O Plágio De Uma Bela Melodia escrita por Lilo Lut, Chiharo Sasaki


Capítulo 20
Capítulo 20




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19/02 – Festa de abertura dos JIUR – Guilherme

            Aquela semana andava sendo horrível. Primeiro, pelo fato de todos ainda lembrarem da história dos mortos-vivos, segundo, porque, bem, pela primeira vez na minha vida eu tinha sido autor de uma fofoca e isso não me dá muitos méritos. Eu me senti realmente péssimo, uma pena Cecília ainda não ter acreditado de verdade. E o terceiro, era que naquela sexta-feira ia dar inicio ao JIUR (Jogos inter-universitário Regional) e o treino para o time de futebol estava sendo ainda mais rigoroso. Eu não agüentava mais correr de um lado para o outro e ter que ver o Luke em mais algumas horas do dia. Pelo menos meus amigos Hugo e Paulinho também estavam por lá.                                                   

Eram quase oito horas da noite e eu ainda não tinha começado sequer a me trocar para ir à abertura dos Jogos que ia acontecer no enorme pátio principal da nossa universidade, às 21:00. Como eu tenho um colega de quarto que estranhamente passa quase 40 minutos tomando banho, eu estava relativamente atrasado, mas não que eu estivesse preocupado, já que eu não era um dos maiores fãs de festas ou de esporte, mas, como minha mãe sempre insistiu muito com essa história de futebol e etc, acabei passando quase minha vida toda treinando e não ia ser quando eu entrasse na faculdade que eu ia parar. Pelo menos, é o que ela usa de argumento, quando eu reclamo dos treinos, e eu sempre levei muito em consideração a sua vontade.                   

Como eu tinha previsto, cheguei por lá um pouco mais tarde do que os outros estudantes. Tinha realmente muita gente diferente por todo o pátio, mas, como sempre, as caras conhecidas estavam por lá. Percebi que o Paulinho estava conversando com sua irmã e, como ela não estava muito amigável em relação a mim, achei melhor não atrapalhar a conversa deles. Optando por essa alternativa, me dirigi a uma mesa, sozinho, e tirei do bolso o meu celular. Talvez jogar algo no celular me ajudasse a passar o tempo, pensei.                                  

Mas, para minha surpresa, minha noite não ia ser o que se chama de “normalidade de sempre”, pois, quando eu menos esperei, uma linda garota loira, acompanhada do meu colega de quarto, Peu, se aproximou e sentou-se junto a mim.                                                                                                                     

- Espero que a gente não esteja atrapalhando sua diversão – disse o Peu, com um tom sarcástico, provavelmente por conta de que eu deveria está fazendo alguma coisa normal, típica de uma festa. Não jogando idiotamente corrida no celular – mas eu vim para te apresentar a uma amiga minha, a Aléssia. – tenho que admitir que fiquei bastante surpreso com o seu comentário, mas sorri para a menina, que correspondeu – Bom, como eu já completei minha tarefa, acho que posso deixar vocês sozinhos. Vou indo.                    

Ficamos numa situação bastante chata depois que ele se foi, aquela bem famosa, em que mesmo que os dois estejam olhando fixamente um para a cara do outro, o silêncio continua dominando o espaço. Como percebi que ela estava disposta a esperar eu dá o primeiro passo, mesmo sem saber exatamente o que dizer, decidi o fazer:                                                                                            

- E então... – mas, eu nem precisei inventar algum pretexto para iniciar uma conversa, já que, pelo o que parecia, ela só estava esperando eu falar alguma coisa para poder começar a me beijar. Isso mesmo, a Aléssia, depois de eu dizer duas palavras, me abraçou forte e me beijou.                                                          

Para não parecer chato ou mal-educado, eu continuei a fazer o que ela tinha iniciado, mesmo que minha vontade naquele momento tivesse sido de empurrá-la e perguntar por que diabos ela tinha feito aquilo. Sem exagero algum, a garota que, eu até tinha imaginado que fosse tímida, estava praticamente me engolindo com seu então “beijo”. Eu pude sentir minha bochecha ficar molhada, a Aléssia estava babando pelo meu rosto inteiro e aquilo não era nada confortável. Me senti ainda mais em maus lençóis quando ela teve a maldita idéia de sentar-se em meu colo e alisar meu cabelo, fazendo com que sua mão descesse até o meu traseiro, mesmo não dando para fazer muita coisa, já que eu estava sentado.                                                                                        

Educação às vezes tem limite e, quando o idiota do Peter começou a resmungar coisas que a faziam se empolgar ainda mais, então, sem pensar duas vezes, eu empurrei a garota fazendo com que  ela quase caísse no chão. Tentei me desculpar, mas, a Aléssia não estava se importando muito, já que assim que eu levantei para ir a outro lugar, ela puxou-me pelo braço e tentou me beijar de novo.                                                            

- Aléssia, acho que isso não está dando certo...                                                          

- Mas por que não Gui, a gente tem a mesma sincronia, nossos queixos se encaixam perfeitamente... - Deus queira que ela esteja errada em relação à teoria de que somos sincronizados. Ela é louca – eu sabia que deveria ter te conhecido antes! Você é lindo... – eu estava praticamente fugindo daquela situação, por que diabos ela não percebia disso?                                                                    

- Você é muito bonita, mas eu ainda gosto da minha ex-namorada. A gente não deveria ficar, seria errado, eu estaria usando você.                                      

- Eu não me importo! – berrou ela, para o meu completo horror. Qual seria a próxima desculpa que eu ira usar para ela decidir ir embora? – eu faço você esquecer aquela vagabunda, que nunca te deu valor, em dois minutos! Você pode não me conhecer, mas eu te observei por muito tempo, ela não te merece! Mas eu sim... – falando isso, ela me abraçou e eu esquivei meu rosto como se ela fosse algo nojento e asqueroso.                                                             

Percebi que, se eu não fosse grosso, ela não iria embora. Então, esqueci toda a educação que minha mãe tinha me dado e comecei a falar num tom bastante sério, parecendo firme:                                                                                             

- Aléssia, eu não quero ficar com você, será que está assim, tão complicado de entender? Por que você não vai atrás do Peter, ele sim parece que quer sua companhia, mas eu não.                                                                                        

Saindo de perto dela, decidi que não queria mais ficar por ali. Encontrei a Letícia, infelizmente, no meio do meu caminho e ela não estava com uma expressão muito boa. Parecia preocupada, mas sinceramente, eu não queria conversar com nenhuma garota que pudesse tomar o mesmo tipo de atitude a qual eu estava metido alguns minutos antes, então, continuei andando.                            

Sei que, para o meu horror, o Justino estava por perto, mas percebi que ele não estava muito ligado no que estava acontecendo na festa, pois ele parecia está completamente concentrado em uma conversa que estava tendo com um garoto... Que parecia realmente muito com... Não podia ser.                        Era o Luke. Chegando mais perto, percebi que não, já que o então garoto era mais magro e tinha um corte de cabelo mais comportado. Mas, para alguém que, assim como eu, estivesse assistindo àquela cena de longe, também afirmaria a mesma coisa. Será que eles eram gays? Digo, o Justino e o então amiguinho?                                                                                                            

O ódio que eu estava do Luke, desde o fim de semana anterior, fluiu fortemente pelas minhas veias. A história que eu tinha inventado não era o bastante, ele ainda estava lá, feliz, e minha amiga, Cecília, estava sem falar comigo direito. Ele merecia algo pior, que afetasse mesmo sua reputação. E o Justino também estava merecendo ser punido, então... Uni o útil ao agradável.


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