Surpresa foi o que o tenente Williams, comandante do 3º pelotão de infantaria paraquedista, sentiu ao ver seu ex-soldado Katori dentro de sua sala. Ele ainda estava fardado, apesar de já ter desligado-se do exército.

- Katori? O que está fazendo aq-

Então que Williams percebe que algo estava diferente. Katori tinha uma expressão que mesclava seriedade e tristeza, sua farda tinha manchas de sangue, seu cabelo, que há dois dias atrás estava bem curto, tinha crescido bastante em cima para esse período de tempo, e seus olhos, que sempre foram castanhos, estavam azuis.

- Venha comigo.

Williams pega uma boina extra que estava em sua mesa e a entrega para Katori, que estava sem uma, e então os dois se dirigem à sala do capitão de sua companhia.

Enquanto isso, em outra companhia dentro daquele mesmo batalhão, três soldados estavam agindo de forma estranha. Eles sempre foram desunidos em relação aos outros, geralmente envolvendo-se em brigas ou discussões. Foram advertidos diversas vezes, um inclusive preso, mas só piorava com o tempo.

Mas aqueles soldados estavam estranhamente quietos demais. Ficaram recolhidos em um canto antes da formatura do dia. Um soldado do pelotão deles resolveu ir lá ver o que tinha acontecido.

Ao chegar perto dos três, percebe que ambos tinham cicatrizes na nuca. Então um dos três o percebe, e algo estranho acontece. Seus corpos começaram a sofrer alguma espécie de mutação, criando escamas e garras, e atingindo algo em torno de 2,3m de altura.

Nas mãos de um deles, surge um machado. Na de outro, duas facas bem grandes e na do terceiro, uma espécie de escudo redondo e um tridente. Do corpo de ambos emanava uma forte chama vermelha, idêntica à que tinha surgido no corpo de Katori.

O soldado, assustado, tenta fugir, mas tem sua cabeça decepada pelo cara de machado. Os outros soldados da companhia, em alerta, começaram a se espalhar e procurar ajuda, até que um soldado que estava de sentinela ativa o plano de defesa do aquartelamento dando um tiro para cima.

Enquanto isso, na sala do comandante da companhia de Katori, o capitão já tinha perdido a paciência com o ex-soldado, visto que esse não respondia a nenhuma pergunta feita.

- Katori!! Responda! O que significa isso?! O que aconteceu contigo?! Vamos, soldado!!

Nisso uma notícia é ouvida no rádio que costumava sempre ficar ligado na sala do capitão.

- Identificados os corpos da família assassinada e esquartejada em uma casa demolida na rua George Lawns nº 357: Lincon Katori, 37 anos; Selma Katori, 34 anos; Lillie Katori, 20 anos...

O capitão entende imediatamente o que estava acontecendo ali. Ele vira seu rosto para Katori e olha em seus olhos, assustado em ver que havia um assassino em sua sala.
Ele levanta-se violentamente de sua cadeira, puxa sua pistola que estava na gaveta e aponta em direção a Katori.

- KATORI!!! PRO CHÃO!!! DEITA!!! DEITA PORR-

Um tremor é sentido dentro da sala, e a mesma começa a desmoronar em cima dos três. O motivo fora os três soldados, agora monstros, que juntos haviam arrancado uma sala de uns 12 m² e a arremessado com uma força surreal contra o prédio da companhia de Katori. Os monstros estavam atacando aleatoriamente as edificações dentro do quartel, enquanto matavam quem cruzasse muito perto.

O prédio se desmorona por completo.

O capitão, que tossia muito por causa da poeira liberada pelos escombros, abre os olhos e inesperadamente viu que se encontrava sentado do lado de fora dos escombros, ao lado de ten. Williams. Ao perceber uma espécie de luz, ele olha pra frente e vê Katori em pé de costas para eles, de frente para o lugar onde os monstros se encontravam, ao longe.

- Kat...

Katori olhava para suas mãos, e o que via não eram mais garras. Seu corpo agora emanava chamas azul-claras. No cinto de sua calça, havia duas katanas embainhadas, uma de cada lado.

Ao perceber o que estava acontecendo ali, ele soube o que tinha de fazer.