Capítulo 18 – JAMES ZACK CARTER

Ao acabar de ler aquela carta, eu olhei em volta, com certa esperança de ele estar ali, apesar de eu saber que ele não estava. Olhei para a Rose de volta, ela balançou a cabeça, como se soubesse o que eu pensava e concordasse comigo.

–Vá Sophia, não deixe que Alvo cometa uma idiotice como essa. – Ela disse, deixando lágrimas caírem de seus olhos.

Eu saí correndo entre a multidão que estava no corredor. Ao passar eu via muitas garotas chorando, pensando que aquela poderia ser sua última noite vivas, garotos que tentavam mostrar coragem para lutar, mas que por dentro pensavam o mesmo que as garotas.

Ao sair do castelo, uma voz veio novamente na minha cabeça, me fazendo cair no chão, pois junto com a voz vinha à dor.

“Se você quer mesmo o encontrar, corra, pois a cabeça dele pode estar rolando antes mesmo do que você imagina... - A voz era grossa, era como se alguém sussurrasse aquilo em meu ouvido. – Venha... Venha para a Floresta Negra, você tem dez minutos. Mais um minuto de atraso e você o encontrará pela metade. “

A voz sumiu da minha cabeça, e junto com ela se foi à dor. Eu levantei dali, e reparei que todos olhavam para mim. A diretora McGonagall se aproximou de mim.

–Você está bem Sophia? – Perguntou ela, tentando me ajudar a levantar.

–Depois eu... Desculpe... Eu só... Eu tenho que ir. – Eu disse, um pouco confusa e tonta.

Deixei McGonagall sozinha e voltei a correr, não podia me atrasar nem um segundo. A correria levou alguns minutos, até que eu cheguei à floresta. A cena era linda, o pôr do Sol era maravilhoso em cima das árvores, mas infelizmente eu tive que ignorar. Sai correndo e entrei na floresta.

Ao entrar, me deparei com folhas, que me guiavam para algum lugar. Imaginei que Black poderia ter deixado aquilo para me guiar até onde ele queria se encontrar comigo. Segui aquela trilha e cheguei finalmente até onde ele queria.

Lá, no chão, estava Alvo. Ele se mexia e resmungava todo ensanguentado. Depois de muito se remexer, o pano que estava em sua boca saiu.

–Sophia, o que você veio fazer aqui? Ele vai te matar Sophia! – Ele berrava.

–Não se preocupe Alvo, nada vai acontecer, nem comigo, nem com você. – Disse, me abaixando.

–Você não pode garantir isso. – Ele disse, ficando sério e me olhando. Aqueles olhos azuis mostravam tristeza, arrependimento, culpa.

–Eu vou te tirar daí.

Eu peguei uma faca, que ficava escondida em minha bota, junto com minha varinha. Passei a faca na corda que prendia a mão dele e o soltei. Alvo passou as mãos em seus pulsos, sentindo alívio por finalmente estar livre.

–Onde ele está Alvo? – Perguntei, preocupada.

–Eu não sei... Ele me deu algo que me fez dormir, assim que eu acordei eu estava aqui e você estava chegando.

–Você conseguiu ver o rosto dele? Conseguiu o identificar com alguém? – Perguntei, o pressionando.

–Não, como eu disse, eu estava desmaiado. Não vi nada. – Ele disse, se levantando. Eu me levantei também

Ao me levantar, Black apareceu.

–Ora, ora, ora... Olha quem temos aqui... Eu sabia que você tentaria ser uma heroína e viria até aqui. – Black disse, se aproximando de mim.

–Não chegue perto dela! – Alvo entrou na minha frente.

–Garoto, você já provou para o mundo o quanto é fraco, não precisamos de mais provas. – Black disse, fazendo Alvo ficar abaixar a cabeça.

–Desculpe, mas se tem alguém fraco aqui é você Black. – Falei, fazendo Black arregalar os olhos.

–O que? – Black parecia indignado.

–Sim... Você mesmo, que se esconde debaixo dessa capa e desse capuz, não nos mostra seu próprio rosto! Não nos diz seu verdadeiro nome! – Falei, me aproximando dele.

–Você não sabe de nada garota! Cala a boca antes que as coisas fiquem piores! – Ele berrava.

Eu não aguentei quando a minha curiosidade se juntou com a raiva, e não consegui me controlar. Peguei minha varinha e joguei um feitiço nele. Black praticamente voou para trás e caiu no chão.

Eu andei até ele, Alvo me seguia curioso e talvez até com certo medo. Ao chegar perto Black, ele se levantou correndo, segurando o capuz. A raiva dele era vista de longe, mesmo sem poder ver seu rosto.

–Sophia! – Black berrou. – Por que você... Acredite garota, você não quer saber quem eu sou, você não quer me conhecer, você não quer ver meu rosto.

–Sim eu quero! Eu desejo, eu preciso! – Eu disse, chegando perto.

–Se você se aproximar mais eu juro que farei coisas que não quero. – Black me ameaçou.

Eu continuei andando, sabia que ele poderia fazer algo, mas queria me arriscar, eu precisava. Black não ia parar, não tinha como. Eu iria morrer de qualquer jeito, ou na guerra ou ali.

Black colocou uma das mãos dentro da capa e antes mesmo que pudesse pegar o que queria, um feitiço o atingiu e ele caiu. Ao cair sua cabeça bateu e ele desmaiou.

Olhei para trás e lá estava Rose. Ela se aproximou de nós, com medo.

–Vocês estão bem? – Rose perguntou.

–Sim. – Eu e Alvo respondemos juntos.

Nós três nos aproximamos de Black. Agachamo-nos em volta dele. Alvo estendeu o braço e retirou o capuz. Em baixo daquele capuz estava um homem com aparência normal. Ele tinha os olhos azuis como o céu e uma barba que não era feita a pelo menos uma semana.

Eu estendi a mão, pretendendo tocar nele, até que de repente ele abre os olhos e agarra meu braço.

–O que pensa que vai fazer? – Ele pergunta, se sentando e colocando o capuz de volta.

–Não adianta colocar o capuz, já vimos você. – Rose fala, se levantando. Alvo se levanta logo depois.

–Quem é você? – Eu pergunto ao me levantar.

–Isso não interessa a vocês. – Black fala ao mesmo tempo em que levantava e batia as mãos na roupa, para retirar a terra que estava nela.

–Ou você fala, ou você volta para o castelo como prisioneiro para sempre. – Alvo levanta a varinha e o ameaça. Black arregala os olhos.

–Vocês querem mesmo saber? – Ele dá um passo para frente.

–Sim. – Respondo.

–Então tá, vocês que pediram garotos. - Ele diz, tentando, eu imagino, enrolar as coisas.

–Fala logo! - Eu berrei.

–Sou James Zack Cartes. Sou seu pai Sophia.