Kate chegou à delegacia suspirando. Era o primeiro dia que enfrentaria seus colegas de trabalho depois de sua volta ao apartamento dele.

Depois de entrar, vários olhares lhe foram direcionados. Kate os cumprimentou, mas ninguém retribuiu os cumprimentos. Ela deu de ombros e chamou o elevador.

Sentiu uma mão em seu ombro e virou-se para ver quem era. Sorriu levemente para ele, e o perguntou:

– Por que está aqui? – ele negou com a cabeça.

– Recebi outra carta depois que você foi embora. - respondeu, no mesmo tom. Ela arregalou os olhos.

– Deixe-me ver. - pediu, colocando as luvas. Ele a retirou do bolso, e gaguejou:

– Eu não tinha luvas, então haverá uma boa quantidade das minhas aí. - disse ele, ela negou com a cabeça.

– Não tem problema. - disse ela. Ele assentiu.

Entraram no elevador e ele apertou o botão repetidas vezes.

••

Ao chegarem no andar, Kate ainda examinava a carta e o papel. Richard a seguia em passos lentos. Todos os fitavam, o que o fez enrubescer furiosamente.

Ela não percebeu, por estar muito concentrada no papel que tinha em mãos. Por mais incrível que fosse, ela não mais se incomodava com os olhares dirigidos aos dois juntos. Se dependesse dela, diria a todos que estavam juntos, mas, não podia.

Andava tão desnorteada que deu de frente com Esposito, que vinha correndo. Ambos caíram no chão, e Castle a ajudou a se levantar, depois, ajudou ao outro. Esposito tentou se desculpar com ela, mas ela negou, dizendo que fora sua culpa.

Agarrou o papel como se fosse sua vida. Esposito olhou para Castle e sorriu agradecido. Castle apertou as mãos do latino e voltou a correr.

O escritor voltou suas atenções à mulher à sua frente... Bem à sua frente.

Correu até ela e sentiu olhares femininos em si, o que o fez agarrar a manga da blusa dela. Kate virou-se para ele e riu.

– O que é, Castle? Incomodado com olhares femininos? - indagou. Ele gaguejou.

– Elas têm armas, e podem me matar. - ele disse. Ela riu.

– Eu também tenho uma arma, e também posso te matar, se eu quiser - ele embranqueceu -, mas nenhuma delas vai encostar em você.

Castle se aproximou dela ainda mais, e Kate deu uns dois passos para a frente. Ele olhou-a confuso, e ela rodou os olhos pelo local, fazendo-o entender rapidamente.

– Certo... - ele murmurou. Ela assentiu, e sorriu.

Aproximavam-se cada vez mais da sala de Montgomery, de onde Ryan saiu apressado, indo pelo mesmo local que Esposito havia ido. A porta estava aberta, mas, mesmo assim, ela bateu.

– Sir? - chamou - May I come in?

Montgomery levantou os olhos de algumas das cartas e sorriu para ela. O sorriso desapareceu quando Castle pôs a cabeça para dentro da sala.

Ela entrou na sala, sendo seguida por ele, que ia atrás dela como um cachorrinho mimado. Montgomery se levantou e cumprimentou o escritor, depois, puxou Kate para um canto, e perguntou:

– O que ele faz aqui?