O meu sonho é ser magaká do Japão.

E  eu imagino que vários desenhistas de caderno e otakus também deve ter esse sonho.

Desde pequena eu gostava muito anime, eu adorava as aberturas do final, as musiquinhas que via, as tramas dos personagens... Enfim me apaixonei pela a cultura nipônica. Eu acho que isso me estimulou a minha criatividade e agora eu quero ser design ( e morrer de fome no futuro) ou exercer qualquer profissão criativa.

O meu antigo sonho não foi esquecido mas...Ultimamente... Sabe quando você cai na real? Você pode ser uma menina de 13 anos, mas sabe do que eu estou falando. Quando tem aquele clarão igual Doctor House ao descobrir a uma doença.

Vamos fingir que eu caia de cabeça nesse sonho. Largue todo. Família, a minha gata, meus amigos e decidi ir ao outro lado do mundo(literalmente) para ir atrás nesse sonho maluco, igual o Alquimista do Paulo Coelho e eu descubro uma coisa bem interessante: Eu não falo japonês. Isso não parece importante, mas é! Como é que eu vou conseguir emprego? E outra coisa, eu não sei desenhar! E outras inúmeras razões.

Aí com pouco dinheiro que tenho, vagando pelas ruas de Tóquio eu procuro por comida. E finalmente encontro um imigrante que sabe falar inglês vendendo fast foot naquelas barriquinhas espalhadas na calçada. Bom aí eu preciso confessar uma coisa, que provavelmente você irá querer me jogar na janela, me bater ou qualquer tortura semelhante à ditadura do Brasil.

Eu

Odeio

Comida

Japonesa

Você agora pode estar falando assim “ Ai! Você que não tem paladar!” ou esta me xingando com nomes inimagináveis. Não se preocupe. Mas não se preocupe mesmo! Que todo isso eu já ouvi dos meus amigos otakus e Nerds.Pode me crucificar! Mas a comida deles é feita de isopor com tempero de miojo ( eu acho que nem isso, porque ficaria comestível aquilo) eu acho que eles pegam papel chamequinho, cortam em forma de comida, pintam de giz de cera e bota para comer! Porque não tem gosto! Não tem sabor!  Eu até entendendo que uma vez com amigos e legal vai pagar um de Cult... Porém todo santo dia comendo aquela papa de arroz... Não dá. Vai acabar ficando doente por falta de proteínas necessárias.

Você pode ate não perceber, mas a nossa comida tem sabor muito forte. Os próprios estrangeiros alegam isso, os brasileiros foram criados desde criança a sentir o gosto verdadeiro da comida, misturas de sabores, o seu corpo perde todo dia um pratão de arroz com feijão, com bife mal passado e batata frita e quando se depara aqueles pingos de isopor o seu cérebro fica em pânico dizendo: “ Não coma isso!” “Não coma isso!”

E sem falar daqueles palitinhos, puta que pariu... Eu sempre aprendo a usar hashis porem sempre esqueço depois, daí a solução é espertar a comida e equilibrar a comida até a boca.

Mas enfim, isso são só detalhes. Afinal eu estou no Japão! Pessoas educadas e... Fechadas. Eu acho que você já deve até ter percebido. Enquanto nós somos “ ÊÊÊÊÊÊ! Venha aqui! Vamos me dê um abraço!”, os japoneses á maioria são criaturas altistas que vagam pelo um mundo perdido que não dar para entrar, se isola e não gosta muito de contato. Realmente eles são mais  reservados. Sei disso porque eu fui numa conferencia japonesa, todos eles muitos educados e sorrisinhos, porém ver o que acontece quando você ultrapassa o território deles. Um colega meu entrou na sala e levou um fora naqueles gigantes. Sendo que todas as salas eram livres e qualquer um podia entrar. E também já vi muitos programas para ter certeza disso. Não dá para negar eles são muito reservados.

Eu tenho certeza que seria maravilhoso, se um dia viajar( como turista) no lugar desses. E uma lugar milenar onde o novo e antigo se misturam, entretanto na vida real seria bem diferente. Trabalhar lá tem muita pressão, os japoneses vão te subestimar porque ser uma imigrante- Acredite! Já tive duas pessoas que me contaram isso.- , vai se confundir todo com aquelas letras embaralhadas que um reles ocidental  vai entender porra nenhuma e etc. etc e etc

Você: Já que criticou tanto. Simplesmente não vá para aquele lugar.

Eu coço a minha cabeça sorrio e digo: Todo bem! Quero ver com os meus próprios olhos.