Um Sopro De Felicidade escrita por Mihara


Capítulo 29
Capitulo 29 - Grito de guerra.


Notas iniciais do capítulo

esse foi o capitulo mais demorado que já escrevi, mas o mais rápido que já postei. Um amigo meu disse que sempre me desculpo no inicio dos capítulos, eu realmente nao tinha percebido isso. Continuando a tradição...desculpem os erros gramaticais ou caso esteja faltando coesão e coerência... e obridaga por acompanharem.

Boa leitura.



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Capitulo 29

Grito de guerra.

Sakura como sempre, estava atrasada para ir à escola. Hoje seria um dia divertido, pensava ela, era as preparações para o festival da primavera, todos estavam se esforçando fazer um bom trabalho. Sua sala prepararia um café, organizaram até mesmo uniformes. Ela penteava seu cabelo em frente ao espelho, ele estava macio e cheiroso, uma sensação de felicidade muito grande passou por seu peito, uma felicidade mais voltada para alivio, “como era bom estar em paz”, pensou, mas porque pensar isso?

Enquanto amarrava a chiquinha no cabelo, a imagem do espelho começou a tremer, como se fosse um reflexo na agua e alguém de repente jogasse uma pedra. Sakura estranhou e esfregou os olhos, devia estar delirando. Ouviu seu pai chamar para tomar o café da manhã, ela desceu e encontrou seu irmão já quase terminando a refeição.

_Toya, você tem que me esperar! Eu quero ver o Yukito.

_Quem manda uma mostrenga como você não acordar? – disse ele – é mesmo, monstrengas tem sono muito pesado.

_Eu não tenho sono pesado, apenas não ouvi o relógio.

_E não é a mesma coisa?

_Tome seu café Sakura, ou vai se atrasar – disse seu pai.

_Eu já estou indo! – disse Toya jogando sua maleta sobre os ombros.

_Ah, espera!

Sakura engoliu seu café com leite queimando a língua e correu com o pão na boca atrás de Toya.

_Sakura, coma direito ou vai se engasgar – gritou seu pai.

_Ba esbou inbo!

Era como uma rotina, todos os dias tomava seu café da manha e corria atrás de Toya, feliz por poder ver Yukito, ia para a escola e almoçava com suas amigas. Na parte da tarde, ao voltar para casa, ela estudava e preparava o jantar. E novamente, comia com seu pai e irmão juntos.

Sakura, logo atrás de Toya, se distraia olhando para as lindas cerejeiras que embelezavam o caminho para a escola, já era época de florescer? Tao bonitas, seus galhos eram longos e se entrelaçavam com outras arvores, parecendo um verdadeiro bosque, as pétalas caiam como chuva e podia se sentir um cheiro agridoce suave. Sakura sentia orgulho de seu nome, pois ele representava as cerejeiras, sua mãe havia escolhido para ela, não poderia estar mais feliz.

Percebeu que estava ficando para traz, mas algo estranho aconteceu. Ao olhar para seu irmão e Yukito que estavam distantes, sob as arvores de cerejeiras, tudo de repente tremeluziu novamente, tornando algo embaçado que ela não sabia dizer o que era. Por um breve instante, as arvores desapareceram e reapareceram num piscar de olhos. Será que estaria passando mal? Se perguntou Sakura, mas ela não estava tonta nem com febre. Esfregou os olhos novamente.

_Eu ainda devo estar com sono!

_Sakura, vai ficar para traz! – gritou Yukito.

_Ai, ai, ai, Já vou Yukito – gritou ela correndo de felicidade.

Quando o sol estava em seu auge no alto do céu, era o horário de intervalo de Sakura. Ela saiu com suas amigas para comer em baixo de uma grande arvore onde poderia fazer sombra. Todas estavam animadas, comentando sobre as lições, atividades de curso e garotos.

_E então Sakura, qual a resposta que você vai dar? – perguntou Chiharu.

_O que?

_Para o Nikamura.

_Que resposta?

_Ele não te pediu em namoro?

_Pediu é? ...

_Claro que pediu, não foi quando ele te chamou para conversar quando estávamos voltando da sorveteria? – disse Naoko – ele te pediu em namoro não foi?

Sakura não se lembrava, ela muito menos lembrava de ter voltado da sorveteria, quando eles tinham ido? Não tinham ido, ela se lembraria.

_Quando a gente foi mesmo?

_Não acredito que esqueceu, nós tínhamos marcado de ir novamente, porque você não tinha ido. – disse uma menina de cabelos curtos.

_Riku? – Sakura disse colocando a mão na cabeça – não foi um pedido, não!

_Serio, que pena, eu jurava que ele queria namorar com você – disse Chiharu.

Sakura não sabia se tinha sido um pedido ou não, ela não se lembrava de nada, foi como daquela vez que ela se esqueceu do dia anterior, não viu o tempo passar, tinha ido na sorveteria e nem saiba. O que estava acontecendo?

_Eu não estou muito animada para este tipo de coisa, não agora.

_Sério? Mas você disse que estava tão feliz?

_Eu disse?

_Você está tão estranha Sakura!

Essas palavras por algum motivo lhe ressoaram a mente, de repente, Sakura se sentiu tonta, sua cabeça começou a girar e sua visão estava escurecendo.

_Eu acho que não estou me sentindo muito bem!

Sakura se levantou, mas antes que pudesse ficar de pé, desfaleceu ao chão. Por um instante, uma sensação de frio passou pelo seu corpo, um aperto no peito faltando lhe ar, já tinha sentido essa sensação antes. Mas foi muito breve, quando acordou, estava em frente ao espelho de seu quarto, olhou ao redor tentando lembrar de quando veio parar ali.

_Mas o que... – a imagem do espelho estava totalmente errada, não era o reflexo dela que estava ali, era uma bela mulher de cabelos negros e longos, com um rosto branco e olhos cativantes, ela usava um leve tecido sobre o corpo, um quimono? Sorria largamente para ela.

_Querida Sakura! Então eu consegui te encontrar nesse lugar.

_Quem é você?

_Pode me encarar como uma mensageira, ou um guia, meu nome é Yuko e eu sou a dona de uma loja de desejos – disse ela sorrindo para Sakura – qual é o seu desejo, Sakura?

–-----------****-------------

Eles tinham sido fracos, era o que todos pensavam, depois de tantas lutas, tinham sido capturados, como moscas em um copo de vidro. Todos estavam presos com correntes pelos pulsos, Yeilan olhou bem ao redor, realmente, ali era mesmo um castelo antigo?

Eles estavam um grande salão, diferente do restante do castelo, este parecia bem conservado. O teto abobadado era cheio de pinturas e ornamentos feito em ouro coberto de poeira, quem dera Yeilan tivesse tempo para admirar as pinturas, eram muito belas, era uma guerra entre anjos e demônios, uma batalha sem fim. As vigas quem iam do chão até o teto eram bem decoradas com entalhes de prata e bronze. Uma grande estatua de pedra enfeitava o grande salão. Yeilan não conseguia dizer se era uma estátua bonita, um grande anjo com asas abertas e uma foice na mão, seu corpo era um esqueleto coberto com uma longa capa, como um ceifador. Suas asas, eram grandes e pontudas, com penas desarrumadas. Um anjo caído.

Mas a figura que atraiu seu olhar era a de um homem sentado em uma cadeira de pedra esculpida nas vestes do anjo. Era ele, Fei Wang! Não disse uma palavra, apenas olhou para o homem que tanto atormentava sua vida, ele por si mesmo, também a encarava, sorrindo com satisfação.

_Uma grande mulher como você, acorrentada em minha frente, deve ter ferido seu orgulho, não?

Yeilan não respondeu nada.

_Sabe, sempre fui rejeitado pelos familiares de Clow, é claro que não seria diferente com você. – ele por um momento, retirou o monóculo de seu olho, e com um pano em outra mão, o limpou com cuidado e colocou de volta – nunca gostei muito de sua família.

Yeilan tentava analisar o tipo de homem que Fei Wang poderia ser, ele era calmo e sombrio, não o tipo de homem que explode com facilidade, essa batalha seria difícil.

_Você sempre foi uma mulher muito inteligente antigamente – mas depois que veio aquele bastardo, você se tornou uma mulher fraca e sentimental.

Ele estaria falando do que ela pensava? Ele estaria falando de Syaoran? Como ele sabia sobre isso? De repente, Yeilan começou a se sentir isolada, era como se estivesse nua na frente de seu inimigo, tornando-se frágil e acuada, se ele sabia sobre Syaoran, ele devia saber de tudo, espiando, mas sem que ela percebesse a presença de magia? Como?

_Quem é você?

_Achei que você seria mais esperta que isso, ainda mais sendo da linhagem dele, que desonra para seu nome – ele caminhou para perto de Yeilan – mas aquele velho já morreu mesmo, não faz mais diferença. Meu nome é Fei Wang, um dos discípulos de mago Clow.

_Isso deve ser mentira, como ele iria treinar uma pessoa como você? Ele sempre teve muito cuidado com quem escolhia.

_Você não o deve ter conhecido direito, na verdade, ele já devia ter morrido antes mesmo de você nascer. Como pode ter tanta certeza sobre quem ele era?

_O legado que ele deixou para nós! O que o meu clã sempre protegeu, pelo que eu sempre lutei, sei que ele era uma pessoa nobre.

_Seu clã? Você nem sabe o que tem na sua frente ou em suas costas, chama-se de herdeira mas foi apunhalada pelas costas, que grande chefe. Não sabe nem quem são seus aliados.

_O que quer dizer?

_Ora, você não sabe? Como acha que conseguia tão facilmente passar despercebido por lá? Fácil demais, seus próprios conselheiros traindo a dignidade do clã. – ele deu uma volta ao redor de Yeilan – antigamente o Clã Li possuía mais poder, mais força e caráter, mas agora seu líder é apenas uma mulher fraca e inexperiente, é claro que os anciões estariam irritados.

Yeilan sentiu uma forte pontada de raiva, no fim das contas, ela estava ali por conta dos velhos, sabia que eles estavam agindo por suas costas, mas acabou não fazendo nada para impedir. Mais uma vez, sentiu que tinha fracassado e uma angustia subiu por seu peito. O pior era saber que ele estava certo, seu pai sempre fora um homem firme e talentoso, um verdadeiro líder, o que ela realmente fizera para o clã? E pensar que seus sacrifícios foram em vão, inclusive chegou a renunciar o próprio amor de sua vida. Mas não se daria por vencida.

_O mago Clow pode ter sido um grande mago, no entanto, ele era péssimo em julgar pessoas, para ele, todas as pessoas tinham algo de bom. – por um instante ele parou de falar, como se tivesse se perdido no passado – que mago idiota.

Yeilan apertou os pulsos.

_Não fale assim, você não tem direito!

_Você não sabe do que ele me privou, como poderia saber, não fale sobre direito! Eu tinha o direito de realizar meus sonhos.

_O mago Clow sempre foi um grande homem, se ele podia acreditar nas pessoas, é porque ele tinha um grande poder que não era necessário magia, bastava seu coração e sua fé!

Fay não tinha dito uma única palavra até agora, ele acordara no meio da conversa, ouvir aquele cara insultar um homem tão grande como Clow foi deixava-o inquieto, ele não podia aceitar aquilo. Sua situação estava crítica, seu olho estava enfaixado e latejava de dor, não tinham material médico nenhum com eles, então o ferimento corria o risco de infeccionar, suas outras feridas não incomodavam tanto, e ele até possuía algumas agulhas e espinhos em seu corpo, mas não paravam de sangrar por conta de sua posição, seu sangue escorria e pingava no chão, poderia ele desmaiar?

Olhou para o lado e viu que Kurogane também estava acordado.

_Você sendo discípulo dele ou não, nunca chegara aos pés dele. – disse Fay.

_Acha mesmo que estou fazendo tudo isso para me tornar maior que ele? Não sou tão egoísta assim, apenas quero alcançar meus objetivos.

_Nem sempre conseguimos tudo o que queremos – disse Kurogane com um sorriso sarcástico.

Fey Wang olhou para ele, como se só tivesse lembrado de sua presença naquele momento, antou até ele e remexeu em seus bolsos, tirando o caderninho preto com todos os caminhos do castelo de Kurogane.

_Você não tem a menor ideia, acha que isso ia adiantar alguma coisa? Eu planejei tudo, desde esse caderninho até o momento em que você se tornou um homenzinho. Eu tracei seu destino – Kurogane mudou a expressão de seu rosto – Me diga agora Kurogane, você se lembra de sua mãe? Lembra como ela morreu? Ela era uma linda sacerdotisa, ela realmente era uma bela mulher, com seus cabelos negros e sua pele macia, Yumeko, não?

O coração de Kurogane pulou, uma sensação ruim invadiu seu coração, como aquele homem sabia de sua mãe?

_Ela e seu pai eram grandes pessoas, ele também era um homem poderoso, chefe de um clã inferior, mas general de batalha de uma linda princesa, não é? – Quanto mais Fei Wang falava, Kurogane entrava em desespero se perguntando como aquele homem sabia de sua família- Ele era um homem forte, mas sucumbiu perante meus subordinados e sua mãe…minha espada atravessou facilmente seu peito.

Era como se alguém o apunhalasse no coração, não poderia ser verdade, tinha certeza que Fei Wang estava apenas fazendo sua cabeça. Como não poderia? Mas porque tamanho desespero em seu coração? Ele lembrou-se da memória que haviam lhe mostrado algumas horas atrás, de sua mãe sendo morta, tinha sido apenas uma ilusão certo? A única que sabia de seu passado era a princesa para quem seu pai trabalhava, foi ela quem lhe salvou, desde então, jurou lealdade a ela. Mas como esse homem sabia até disso?

_Não vou cair em suas mentiras!

_Ora, pode perguntar para Fay – ele se virou lentamente, olhando para Fay – eu também tracei o destino dele e dei lhe uma escolha, ele deixou seu irmão morrer!

Fay paralisou, a memoria de seu passado veio em sua mente naquele exato dia, ele se lembrava claramente, um portal abriu-se em sua frente, mas não podia ver o homem direito, ele lhe perguntara quem ele escolheria que para sobreviver e ele tinha feito uma escolha.

_Como você... – ele se calou por um momento e empalideceu – era você, o tempo todo foi você...eu...tinha decidido…eu decidi...salvar Fay!

_Seu irmão morreu por sua culpa...Yuui. – disse Fey Wang se dirigindo a Fay - Assim como você, ele também escolheu, desejando com todo o coração que livrasse o irmão. Decidindo se matar para que você saísse livre. Ele morreu e você escapou, e agora esta vivendo sua vida descaradamente.

Fay imaginava a cena em sua mente, o portal aparecendo para seu irmão e aquele homem fazendo a mesma pergunta “Quem você irá salvar?”. Assim como ele, seu irmão escolheu que libertasse ele, que Fay Libertasse Yuui. E assim, ele se apossou do nome do irmão para que a dor de seu coração nunca morresse e seu irmão não fosse esquecido. O arrependimento veio imediatamente, não, sempre esteve ali. Se ele tivesse escolhido seu irmão, ele estaria vivendo sua vida. Ele seria o Fay verdadeiro.

Yeilan ouvia tudo com uma raiva profunda em seu coração, eles eram como bonecos presos por corda, sendo manipulados desde o princípio. Fey Wang estava destruindo seus corpos, mas o processo era reverso, ele começou por dentro, acabando com seus psicológicos.

Ela se remexia nas correntes tentando se libertar, parecia que um caminhão havia passado por cima de Kurogane e Fay, ambos haviam parado de lutar e agora mergulhavam em um mar profundo de lembranças envoltas de tristezas e desesperos

Como ela queria que aquela noite fosse apenas um sonho.

Algo em seu ouvido começou a chiar, o aparelho de comunicação, havia se esquecido dele, mas não poderia responder, devia ser Syaoran.

_Mãe, não se mova...

Ela tinha razão, era ele. Como era bom ouvir sua voz. Yeilan olhou para Fey Wang, ele estava parecendo se divertir torturando suas vítimas, mas de algum modo, ele não tinha percebido o comunicador, mas como? Então ela percebeu que Fay e Kurogane não estavam mais com o comunicador, e que o seu estava coberto pelo cabelo. Sentiu um grande alivio descendo por suas pernas, mas que cartada de sorte. Nem tudo estava perdido.

–-----------****-------------

Syaoran estava tenso, sentia-se carregando pedras sobre os ombros. Ele e Watanuki haviam se separado, cada um para um lado. O garoto tinha ido libertar Sakura, mas seu coração não conseguia impedir de ficar temeroso em relação a Watanuki, não havia tanto tempo assim que eles haviam se conhecido, cumpriria ele com sua palavra? Eles haviam tido uma pequena discussão sobre quem libertaria quem.

_Você tem que enfrentar Fey Wang, não terá tempo para Sakura, ou seus amigos estarão mortos! Eu tratarei de libertar Sakura, eu sei onde ela está.

Ele sabia que Watanuki tinha razão e que também deveria confiar nele! Era o único jeito.

Syaoran se encontrava no momento dentro da grande estatua que enfeitava o salão, ela era tão grande que ninguém iria imaginar que ela teria uma passagem subterrânea interna. Era impressionante como ali dentro podia se escuro, ele encontrou uma pequena escada que subia até o topo da cabeça, poderia observar pelos olhos. Não conseguiu deixar de rir e achar muito clichê, aquele lugar era mesmo cheio de artimanhas.

Viu Yelan, Kurogane e Fay acorrentados pelos pulsos. Mesmo cego de um olho – o que possuía a magia de Clow – pode ver que Kurogane e Fay não estavam com seus comunicadores, rezou para que Yeilan estivesse com o seu.

_Mae, não se mova...se a senhora está com seu comunicador, faça algum sinal!

E assim ele esperou, por um momento achou que ela não estaria, seria muita sorte, com uma agulha no palheiro, no entanto, viu em seus dedos um leve movimento de abre e fecha. Ela estava! Graças!

_Preciso que distraia ele pra mim!

E assim, ele se manteve na espera por algum tempo, esperando uma iniciativa de Yeilan. Algo parecia estar errado com Kurogane e Fay, eles estavam quietos a muito tempo, não perceberiam o plano. Yeilan iniciou a conversa.

_Você fez tudo isso – ela falava na intenção de que Syaoran também escutasse. – desde o começo?

_E muito mais! – disse ele rindo – porque acha que encontrou Sakura tão facilmente, quero dizer, não achou meio estranho vocês encontrarem uma menina com tamanho poder para ser candidata a noiva? Poderia ter sido qualquer outra com poderes elevados, mas porque logo Sakura?

Ele se voltou para Kurogane.

_E foi muito antes disso, eu sabia que um dia nasceria uma menina tão poderosa quanto Clow, a filha favorita de Deus. Eu estava esperando por seu nascimento! Mas antes que isso acontecesse, precisava preparar para que quando ela viesse, tudo estaria pronto. Eu então, brinquei de Deus, e tracei um destino para cada um, para que um dia vocês se encontrassem com ela e a trouxessem para mim.

_Isso não é possível, você sequestrou Sakura, não foi preciso que...

_Ela nunca teria vindo até a china sem se tornar esposa de Syaoran! – disse ele cortando Yeilan, imaginando exatamente o que se passava pela cabeça dela. – Até mesmo Syaoran, eu que o coloquei em sua vida. Eles estavam destinados a se encontrar desde que eu coloquei Syaoran nas ruas, e Sakura por si, se destinou a mim também.

Yeilan estava sem palavras, como tudo isso poderia ter acontecido, as vidas de todos tinham sido controladas por ele? Brincar de Deus? Isso não podia ser verdade.

Por um momento, Syaoran até parou de trabalhar no seu plano para soltar seus amigos, escutou com atenção o que Fey Wang havia dito, foi culpa dele tudo o que ele havia passado? Ficou um bom momento inerte em seus pensamentos, por culpa dele, ele tinha passado um inferno e Sakura estava aprisionada por um maníaco.

_A morte da mãe de Kurogane era necessária, e eu precisava me livrar de um dos gêmeos que tanto tinham poder, dois de vocês causariam problemas. Eu fui a causa e razão para todos estarem aqui como estão hoje.

Kurogane possuía um olhar indescritível no rosto, um olhar morto mas vivido de vingança, Syaoran não conseguia ver muito bem a expressão de Fay. Ele tentou se concentrar em sua tarefa e ao mesmo tempo ouvir tudo o que estava sendo dito. Seu pequeno plano era fazer exatamente o que fez com o lustre anteriormente, uma pequena quantidade de magia nas correntes e em breve elas se partiriam. Os outros dois já deviam ter percebido, pois aos poucos a corrente ia se esquentando, mas estavam tão aturdidos que não poderiam reparar, ou talvez esse não fosse o problema.

Quando a corrente se rompeu, Kurogane não esperou, assim que seus pés tocaram o chão, ele avançou em direção a Fey Wang. Sem sua espada, não poderia fazer muito, apenas o atacavam com socos e chutes poderosos, então eles estavam mesmo esperando, Syaoran podia ver o brilho de raiva em seu olhar. No entanto, Fey Wang não parecia surpreso e se esquivava com facilidade, sem fazer movimentos desnecessários, ele era mais rápido que Kurogane.

Syaoran saiu pelo subsolo da estátua novamente, passando por debaixo das vigas, saiu pelo mesmo lugar que tinha entrado antes e seguiu em direção a uma pequena porta de madeira. Ele tinha que se dirigir para o salão, não poderia ficar de fora da batalha. Quando finalmente encontrou a entrada, viu algo brilhando na lateral, perto de uma das colunas que sustentava o teto. Era a espada de Kurogane.

Kurogane tentava acerta-lo de todo o jeito, mas tinha que admitir que para um velho, ele era muito bom. Fey Wang não atacava, apenas se esquivava ou bloqueava um ataque com as mãos, isso irritava Kurogane mais ainda.

_KUROGANE-SAN! – Gritou Syaoran, jogando a espada.

Quando Kurogane olhou para traz, viu sua espada vindo em sua direção, assim que sua mão direita pegou a bainha no ar, a sua outra fez um corte em horizontal, cortando Fey Wang ao meio. O corte foi tão forte, as vigas ficaram marcadas em alguns pontos.

Antes que pudesse ver o corpo de Fey Wang tombar no chão, ele havia desaparecido. Sentiu uma forte sensação atrás de sua cabeça, ele sabia o que era, mas não daria tempo de virar, antes que sua cabeça fosse cortada ao meio, Fay entrou na frente, bloqueando a espada de Fey Wang com uma espécie de cetro. Era uma espada negra, a mesma espada que ele havia visto na memória anteriormente.

Ele não teve tempo para pensar de onde Fay tinha tirado o cetro ou como Fey Wang tinha arranjado uma espada. Aproveitou a chance enquanto Fay segurava o homem e cortou – o ao meio na vertical. Teve certeza de ter acertado, sentiu isso na lamina da espada.

_Isso realmente é impressionante – disse Fey Wang – vocês fazem uma bela dupla.

Ele estava a apenas alguns passos de distância, Kurogane não entendeu, tinha certeza que o tinha cortado, como ele poderia estar inteiro?

_Não o subestimem, ele é um excelente lutador. – disse Yeilan.

_Teremos uma batalha difícil – disse Fay.

_Nós temos que salvar Sakura! – Syaoran finalmente estava lado a lado com seus amigos, eles tinham voltado a se reunir e estavam no início de uma grande batalha, de certa forma, sentiu uma grande emoção, como uma grande aventura que estaria pela frente, ele faria qualquer coisa por Sakura, e a arrancaria das mãos daquele homem.

_Que belo olhar! – disse Fey Wang, observando a fúria de todos. – vamos nos divertir um pouco.

Dessa vez, quem atacou foi Fey Wang. Ele era muito veloz, quem chegou a bloquear foi Yeilan, que havia pego seus leques com agulhas afiadas. Fay e Kurogane deram suporte para ela, pois ela não poderia detê-lo por muito tempo sem ser cortada. Syaoran ficou parado por um momento observando a luta, ele se sentia uma criança vendo os mais velhos lutarem, mas mesmo eles não estavam dando conta. Fey Wang era incrivelmente rápido e poderoso, nada comparado ao seu clone de antes, ele se movia com a agilidade de um tigre e a força de um elefante, um homem perigoso. Viu bem a dificuldade estampada nos rostos de seus amigos. O que ele poderia fazer? Se nem os três juntos estavam dando conta, ele no máximo seria morto. O que poderia fazer?! Lembrou-se do colar, como usaria o colar? Seria certo aguardar mais um pouco? Cada movimento que eles faziam, cada segundo que esperavam a mais era como encurtar mais o caminho para a morte certa.

Viu Kurogane e Fay avançando juntos, Yeilan tentava recobrir a guarda baixa, mas o bloqueio falhava toda vez que eles cortavam Fey Wang e não surtia efeito, era como se ele fosse um fantasma, nada o acertava. Fay, usando seu cetro como defesa, abriu uma abertura para que Kurogane pudesse atacar, utilizando seu próprio corpo como distração, ele escondeu o ataque de Kurogane em sua sombra, Syaoran achou que daria certo, mas Fey Wang previu o ataque e se esquivou.

Foi quando uma luz se acendeu na cabeça de Syaoran, porque Fey Wang se esquivou se seu corpo estava imune aos cortes? Qual era o segredo? Tentou prestar mais atenção, era difícil e rara a ocasião, mas em alguns movimentos ele se chegava a se esquivar. Era isso, afinal, Fey Wang não tinha quatro olhos.

Syaoran se lembrou no dia que ensinou isso para Sakura, ela tivera algumas complicações para aprender e novamente ele tinha ficado ensopado. Quem diria que poderia usar uma técnica tão simples naquele momento? Tentou ficar o mais distante possível de onde acontecia a batalha, abaixou-se em um canto do salão, atrás de uma das pilastras. Ele fechou os olhos e pensou em seu guardião de fogo, teria magia o suficiente para invoca-lo?

Um grande símbolo chinês, como um tabuleiro apareceu sobre os pés de Syaoran e Lucan apareceu ao seu lado, ele fez carinho no focinho do animal e o tranquilizou. Ao mesmo tempo, conjurou sua espada e aguardou por um momento.

Antes que pudesse partir para o ataque, Syaoran segurou o colar em seu pescoço tão firme como se estivesse fazendo uma pequena oração. Montou em Lucan e esperou para que desse a ordem. Tentou apagar sua presença por completo, para que os outros esquecessem que ele estava ali, teria que estar invisível e ao mesmo tempo contra atacar. Era isso que tentava ensinar para Sakura aquele dia, sentia uma terrível saudade e que também tivesse a habilidade de voltar no tempo.

Depois desse ataque, Syaoran sabia que as coisas iriam se complicar, Fey Wang não seria pego de guarda baixa duas vezes, por isso precisava que os outro também entendessem seu plano.

Fez Lucan se abaixar e esperar o momento certo, quando viu que Kurogane e Fay darem um curto espaço entre Fey Wang, ele avançou. Seu lobo corria como um leopardo atrás de sua caça, viu as costas de Fey Wang se aproximando rapidamente, Syaoran firmou a espada em suas mãos e preparou a lamina.

Foi por pouco, Syaoran chegou a cortou Fey Wang, mas este se esquivou de última hora, evitando um ataque critico, o garoto comprovou que estava certo, sua espada só o atingiu com a ponta, provocando um ferimento leve, mas pode ver algumas gotas de sangue pelo chão. Ele escapou de raspão. Fey Wang estava pasmo, sua cara estava pálida e ele travou completamente, seu plano funcionara perfeitamente.

A ideia não era somente tentar cortar Fey Wang, era para que ele visse o colar, Syaoran não falaria uma palavra sobre o colar, apenas o exibia no pescoço para que o homem pudesse ver, como uma distração. Ele de pasmo, ficou furioso, e avançou a toda velocidade para cima de Syaoran. Montado em cima de Lucan, era mais difícil desviar e quem acabava recebendo o golpe era seu animal, mas sendo um guerreiro, ele aguentava com todas as forças. Kurogane entrou no meio como um escudo, bloqueando o ataque com sua espada, enquanto Syaoran se afastava aos poucos e Fey Wang tentava alcança-lo, ele esqueceu completamente Yeilan.

Ela correu para cima dele por traz, e com seu leque, fez um corte nas costas. Quando viu o sangue esperando pelo chão, percebeu o plano de Syaoran. O garoto atrairia Fey Wang utilizando o colar, usando essa distração Fey Wang abaixava a guarda por completo, assim, eles poderiam corta-lo. Por um momento, ela se orgulhou completamente da capacidade de raciocínio de seu filho e não evitou de pensar que, Fey Wang levar Syaoran até ela para que ele pudesse derrota-lo, não podia ter sido obra do destino do qual ele falava. Mesmo não sendo do mesmo sangue, ela estava profundamente feliz por aquele garoto ser seu filho.

No entanto, a sorte não ficara por muito tempo do lado deles. Fey Wang começou a se concentrar e a voltar a razão, ele estava se acalmando. Passou a bloquear mais os ataques, o plano não funcionaria mais. Pelo contrário, o enfurecera mais e ele passou para a parte ofensiva. Atacava com mais frequência, e mesmo para Kurogane que era o melhor em combate corpo a corpo, seus movimentos eram intensos e fortes demais. Aquele homem era mesmo um velho?

Fay tentava inutilmente prendê-lo com magia, mas ele não parava no lugar, era como brincar de pega-pega com um tigre. Seus ataques eram muito fracos e comparação a Kurogane.

Em um movimento rápido, Fey Wang socou o estomago de Fay e o acertou no rosto, justo no ferimento, ele caiu no chão e não conseguiu se levantar, contorcendo-se de dor. Kurogane concentrou toda sua força e poder no golpe com a espada, chegando a abrir rachaduras no chão, mas seu golpe foi bloqueado pela espada negra de Fey Wang e por um breve momento, Kurogane viu uma rachadura em sua espada, isso o fez travar por um momento, uma rachadura na espada que foi de seu pai, esse homem era tão forte assim?

_Lento demais!

Fey Wang quebrou a espada com um único ataque, aproveitando o momento de distração de Kurogane, o acertou com um chute na cabeça que o fez parar do outro lado do salão.

Ele cuidou facilmente de Yeilan se aproveitando de sua ferida no ombro, ela gritou de dor, Syaoran se aproximou parar ajuda-la, mas foi inútil, ele se desviava facilmente de seus ataques. Em um único girou, ele chutou Yeilan para longe e atravessou a espada no estomago de Syaoran.

Por um minuto, todos que estavam ali pararam, até mesmo Syaoran, sem acreditar no ocorrido.

_SYAORAN!!!!

O voz de Yeilan ecoou pelo salão, soltando grito de desespero de seu amago naquela noite fria de um mundo desconhecido.


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Notas finais do capítulo

obrigada por lerem ate aqui, estou com um pouco de dó de meus personagens, eu já maltratei eles tanto e eles estão aguentando firme. Mas estou muito contente com o rumo da historia.

Tenham uma boa noite!



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