Mas parei em frente a porta por menos de um segundo, ainda sentindo a dor na minha costela, estava ficando cada vez pior.

- Lottie- Bradley disse, sua voz estava calma e pedindo perdão. Não era o mesmo cara que estava gritando e brigando comigo.

Me virei devagar, só metade do rosto, a dor só aumentava, doía como se estivessem com mil facas em mim, de repente tudo foi tão rápido, porém tão doloroso. A última coisa que vi foi Bradley vindo correndo até mim, e me pegando pela cintura. Nesse exato momento eu desabei no chão, desmaiei de tanta dor.

Dizem que, as dores te ajudam a superar as coisas, mas essa dor não estava me fazendo mais forte. Por um lado pode até ser que sim, eu aguentei toda a dor por um bom tempo, andei pra lá e pra cá, levantei do sofá, e andei mais um pouco. Até que a dor ficara tão forte que eu desmaiei. Eu, em minha vida toda, nunca havia quebrado nada, a não ser no parquinho, quando eu tinha uns três anos, eu quebrei o braço. Tecnicamente nunca havia quebrado nada em uma briga. A palavra briga era tão desconhecida pra mim, nunca pensei que me envolveria numa. Mas eu amava Bradley, foi um ato irracional, e quando é irracional é impossível fazer algo se não o que o coração está mandando. O coração nos faz fazer a maioria dos atos irracionais.

            Quando acordei Bradley estava na minha frente, eu estava deitada em uma cama, nem vi onde estava, a única coisa que fiz foi me sentar e pegar seu rosto com as mãos, beijando seu nariz lentamente. Ele me empurrou devagar, me fazendo deitar de novo. Olhei com cara de dúvida para ele.

            - Lottie- ele disse- fica deitada. Você quebrou a costela.- Era a primeira vez que eu via Bradley caridoso desse jeito.

            Foi aí que eu senti a dor novamente. Lembrei da minha costela. Quando eu acordara e vira Bradley, eu nem sabia porque eu estava ali, nem senti a dor. Posso até ter sentido, mas é como se o coração estivesse abraçando o machucado e fazendo ele não doer.

            Coloquei a mão onde estava doendo, e foi inevitável conter a expressão de dor. Então ele se aproximou e beijou minha testa, depois minha boca. Quando ele se afastou eu vi o quão roxo estava seu rosto, por causa dos socos.

            Após alguns dias nós já estávamos melhores, e eu fui com ele fazer uma tatuagem. Pois é, mais uma pra coleção. Eu ia fazer também, já tenho mais de 18 anos, meus pais não podem me impedir. Chegamos de mãos dadas no local e o tatuador nos cumprimentou. Bradley tirou a camisa sensualmente e eu ri. Ele sentou na cadeira, eu puxei outra e coloquei atrás. O tatuador veio e começou seu trabalho. Eu fiquei só observando como meu namorado via tatuagens como cócegas. Ele tinha tantas que acho que não se incomodava mais. Quando o tatuador terminou eu dei uma observada, e vi que era um raio na frente de um céu muito escuro, como numa tempestade. Chegou minha vez, então o tatuador sentou no meu lugar, eu sentei no lugar de Bradley e ele sentou no lugar do tatuador. Coloquei o cabelo todo pro lado esquerdo, e antes do homem começar, meu namorado se aproximou e beijou meu pescoço, me causando arrepios. Eu fiz um dragão na nuca, e sabia que aquilo ia dar problema quando chegasse em casa. Eu já havia apresentado Bradley não havia muito tempo, e meus pais não disseram nada mas eu sei que eles não aprovaram. E agora eu ia aparecer com uma tatuagem não tão discreta assim, e eles iam ficar como?