- QUE MERDA FOI ESSA? – soltei. Eu senti ele apalpando minha bunda?

Ouvi uma risada baixa. Eu deveria estar um pimentão com aquela pose de durona, agradeci por estar escuro.

- O que foi, docinho? – senti ele se aproximar e pressionar seu corpo sobre o meu.

- O QUE ESTÁ FAZENDO?! SAI DE CIMA DE MIM!

- Poxa, docinho, pra minha vizinha, você deveria ser mais amigável. Me dando um beijo de boas vindas. O que acha?

Ele nem sequer esperou eu responder e foi logo tomando meus lábios nos seus. Com as mãos, ele segurava forte meu pulso para que eu não desse conta de me soltar. Droga. Ele se afastou depois de um tempo, acho que depois que viu que eu não iria retribuir.

- Po, não é todo dia que acontece uma coisa dessas aqui no edifício. Temos que aproveitar.

- APROVEITAR? EU ME MUDEI PRA CÁ ONTEM, VOCÊ ME APARECE DE AMASSO COM UMA LOIRA ONTEM, DEPOIS AGORA ABUSA DE MIM? – Só eu amo exagerar os termos? – PELO AMOR DE DEUS, ME DEIXA EM...

Um barulho. O elevador simplesmente volta a funcionar, de arranco, o que me faz cair. Ele se ofereceu pra ajudar, mas eu não quis.

- Nunca. Mais. Toque. Em. Mim.

Ele sorriu torto. – Posso pelo menos saber seu nome?

- Não.

- Me diz como se chama, prometo deixa-la em paz.

- Isabella.

- Edward, ou Ed pras íntimas. – ele estendeu a mão. Meu Deus, que cara de pau. Encarei ela e (ainda bem!) o elevador se abriu.

O porteiro veio até nós e comunicou que fora somente uma queda de energia, e deu sua palavra de que não aconteceria novamente. Saí bufando. Meu segundo dia e já estava com um azar que só vendo. O que estava faltando? O prédio cair? Mandei embora esse pensamento rapidamente.

Peguei um táxi e fui o mais rápido possível para Tanya Magazine. Era uma das revistas mais lidas aqui de NY.

Passei pelo hall de entrada, com várias pessoas me encarando. Fui até o escritório de Tanya, a chefe da revista.

- Bella!

- Oi Tanya. –sorri.

- Você veio da guerra ou para guerra? – brincou. Fiquei sem entender. – Vá arrumar essa maquiagem, esse vestido e esse cabelo! Não sou chefe de ficar vigiando a vida do funcionário, mas aposto que estava de amassos com alguém.

Corei. Meu Deus. Olhei no espelho. Eu não estava em um bom estado. ISABELLA, COMO VOCÊ VEM PRA UMA REVISTA DE MODA SEM SE OLHAR NO ESPELHO? Filha da mãe! – Xinguei eu mesma. Como eu poderia ser tão burra e estúpida?

Fui no banheiro e me arrumei, então Tanya me passou o trabalho. Tomara que eu não faça nada de errado, já basta hoje. Sabe quando você acorda e o mundo conspira contra você? Ai, Bella, o mundo nem sabe que você existe.

Parei pra almoçar, depois o dia foi tranquilo. Fiquei feliz quando Tanya disse que eu podia ir embora mais cedo e descansar. Bom, não sei se fiquei. Topar com aquele Edward não seria a melhor das coisas.

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Voltei, dei boa tarde ao porteiro e subi. Cheguei no meu apartamento, graças a Deus, não topei com ninguém. Mas tinha algo no chão. Um bilhete?

“ Bellinha,

Adorei te conhecer hoje. Apesar do nosso pequeno incidente. Queria te conhecer melhor, se não se importar. Você não irá se arrepender! Te espero hoje, 7h p.m. no restaurante La Bell. Me lembrou você.

Ps: Não me dê o bolo!

Beijos e amassos,

Edward C.”                              

Comecei a rir. Não acredito! Vou, e vou levar um presentinho pra ele, pra ver se deixa de ser tão cara de pau. 5 p.m. Eu ainda tinha tempo, mas ia começar a me arrumar. Até tomar banho e passar maquiagem...

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Me olhei no espelho. Estava com um vestido bege mais escuro que minha pele, com um sapato igualmente. A pulseira que meu pai havia me dado, e o par de brincos que minha mãe havia me cedido. Passei uma maquiagem marcante, mas leve. E o perfume que eu mais gostava. Pronto. E bem na hora.

Cheguei 7 e 30. Era bom me fazer de difícil. Avistei ele em uma mesa no fundo. Ele aparentemente ficou surpreso em me ver, depois foi me receber.

- Eaí, Bellinha?! Já fiz nossos pedidos. Pensei que não vinha mais.

- Bella, por favor.

- Tudo bem... Bella. – e beijou minha mão. – Trouxe um presente pra você.

- Eu também.

- Como? – retirei um pequeno embrulho da bolsa.

- Presente. Pra você. -  ele ficou encarando o embrulho obviamente tentando adivinhar o que havia dentro do pacote – O meu primeiro.

Ele empurrou uma caixa quadrada, e eu abri. Sem brincadeiras, acho que minha boca fez um formato de “o” certinho.

- O que... é isso?