ela não quer me contar? Será que eu fiz alguma coisa e ela não quer me contar? Ai, eu não sei o que pensar, ela falou que não sou eu, e eu quero acreditar nisso, mas eu sinto que é alguma coisa seria.

Melhor eu acordar a Carol, senão ela vai ficar brava comigo por não acorda-la.

— Carol... – Falei mexendo no seu cabelo. – Acorda Carol. – Falei lhe dando um beijo na cabeça.

— Só mais 10 minutos. – Falou Carol deitando mais em cima de mim.

— Não temos 10 minutos. – Falei sorrindo, ela fica tão fofa fazendo manha quando acorda.

— Ah, temos sim. – Falou e deitou em cima de mim literalmente. – Me abraça, vai.

— Manhosa. – Falei rindo e a abracei.

— Eu gosto de ouvir seu coração batendo, ele me acalma. – Falou ajeitando sua cabeça.

— É? – Perguntei fazendo carinho na sua cabeça.

— Uhum. – Concordou com a cabeça. – Seu cheiro também.

— Eu também gosto do seu cheiro. – Falei sorrindo, provavelmente eu estava sorrindo abobalhado.

Ela levantou a cabeça me olhando nos olhos, ela ainda parecia com sono, seus olhos estavam meio abertos.

— Eu dormi muito? – Perguntou.

— Por quase 3 horas. – Respondi.

— E você ficou aqui esse tempo todo? – Perguntou surpresa já mais acordada.

— Fiquei, claro que fiquei, eu não falei que ficaria? – Falei parando minhas mãos nas suas costas. – Aproveitei para dormir sentindo seu cheiro, já que faz tempo que não dormimos juntos. – Falei e ela riu.

— Faz mesmo. – Concordou e subiu um pouco me dando um selinho sorrindo para mim, e eu sorri também, então ela veio me dando um beijo calmo, eu a segurei pela cintura. – Está preocupado né?

— Estou. – Falei, eu não quero e nem vou esconder nada da Carol, mesmo se quisesse eu não conseguiria, ela sempre sabe quando estou escondendo alguma coisa.

— Desculpa. – Falei sorrindo de lado meio triste. – Não quero que você fique preocupado comigo.

— Eu sempre estou preocupado com você. – Falei sorrindo. – Não precisa se sentir culpada com isso, não é nada anormal para mim, nunca foi. – Falei fazendo carinho na sua cabeça e ela riu.

— Isso é verdade. – Falou me olhando sorrindo e eu sorri para ela lhe puxando para mais um beijo, e dessa vez era um beijo bem apaixonado e longo, não sei quanto tempo ficamos nos beijando, mas paramos quando a Liande piou.

— Coisa chata, o que você quer? – Perguntou Carol sentado na minha barriga olhando Liande, que estava nos olhando brava e ela piou de novo. – Chata. – Falou e saiu de cima de mim e pegou comida para a Liande. – Devia ter te ensinado a pegar comida sozinha.

— Não seja malvada com a Liande. – Falei me sentando vendo a Carol colocar comida para a Liande.

— Quer cuidar dela pra mim então? – Perguntou me desafiando.

— A coruja é sua, você que tem que cuidar dela. – Falei sorrindo maroto.

— Por que será que eu sabia que você ia falar isso? – Perguntou me olhando risonha.

— Vem cá. – Falei e a puxei para ficar entre as minhas pernas e ela logo me beijou, mas pouco tempo depois a Liande piou de novo.

— Você está vendo que é ela que está nos atrapalhando né? – Falou Carol para mim, o que me fez rir.

— Vamos descer, já está na hora do jantar. – Falei levantando lhe dando um último selinho demorado e a puxei pela mão.

— Ah, e obrigada por cuidar de mim hoje, você me ajudou bastante. – Falou sorrindo para mim.

— O que seria de você sem mim? – Perguntei brincando de me gabar.

— Uma menina sem namorado e morta de sono. – Falou rindo e eu lhe acompanhei.

Sexta-feira...

P. D. V. Remo

Eu estava andando pelo corredor para encontrar a Carol, ela falou para os meninos e eu a encontrarmos em uma sala perto de onde ela estava tendo aula, eu estava na biblioteca fazendo lição e não sei onde os meninos estavam, então eu fui sozinho para a sala que a Carol falou para nos encontrarmos, porém no meio do caminho escuto risadas e vozes, consigo identificar algumas palavras como: “estranha”, “esquisita”, “trouxa”, “não deveria estar aqui”, “você não merece isso”, e me aproximei curioso para saber o que estava acontecendo.

Assim que cheguei no final do corredor vi um grupo de meninos e meninas em volta de uma menina, que estava de cabeça baixa enquanto um dos meninos segurava-a pelo ombro da camisa.

— Você tem certeza que você faz parte da Lufa-lufa? Por que, olha isso. - Falou uma menina pegando uma coisa no chão. - Olha o caderninho de história dela. - Falou fazendo todos rirem.

— Não mexe nisso, por favor. - Falou a menina que estava encurralada.

— Cala a boca. - Falou o menino que estava a segurando a balançando.

— Ela tem um ursinho de pelúcia na mochila. - Falou outra menina pegando um urso de pelúcia do tamanho de uma mão.

— Você é toda problemática, não é? - Falou um menino pegando um pano no meio das suas coisas e o olhando com nojo. - Não sei como aguenta, é nojenta.

— Desiste logo, se mata. - Falou outra menina, já chega, era a gota d’água, eu não irei ficar olhando mais isso.

— Por que vocês não vão achar outra coisa para fazer? - Falei aparecendo e todos me olharam, eram 2 meninos da Sonserina, 1 da Corvinal, 2 meninas da Lufa-lufa e 1 da Corvinal, a menina que estava sendo encurralada era a Bianca Roco, e ela me olhava surpresa, mas dava para ver que estava triste.

— Lupin, o que faz aqui? – Falou um dos meninos, que até o momento estava rindo de tudo.

— Não lhes interessa. – Respondi olhando cada um, alguns deles eram no meu ano, outros mais novos. – Vão dar o fora daqui ou não?

— Estamos resolvendo uma coisa, não se preocupa Remo. – Falou uma menina do meu ano da Corvinal.

— Tenho certeza que não estão resolvendo nada, nem conversando. – Falei e eles se entreolharam, Bianca voltou a abaixar a cabeça. – Vocês vão se mandar logo ou eu terei agir? Vocês sabem que eu sou monitor, não sabem? – Falei e vi eles arregalarem os olhos.

— Calma, já estamos indo. – Falou um dos meninos e logo se distanciaram de Bianca, indo embora, mas o menino que a estava segurando antes de solta-la, a empurrou para trás, fazendo-a se chocar com a parede.

— Você está bem? – Perguntei me aproximando depois que eles se distanciaram.

— Estou, não se preocupe. – Falou e abaixou para pegar suas coisas.

Todo o seu material estava espalhado pelo chão, o tinteiro estava aberto, suas folhas estavam sojas pela tinta, alguns papeis estavam amassados, estava tudo no chão sem consideração nenhuma. Ela pegou o caderno e o pano os arrumando cuidadosamente, eu me agachei no seu lado e fiz um feitiço para a tinta voltar ao tinteiro e sair dos papeis enquanto ela pegava alguns. Logo estava basicamente tudo arrumado e vi seu ursinho de pelúcia jogado mais distante, então o peguei e estendi para ela.

— Obrigada. – Falou ficando vermelha pegando o urso da minha mão.

Tivemos um pequeno toque, mas já consegui sentir o quanto sua mão era leve e macia, bem delicada, mas também estava gelada e tremendo, me deixando bem preocupado.

— O que eles queriam com você? – Perguntei a olhando.

— Nada, deixa quieto, não precisa se preocupar e obrigada pela ajuda. – Falou e levantou começando a se distanciar, ela nem me olhou.

— Espera, Bianca. – Falei levantando e ela parou me olhando surpresa, acho que ela não esperava isso. – Me conta o que estava acontecendo, por favor. – Pedi e ela suspirou.

— Não era nada de mais, eles só estavam implicando comigo. – Respondeu dando de ombro parando de me olhar.

— Era para eu achar normal? – Perguntei sem entender e ainda revoltado.

— Bom, sim, isso sempre acontece e sempre aconteceu, mas imagino que nunca tenha ouvido isso, eu sou bem irrelevante. – Falou dando de ombro.

— Primeiro, você não é irrelevante, e segundo, eu nunca vou conseguir achar normal o que eles estavam fazendo. – Falei e ela me olhou.

Seus olhos eram muito belos, um verde bem vivo, mas tinha um brilho deprimente, triste e cansado, fico imaginando o que ela passou para ser desse jeito, deve ter sido complicado para ela quase sempre se esconder.

— Já me acostumei. – Falou dando de ombro abaixando a cabeça de novo.

— Nunca deve se acostumar com isso, ninguém tem o direito de fazer isso. – Falei e me aproximei dela de novo fazendo-a me olhar nos olhos. – Por que eles implicam com você? – Perguntei.

— É, complicado. – Falou com uma careta.

— De complicado eu entendo bem, você sabe quem são meus amigos. – Falei e ela riu, é a primeira vez que a vejo sorrir, ela conseguiu ficar ainda mais encantadora, e tinha uma risada fofa. – Eu tenho tempo para você me explicar o que estava acontecendo, se você quiser, é claro, eu vou entender se você preferir não me contar, afinal é a primeira vez que conversamos. – Falei ficando meio sem jeito e mexi no cabelo, na parte da nuca.

— Tudo bem, você sempre me pareceu um bom amigo com os outros, infelizmente nunca conversamos, mas acho que você merece saber o que estava acontecendo, foi o único que parou para me ajudar. – Falou sorrindo de lado ficando vermelha. – Vem, vamos sentar, por que o assunto é longo. – Falou e fomo até um banco no outro corredor e nos sentamos lá. – Por onde quer que eu comece?

— Do começo, de preferência. – Falei sorrindo e ela sorriu também.

— Bom, eu sempre fui solitária, sempre preferi mais os livros do que as pessoas, então sempre fiquei muito sozinha, e sempre gostei de escrever também, meus melhores amigos, vamos dizer assim, são personagens que eu inventei. – Falou calma, mas sem me olhar. – Quando eu escrevo com eles eu faço como se estivesse conversando frente a frente, quase como um amigo diário, eu falo sobre meu dia e escrevo uma resposta como se eles estivessem falando, como se estivéssemos dialogando, então um dia, no segundo ano, as meninas do meu quarto pegaram o meu livro e acharam estranho o que eu faziam, então começaram a me infernizar com isso.

— Esse livro é aquele que pegaram no chão? – Perguntei e ela me olhou concordando. – Continua.

— Depois disso algumas pessoas da Lufa-lufa se juntaram a elas e logo outros alunos de outras casas quando repararam que eu ficava quieta e era estudiosa, então se aproveitaram que eu era nerd, e diferente e começaram a implicar comigo também. – Falou dando um fim.

— E você não pensou em falar para ninguém? – Perguntei e ela me olhou.

— Não, eu sempre me virei sozinha, não sei e não estou acostumada a ter apoio de alguém. – Respondeu dando de ombro.

— Como assim? – Perguntei sem entender, e os pais dela?

— Eu moro num orfanato, lá todo mundo se vira, moro desde meus 4 anos lá, não lembro como era quando meus pais eram vivos. – Me explicou.

— Entendo. – Falei e sorri para ela. – Bom, agora você tem apoio e um amigo. – Ela me olhou surpresa.

— O que? – Perguntou sem entender.

— Eu quero ser seu amigo, posso? – Perguntei sorrindo.

— Remo Lupin sendo meu amigo? – Perguntou estranhando.

— Sim.

— Por quê?

— Por que não? – Falei e ela ficou vermelha sem reação. – Posso ser seu amigo? – Perguntei e ela concordou com a cabeça ficando ainda mais vermelha e eu sorri ainda mais.

— Remmy. – Escutei a voz da Carol no final no corredor e quando olhei ela estava vindo sorrindo sozinha. – Não achou a sala?

— Não é isso, eu encontrei a Bianca e ficamos conversando. – Respondi sorrindo para ela e ela se aproximou rápido.

— Entendi. – Falou sorrindo e parou na nossa frente olhando a Bianca. – Oi, tudo bem? – Perguntou estendendo a mão para a Bianca, que olhou a mão da Carol e depois olhou para a Carol, que estava sorrindo, surpresa.

— Oi. – Falou tímida e apertou a mão da Carol.

— Ah, não precisa ficar tímida, eu sou louca, mas sou legal. – Falou Carol fazendo Bianca rir e se sentou ao seu lado. – Você sabe onde estão os meninos?

— Não, eu estava na biblioteca, vim de lá. – Respondi.

— Eles devem ter esquecido. – Falou dando de ombro. – Eu preciso fazer a minha de História, está complicada a lição que o professor passou.

— Eu também não estou conseguindo fazer essa. – Falou Bianca de cabeça baixa como se pensasse alto.

— Eu também ainda não fiz. – Falei.

— A gente podia fazer juntos, assim um ajudava o outro, o que acham? – Perguntou Carol sorrindo.

— Apoio. – Falei sorrindo.

— E você Bianca? – Falou Carol e Bianca a olhou.

— Fazer a lição juntos? Como um grupo? – Perguntou nos olhando.

— Exatamente, um grupo de estudos. – Falou Carol sorrindo.

— Nunca pensei em fazer isso. – Falou Bianca e pensou um pouco. – Acho que pode ser legal. – Completou sorrindo.

— Isso, vai ser muito legal e divertido. – Falou Carol animada, o que será que ela está tramando? Ou melhor, será que ela está tramando alguma coisa?

— Aposto que sim. – Falou sorrindo Bianca animada também. – Eu tenho que ir, tenho algumas coisas para fazer.

— Tchau Bianca, a gente conversa outra hora para combinar nosso dia de estudo. – Falou Carol sorrindo quando Bianca levantou.

— A gente se fala sim. – Falou e me olhou. – Tchau Remo, e obrigada por me ajudar. – Falou ficando corada sorrindo.

— Não precisa agradecer, foi um prazer conversar com você. – Falei sorrindo e ela saiu acenando para a gente.

Logo que a Bianca saiu de nossas visões e não escutávamos mais seus passos a Carol se virou para mim e sorriu.

— Ela parece ser muito fofa. – Falou.

— Parece mesmo. – Falei sorrindo lembrando do sorriso e da risada de Bianca.

— Como que vocês acabaram conversando? – Perguntou virando para mim.

— A gente se encontrou no corredor e eu acabei ajudando-a com uma coisa. – Falei por cima, não sabia se a Bianca iria gostar que eu falasse o que ela me contou, e a Carol ficou me olhando esperando mais explicações. – Eu não sei se devo falar, é assunto da Bianca, então...

— Entendi. – Falou Carol sorrindo, e me olhou nos olhos, e logo sorriu maliciosa. – Você está com um brilho no olhar muito conhecido.

— Não começa. – Falei ficando vermelho e ela riu. – Você prometeu não bancar a cupido comigo.

— Não preciso bancar, você já fez o trabalho todo. – Falou rindo e eu suspirei.

— Não comece, Caroline Caldin. – Falei sério, mas estava sorrindo.

— Para de ser chato, não estou fazendo nada Remmy. – Falou brincando e me abraçou, eu ri e a abracei também. – Afinal, cadê os outros meninos?

— Não faço ideia, provavelmente esqueceram que tinham que nos encontrar na sala. – Falei e ela revirou os olhou.

— Vou puxar a orelha deles quando os encontrar. – Falou e caímos na risada. – Vamos para a Sala Comunal, eles provavelmente estão lá.

— Provavelmente. – Falei e nos levantamos e seguimos para a Sala Comunal conversando sobre as aulas e as lições e coisas banais.

— Nossa, mas esses dois estão demorando muito, não acham? – Escutamos a voz do Pontas falar assim que passamos pela porta.

— Realmente, a aula da Carol já acabou faz um tempinho. – Falou Almofadinhas.

— O Aluado está fazendo lição, então talvez demore mesmo. – Falou Rabicho.

— Vocês já teriam nos encontrado e tivessem feito o que tínhamos combinado. – Falou Carol aparecendo comigo de braços cruzados.

— Combinado? O que a gente tinha combinado? – Perguntou Almofadinha confuso, assim como os outros meninos.

— Ah, lembrei. – Falei Pontas com seu rosto aberto e depois fez uma careta. – A gente tinha que ter te encontrado perto da sua sala, não é?

— Exatamente, o único que lembrou disso foi o Remmy, esse é um grande amigo, vocês não. – Falou Carol claramente brincando com ele.

— Não fica chateada com a gente. – Falou Rabicho triste.

— Vou pensar no caso de vocês. – Falou Carol séria. – O Frank está no quarto?

— Não, ele foi conversar com alguns amigos. – Falou Pontas.

— Ótimo, vamos pro quarto. – Falou Carol e seguimos para a escada.

— E o meu beijo? – Perguntou Almofadinhas.

— Não está merecendo. – Respondeu Carol e eu o escutei bufar, isso me fez rir.

Assim que chegamos lá cada um sentou na sua cama, como sempre a Carol sentou na cama do Almofadinhas e eles se sentaram lado a lado, mas quando o Almofadinhas foi beija-la, ela não deixou.

— O que você queria conversar com a gente? – Perguntou Pontas.

— Queria propor da gente passar o final de semana na Casa dos Gritos semana que vem, pode ser só impressão minha, mas parece que estamos passando muito pouco tempo juntos. – Falou Carol.

— Estamos mesmo, sendo nosso último ano estamos fazendo coisas diferentes, muita lição, não estamos tento tempo mesmo. – Falei.

— Isso é culpa de vocês dois que tem mais aulas, se não fossem por vocês teríamos mais tempo. – Falou Almofadinhas emburrado.

— Não vou nem comentar sobre isso. – Falou Carol o olhando e depois olhou para o resto de nós. – E aí? O que acham? Topam?

— Eu aceito. – Falou Pontas e Rabicho concordou.

— Topo. – Falei sorrindo e ela sorriu para nós.

— Então está combinado. – Falou Carol.

— Eu não falei o que eu acho. – Falou Almofadinhas a olhando.

— Você não tem que achar nada, vai para onde formos mesmo. – Falou Carol o olhando e ele ficou com a boca aberta sem reação, pelo simples fato de ser verdade, e isso já foi o suficiente para cairmos na risada.

— Vocês me dão licença que eu quero ter uma conversinha particular com a minha namorada. – Falou Almofadinhas sério.

— Claro, te dou 30 minutos. – Falou Pontas e logo saímos rindo do quarto.

P. D. V. Carol

Vi os meninos saindo rindo e eu estava rindo internamente também, mas logo fui tirada desses pensamentos com o Six me segurando pelo queixo me virando para ele e me beijou, logo me deitando na cama sentando na minha cocha. Trocamos um beijo quente, mas calmo e quando nos separamos ele mordeu meu lábio inferior antes de me olhar.

— Resolveu implicar comigo hoje? – Perguntou olhando nos olhos.

— Não tenho culpa que é divertido mexer com você, e outra, você esqueceu de mim. – Falei e lhe dei um tapa no braço.

— Ah, não exagera. – Falou e eu ri. – Eu não esqueci de você, só esqueci que tínhamos combinado de se encontrar fora da Sala Comunal.

— O que dá na mesma coisa.

— É totalmente diferente.

— Não é não.

— Eu não esqueci de você, fiquei cada segundo que ficamos separados pensando em você. – Falou me olhando nos olhos e isso fez meu coração bater mais rápido e um calor subir pelo meu corpo até minha bochechas.

— Chato. – Falei e lhe mostrei a língua, e ele logo a lambeu, me deixando surpresa. – Sirius. – Falei surpresa e com certeza bem vermelha.

— O que? A gente faz isso o tempo todo, só que dentro das nossas bocas. – Falou sorrindo malicioso.

— Nem vou comentar. – Falei suspirando.

— Eu sei que você gostou. – Falou de um jeito bem sexy com os lábios bem pertos dos meus e deu uma leve lambida neles.

— Six. – Falei num sussurro sem saber o que fazer, e ele logo voltou a me beijar, mas dessa vez era um beijo nada calmo.

Enquanto nos beijávamos eu o segurei pela cintura e a apertei trazendo-o um pouco mais perto de mim e ele estava usando seu braço para se apoiar e não deixar todo o peso em cima de mim, então paremos por falta de ar, e eu o joguei para o lado e logo subi no seu colo o beijando, e ele nos sentou me puxando pela cintura, nossas barrigas estavam quase se encontrando.

Quando paramos pela segunda vez para respirar ele colocou uma de suas mãos na minha nuca entre os meus cabelos fazendo pequenos carinhos e começou a beijar o meu pescoço enquanto com o outro braço ele me abraçava me puxando para mais perto dele. Eu sentia meu corpo e minha pele quentes, assim como a do Six, e quando ele começou a morder e chupar meu pescoço eu não me segurei e comecei a soltar alguns suspiros conforme ele usava sua boca no meu pescoço, as vezes quando uns chupões mais fortes que outros.

Depois de um tempo ele voltou a me beijar, eu guiei as minhas mãos que até então estavam na sua cintura para o seu cabelo e comecei a mexer neles, enquanto ele soltou meu cabelo e minha cintura e guiou suas mãos até minha gravata, onde em poucos segundos ele a tirou, deixando uma mão no meu pescoço e outra voltou para minha cintura.

Dei uma leve parada para puxar um pouco de ar enquanto mordia seu lábio inferior e ele apertou minha cintura, mas logo voltei com o beijo. Meus sentidos estavam todos aguçados, sentia cada toque de cada dedo do Six em mim, nossas línguas se entrelaçando, seus lábios carnudos pressionando os meus, seus pequenos suspiros e gemidos durante o beijo enquanto apertava minha cintura, eu sentia tudo.

Durante o beijo eu senti o primeiro botão da minha camisa se abrir, e logo depois o segundo, então senti a mão do Six no terceiro botão já, mas no reflexo eu a segurei, o fazendo soltar o botão, então ele colocou suas duas mãos em baixo da minha saia guiando-as para a minha bunda e deu um leve aperto, me fazendo suspirar, e logo depois deu um aperto mais forte, o que me fez gemer indo para mais perto do Six, e quando eu sentei no seu colo de novo eu senti uma leve pressão na minha região baixa e o Six gemer.

Parei nosso beijo alguns segundos depois por falta de ar, mas não consegui me distanciar muito dele, nossas bocas ainda estavam bem próximas, então lhe dei um selinho e me distanciei dele, e isso o fez gemer frustrado.

— Não se afasta não. – Falou Six e me puxou de novo para perto dele me dando um selinho apertado, mas eu tive que o parar antes dele prolongar tudo.

— É melhor a gente parar por aqui, daqui a pouco os meninos vão voltar. – Falei ainda sem ter minha respiração totalmente regulada, meu coração ainda estava a mil, e eu estava sentindo outra coisa também.

— Você sabe que o James só falou aquilo para nos infernizar. – Falou e começou a beijar meu pescoço.

— Pode até ser, mas talvez não e eles apareçam. – Falei respirando fundo para me acalmar.

— E ainda tem o Frank. – Falou se distanciando do meu pescoço e suspirou me olhando nos olhos, dava para ver a frustação dele. – Realmente melhor pararmos por aqui. – Falou fazendo carinho na minha bochecha. – Até porque... – Falou e me deu um selinho ficando bem perto da minha boca. – Se continuasse eu não sei se conseguiria parar. – Sussurrou e isso me causou um arrepio, mas para não deixar isso me afetar eu logo falei.

— Tenho certeza que pararia. – Falei lhe dando outro selinho e me distanciei o olhando nos olhos, ele logo abaixou seu olhar e voltou a me olhar nos olhos sorrindo malicioso.

— Gostei do decote. – Falou e eu sorri.

— Culpa sua. – Falei e fechei o segundo botão e ele riu.

— Você está bem? – Perguntou e eu o olhei sem entender.

— Estou sim, por que? – Perguntei e ele deu de ombros.

— Parece tensa. – Respondeu.

— Deve ser as aulas e as lições, nada demais. – Falei dando de ombro e lhe dei um selinho. – Eu tenho que ir, tenho que ajeitar umas coisas para amanhã.

— Não pode fazer mais tarde? – Perguntou fazendo cara de cachorro que caiu da mudança.

— Não posso, tenho lição para fazer ainda. – Falei sorrindo o achando fofo.

— Ahh, ok né, não tenho opção. – Falou triste e eu lhe dei um selinho.

— Até mais tarde, vou tentar fazer tudo o mais rápido possível para ficar um tempo com você, está bem? – Falei sorrindo.

— Ok. – Falou sorrindo e eu lhe dei mais um selinho saindo do seu colo.

— Até mais tarde. – Falei pegando minhas coisas.

— Até. – Respondeu sorrindo me vendo sair.

Corri até meu quarto e assim que cheguei joguei minhas coisas em cima da minha cama e entrei no banheiro, precisava de um banho para relaxar. Fiquei em baixo do chuveiro pensando no que aconteceu agora a pouco, parecia que eu e o Six entramos numa bolha que só existia nós, eu estava praticamente fervendo de tesão, e pelo visto ele também, então lembrei do que senti pressionando minha região intima, será que o Six estava excitado? Só de pensar nisso me dá um arrepio e eu senti uma ansiedade paralisante me consumir, eu gosto de ficar assim com o Six, mas não sei se estou pronta para dar esse passo a mais com ele agora, eu não sei o que fazer e não entendo o que estou sentindo.

Acho que vou escrever uma carta para minha mãe explicando tudo isso e perguntando o que devo fazer, se é normal, ou se eu estou endoidando de vez. Assim que escrevi a carta perguntando todas as minhas dúvidas, pedindo conselho, perguntando se isso aconteceu com ela também e pedindo pelo amor de Merlin que ela não deixasse o papai ver a carta, eu a mandei pela Liande e respirei fundo louca para ler a resposta dela logo, espero que ela me ajude.


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Notas finais do capítulo

E ai meus amados? O que acharam do capítulo?
Muita coisa ao mesmo tempo não é mesmo?
Carol tendo péssimas noites, mas sem saber o por quê.
Bianca sofrendo bullying.
Six sendo fofo, depois sendo tarado.
Remo sendo fofo como sempre.
Carol confusa com seus sentimentos, vamos ver o que a dona Roberta irá responder a filha sobre seus questionamentos.
Prevejo coisas a seguir, muita confusão, muitos baixos, mas também muitos altos de cada personagem, muita coisa, hhahahha.
Vocês têm alguma sugestão para os próximos capítulos? O que querem que aconteça?
Comentem, please.
Beijos, Beijinhos e Beijões.
*Malfeito feito.
*Nox!



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