A Viagem escrita por MarcosTiago210


Capítulo 9
A cidade inundada por lava




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Rebecca acordou na cobertura de um prédio. Enquanto se levantava, sentia um calor intenso, via um vapor rodeado por brasas vivas lançadas acima. Se aproximou do parapeito e se viu numa cidade inundada por lava, e a cada vez que observava, a lava atingia um nível maior, ficava mais alta e engolia aos poucos a cidade. Mas que coisa é essa? Se perguntou ela. Precisava arrumar um jeito de escapar. Olhou de relance ao redor. Havia prédios bem próximos daquele, de forma que seria possível pular entre eles. Correu o mais rápido que podia, e saltou entre eles. Quase escorregou na borda do outro, mas se recuperou a tempo. Olhou em volta, procurando uma saída. Estou começando a passar mal, pensou. Talvez um elevador pudesse me ajudar, oferecendo um tempo de descanso e planejamento para a próxima etapa da fuga. Elevador...? É isso! Quanto mais alto eu chegar, mais chances terei para encontrar um meio de transporte ou comunicação para pedir resgate. Um helicóptero, pensou enquanto corria, será que sou capaz de pilotar um? Não é hora para perguntas, mas para correr, a lava está quase me alcançando. Olhou para baixo. Mais 100 metros, e a lava atingiria em cheio o local em que estava. Já alcançara o terraço do segundo prédio. Olhou para a frente e viu o único prédio pelo qual poderia prosseguir. O último andar dele seria inalcançável dali. Poderia atravessar uma de suas janelas e subir os outros andares pela escada. Mas teria que quebrar a janela primeiro. Pegou algumas pedras e as atirou, provocando severos arranhões nela. Repetiu o processo até perfurar a janela e então a arrombou num pulo. Entrou num escritório. Havia telefones fixos que não obtiam sinal para realizar uma ligação. Elevadores não funcionavam. Não havia sobreviventes, que poderiam carregar celulares consigo, o que ajudaria muito a sua missão. Subiu as escadas de emergência até o terraço, que se ligava a um prédio bem alto, que ficava próximo ao mais alto de todos, que provavelmente teria um heliporto. Ela olhou-o de longe e viu o que parecia ser uma antena de satélite em cima dele. Atravessou a rampa entre os dois prédios, que momentos mais tarde foi engolida pela lava, e subiu as escadas de emergência, ficando bem próxima ao prédio mais alto e viu uma corda fixa que permitia a passagem até ele. Se segurou bem forte, mas escorregou e caiu. Segurou a corda com sua mão direita. Lutava contra o cansaço e falta de forças, prometendo a si mesma, que assim que estivesse a salvo, descansaria o suficiente para reparar sua energia. com uma vontade ardente como chama e com uma força sobre-humana, atravessou a corda, se segurado nela com uma mão de cada vez, e entrou no último prédio. Nenhum sinal de sobreviventes de novo. Elevadores estragados. Subiu as escadas de emergência e encontrou o terraço e a antena. Mesmo não havendo heliporto nem helicóptero ali, encontrou um rádio e chamou por ajuda durante nove minutos e meio. Snow, um membro da equipe especializada em resgates, atendeu:

– Frequência 510. Qual é a emergência?

Rebecca sentiu um colapso. A febre que começara a pouco tempo, somada à falta de ar, taquicardia, mal estar, dores musculares e calor foram o suficientes para derrubá-la no chão e quase deixá-la sem voz. Ela falou devagar e num tom baixo:

– Eu... estou... prédio alto....cidade....lava.

– Repita estas palavras um pouco mais alto para que possa identificar o local em que você está!

Dessa vez, ela não conseguiu falar num tom audível.

– Me diga onde você está agora!

Sentiu correntes eletricas percorrendo seus bilhoes de neuronios ao longo do cerebro, como se tivesse sido reanimada por um desfibrilador. Repetiu as mesmas palavras, mais alto agora, num tom razoavelmente audível. Snow ouviu suas palavras e disse:

– Em alguns momentos estarei aí, aguarde!

Rebecca desmaiou. Não tinha energia para acordar, muito menos se mover. Estado parecido com o coma. A lava se aproximava do terraço cada vez mais. Alguns minutos mais tarde, Snow chegou com sua nave e pousou no local de partida das transmissões de emergência. Levantou Rebecca e a carregou até a nave dele, partindo segundos antes da lava cobrir a cidade por inteiro, dizendo para ela:

– Vou levá-la ao hospital o mais rápido possível. Você foi corajosa.

Rebecca não ouviu essa frase, embora soubesse subconscientemente que estava à salvo.


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