New Perspective escrita por Brave


Capítulo 15
14 - Rose Weasley


Notas iniciais do capítulo

Capitulo dedicado à linda da Ana B, que fez uma recomendação de vomitar arco-íris *-*
Dica: Leiam ouvindo a música Let It Go/Livre Estou do filme Frozen :3 (pode acessar ambas clicando no "Rose" ou no "Weasley" que estão em negrito logo na primeira linha.)
(Perdão qualquer erro :x)



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O mundo de Rose Weasley desmoronou sobre sua cabeça. Ela tentava há um tempo imaginar como contar para sua filha quem era seu verdadeiro pai, mas não é como se isso viesse em tutoriais de revista. E, assim como Lorcan insinuara, ela descobriu do pior jeito possível. A briga com Albus não poderia ter vindo em pior hora.

– Dessa vez, você fica – ele grunhiu antes de sair atrás de Lyanna.

Rose queria dizer que não, queria ir com ele buscar sua filha. Afinal, foi ela quem esteve com a menina durante esses catorze anos. Esse pensamento a fez parar antes mesmo de sair de sua casa. Ela esteve com Lyanna durante estes catorze anos. Apoiou-se na porta de entrada, mas seus joelhos fraquejaram mesmo assim. Sabia que tinha sido egoísta. Oh, como tinha... Não fazia ideia do que faria se pudesse voltar no tempo, realmente não fazia sabia. Abriria mesmo mão de Daenerys para poder dar a Albus e Lyanna uma chance de terem crescido – os dois – juntos?

Não precisou se perguntou outra vez, sua resposta sempre seria não. Por mais que tivesse errado, a vida lhe trouxe Daenerys. De fato, não entendia como aceitara cuidar da filha do homem que amava com outra mulher. Talvez o modo como ela se parecia com o pai, como uma versão mais nova e adorável de Albus Potter.

Mas agora, Dany era sua filha. E não mudaria nada no passado, pois não conseguia imaginar sua vida sem a caçula.

Jogada na soleira de sua porta, Rose Weasley percebeu o quão tola havia sido. Não ao se apaixonar pelo seu primo mulherengo, não por tê-lo abandonado ao descobrir sua gravidez, não por ter aceitado a filha de outra mulher, não por ter por ter passado catorze anos fora de casa. Sim por ter fugido de tudo isso – seus erros.

Ela não podia aceitar que estava errada, isso simplesmente era demais para seu ego, sempre fora. Rose Weasley nunca se permitiria errar, sempre tinha alguma explicação caso ela fizesse uma bobagem. Mas agora não tinha. Ela não errou por estar machucada ou por ser jovem e inconsequente. Não, simplesmente errou. Merecia essa dor, merecia sofrer. Sentia-se um monstro. Enrolou-se, desejando poder desaparecer. Jamais duvidara da vocação de Albus para ser pai e, agora, que Lyanna sabia, nada o impedia de assumir essa responsabilidade.

O tempo passou depressa, ela já não chorava, mas não possuía forças para se levantar quando James chegou com Dany – o homem tivera tato o suficiente para deixar o filho em casa depois de sua conversa com Lyanna. A mais nova correu abraçar a mãe, que, assim que pôs os olhos na filha caçula, sentiu sua energia voltar ao corpo. Pegou-a no colo e a girou no ar enquanto seu primo a observava cauteloso.

– Meu anjo, você disse que arrumaria seu quarto quando voltássemos, lembra-se? – A pequena assentiu, antes de subir as escadas pulando.

Quando Daenerys saiu de vista, Rose sentiu seu corpo fraquejar outra vez, mas já conseguia manter-se de pé, mesmo o peso em seu peito insistindo em puxá-la cada vez mais para baixo.

– Obrigada por trazê-la – Sussurrou para o moreno que se dispôs a ajuda-la.

– O que houve? Lyanna pediu para vir embora mais cedo e... – Ele se calou ao ver a expressão da prima.

Resumidamente, Rose o contou tudo, desde seu encontro com Albus no Beco Diagonal até a hora em que ele saiu correndo de sua casa. James crispou os lábios algumas vezes e ficou um tempo quieto antes de responder. A ruiva sabia que ele considerava as palavras com cuidado para não ofendê-la ou machuca-la e se sentiu agradecida por isso.

– Rose... Desde o dia em que você voltou, eu me pergunto o que você viu nele. Ele é meu irmão e apesar de tudo eu o amo, mas ele é um babaca. Ele não consegue ter nenhum relacionamento firme, duradouro desde... Sempre. Está se afundando cada vez mais em bebidas, prostitutas. Tem jeito com crianças, é claro, mas para pai? Muita responsabilidade, não acho que ele seria capaz disso.

Ela apoiou o rosto entre as mão, tentando absorver o que ouvira.

– Acho melhor eu ir ver como eles estão, por favor, fica com a Dany.

E sem esperar por uma resposta, ela desaparatou. Não conseguiria ficar sentada enquanto James falava do irmão daquela maneira. Se Albus era daquele jeito– o que de fato era – James tinha uma parcela de culpa nisso. Ele fora um dos que o negaram quando o menino entrou para a Sonserina.

Entretanto, Rose sabia que seu primo – culpado ou não – tinha razão sobre Albus. E isso a deixava ainda mais apreensiva sobre a paternidade dele. Conhecia Lyanna muito bem, ela iria querer passar mais tempo com pai e, por mais que isso fosse como um sonho, seria saudável? Ela não sabia como responder.

A sala de Albus Potter estava impecável, como todas as vezes que ela fora lá. Podia ver uma silhueta na sacada, Luke. Foi até ele, mas ao invés de pedir informações de sua filha, acabou se debruçando sobre a varanda também. O vento sempre a lembrara do dono daquele apartamento.

Talvez por sua personalidade de furacão ou seu toque suave como a brisa. Ou simplesmente porque várias das memorias que tinham juntos envolviam vento: voos de vassoura, escapadas para lugares como uma praia ou o topo de uma montanha. Não sabia, simplesmente a lembrava. E, quando fechava os olhos, sentia-se com dezesseis anos novamente. Quando tudo era mais fácil – mesmo sem ela saber disso. Quando ela tinha Albus.

Mesmo trocando alguns beijos vez ou outra, ela sentia essa barreira. Isso que a impedia de chegar tão fundo nos sentimentos do moreno como costumava chegar quando eram adolescentes. Mas os sentimentos de antigamente normalmente eram frustações familiares, necessidade de provação. Os sentimentos que ela deveria alcançar hoje – isso ela descobrira no mesmo dia, algumas horas mais cedo, durante certa discussão – eram sobre ela e suas filhas. O que dificultava muita coisa, a seu ver.

Se Rose não estivesse cega pela dor e pelos seus erros, sem dúvidas conseguiria uma solução (como sempre). Ela saberia que, se ela abaixasse a guarda só um pouquinho, ele se abriria por inteiro para ela. Mas como poderia? Toda confiança que possuía quando estava perto do primo se esvaíra ha muito tempo. Ela sempre fora apaixonada por Albus, mesmo quando tinha certeza de que ele não a via do mesmo jeito. Entretanto, a mulher sempre soube que ele a amava como sua melhor amiga, a única que não o abandonara quando ele precisou.

Mas e agora? Quem era Rose Weasley para Albus Potter? Sua melhor amiga, a única que não o abandonara – Adivinha: Como todo mundo em algum momento de sua vida miserável e fútil... – também o abandonou! Não apenas o abandonou, mas também levou dele algo que era seu por direito.

Então, Rose Weasley para Albus Potter não era ninguém menos do que a mulher que traiu sua confiança e o tirou de suas filhas.

Ao chegar nesta conclusão, abriu os olhos assustada, o vento já não era mais tão convidativo. Uma lágrima solitária escorria pelo lado direito de seu rosto, mas ela não se deu ao trabalho de secá-la. A maldita lágrima quis sair, que enfrentasse a queda que viria.

– Eles chegaram há um tempinho, acho que nem me viram – Luke quebrou o silencio, a ruiva pulou ao se lembrar que o garoto estava ao seu lado. Ele se virou para encará-la e Rose ficou ainda mais assustada ao perceber a seriedade que seus olhos emitiam – Eu sei que meu tio tem seus altos e baixos, mas a senhora não poderia ter ninguém melhor do que ele para cuidar das duas. Ele tem uma vocação natural para a paternidade. Desde que eu me entendo por gente, ele esteve aqui por mim, sempre que eu precisei de broncas, de conselho. Ele é bem mais responsável que meu pai, se fosse por aquele lá, eu sairia com ele todo final de semana para alguma boate. O que às vezes, admito , é tentador. Mas meu tio nunca deixaria isso acontecer. Acho que ele tem medo que eu acabe como ele.

Rose sorriu ao ouvir uma declaração tão sincera quanto esta e acariciou o rosto do rapaz, imaginando qual seria a relação dele com sua mãe biológica, já que ficava com um amigo de seu pai quando este viajava. Resolveu, enfim, enfrentar seus medos. Ou melhor, seus erros.


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Notas finais do capítulo

"Um reino de isolamento. E a rainha está aqui."
Minha nova música e filme preferidos. Eu senti que o capitulo tendeu muito para essa música (também: fiquei ouvindo-na durante o dia todo - as duas versões), por isso, achei que seria bom compartilha-la com você aqui *-*
(Ps. Na minha mente, a Anna seria a Rose e Kristoff seria o Scorp. Não só fisicamente, mas em personalidade também. O que acham?)
(Ps². Sim, eu shippo ScoRose pq eles são perfeitos um para o outro)
(Ps³. Antes que apareça a dúvida na cabeça de alguém: RosexAlbus é minha paixão pq "escondido é bem melhor" e me lembra dos meus primos)
Acabei de me lembrar pq evito fazer notas: eu me empolgo mais que no capitulo, mas precisava falar do filme com ficwriters/readers



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