Mórbido escrita por Dri Lioncourt


Capítulo 1
Capítulo 1




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Dedos trêmulos roçavam pelas pétalas delicadas de uma rosa branca, descendo sem cuidado algum pelo caule, até que um espinho que passou despercebido cortou a pele. A dona de tais dedos soltou uma exclamação de surpresa, levando o indicador machucado aos lábios.

Machucado, ironicamente, era assim que ela se sentia; machucada. Embora considerasse seu ferimento muito mais profundo. E ele ainda sangrava.

Ela sempre achou que eles fossem dar certo, que um dia ele voltaria para Konoha, para casa e então tudo ficaria bem. Tudo voltaria a ser como sempre deveria ter sido.

Sakura estaria pronta para esquecer, para perdoar. Porque naquela época ela estava certa de que seria capaz de fazer qualquer coisa por ele. Porque a afeição, a dedicação e o amor dela seriam suficientes para apagar qualquer mágoa entre os dois, não seriam?

Mas não foram.

Na realidade, ela ponderou, um sorriso desprovido de humor formando-se em seu rosto, não chegou nem perto disso.

São apenas esperanças infantis, você não deveria se agarrar a elas”. Eles sempre lhe diziam, toda vez que uma missão para trazer seu querido Sasuke-kun de volta falhava. Mas ela não ligou para as palavras, não as ouviu. Eram nada mais do que palavras vazias.

Suas esperanças não eram nada infantis. Ela acreditava de todo o coração que as coisas se resolveriam, e existiria algo para eles ao final. Algo que os deixasse juntos. Mesmo que isso soasse piegas demais.

Era só uma questão de tempo, concluiu.

Então ela esperou por ele, um sorriso no rosto e olhar brilhante.

Esperou, esperou e esperou. O sorriso desapareceu, o brilho no olhar se apagou, mas ele não veio. E ela percebeu, tarde demais, que se quebrara em algum momento durante aquela espera.

E Sakura não sabia como se concertar.

Suspirou, a mão que segurava a rosa deixou-a cair ao chão, pernas encontraram forças para mover o corpo. Ela caminhou devagar, incerta. Parou depois de poucos passos e olhou para trás. Orbes verdes focaram-se no portão de entrada da vila em que ela passara a vida toda, mas ao olhar, não encontrou nenhum significado, nada que a prendesse ali. Ela supôs que alguém quebrada não pudesse encontrar um sentido, mesmo que ele existisse.

Dessa vez, ela iria embora, agarraria-se uma última vez às suas esperanças infantis a fim de encontrar um bálsamo que curasse suas feridas e a deixasse inteira de novo.

Porque o amor dela não passara de algo triste e sem chance de retorno. Mórbido. Um amor mórbido não era amor de verdade.

Então ela voltou a andar, dessa vez rápida e determinada, sem olhar uma única vez para trás.

E ali, jogada ao chão, ficou uma rosa branca, pétalas manchadas de pequenas gotas de sangue carmesim.

Esperanças infantis, vinham os sussurros.


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Notas finais do capítulo

Definitivamente, SasuSaku não é o meus estilo, desculpa quem gosta, mas o único jeito de escrever algo sobre o casal seria drama mesmo :P.



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