Não Me Esqueça escrita por Nanda


Capítulo 4
III - Ex-namorado, Atual Guia Turístico


Notas iniciais do capítulo

OIOIOI! (kuduro sóqñ)
Enfim... 3 caps, 2 leitoras, 3 reviews... assim eu vou desanimar.... :(
Eu ia postar mais cedo, mas a minha vó me arrastou pro shopping onze da manhã, o cap já estava pronto, só que no iPod, e não dá pra postar por ele. Ai eu cheguei em casa e o meu vô estava usando, então eu tive que esperar ele terminar de usar pra postar :/
É isso, espero que gostem do cap!!



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PRIIIIIIIIIIIIM PRIIIIIIIIIIIIIM 

Despertador, campainha, interfone, celular.... Qual outro objeto (nem tão) inútil que emite som eu devo adicionar à minha lista de coisas a quebrar?

Totalmente exausta, fisica e psicologicamente, me levantei, peguei um moletom e fui tomar um banho bem quentinho. Rio de Janeiro havia amanhecido com chuva. Terminei meu banho e olhei para a cama, tentada a me deitar e voltar a dormir, mas hoje eu tinha que entrevistar uma faxineira e fazer a compra do mês, afinal não dá pra viver só de almoço e jantar. Temos que ter o café da manhã, o lanche da tarde, o chá da noite e o assalto da madrugada também!

Enquanto esperava dar oito horas, hora que eu havia combinado com a faxineira, eu fiquei jogando Temple Run no meu iPhone. Esse joguinho é viciante!

Sete e meia a campainha me deu um susto, e se não fosse pela capinha do Stitch, alguém teria que me pagar um visor novo pro iPhone! Coloquei um sorriso no rosto e fui atender a porta, achando que a faxineira havia chegado mais cedo, porém era um cara de olhos verdes-grama-queimada que me encarava ali.

- Tá fazendo o que aqui na minha casa, Marcos? - perguntei um pouquinho irritada.

- Eu esqueci minha camisa aqui ontem! - disse como se fosse óbvio.

- Deve estar no banheiro ainda - falei enquanto voltava ao meu joguinho. Depois de 1.956.209 pontos, reparei que ele não havia movido um único músculo. - Não vai pegar a sua camisa, Marcos?

- Ontem você ameaçou me processar por invasão domiciliar, então prefiro não arriscar sem que você me convide.

- Entra logo! - ele obedeceu e eu voltei ao meu jogo. Logo ele voltou do banheiro e ficou prostrado atrás de mim. - Sabia que é feio ficar olhando pras coisas dos outros?

- Só estava vendo você jogar, ruivinha! - ele disse e eu senti um aperto no coração. Não, eu não vou enfartar! É só que o Felipe havia sido a única pessoa a me chamar de ruivinha até hoje. E eu não posso negar que sentia falta desse apelido. Mas eu esperava que quando o ouvisse, fosse da boca do meu antigo Felipe, e não da boca desse atual Marcos.

- Não me chama de ruivinha! E não foi você quem disse que não conversa com ruivas?

- Você não tem alma de ruiva!

- Ãhn?

- As ruivas são todas idiotas, mentirosas, inconfiáveis... Você não me parece ser assim! - disse Marcos e eu tive que me segurar pra não fazer com ele o que eu queria fazer com o despertador. As ruivas é que não são confiáveis, mentirosas? Então ele é o que? O Rei da mentira? O quebra-promessas oficial do reino?

- O que te faz pensar assim? - perguntei meio a contra-gosto, ainda querendo cuidar para que ele nunca mais pudesse ter filhos.

- Sei lá, sempre vi as ruivas desse jeito. - ele deu de ombros, como se isso fosse algo simples e idiota. - Mas você me fez mudar o meu conceito.

- Você me conhece o suficiente pra afirmar isso, Marcos?

- Não e sim. Eu não te conheço, mas é como se conhecesse! Você não me parece ser mentirosa, inconfiável ou idiota! Muito pelo contrário! Eu te ameacei e você devolveu na mesma moeda! Eu te enchi o saco e você quase quebrou o meu nariz usando uma porta! De idiota você não tem nada!

- Mas como você sabe que eu não sou inconfiável e nem mentirosa?

- Sei lá, eu simplesmente sei que posso confiar em você! - disse e deu de ombros novamente.

- Sai da minha casa, Marcos! Tem uma faxineira vindo pra cá e.....

PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

- QUE MERDA! - berrei e abri a porta, dando passagem para uma mulher de uns quarenta anos entrar.

- Oi, a senhora deve ser Alice, certo? - ela me perguntou e eu assenti. Depois se virou para o ser. - E você deve ser o senhor Alex!

- Não, ele é só uma visita indesejada que vai sair daqui agora senão nunca mais vai ver o sol, não é? - falei quase rosnando para ele.

- Bom, como eu tenho amor à vida, eu já vou indo. Até logo, ruivinha! - disse e saiu antes que eu pudesse atirar uma faca nele.

Fiz a entrevista com a Vilma, e ficou combinado que ela viria toda segunda e sexta, depois me despedi dela e fui caçar um supermercado para fazer compras. Nota mental: nunca mais sair para fazer compras sozinha. Rodei acho que o Rio de Janeiro inteirinho e não consegui entrar em um único supermercado, sempre perdia a entrada e depois não conseguia voltar. Quando deu uma e meia da tarde, eu resolvi voltar para casa e pedir uma Pizza do Retro, compras para amanhã (de novo)!

Voltei e pedi uma pizza de calabresa, depois resolvi tomar mais um banho fervendo, o transito do Rio extressa qualquer um!

Saí do banho e coloquei um short e o meu casaco do Mickey, que cobria o short. Prendi meu cabelo num coque alto e me sentei na mesa da sala, já preparada para o barulho da campainha. Comecei a divagar sobre marcianos e... 

PIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

...caí da cadeira.

Me levantei totalmente dolorida e abri a porta. Adivinha quem era? Marcos.

- Seu pedido, ruivinha! - disse o sem noção me passando a caixa da pizza.

- Obrigado, ser! - falei. Vi que ele não movera um único músculo, então perguntei irônica. - Quer entrar e comer um pouco?

- Já que você insiste! - disse ele e entrou. 

- Eu fui irônica, idiota! Sai daqui! 

- Que jeito feio de tratar as visitas, Alice! Ofereça-me um café, trate-me como uma visita!

- Senta logo e come então, Marcos! - disse espumando.

Ele se sentou e pegou o MEU prato, colocou um pedaço de pizza nele e começou a comer! Folgado... Peguei um prato pra mim e me servi. Peguei dois copos também e nos servi de Coca-Cola, que eu havia pedido ontem do Retro. Ainda estava na metade do meu primeiro pedaço quando o ser terminou o terceiro pedaço dele.

- Bom, eu já estou satisfeitíssimo, e você? - a criatura que come como um porco perguntou.

- Eu ainda estou comendo, Marcos! Além de burro é cego?

- Sua educação me surpreende, Alice!

- Eu sou educada com quem merece! E não com porcos folgados! – devolvi.

Terminei minha pizza e coloquei os dois pratos na pia. Como Vilma viria amanhã, deixei para ela lavá-los. Coloquei os dois pedaços de pizza restantes no micro-ondas, guardei a Coca-Cola na geladeira, junto com os sachês de ketchup e tornei a me sentar na mesa, para fazer companhia à visita.

- Então, Alice... – ele começou puxando conversa. – Você não é daqui, é?

- Sou sim. Nasci no Rio e morei aqui até os meus catorze anos, quando meus pais morreram num acidente de carro e eu tive que ir morar em Vitória, no Espírito Santo com a minha tia. – respondi, meio surpresa pela pergunta dele.

- Sinto muito pelos seus pais. – ele falou, me soando verdadeiro. Mas nele eu não acredito mais.

- Pois eu não sinto. Eu não tinha pais, tinha monstros que aparecem em plena luz do dia! – disse o encarando.

- Ah... – ele pareceu perceber que era melhor não insistir nesse assunto, porque o mudou. – Voltou pro Rio por que?

- Motivos dos quais me arrependo. – respondi simplesmente e dei de ombros.

- Tem algum assunto sobre o qual eu possa conversar com você sem te deixar putinha? – ele perguntou e eu ri.

- Música, economia, livros, mitologia, animais, principalmente os felinos e os reptilianos, numerologia, artes, teatro... Pode escolher!

- Hum... Música. Qual seu tipo musical favorito?

- Rock, principalmente Beatles e Renato Russo!

- Eu sou apaixonado por rock nacional! Legião Urbana, Cazuza, Capital Inicial... Amo Beatles e Rolling Stones também. Gosto de Green Day, mas não tanto... Musica favorita?

- Talking To The Moon, Bruno Mars. Ela meio que retrata meus últimos cinco anos. E a sua?

- Que País é Esse, mas a versão do Capital Inicial, por causa da resposta à pergunta. – ele completou e eu ri. Realmente a resposta é verdadeira.

- Você acredita que eu morei aqui a maior parte da minha vida e nunca fui no Cristo? – não sei por que eu falei isso, mas esse pensamento me ocorreu e eu simplesmente o falei.

- Nunca? Façamos assim, amanhã eu passo aqui oito horas, aí eu te levo no Cristo, no Zoo, na Lapa, no Jardim Botânico, e terminamos o dia na praia, pode ser? – ofereceu Marcos.

- Vou ter que pagar por isso?

- Serviço do Retro, e você tem um ano grátis lá!

- Ok, até amanhã, oito horas!

Ele se despediu de mim com um beijo na bochecha e saiu. Tranquei a porta e me atirei no sofá. Por mais que odiasse admitir, meu coração estava mais agitado que uma escola de samba, era muito boa a expectativa de passar uma tarde inteira com Marcos/Felipe dando uma de guia turístico!


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Notas finais do capítulo

E aí, povo? Gostaram do cap? Odiaram?
Me deixem um review falando, pessoas!! Não custa nada, assim como o serviço de guia turístico do Marcos!!
Bjuuuusz



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