Casa nova, vida nova. Não é assim que vivem dizendo? Estou me mudando hoje para NY, já até aluguei um apartamento. Exatamente o que eu queria. Quem sabe assim não esqueço o que houve no último verão em Forks? Relembrei e me veio um arrepio. Isabella, agora é bola pra frente.

Meu pai me levou até a pequena rodoviária de Forks. Estava sendo difícil pra ele me deixar ir assim, mas já sou maior de idade e ele confia em mim, que eu saiba o que é melhor. Talvez não saiba. Mas nunca vou saber se não for.

– Se cuida, tá, Bells? Não está esquecendo de nada?

– Não, pai. – dei um abraço. Como eu amava aquele homem.

– Boa viagem.

– Obrigada. – suspirei – Eu te amo.

– Eu te amo, Bells.

Saí do seu abraço confortante e entrei no ônibus, iriamos para o aeroporto mais próximo. Foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz, deixar meu pai pra ir morar sozinha. Quem diria, hein?

A viagem durou uma hora, até que cheguei no aeroporto e peguei o avião. Encostei a cabeça na poltrona e dormi.

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Demorei uns minutos para achar meu prédio. Mas não foi tão difícil. Ele tinha 15 andares e dava uma ótima vista de Nova York. Daquelas que você dá pra sentar na sacada e pensar o quanto você é um grão insignificante perto daquela cidade enorme, ou ficar admirando todas aquelas luzes, ou até mesmo as estrelas.

O elevador estava fechando, então fui correndo para que não fechasse. Havia um homem com os braços na cintura de outra mulher.

– Ai amor, vai demorar muito?

– Não, já vamos chegar, docinho.

Odiava quando os homens chamavam as mulheres de docinho. Pra mim parecia que eles estavam falando com putas, ou algo comestível. Era o que a mulher estava aparentando ser. Batom borrado, cabelo com cara de que não foi penteado, e uma roupa justíssima. Já o homem não consegui ver pois estava de costas pra mim. Só vi o cabelo castanho claro igualmente bagunçado. É, o início da noite tinha sido bom pra eles.

O elevador parou no décimo andar, e ele desceu ainda com as mãos na cintura da mulher. Pude ver agora seu rosto, ele era um tanto bonito, de olhos azuis. Fiquei admirando até perceber que seu apartamento era bem do lado do meu. Droga. Era o que me faltava. Ter que escutar o amasso desses dois durante a noite.

Girei minha chave na maçaneta, e meu apartamento estava totalmente mobiliado. Móveis novos, a maioria, meu pai tinha feito questão de comprar pra mim, como presente. Não pude recusar, e não nego que estava precisando.

Fui direto pro meu quarto arrumar as malas. Amanhã eu iria no meu emprego – no escritório de uma revista, graças a minha adorável e sociável mãe, que era toda de fofocas com a chefe, que resolveu me ceder esse emprego – novo. Então precisava dormir. Comi alguma coisa e deitei na cama. Seria um longo dia amanhã.

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Acordei e me vesti para o primeiro dia de trabalho. Não podia chegar atrasada de forma alguma. Calcei o meu melhor sapato, e a blusa que minha mãe tinha me dado no meu último aniversário de Paris. Coloquei uma saia, passei uma maquiagem de leve e fui pegar o elevador.

Fiquei esperando ele subir, enquanto meu vizinho (o que estava com a mulher ontem) apareceu todo esculachado, de chinelos, bermuda.

- Já chamou? – perguntou ele.

- Já. – no mesmo instante, a porta se abriu e ambos entramos.

Olhei no relógio. Ok, Isabella, em quinze minutos você chega. Até que no sexto andar a luz do elevador se apaga e ele faz um barulho. Não acredito! Era só o que me faltava...