Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 66
Flagras e Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores (se é que ainda tem alguem ai)
Pois é gente, depois de meses sem postar eu voltei. Primeiramente peço desculpas por todo esse tempo de vácuo mas eu estava em um período de transição que estava me atormentando, não conseguia acabar esse capítulo por nada nesse mundo. Enfim, por diversas vezes eu pensei em abandonar essa fic, mas não vou fazer isso. Vou continuar essa história e vou atualizar o mais rápido possível. "Ah Andréa isso tu já cansou de falar e mimimimi" Sim, mas dessa vez é verdade, preciso acabar essa fic em no máximo 2 meses, preciso me formar galera e escrever um tcc leva tempo. Bem, é isso. Falei mais do que vocês querem ouvir, mas who cares. Aqui esta mais um capitulo da fic, e espero que vocês gostem.



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Lizete: Paizinho, não fica assim, tudo vai se resolver. Você pode mais não ter o amor da mamãe, mas continua tendo o nosso. Você sempre terá seus filhos para o que você precisar, e olha que somos muitos hein. Somos seis corações que batem por você paizinho.

CD: Eu sei filha eu sei, vocês são tudo que eu tenho.

Lizete: E você tudo o que a gente tem. Então vamos lá, enxugue essas lágrimas porque o meu pai é super heroi não se abala por nada.

CD: Ai Lizete.

Colocar suas aflições para fora fez com que Carlos Daniel ficasse mais leve e pela primeira vez em muito tempo ele se deixou rir. Apesar da dor de ter que se divorciar da mulher que um dia ele amou, o apoio que Lizete lhe deu ali naquele carro lhe deu forças para encarar um futuro sem Paulina.

CD: Mas vamos esquecer isso, e vamos pensar em coisas boas. Não nos vemos há tanto tempo filha e não quero que sua visita seja feita com lembranças tristes.

Lizete: Verdade paizinho, só pensamento positivo.

CD: Então, vamos logo buscar a Gabriela que já estamos atrasados.

Lizete: Sim, não vejo a hora de ver a minha irmã.

Ao chegar na frente do colegio, Carlos Daniel focou-se em achar uma vaga para estacionar o carro enquanto Lizete olhava pela janela tentando ver se conseguia visualizar a irmã mais nova.

CD: Pronto. Finalmente uma vaga!

Lizete: É... não gostei daqui não pai. Vamos procurar outro lugar por favor.

CD: Mas Lizete, essa vaga esta perfeita, bem na frente do colegio. Porque você ta agindo assim? Parece nervosa.

Lizete: Nada não pai.

A filha mais velha de Carlos Daniel havia ficado sentada bem na frente da janela, impedindo o pai de olhar pela mesma e presenciar uma cena que ele definitivamente não iria gostar.

CD: Lizete, o que você tem? Porque ta sentada assim? Senta direito filha, deixa eu ver se consigo ver sua irmã saindo.

Lizete: NÃO!!!

CD: Não? Lizete sai dai! Vamos, quero ver o que você ta escondendo!

Lizete: Não pai, eu...

Lizete não teve muito tempo para pensar em uma desculpa, Carlos Daniel rapidamente a afastou da frente da janela e deu de cara com o que sua filha escondia. Ver Gabriela nos braços de um garoto fez com que seu sangue fervesse, sua face mudasse de tonalidade três vezes, e uma raiva sem tamanho dominasse seu corpo. Lizete conhecia como ninguém aqueles sinais, ela mesma já havia presenciado cada um dos ataques de ciume de seu pai.

Carlos Daniel permanecia parado dentro do carro observando a interação dos dois. Sua expressão era de fúria apenas por ver Gabriela com os braços contornando o pescoço do menino, e ele com os braços ao redor da cintura dela. O mais novo dos irmãos Bracho analisava atentamente cada movimento feito pelos dois. Ele viu que ali havia mais que uma amizade sem dúvida alguma, viu que eles conversavam sorrindo e que o tal garoto não parava de olhar para a boca de sua princesa. Carlos Daniel perdia a razão e a paciência a cada minuto, sua vontade era de ir la e tirar sua filhinha dos braços daquele marmanjo.

Lizete por sua vez variava o olhar entre o casal e o seu pai, ela sabia que se mais alguma coisa acontecesse Carlos Daniel não ficaria parado. E foi justamente o que aconteceu quando ele viu o beijo. Carlos Daniel ignorou o chamado da filha mais velha e saiu do carro bruscamente indo em direção ao suposto casal.

CD: Gabriela!!

Carlos Daniel não pensava em nenhuma compostura ao se aproximar dos dois, o seu tão recorrente ciume paterno acabou transparecendo no seu tom de voz. A fala um tanto alta, forte e firme fez com que o então casal se separasse rápidamente; assustados e surpresos eles se olhavam tentando pensar no que fazer.

Gabriela: PAI!! Nossa, pai... é... o que você ta fazendo aqui?

CD: Vim te buscar na escola, não posso? – A frieza da voz e a vermelhidão contida em seus olhos demonstravam a furia que Carlos Daniel sentia.

Gabriela: Claro que pode, é... eu só não esperava.

CD: Percebi muito bem que não esperava.

Carlos Daniel olhava seriamente para o garoto com a mirada desesperada que estava do lado de sua filha. O instinto protetor misturado com o ciúme paterno o impulsionava a analisar aquele menino da cabeça aos pés, buscando algum pretexto para se opor a qualquer tipo de relação entre os dois.

Gabriela: Crise de ciúme paternal agora não seu Carlos Daniel Bracho. Em vez de ficar olhando para ele dessa forma, pelo menos deixa eu apresentar vocês. Bom, pai esse é o Fernando, Fernando esse é o meu pai.

Fernando: Muito prazer senhor.

Fernando limpou a garganta, respirou profundamente e estendeu a mão em direção a Carlos Daniel o cumprimentando. Já o pai ciumento nada fez. Carlos Daniel só tomou alguma atitude de resposta tempos depois quando percebeu que sua filha o estava olhando como se esperasse que ele correspondesse ao aperto de mão. Demontrando sua insatisfação e má vontade, ele fez o que a boa educação requeria.

CD: O prazer é meu. - A frieza ainda não havia desaparecido da voz de Carlos Daniel, ele apertava a mão de Fernando o mais forte que podia com a intenção de realmente o machucar.

Depois das “cordiais” apresentações, um silêncio imperou entre os três. Ambos tinham uma reação distinta para aquela situação. Carlos Daniel continuava olhando firmemente o então garoto que estava há poucos minutos beijando sua filha. Fernando lançava um olhar desesperado para Gabriela, e essa apenas observava a cena com um sorriso travesso no rosto.

CD: Bom Gabriela, se despeça do seu... hum, se despeça dele. Temos que ir, sua irmã esta nos esperando no carro.

Gabriela: Claro papai. Tchau meu amor.

O atrevimento de Gabriela e a vontade de ver a reação de seu pai fizeram com que ela se jogasse nos braços de Fernando o beijando apaixonadamente. Carlos Daniel entrou em estado de choque e fúria, a vermelhidão do seu rosto aumentou ainda mais e seus punhos se fecharam. Evitando fazer qualquer besteira, ele deixou aquela cena romantica caminhando com passos rápidos até o carro.

Fernando: Gaby, seu pai. – Disse se afastando da menina um tanto desconcertado.

Gabriela: Calma garoto, ele não morde. – Disse rindo do desespero que estava estampado na cara de Fernando.

Lizete de dentro do carro viu tudo o que aconteceu entre os três. Ela não conseguiu entender o que diziam mas pelos movimentos corporais de Carlos Daniel e o sorriso brincalhão de Gabriela ela percebeu o que a sua irmã mais nova estava fazendo. A “pequena luz” de Carlos Daniel estava testando os limites do pai, e fazia isto com excelencia.

Carlos Daniel entrou no carro como um touro. Seus olhos escuros de raiva, a vermelhidão em sua face e sua respiração exasperada mostravam a fúria que ele sentia. Lizete tentou por um momento se manter calma e respirar, mas não conseguiu evitar de soltar a gargalhada que estava presa em sua garganta.

CD: O que tem de tão engraçado Lizete?

Lizete: Você.

CD: Eu? Sou um palhaço agora filha?

Lizete: Não, mas continua o mesmo pai ciumento de sempre.

CD: Eu... eu não estou com ciumes.

Lizete: Claro que está, você esta com a mesma cara de quando eu comecei a namorar com o Miguel. Ai paizinho, nisso você não mudou.

CD: Nisso?

O rumo da conversa havia mudado. As gargalhadas que antes dominavam o veiculo deram lugar para um suspiro de ressentimento de Lizete.

Lizete: Sim, nisso.

CD: Eu mudei em algo filha?

Lizete: Ai pai, não só você, a mamãe também. As vezes só queria que fossemos como anos atras, nós eramos felizes naquela época.

CD: Filha...

Carlos Daniel não conseguiu completar sua frase, o barulho da porta sendo aberta por Gabriela tirou pai e filha daquele seu momento desabafo.

Gabriela: Lizete!!!!

Lizete: Oi maninha, nossa que saudade dessa pirralha.

Gabriela: Não sou mais criança Lizete.

CD: É... todos nós vimos isso Gabriela.

Lizete: Vish, começou.

Gabriela: Sem ironias pro meu lado senhor Bracho, basta a mamãe pra fazer isso.

CD: Não estou ironizando.

Gabriela: Hamham sei, Lizete, e ai? Tem algum conselho pra me dar pra lidar com esse pai ciumento?

Lizete: Esse ai não tem jeito Gaby, é assim desde quando o Miguel e eu começamos a namorar. Fez a mesma coisa com a Paulinha anos atras, e agora é sua vez.

CD: Vocês parecem que esqueceram que eu ainda estou no carro.

Lizete: Mas que pai dramático esse que eu tenho! Mas fale a verdade senhor ciúmento, estou certa ou não estou?

CD: Eu não sou ciumento Lizete, só acho que a Gaby é muito nova pra ter um namorado.

Lizete: Eu era mais nova quando comecei a namorar com o Miguel pai.

Gabriela: Deixa ele irmã, só fico feliz por ele não ter conhecido os outros...

CD: O QUE?? OUTROS??

Gabriela: Óbvio pai, acha que eu sou uma santa?

CD: EU VOU TER UM ATAQUE CARDIACO AQUI POR SUA CAUSA GABRIELA.

Gaby: O que que eu fiz? – Disse tentando controlar o riso.

CD: Lizete, liga pro hospital acho que a minha pressão ta caindo.

Lizete: Isso é verdade Gaby? Porque nunca me contou sua desconsiderada.

Gaby: Claro que não é verdade mana, só queria ver se o nosso velho pai tava bem do coração. – Disse rindo.

CD: Isso não se faz filha.

Gaby: O senhor bem que mereceu, apertou tanto a mão do Fernando que quase quebra. Não adianta negar que eu vi.

CD: Fiz o que qualquer um faria. Ele estava te agarrando em público!! E que mãos eram aquelas na sua cintura? Garoto abusado!

Gaby: Here we go again.

Lizete: Eu não me importaria de ver vocês discutindo acompanhada por um balde de pipoca.

CD: Lizete!!

Lizete: O que foi pai? Eu realmente estou com fome. Podemos ir logo pra casa? Não sei se vocês perceberam mas ainda estamos parados na frente da escola da Gaby.

Carlos Daniel riu em silêncio e iniciou a partida do veiculo, apesar da situação embaraçosa que havia ocorrido anteriormente, ele estava feliz porque naquele breve momento dentro do carro ele pode desfrutar daquela sensação que por tempos tinha esquecido. Estar na companhia de suas filhas, participar de suas conversas e de seus assuntos, ouvir suas risadas, e ver aquele brilho em seus olhares era maravilhoso e gratificante. Por um momento, apenas um momento ele esqueceu-se dos problemas e das angústias.

Seu momento de regozijo durou pouco, o fim se deu quando o carro adentrava nas propriedades da casa Bracho. Ver aquela grande propriedade trouxe recordações ruins para todos dentro do carro, suas feições e o silêncio gritante mostraram o quanto era dolorido voltar para a realidade.

Lizete: Nossa! - Falou em tom baixo, quase como um sussurro.

CD: O que foi filha?

Lizete: Sinto uma sensação esquísita olhando pra essa casa, é como se o tempo tivesse retrocedido e nada tivesse mudado.

CD: É a segunda vez que você fala de mudanças hoje Lizete, você sente isso mesmo?

Lizete: Pai, apenas feche os olhos e pense em 15 anos atrás. Lembra dos risos? Lembra do amor? Lembra da paz? Lembra da felicidade que viviamos? Não é preciso ser um especíalista para ver a nossa realidade, basta abrir os olhos e observar a verdade que você por anos não quis ver.


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Notas finais do capítulo

Meu twitter é @deafmonteiro para os que quiserem comentar ou me xingar pelo atraso (não xinguem não, eu sou legal)