Não Me Esqueça escrita por Nanda


Capítulo 5
IV - Talvez Ele Só Tenha Medo


Notas iniciais do capítulo

OI POVINHO *-*
Eu ia postar ontem, mas a minha vó me arrastou pro shopping cedo e só voltamos de lá meia-noite, e hoje eu ia postar mais cedo, mas novamente ela me arrastou pro shopping e só voltamos quatro horas, então eu tive que terminar o cap, já que eu não havia terminado antes, e aí a internet caiu quando eu fui postar e só voltou agr!!
Bom, parando de encher o saco, Bom cap!!



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PRIIIIIIIIIIIM PRIIIIIIIIIIIIIM

– Por que mesmo essa merda está tocando sete horas da manhã? - perguntei pro meu iPhone, que felizmente não me respondeu. Acho que eu tacava ele pela janela se ele respondesse! Tornei a fechar meus olhos pra dormir... Eu estava sonhando com o Feli... MARCOS! O Marcos vai chegar daqui a uma hora!

Corri feito um tigre pra dar o bote (sou uma felina u.u) em direção ao banheiro, me despi e tomei um banho bem gelado. São Pedro anda bipolar. Um dia sol e no outro chuva! Lavei meus cabelos ruivos e tomei um banho mais caprichado do que aqueles que as noivas indianas tomam. Eu amo meu cabelo molhado, ele fica ainda mais vibrantes, e parecem mais naturais. O meu tom de ruivo parece que é tinta, mas quando eu o molho ele fica num tom lindo e totalmente natural. É perfeito!

Saí do banho enrolada em uma toalha e agradeci mentalmente por não dormir de janela ou cortinas abertas. Coloquei um short curto (mas decente!) e uma blusa preta escrita: Keep Calm And Fuck The Pink. Estava com um biquíni, ironicamente rosa, por baixo. Prendi meus cachos num rabo de cavalo alto, com duas mechas soltas na frente. Calcei um tênis preto da Nike e peguei uma bolsa de praia pequena, pra colocar um par de chinelos, uma toalha, uma muda de roupas extra e o meu bronzeador. Peguei meu iPhone e as chaves de casa e saí.

Resolvi esperar nas cadeiras que haviam ao lado do elevador, para evitar a campainha. Esse é o lado bom dessa coisa toda de gente rica, o conforto é inegável! Fiquei jogando Temple Run até Marcos tirar o iPhone da minha mão.

– Ei! - protestei pegando-o da mão dele.

– Toquei a campainha do seu apartamento umas vinte vezes. Por que tá aqui?

– Pra campainha não me fazer cair da cadeira e bater a cabeça de novo. - respondi e ele riu.

– Ok, ta pronta? - ele perguntou e eu assenti. - Gostei da blusa. Vou pegar meu celular e a gente desce, ok?

– Deixou seu celular aonde?

– No meu apartamento. - Ele falou e eu fiz uma cara muito estranha, então ele completou. - Moro no apartamento em frente ao seu!

Mais uma prova de que eu sou muito burra! Ele é filho do dono do restaurante ao lado do prédio, sempre entrega os meus pedidos, a primeira vez que nos esbarramos ele estava descendo pegando o elevador no meu andar.... Onde mais ele poderia morar? Na China? Na verdade ele ainda assim poderia morar em vários lugares, mas eu nunca cogitei a ideia de que ele pudesse, talvez, morar no meu prédio. E se ele tivesse subido de elevador eu teria percebido também, afinal esse elevador é daqueles que apitam quando param.

– Ah, pega logo então, tapado! - disse mais pra disfarçar a minha burrice do que pra ofender. Logo ele estava de volta e nós descemos.

Fomos no carro dele, um Cadenza preto LINDO. Sou apaixonada por carros, e juro que poderia ficar aqui o dia todo pensando sobre o motor dele, os cavalos (290 se não me engano), a suspensão, o designer, a velocidade... Mas Marcos insistiu em me acordar passando a mão em frente ao meu rosto.

– Gostou do carro, ruivinha?

– Prefiro minha Grand Cherokee, mas um sedan é sempre melhor pra cidade!

– Olha! Uma garota que entende de carros! - disse abrindo a porta do passageiro para eu entrar. Logo depois ele fechou e entrou no lado do motorista. - Isso é raro, sabia?

– Também é raro garotas que assistem futebol, que sabem jogar sinuca, poker, 21, e afins...

– Torce pra que time?

– Flamengo, mas não o considero o melhor, antes que você venha me perguntar. Ultimamente até o Volta Redonda tem sido melhor!

– O Volta Redonda é um time bom, só que é um time pequeno, novo, sem muitos seguidores fiéis e com quase nenhuma campanha. - começamos a falar sobre futebol, carros, Formula1, taça Guanabara... Nem havia percebido que o carro estava andando. Só fui repara quando paramos em frente a uma praia vazia.

– Pensei que fossemos pro Cristo antes! - disse ao me virar para encará-lo

– Mudanças de planos, ruivinha! Nós vamos ficar aqui na praia hoje, amanhã eu te levo para conhecer o Cristo e fazer o resto do passeio! Hoje está um dia lindo demais para se desperdiçar com lugares lotados de gringos! - disse ele e eu tive que concordar. Hoje estava um dia maravilhoso, sem uma nuvem no céu. Não estava nem muito quente nem muito frio, estava uma temperatura agradável. Ele pegou duas esteiras e um guarda-sol no porta-malas, além de um isopor com coca, água e guaraná, e nos instalamos em um lugar bem perto do mar. Se a maré subisse, seríamos os primeiros a nos molhar.

Tirei o short e a blusa, ficando só com o biquíni rosa. Ele murmurou algo como “Fuck The Logic” e eu ri. Passei bronzeador nas partes do meu corpo que eu alcanço e pedi para ele passar nas minhas costas. Ele terminou de passar e eu me deitei em uma das esteiras.

– Faz faculdade de que? – perguntei tentando puxar assunto.

– Direito na UFRJ. - ~cospe mentalmente água~ O QUE? DEUS! TÁ QUERENDO ME PREGAR UMA PEÇA? – E você?

– Acredite se quiser, também!

– Tá de brincadeira? Você não tem cara de Advogada, nem juíza, nem qualquer coisa do tipo!

– Você também não! Você tem cara de modelo de cueca da Calvin Klein! – eu falei e ele riu.

– Isso foi um elogio?

– Sempre achei os modelos egocêntricos!

– E eu sempre achei as ruivas idiotas.

– Talvez estejamos os dois errados, não é?

– É, talvez...

Percebi que a mente dele começou a divagar e resolvi não interromper. Coloquei meus fones e fiquei ouvindo Love Me Do. Comecei a cantar ela baixinho, embora não soubesse a letra toda. Eu sou muito ruim em gravar letra de música. Percebi que havia uma segunda voz cantando, me virei e vi que Marcos me encarava.

– Você canta bem! Mas acho melhor aprender a letra da música primeiro! – disse sorrindo para mim.

– Você é chato, ein! Deixa eu cantar do meu jeito nem um pouco certo! – falei fazendo uma cara de indignada. – Pelo menos eu canto bem! Você parece uma hiena com dor nos rins caindo de um penhascos!

– ISSO! DETONA A MINHA AUTOESTIMA!

– Sou o Detona Ralph! E por isso quando o meu despertador tocar de novo “Eu Vou Detonar!”. – nós dois começamos a rir igual duas crianças. Não que a piada tenha sido boa, mas justamente por ela não ter graça nenhuma. Percebi que havia muito tempo que eu não ria assim. – Ai! Meus pâncreas!

– Quem é a hiena com dor no pâncreas agora? – ele perguntou e voltamos a rir. Minha barriga doía com as risadas, mas eu não conseguia parar. Depois de uns vinte minutos eu consegui diminuir a risada, e ele também. Então nos entreolhamos e voltamos a ser hienas com dor no pâncreas.

– Eu acho que eu vou morrer de dor! – disse entre as risadas.

– Eu também!

Finalmente paramos, dessa vez de verdade, e eu tornei a me deitar na esteira. Ele se deitou na outra esteira e pegou um dos meus fones. Peguei o outro e ficamos ouvindo Faroeste Caboclo, Legião Urbana. Uma das únicas músicas que eu conheço a letra toda, ironicamente ela tem nove minutos de duração e não tem refrão. A lógica foge de mim.

– Você sabe a letra todinha? – Marcos perguntou assustado quando a música acabou.

– Sim. – respondi e dei de ombros. Ele tonou a se deitar e ficou fitando o céu azul. Parecia estar refletindo sobre algo.

– Alice... – ele chamou ainda fitando o céu. – Como você sabia que eu tinha Felipe no nome? Nem o meu melhor amigo sabe disso!

– Eu te confundi com uma pessoa. – disse. De certa forma era verdade, afinal o Marcos não tinha nada haver com o Felipe, a não ser o físico. Felipe cumpria as promessas, Felipe jamais me esqueceria. Felipe era a minha alma gêmea. E Marcos... Bem, Marcos morreria sem saber da minha existência se eu não o tivesse ‘confundido’ com Felipe.

– Nossa, confunda uma pessoa com a outra e você saberá o secreto segundo nome dela! – disse rindo, porém continuou sério. – Ontem, você falou que voltou por motivos dos quais se arrepende... Tem haver com essa pessoa?

– Tem sim.

– Quem é, ou era, ela?

– Acho que dizer que era o amor da minha vida é pouco. – disse e soltei uma risada fraca. Hoje parece ser o dia da ironia! Estar falando isso justamente para Marcos era completamente irônico. – Ele foi a primeira e única pessoa que eu amei. Ele era meu único amigo, meu herói com a cueca por baixo da calça, quem me manteve viva, firme, em pé, durante três anos sofrendo nas mãos dos meus pais. Ele era o cara da música do Roberto Carlos.

– Essa cara existe?

– Não mais.

– Ele morreu?

– Podemos mudar de assunto? E ele não morreu, foi quase isso.

– Ele tá em coma?

– CARALHO! NÃO! DÁ PRA MUDAR DE ASSUNTO? – me irritei um pouco, sabe? Por que esse idiota quer tanto insistir nisso?

– Ele te esqueceu. – não foi uma pergunta, foi uma afirmação, feita em um tom quase sussurrante.

– Sim... – concordei em um tom muito baixo, mas baixo do que o dele. Minha voz estava embargada, chorosa.

Ficamos nos encarando durante um bom tempo, até eu me levantar e ir dar um mergulho. Fiquei no mar durante umas duas horas, quando comecei a sentir fome. Voltei para a areia e fiquei esperando alguém passar vendendo algo. Logo passou um carrinho de milho e eu pedi um com manteiga. Tava muito gostoso, mas eu continuo preferindo comida feita em casa.

– Posso comer um pouco? – ele perguntou me dando um susto alá campainha.

– Pode. – passei o milho pra ele e fiquei observando-o devorá-lo como um porco folgado.

Deixei ele comer todo o resto e fiquei deitada pra me bronzear um pouco mais. Já no fim da tarde eu pedi para Marcos me levar para casa, não havíamos trocado uma única palavra depois dele me pedir o milho. Nós nos limpamos e entramos no carro. Ele deu a partida e eu pus meus fones no máximo. Fiquei ouvindo música até chegar no prédio, ele parou em frente, sem desligar o carro e eu desci.

– Não vai guardar na garagem? – perguntei.

– Tenho que resolver uns problemas antes. – disse e eu continuei andando, até ele me chamar. – Alice... – me virei para encarar aqueles olhos castanhos - Talvez esse cara não tenha te esquecido completamente! Talvez... Talvez ele só... Tenha medo.

Entrei em meu apartamento e me joguei no sofá, ainda pensando nas palavras dele. O que diabos ele quis dizer com aquilo?


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Notas finais do capítulo

ME DEIXEM UM REVIEW PESSOAS!! SEI QUE TEM 5 PESSOAS LENDO E SÓ QUERO QUE ESSAS 5 PESSOAS GASTEM 1 MINUTINHO PRA ESCREVER "Gostei, to acompanhando, continua!" VOCÊS PODEM ATÉ COPIAR E COLAR DAQUI!!!
Bjuuuusz



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