Spirited Away 2 escrita por otempora


Capítulo 2
Espera




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  - Ela está acordando. – a enfermeira disse.

  Chihiro abriu os olhos e encarou um teto branco, seu corpo estava pesado e a cabeça doía.

  - Como está se sentindo? – perguntou a mulher gorda.

  - Mal. Eu desmaiei?

  - Sim, lá no pátio. Escute, você anda comendo direito? 

  - Eu acordei atrasada hoje.

  A mulher pareceu não escutar as palavras da garota. 

  - Não é certo ficar sem comer. O organismo fica fraco e você já é tão magrinha! Não deixe essas idéias entrarem em sua cabeça...

  Chihiro recostou sua cabeça, decidida a não ouvir. “Era o Sem Rosto... o que ele estava fazendo aqui?” 

  Lembrou-se novamente do outro mundo. Seus pais virando porcos, ela tendo que trabalhar na casa de banhos até que achasse alguma forma de retornar. Haku a ajudara e ela conseguiu descobrir o verdadeiro nome dele, Kohaku, para que este também pudesse se libertar.

  Reencontrou seus pais, que não tinham lembrança alguma. Só ela foi afetada por aquele lugar, chegou lá com dez anos como uma garotinha resmungona e mimada e saiu mais forte. Incrivelmente, começou a ir melhor na escola, mas tornou-se mais sozinha...

  Suspirou. Talvez, se seus pais tivessem vivido a mesma coisa que ela, não estariam se separando.

  Apesar de os dois negarem, ela ouvia as brigas intermináveis e tapar os ouvidos diante disso seria negligência. Sentia-se triste.  

  - ... Entendeu?

  - Sim. Posso ir para a aula?

  - Não, querida. Vá para casa e descanse um pouco. Vou ligar para seus pais.

  - Eles estão trabalhando. Eu vou sozinha, minha casa é aqui perto.

  - Mas...

  - Não precisa se preocupar. São só três quarteirões.

 

  - Vou fazer assim. – anotou algo num papel e deu para a garota. – Ligue-me quando chegar em casa. Assim ficarei mais tranqüila. Deite numa cama e descanse.

 

  - Tudo bem. Obrigada.

 

  E se levantou. A mulher acompanhou-a até a saída, observando cautelosamente seu andar. As duas estavam em silêncio.

 

  - Fique bem. E coma alguma coisa!

 

  - Obrigada. – repetiu Chihiro.  

  Apesar do cansaço, não queria ir para casa. Ficaria irrequieta naquele lugar vazio, não tinha nada para fazer e começaria a pensar. Virou a esquina e balançou a cabeça. Começou a correr, dispensando o mal estar. “É isso!”, pensou. Chegou em casa rapidamente. Ligou para a enfermeira falando que havia chegado e recebeu em resposta:

 

  - Nossa foi rápido!

 

  Desligou. Na pressa deixou o telefone cair e arrumou tudo rapidamente. Tirou o uniforme e colocou uma roupa qualquer. Não conseguia achar as vestes antigas e puídas, torceu para que a mãe não tivesse as jogado fora, mas depois se preocuparia com isso. Saiu de casa e voltou a correr. Estava indo para a passagem.

 


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