In Loving Memory escrita por Stardust
Notas iniciais do capítulo
Mais um! Espero que gostem.
- Ok, é o terceiro cemitério que olhamos nessa cidade e eu já estou cansada. - disse limpando o suor na minha testa.
- Venha, quero te mostrar um lugar. - Steve disse ignorando meu cansaço. O segui com a respiração ofegante.
Aquele cemitério era o mais longe da cidade, e logo atrás dele havia um morro alto. Nunca havia estado naquele lugar.
- Vamos subir? - disse desanimada.
- Sim.
- Não pode simplesmente segurar em minha mão e me levar pro outro lado?
- Ah, Lexie. Pare com isso. - Steve ria da minha situação. - Algumas coisas na vida têm que ser apreciadas com calma e com dificuldade.
- Assim é mais divertido. - completei entregando minha mão a ele, que me esperava já no morro. - Um pouco de força não vai acabar comigo. - sorri.
Há quem diga que os momentos mais importantes da vida, são aqueles mais simples. E acho que quem disse isso estava certo. Mesmo cansada, subi aquele morro e fiquei completamente maravilhada com o que vi. A Lua cheia estava no céu enorme, iluminando um lago congelado, e as árvores completamente cobertas por gelo e neve. Aquela paisagem esta totalmente diferente no que eu via todos os dias. Algo de especial consumia aquele lugar.
Fiquei tão distraída que mal conseguia ouvir Steve falando comigo.
- O que achou? - disse me olhando. O luar fazia com que seus olhos verdes brilhassem e demonstravam ser mais bonitos que a paisagem que eu estava vendo.
- O que eu achei? Oh meu Deus Steve. É tudo tão perfeito. - disse descendo o outro lado do morro. Abri os braços e senti o vendo batendo no meu rosto. Steve continuou me olhando de onde estava. - Quer saber? - comecei a gritar. - Eu não ligo se me matarem, não ligo com fantasmas, não ligo com a maldição em minha família, não ligo com mais nada. Acho que se eu morresse agora, com você, estaria eternamente feliz. - sorri para Steve.
- Eu te amo, Lexie. - disse gritando e correndo ao meu encontro.
Logo estávamos envolvidos em um beijo doce e rápido. Me soltei dos braços de Steve e saí correndo em direção ao lago.
- Como nunca vim aqui antes? - eu tinha um sorriso no rosto, misturado com uma gargalhada.
- O importante é que você está aqui agora. - Steve correu logo atrás de mim, deslizando-se no lago.
Ficamos ali, por mais ou menos meia hora, correndo pelo lago igual duas crianças.
Minha respiração estava mais ofegante que antes, quando deixei-me cair na neve, seguida por Steve, que deixou seu corpo cair ao lado do meu.
- Nunca me diverti tanto. - eu ainda sorria, e pude ver pelo canto do olho que Steve também mantinha o sorriso no rosto.
- Nem eu. Estar morto nunca foi tão bom. - começou a rir. Seu riso me fazia ter vontade de rir, ao mesmo tempo que me atraía.
Me debrucei sobre seu peito e senti sua mão passar pelos meus cabelos.
- Já te disse o quanto é linda?
Sorri.
- Eu não te disse, mas te achei atraente desde quando entrou em minha casa aquele dia.
- Eu percebi. - disse com um tom engraçado.
Abaixei minha cabeça lentamente e o beijei.
- E quando conseguirmos acabar com Lucas? - tinha um pouco de tristeza na minha voz.
- O que quer dizer? - Steve me olhava sem entender o que eu queria realmente perguntar.
- Você ainda vai ficar aqui... na terra? - eu tinha medo da resposta.
- Sinceramente... eu não sei. - disse segurando minha mão.
- Você é meu anjo. - disse sorrindo.
- Sim, e você é meu anjo. - senti seus lábios tocarem novamente os meus.
*
Sem querer, acabamos adormecendo ali mesmo, no chão frio e desconfortável. Mas o calor dos nossos corpos era o suficiente para nos manter bem. Procurei por Steve do me lado, e não encontrei. Gritei por ele, mas fiquei sem respostas. Já estava começando a ficar preocupada, pois ele sempre vinha. Levantei correndo e acabei levando susto com uma voz logo atrás de mim.
- Olá, Lexie.
- Lucas. - disse. - Caramba, tem que aparecer sempre na melhor parte? - eu queria matá-lo.
Deu um sorriso cínico e continuou parado.
- Onde está Steve? E como você saiu da casa?
- Vocês esqueceram de trancar a porta, ela abriu e afastou o sal. Vocês foram uns idiotas. - riu.
- Onde está Steve? - repeti a pergunta. Era o que mais me importava.
- Eu o prendi. - disse como se aquilo não fosse nada.
- O prendeu? Onde?
E falando isso, desapareceu.
- Por que não me levou? - gritei, quando na verdade queria xingá-lo.
Saí correndo de volta para a cidade e peguei um táxi para me levar até casa. Eu não tinha condições de andar muito. Estava transtornada.
Abri a porta do casarão com força, e pensei em sair para procurar Steve, mas não fazia ideia de onde poderia achá-lo.
- Lucas, apareça. - disse abrindo os braços. - Eu me rendo. Me leve, mas deixe Steve em paz.
- Ora, se não é a protegida. - disse atrás de mim.
- Cale a boca seu idiota. Apenas me mate.
Lucas se aproximou com inacreditável velocidade para perto de mim.
- Se é o que você quer. - colocou as mãos em meu pescoço, prestes a virá-lo.
- Largue ela, imundo. - ouvi uma voz familiar, seguida por um estrondo de uma arma.
- Florence! - gritei.
- Bala de sal. - disse mostrando a arma.
Corri para abraçá-la.
- Como sabia? - eu estava ao mesmo tempo confusa.
- Precisamos conversar. - disse me olhando.
*
- Então é isso? Vocês eram "aquelas duas" que Lucas disse. - falei fazendo aspas no vento. - Vocês sabiam de tudo e não me contaram? - eu estava sentado no sofá ao lado de Florence e Rosie. Não acreditava nas palavras que havia acabado de ouvir. "Nós sabíamos da maldição, tentamos salvar Daniel, mas não conseguimos." - Por que? - perguntei.
- Você não poderia ficar sabendo, porque seria a próxima a ser caçada. É a única da linhagem que ainda está viva.
- Então deveriam ter me avisado para que eu pudesse ter fugido. Mas me deixaram aqui sozinha. - eu estava brava e desapontada.
- Sabemos que você não estava sozinha.
Fechei os olhos lembrando de Steve.
- Vocês sabiam de Steve. Era por isso que Rosie vivia preocupada com meus sonhos.
Rosie concordou com lágrimas nos olhos.
- E vocês me usaram com isca pra pegar Lucas. - eu queria quebrar tudo o que via pela frente. - Steve ajudou vocês. Ele mentiu pra mim, como vocês todas fizeram.
Florence me olhava com tristeza nos olhos.
- Nós só queríamos que você ficasse bem.
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