"Por que você está chorando? "– Li em voz alta o que estava escrito.

Entrei no meu quarto, peguei uma folha e caneta, escrevi com letras grandes e legíveis “Odeio minha vida”, que por ele foram lidas altas e claras.

A raiva subia minha cabeça, minha vontade era de sumir, de me matar, ninguém iria sentir minha falta mesmo, no máximo Lottie e Nina, se é que vão sentir.

Desci as escadas sem ao menos dizer “tchau” para ninguém e fui para a garagem, lá estava minha queridinha moto, uma Hornet vermelha, coloquei meu capacete, foi quando percebi que ainda estava com o uniforme da escola. Como sou prevenida tenho uma mala com roupas para mim na garagem, no caso de tentar sai despercebida.

Troquei minha roupa ali mesmo, estava tudo fechado e ninguém iria entrar lá tão cedo, fiz um rabo alto.

Agora sim, subi em minha moto, coloquei meu capacete e sai em disparada a casa da Nina, alguns vizinhos me xingavam, mas eu só estava olhando para a sacada da casa do Logan, onde ele estava.

Assim que cheguei à frente do condomínio da Nina, o porteiro estava lá e disse que era para entrar e que já estava avisada a minha chegada no começo estranhei, mas lembrei, ler mentes, óbvio.

Toquei a campainha, uma, duas e assim que fui para aperta a terceira, olhei para o outro lado da rua e vi uma cena estranha. Lottie e Carlos no outro lado da rua de mãos dadas e rindo absurdos.

Atravessei o mais rápido possível, precisa de explicações.

– O que está rolando com o casal? – Perguntei um tanto quanto irônica, mas no fundo estava matando os dois.

– Ãhn... Nada. É que a Nina me ligou e mandou eu vir aqui, encontrei ele lá na portaria e aproveitei para não vir sozinha. – Ela disse largando a mão dele as pressas.

– Bom mesmo, agora vamos. – Puxei ela pelo braço até a casa da Nina. Toquei mais algumas vezes a campainha e agora sim ela atendeu.

– Demoraram. – Ela reclamou.

– Também, tem um ano que estávamos tocando a campainha. – Lottie disse irritada.

– Fica quietinha, está bem?! Você também não tem moral nenhuma para falar, depois de ter com conversado com um deles. – Fiz um sinal de silêncio.

– Está zuando, né?! Ela fez isso mesmo?! - Perguntou Nina.

– Aham. - Falei e ela nos puxou até a porta, ela pegou seu casaco que estava ao lado e nos puxou mais uma vez nos direcionando a outro lado da rua, onde tocou a campainha de uma das casas.

– Oi? - Fiquei boba ao ver quatro pessoas que não queria ver. - O que fazem aqui?

– Queremos deixar bem claro, não se aproxime da Charlotte novamente, me ouviu?! - Nina fez uma cara desafiadora.

– Primeiro, do que vocês estão falando? Segundo, até parece que temos medo de vocês. - Disse o Kendall.

– Pois é melhor ter, se o seu amiguinho Carlos ou qualquer um de vocês chegarem perto de nós, vocês vão conseguir contar os dentes nos dedos. - Falou Nina, eu não queria falar nada e Lottie não gostou muito da ideia de ir lá.

– Pra que tudo isso?! Ela não pode nem mais falar comigo?! - Carlos olhava para a Lottie, como se ela fosse a culpada.

– Vocês não estavam só conversando, só faltava falar "eu te amo, quer namorar comigo?!" e isso não é cenas bonitas de se ver, ok?! - Me intrometi na conversa.

– Você o que?! - Disseram os "amiguinhos" dele.

– É o que vocês ouviram e meu recado já está dado, não chegue mais perto da Charlotte, ok?! - Nina gritou apontando o dedo indicador na cara do Carlos.

– Para de fazer isto com o moleque, está dando dó. - Disse quase que rindo, só não ria pois minha situação de ânimo não era uma das melhores.

– Nem parece que estava chorando a alguns minutos. - Retrucou Logan.

– Não fale do que não sabe, ok?! - Disse revoltada.

– Pois sei muito bem que estava chorando. - Ele falou.

– Bom para você, mas o assunto desta conversa e seu amiguinho Carlos e a Lottie e o fato se eu estava ou não chorando não vem ao caso. - Me virei e já estava para ir a direção da casa da Nina, quando resolvi voltar e completar. - Nina, se a Lottie e o Carlos querem conversa ou até namorar, sei lá o que, ela tem este direito, mas ela tem que escolher. Deixa de ser chata, estou de saco cheio. Lottie, você sabe que eu te apoio, mas se você vier chorando, eu vou falar um belo de "eu te avisei". E os quatros, sabe o por que de nos odiarmos tanto?! Pois eu não lembro. É um motivo tão tolo que nem lembramos.

Fui em direção ao portão principal do comdomínio, peguei minha moto e fui para casa. Entrei batendo a porta e a "família" estavam arrumandos várias caixas.

– O que está acontecendo aqui? - Perguntei rodando entre tudo.

– Vocês vão morar conosco. - O Sr. Peton disse como se fosse a coisa mais comum do mundo.

– Você está zuando, né?! - Disse rindo, mas voltei ao meu modo sério. - Isso nunca vai acontecer.

– Olha como você fala com seu pai, menina. -A mulher do Sr. Peton se pronunciou.

– E quem é você para falar alguma coisa, vadia?! Uma mulherzinha qualquer que meu pai engravidou ou quer dizer Sr. Peton e por dó resolveu cuidar da criança, tenho certeza que assim que puder vai dar as costas para você e para o seu filho e você também sabe disso, não é?! - Lágrimas caiam dos meus olhos.

– Jade Jungre, peça desculpa agora! - Sr. Peton apertava meu braço.

– Primeiro, me solta agora. Segundo, não devo desculpas nenhuma a ela, me fala quando estava errada, pois pelo que eu sei não falei mentira alguma. - Tirei suas mãos do meu braço. - Aprenda uma coisa, nunca irei pedir perdão e nem me mudarei, é melhor que quando eu descer novamente vocês não estarem mais aqui ou chamarei a policia e posso te colocar na cadeia por abandono de lar. Posso parecer ingénua, mas tudo o que você me fez me deixou mais forte. Jasmine agora está sobe minha responsabilidade e eu não quero que você chegue perto dela, ok?! Assim que eu completar meus 18 anos, ela poderá ser legalmente cuidada por mim mesmo, então é menos um problema para você, só te falo, se você tem alguma compaixão dentro de seu coração frio, não chegue perto de nós novamente. - Subi para meu quarto e me tranquei.