– A Dama e o Vagabundo? - sugeri.

– Só se for agora.

Colocamos ambas o chocolate na boca, cada uma um extremo.

– Não mastiga. Quero sentir essa porra derreter nas nossas bocas - pronunciou.

Nossas línguas percorriam a lateral do chocolate melado de goza feminina. Eu tentava pressionar o chocolate com língua e lábios para amolecê-lo.

Soltei minha boca, deixando o chocolate sozinho com Mello.

– Impossível derreter rápido!! - protestei.

Passei as mãos em suas costas, abrindo-lhe o sutiã. Mello esticou os braços para me ajudar a retirá-lo.

Tive acesso a sua vista frontal por inteiro. Sem censuras.

Passei o chocolate semifundido em seus massivos seios.

Lambi-os, girando a língua. Percorri-os. Até chegar a seu mamilo esquerdo e girar a língua em sua auréola. Com uma mão, amaciava o seio direito dela. Me deliciando com a maciez de ambos, cada qual em uma forma diferente.

Biquei seu mamilo esquerdo, chupando-o. O fato de acabar soando feito um bebê me envergonhou no início.

Mas deixei a vergonha de lado. Afinal, estava com ela.

Continuei meu divertimento. Até que ele endureceu, eu afastei meus lábios e fitei-a, cara a cara.

A loira sorria.

Mello é deliciosa.

– Você tem uma língua bem enérgica.

Sorri para ela de volta. Passei uma mexa cor-de-ouro dela por trás de sua orelha.

Vontade de enfiar a cabeça pra fora da janela e gritar:

"EU SOU LÉSBICA!!!"

Cansada, Mello deitou-se sobre um travesseiro. Suas costas nuas viradas para cima a faziam parecer uma obra-prima. Um personagem de alguma mitologia. Romana. Grega. Talvez egípcia.

Mordeu um pedaço de chocolate.

– Não quer passar as férias comigo? - ofereceu.

– Com você? Só nós duas? - Partiu a barra ao meio e me deu a outra metade.

Aquiesceu.

– Só eu e você. Num hotel. A gente já reserva com antecedência. Conheço um dessa cidade que dá pro gasto. - - As férias inteirinhas. Só você e eu juntinhas. - aproximou-se e sussurrou: - Você todinha só pra mim. Nua...

Ri de leve.

– Claro que sim. Se eu não ficar de recuperação...

– Que isso. Impossível.

– Não sabe o verdadeiro estado do meu boletim ultimamente...

Mello ponderou por poucos segundos e disse:

– Então que tal assim: Você estuda, estuda, estuda. Estuda até cansar. Tira notinhas boas. Usa as férias para descansar e o seu corpo suado e cansado de tanto estudar será todinho meu.

Repeti-a:

– Sou todinha sua - mordi a língua em um sorriso.

– Minha, minha, minha. Perfeito!! Só....Uma condição.

– Qual?

– Não diga que está "a fim de mim". Não como os outros disseram.

– Não estou "só um pouco a fim".

– Eu quero ser adorada. Se gostar de mim tanto quanto eu gosto de você, estará perfeito.

– Sabe que o que temos vai além da amizade, Mello.

Ela pôs-se sobre mim. As pontas de seus cabelos caíam sobre meu rosto, quase tocando-o. Mello mantinha os olhos azuis fixos nos meus.

– Quero um relacionamento firme e duradouro com você.

Sorriu.

Me beijou e puxou os cobertores sobre nós.

– Fica comigo?