Um Sopro De Felicidade escrita por Mihara


Capítulo 22
Capitulo 22 - Tranquilidade?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, eu não tenho tido muito tempo para mim mesma, quanto mais para escrever, mas como disse que ia continuar...
Boa Leitura!



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Capitulo 22

Tranquilidade?

A noite era como qualquer outra noite na China, fria e silenciosa. As arvores brilhavam um verde intenso aproveitando a tranquilidade e paz do tempo. E assim se encontravam Syaoran e Sakura. Toda a preocupação e tenção dos problemas acumulados nos meses anteriores pareciam que tinham saído voando pela janela.

Os Lis, para qualquer um que visse, parecia uma grande família feliz – e caso vissem, pensariam que estavam enlouquecendo, pois todos conheciam a fama rígida do clã. Por algum motivo, os anciões pararam de incomodar Yeilan, está tinha uma leve suspeita de alguma trama, mas aos poucos, essa suspeita foi sendo afogada pelos sentimento de alívio que pela primeira vez em muito tempo a afloravam. Afinal de contas, no meio de uma grande tempestade, Yeilan podia sentir pelo menos um sopro de felicidade, graças a Sakura.

Esta era outra que desfrutava os momentos, pois seus pesadelos haviam parado de atormenta-la a noites atrás. Tinha mais dificuldade para dormir por causa da fragrância de Syaoran enquanto ele a abraçava do que meros sonhos que pareciam mais relances rápidos, como flashes.

Syaoran, ainda cego de um olho, arrastava Sakura para a cama, deitando em cima dela e deixando um rastro de beijos por seu pescoço. Beijavam-se calmamente, subia um calor por seus corpos que deixava os beijos ardentes enquanto Sakura agarrava a blusa do rapaz, sentindo todo o peso do mesmo em cima de seu pequeno corpo. Assim eram todas as noites do casal.

Em uma madrugada de uma dessas noites comuns, Sakura levantou-se da cama. A luz da lua entrava fresta da cortina iluminando muito pouco o quarto, mas aquilo não importava. Syaoran dormia tranquilamente no outro lado da cama, ele remexeu-se e virou para o outro lado.

O som que escutava era como quando se escuta um pequeno sino tinindo, era um som baixo que entrava em sua cabeça e a hipnotizava.

_Alguém está me chamando.

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Naquela Manha

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E mais uma vez ele não estava na cama, virara rotina, Sakura acordar e não encontrar o chinês a seu lado. Não que se incomodasse muito com isso, mas sentia falta de ver o sol cobrir o rosto do amado sereno e tranquilo, bom, ela não poderia fazer muita coisa sobre isso.

Sakura juntou-se a Tomoyo para tomar café e foi para o jardim, admirar as lindas arvores que mudavam de cores constantemente. Nunca imaginou que um dia chegaria a ver arvores tão estranhas como aquela, na verdade, desde que conhecera a família Li coisas estranhas apareciam constantemente. Lembrou-se da estátua de dragão que se mexera sob a lareira da sala quando acidentalmente ela voltara ao passado, ele não se encontrava mais lá.

Passara por muita coisa de lá até aqui, enfrentara desafios e problemas de frente, apesar de tudo sabia que ainda tinha muita coisa pela frente. Nada estava acabado, mas sentia-se leve. Até com sua família mantinha contato secretamente, com a ajuda de Syaoran é claro.

Ela olhou para cima e sentiu a brisa balançar as folhas das arvores, era uma época meio fria, mas sentia-se refrescada. Definitivamente tudo acabaria bem.

Ao longe, andando pelos corredores, Sakura avistou Syaoran caminhando de volta para casa, ela correu para ele e se jogou em seus braços, derrubando-o sob a grama. Ele riu e a abraçou de volta, fazia muito tempo que não ria desse jeito. Eles ficaram ali, deitados por um bom tempo, até que Syaoran disse:

_Eu adoraria ficar aqui com você o dia hoje, mas agora está na hora de suas aulas.

Sakura se desanimou, Syaoran era um bom namorado e marido, mas quando virava seu professor, ele era mais rígido do que qualquer outro professor que já teve.

_Mas aqui está tão tranquilo, faz tempo que estamos nessa calmaria – ela fez bico – tínhamos que aproveitar não é?!

_Isso que me preocupa – Syaoran ficou sério – não sofremos nenhum ataque, os velhotes pararam de encher o saco e nem ligações para Kurogane e Fay minha mãe consegui fazer. Está tranquilo demais!

_Vai ficar tudo bem, você vai ver! – Sakura sorriu.

Era isso que Syaoran amava em Sakura, em seus piores momentos ela o acolhia com seus sorrisos radiantes. Ele a virou e ficou por cima dela, colocou seus braços entre a cabeça da menino para se aproximar o máximo possível. Beijou-a com vontade, sentindo o gosto delicioso da boca de Sakura.

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Meiling estava do outro lado do jardim naquele momento, sentada segurando uma pequena flor. Ela sabia, mesmo que puxasse as pétalas para decidir se seria bem o mal, Syaoran só iria querer Sakura. Estava cansada de ser vista como a vila, ou como rival, queria apenas organizar a vida e se deixar levar.

Já havia refletido bastante sobre isso, não adiantaria correr atrás, e sabia que Sakura era uma boa pessoa. Queria que, pelo menos uma vez, tudo desse certo.

Lieng chegou por traz sem que ela percebesse, como sempre fazia. Por algum motivo, mantinha um carinho especial por Meiling, será por ser sua prima? Eles viveram a vida toda juntos, ele a defendeu de sua família própria inúmeras vezes, afinal, quando se é um Li, você não precisa de inimigos. Meiling sempre foi vista como o elo mais fraco da família, ela era menosprezada pelos demais e maltratada pelos cabeças maiores, quando veio pra ramificação principal todos imaginavam que a menina era apenas um fantoche para a ramificação inferior, numa tentativa de subir na hierarquia. Todos estavam errados.

Em uma noite, Lieng mais uma vez defendera Meiling de ser maltratada pela casa, enfrentara seus tios e parentes. Com a ajuda de Yeilan, a soberana, eles mudaram-se para a casa principal da família, e foi quando conheceram o filho desconhecido de Yeilan.

Passaram por poucas e boas juntos, quando Meiling passou a correr atrás de Syaoran, ele passou a ser o segundo. E como sempre, mais uma vez, daria seu ombro para Meiling se consolar.

_Nós iremos embora! – disse de supetão, Meiling, que deitara a cabeça no ombro do primo, levantou.

_O que? Porque? Não vamos voltar para aquele lugar, vamos?

Ela se referia a casa dos pais.

_Não, é só por um tempo, vamos pra casa de feria de Syaoran.

_Ele também vai? – disse ela com uma pequena esperança, mas se desanimou, se ele fosse, Sakura também iria.

_Não, algumas coisas vão acontecer e não queremos nos envolver nisso, isso é assunto da casa principal.

Meiling não contrariaria o primo, mas estava insatisfeita. Sua tia fizera tanto em seu nome, nem tinha como retribuir.

_Eu vou falar com ela antes de irmos – ele levantou-se e virou de frente a Meiling, abaixou-se para ficar na mesma altura da moça – iremos nessa tarde.

_Mas tão rápido? Porque?

_Não discuta Meiling, é pra sua segurança.

Ela não discutiria, seu primo era uma das pessoas mais importantes para ela, sabia que tudo o que ele fazia era pro seu bem, de jeito nenhum ele era uma pessoa má, mesmo que implicasse com Syaoran.

Ela fez que sim e ali, passaram alguns minutos, apenas aproveitando o momento de paz que se instalava. Antes que o sol pudesse se por, Lieng fora falar com Yeilan. Antes que pudesse entrar em seu escritório, hesitou por um momento. Ele simplesmente iria embora e deixar tudo acontecer? O que faria? Tentou se acalmar, respirou fundo e bateu na porta.

Como sempre, o ambiente estava quente e confortável, sempre que entrava naquela sala, reparava como as paredes verdes escuras e todos os moveis rústicos lhe lembravam muito de Yeilan. Ela estava sentada em sua escrivaninha cheia de papeis com apenas a iluminaria acesa. Fora assim que a encontrara pela primeira vez, e como na primeira vez, ela largou os papeis e cruzou os dedos em frente ao rosto. A sala ficara em silencio, até que Yeilan o quebrasse.

_Algo errado Lieng?

Ele não tinha a menor ideia de como começar, sempre teve esse problema com Yeilan, não sabia como iniciar uma conversa.

_Eu e Meiling, nós gostaríamos de poder....por pouco tempo....

_Sente-se aqui.

Disse ela apontando para a cadeira a frente. Lieng sempre mantinha uma postura muito rígida em frente de Yeilan, demonstrando que apesar de ser da ramificação inferior, não possuía a arrogância que eles tinham. Fora por isso que ela o tirara de lá. Percebeu que ele estava ali para pedir algo importante. Novamente, Lieng manteve silencio, até que teve coragem para levantar a cabeça com um olhar decidido e falar:

_Eu e Meiling gostaríamos utilizar a casa férias de Syaoran por um tempo.

Como se esperava de Lieng, ela manteve contato com o olhar sem se desviar por um segundo sequer, analisando cada canto de seu interior.

Yeilan sempre soube que Lieng suspeitasse de algo, ele fora uma grande salvação em relação aos anciões do clã, sem perceber, ele a ajudara muitas vezes. Sabia o motivo de ele querer ir embora, não recusaria, ele não tinha que ser exposto no meio do tabuleiro de xadrez, sem mesmo estar participando das peças brancas ou pretas.

_Tudo bem, eu a concedo pra você – ela inclinou-se para a frente – no entanto, quero que me conte o que está acontecendo.

Ele fez uma careta, não tinha escolha afinal.

_Eu não quero envolver você e Meiling no meio do tiroteio, mas você sabe de alguma coisa que eu não sei, querendo ou não, vocês já estão envolvidos.

Lieng manteve-se em silencio, ele levantou-se para não encarar diretamente Yeilan, deu a volta na mesa e encostou-se na janela, as cortinas estavam fechadas e apenas umas brechas de sol passavam ali, ele podia ver as partículas de sujeira flutuarem pelo ar.

_ Os anciões me pediram para entrar para uma ceita oculta entre os Lis. Mas acho que disso você já deveria saber. – Yeilan concordou com a cabeça – ele queriam me usar, através de Meiling, para conseguir informações de Syaoran. Eles não estão nem ai para as empresas ou o mercado financeiro, eles queriam poder.

Ele pode ouvir Yeilan cerrar os dentes.

_Como podem dizer que não estão nem ai? Minha vida foi destruída por causa de nossos status como o mundo lá fora, e eles dizem que não estão nem ai para as gotas de sangue e suor derramado por meu pai e por mim?

_Não que seja uma surpresa pra você.

_Mas é frustrante ouvir em palavras.

_Continuando, as coisas pioraram quando Sakura chegou. Eles ficavam no meu pé e ameaçavam Meiling. Não adianta ficar debaixo da asa da mãe ganso, você ainda vai se molhar, foi isso que eles disseram. – ele ficou quieto para ver o que Yeilan diria, mas como ela permaneceu em silencio ele continuou – eles queriam saber cada detalhe de Sakura, implicavam com a família dela e a observavam cada comportamento, tinha que ter algum motivo para ter sido Sakura a escolhida.

_Nem eu imaginava que existiria uma pessoa como Sakura, eu disse que a havia escolhido por ter um poder parecido com o de mago Clow, e era verdade, mas teve mais, Sakura tinha um poder tremendo, como ele tinha permanecido oculto eu não sabia, mas de um momento para o outro ele surgiu de algum ponto do Japão. Eu acho que o mago Clow ainda está metido nisso tudo.

_E eles também perceberam, mas se recusavam a aceitar uma japonesa na família. Foi quando a mesa principal começou a agir sozinha.

_A mesa principal sempre foi o centro superior dos anciões, nem mesmo ali eu tinha alguma influência. Eles eram como uma faca no meus pescoço.

_ Eles fizeram acordos e contratos com outras pessoas, tentando conseguir mais poder magico para ficarem mais fortes que você. De onde veio aquela pequena criança misteriosa que se denomina filho de Yeilan, Que poder é esse que vem de uma menina destrambelhada e ingênua? O que aconteceu com a magia do mago Clow? Essas eram todas as perguntas que eles tentavam arrancar de mim. É claro, eu não abri o bico, até porque eu não sabia de nada mais do que você sabe. O mesmo vale para o outro lado, não sei mais que isso!

O silencio mais uma vez instalou-se na sala. Era verdade, ele não contara nada que ela já não sabia. Sentiu uma grande pedra cair em suas costas, a pressão era demais. Por esse motivo eles não estavam atazanando tanto quando faziam antes, estavam agindo por traz das cortinas.

_ Há mais uma coisa, houve alguém que eles contataram que demonstrou estar muito interessado em Sakura. Quem é eu não sei, mas é alguém que tem muito cuidado com o que faz.

O sangue de Yeilan gelou, Sakura e Syaoran sofreram muitos ataques nos últimos tempos. Ela não esqueceria o que tinha acontecido com a volta ao passado de Sakura e o estado de seu filho. Seria possível os anciões fazerem acordos com o inimigo? Seria como jogar pedra na cruz, mas quem estivesse nela ela não saberia.

_Algum dia, eu ainda vou botar esses filhos da puta na minha mão! – disse ela batendo o punho na mesa, viu o olhar assustado de Lieng, ele nunca vira a tia dessa maneira – desculpe!

Lieng agradeceu a tia curvando-se em sua frente. Curvar-se perante alguém era o gesto mais respeitoso que alguém poderia fazer, Yeilan pegou no ombro do sobrinho e o aconselhou a não se preocupar. Antes que o chinês pudesse sair, ele disse.

_Fique de olho aberto Yeilan, eu não sei o que vai acontecer, mas será algo grande, e os conselheiros do clã vão estar com um dedo no meio de tudo isso.

_Eu sei, obrigada por tudo.

Antes que ele pudesse fechar a porta, a sensação de estar fugindo da briga o assolou. Ele estava mesmo fugindo da guerra.

–--------------*****---------------

O anoitecer veio rápido, sem que todos da casa, incluindo os empregados, percebessem a passagem do tempo. Todos deitaram em suas camas sem preocupações, até mesmo Yeilan, que estava cansada demais para pensar em se preocupar por essa noite. Como sempre, Sakura e Syaoran foram os últimos a dormir, mas quando finalmente aconteceu, a casa permaneceu em um silencio sombrio. Nada fazia barulho, até mesmo os grilos e o vento do lado de fora haviam parado. Quando foi tarde da noite que Sakura levantou e ouviu alguém a chamar.

Era um som tranquilo, como um sino, que a hipnotizava lhe dizendo que tinha um lugar para ir. Ela virou as costas para janela e um grande portal apareceu em sua frente. Não lhe veio à mente que foi o mesmo portal de seu sonho, no qual uma mão com uma grande espada lhe atravessou o peito. Na verdade, não lhe vinha nada, apenas queria atravessa-lo e ir para o outro lado, esqueceu-se de Syaoran a seu lado e tudo ao redor, não importava mais nada, apenas atravessar o portal.

Uma outra mão saiu pelo lado oposto, como cavalheirismo, oferecendo-lhe uma pequena ajuda para atravessar, ela aceitou e deu um passo à frente.

Syaoran remexeu-se para o lado e não sentiu o corpo de Sakura, isso o despertou. Assim que ele viu Sakura atravessando o portal, o susto foi tão grande que ele não sabia como reagir por um segundo. Antes que pudesse agarra-la, ela foi puxada e o portal desapareceu.

_SAKURA!!!!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e esperem o próximo capitulo! Obrigada



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