P.O.V. Annabeth

   - O que houve com você? – perguntei sussurrando assim que ele acordou. Percy começou a rir histericamente, vi que não estava em condições de responder e nem andar. Por mais que eu o odiasse, não poderia deixa-lo dessa maneira. Então o levantei da cama conduzindo-o até o banheiro, o moreno rindo sem parar – Cale a boca Percy, há essa hora seu pai e minha madrasta já estão em casa, quer que eles te vejam assim.

   Eu estava muito irritada. De repente Percy se soltou de mim, o olhei, ele prendeu-me na parede de um jeito que eu não conseguiria sair, nossos rostos tão próximos que foi complicado pensar alguma coisa, fiquei assustada, mas foi só olhar para seus olhos que esqueci o motivo de estar zangada. Então ele fala.

   - Você é linda sabia – senti meu rosto esquentar, Percy foi se aproximando mais seu rosto do meu, minha respiração ficou fora do ritmo, meu coração eu não conseguia o acompanhar de tão rápido que batia, aqueles olhos verdes possuía um efeito sobre mim, mas ainda era um efeito desconhecido, meus membros não estavam respondendo ao meu comando, pela primeira vez senti uma vontade incontrolável de beijá-lo, mas aí lembrei que ele estava bêbado e provavelmente estava fazendo aquilo sob o efeito da cachaça. Quando faltava poucos milímetros para nossos lábios se tocarem, eu o empurro, o moreno me encara confuso.

    - Você está bêbado Percy, vem – disse passando meu braço em redor da sua cintura e os dele sobre meu ombro – vou cuidar de você.

   Abri a porta do banheiro e o coloquei sentado no vaso sanitário, tirei seus tênis e as meias, e com roupa ainda, o coloco debaixo do chuveiro. A água gelada cai no seu corpo o fazendo despertar um pouco.

   - O que você está fazendo aqui? – pergunta com a voz meio grogue. Reviro meus olhos, enquanto passava a mão no seu rosto, para ver se ele despertava mais.

   - Apenas cale – ficamos em silencio até eu terminar de dar ‘’banho’’ nele. Voltamos para o quarto, o coloquei molhado sentado em sua cama, peguei uma toalha e comecei a secar seu cabelo negro, Percy se mantinha quieto. Hesitante e com cuidado tirei sua camisa, e quase cair para trás, o moreno era bem definido, barriga travadinha e seus músculos perfeitamente na medida, nem muito fraco nem muito forte. Respirei fundo para controlar as batidas do meu coração, depois terminei de enxuga-lo na parte de cima, o vesti com sua camisa de moletom porque estava bem frio. Olhei para sua calça e fiquei meia constrangida, acho que corei só de pensar em tirá-la, mas não tinha opção.

   - Deite – pedi com a voz delicada, ele obedeceu, desabotoei seu jeans e com vergonha o tirei, o moreno usava uma cueca box azul, desviei minha atenção por um momento, bom não vou dá muitos detalhes, mas lhe garanto que eu estava mais vermelha que um tomate. Fui até seu guarda-roupa e peguei uma bermuda e outra cueca box, dessa vez preta. Voltei para seu lado, ele continuava deitado e me encarando com suas esmeraldas brilhando, o entreguei as roupas.

   - Consegue vesti-las? – perguntei docemente. Percy assentiu. Me virei e fechei os olhos, fiquei pensando o motivo que precisou para beber e ficar nessas condições.

   - Pronto – fala, depois de um tempinho, me viro e o ajudo a terminar de vestir a bermuda, então o ajeito na cama me sento ao seu lado e passo as mãos no seu cabelo úmido.

   - Vou preparar um remédio para você – quando ia saindo, Percy segura meu pulso.

   - Não me deixe – disse olhando diretamente nos meus olhos, não resistir e dei um sorriso, talvez por impulso eu falo.

   - Nunca vou lhe deixar Percy – o mesmo me lança o sorriso mais bonito que já vi – Volto logo – ele assenti e me solta. Desci a escada com cuidado para não acordar Melissa nem Poseidon. No funda da casa tinha uma pequena horta, chequei e achei o que estava procurando, sete dor, uma erva medicinal em formato de uma folha era macia e amassada na água era bem amarga, mas também essa erva fazia milagres principalmente em situações iguais a de Percy. Enquanto amassava o remédio fiquei pensando no porque de ter dito aquilo para ele, eram tantas perguntas que rodeavam minha cabeça, mas todas sem respostas. Terminei e subi novamente para o quarto. Percy estava sentado na beira da cama, quando me viu sorriu eu não pude deixar de corresponde-lo.

   - Aqui, bebe – disse entregando a ele o copo com o recipiente verde e amargo, o moreno mandou tudo para dentro sem nenhuma reclamação, ele fez uma cara muito engraçada devido a amargura da erva, soltei uma risadinha involuntária, mas a graça acabou quando Percy vomitou na beirada da cama, quase vomitei também pelo cheiro de álcool que imanava do vômito, fechei meus olhos e pensei ‘’ótimo, porque estou cuidando dele mesmo?’’ outra pergunta sem resposta, eu odiava não saber das coisas, principalmente quando essas coisas envolviam meus sentimentos, mesmo que ele tenha vomitado eu não disse nada, esse era um dos efeitos da bebida, falo isso por experiência própria. O levei novamente até o banheiro e o ajudei a escovar os dentes, sim Percy estava tão ruim que não tinha capacidade de escovar os próprios dentes, voltamos para o quarto e deitei-o em sua cama.

   - Durma um pouco – falei com carinho acariciando seu rosto – Vai se sentir melhor.

   Ele fechou os olhos e em menos de minutos, sua respiração estava mais lenta e calma, presumir que já estava dormindo. Limpei a sujeira que Percy fez, tomei um banho e vestir meu pijama. Fui até o moreno para verificar se estava tudo, então o cobrir com seu cobertor e depositei um beijo em sua testa, sussurrando em seu ouvido.

   - Boa noite cabeça de alga – e fui me deitar, olhei para o relógio, quase duas da manhã, o motivo por eu ter cuidado dele, ainda não sabia. Percy tinha um problema com o álcool, e bom eu tentaria descobrir o porque, fechei meus olhos e dormir instantaneamente, desta vez, sem sonhos.