–Há muito a ser explicado. Vamos resolver primeiro o que faremos com Stella, depois conto a vocês como Stefan está aqui. - disse. Nesse momento, Stella abre os olhos, que logo estão arregalados ao ver Stefan frente a frente com ela.

–Sentiu minha falta? - meu namorado pergunta ironicamente.

–Mas... Como? A bruxa...?

–Kiki nada teve a ver com isso. Ninguém precisou morrer para que Stefan voltasse à vida. Mas nada disso importa nesse momento. Espero que esteja pronta para qualquer que seja seu destino aqui e agora. E devo lhe dizer que ele está nas mãos de Stefan e Ryan.

Tive o prazer de ver os olhos da minha irmã se arregalarem de terror ao ouvir que estava nas mãos dos dois que ela matara.

–An, você não pode permitir essa loucura. Esses dois pirralhos decidindo o que deve ser feito comigo? Não posso acreditar que depois de anos sem ser descoberta, vou sofrer nas mãos de dois garotinhos assuntados que estavam no lugar errado, na hora errada.

–Acho que é melhor você medir suas palavras, Stella. – Henry avisou. – Esses dois não são garotinhos assustados. Treinei Ryan desde que você o transformou. E Stefan assistiu a tudo. Ambos sabem muito bem o que fazer, como e porque. Não os provocaria se fosse você.

–Poderíamos mantê-la no porão. Sem o anel, sem sangue, sem luz, até que possamos enfiar algum juízo na cabeça dela. – Stefan dá a ideia e me encara com um olhar significativo. Ele sabia o quanto Stella significava pra mim e não podia tirá-la de mim depois que descobrimos que ela estava viva.

–É uma excelente sugestão. E quando cogitarmos dar sangue a ela , evitamos a noite, porque assim ela não vai poder fugir, já que vai estar sem o anel.

Stella entrou em desespero, mas ninguém sentiu pena. Saímos todos do porão e fomos até a cozinha. Precisávamos de sangue depois de tudo o que aconteceu. Pietro trouxe consigo o anel de Stella. Ryan o levaria até a casa de Kiki. Estaria seguro com uma bruxa.

–Acho que está na hora de irmos. Você ainda precisa completar a transição. E sua irmã pensa que você está morto. – Henry se manifesta.

–Concordo. Você precisa completar a transição e sua irmã está preocupada.

*Três meses depois*

Posso finalmente realizar meu sonho agora. As aulas terminaram, Ste e Mel estão de férias e hoje à noite há um baile no colégio. Stefan completou a transição com o sangue da irmã, que se ofereceu para a tarefa assim que contamos a ela que o irmão estava vivo.

Annie e Pietro foram embora de novo, levando, dessa vez, Ryan e Stella consigo. Minha irmã finalmente entendeu que não tínhamos culpa pelo acidente e que nossa mãe nunca havia contado que ela estava viva. Ryan se despediu da família antes de ir embora. Foi a última vez que os viu.

Stefan, eu , Henry e Melissa vamos viajar por aí, também. Seremos apenas nós quatro.

Estou no quarto da Mel. Estamos nos arrumando para o baile. Como todas as turmas são convidadas, Mel pediu a Henry para ser o par dela. É meu primeiro baile em mais de mil anos. Sempre quis saber qual era a sensação de estar no meio de tantas pessoas elegantes, dançando, brincando, se divertindo.

Meu namorado e eu não poderíamos estar mais unidos. Desde que se tornou vampiro, ele entende cada vez mais minha natureza, pedindo desculpas todos os dias por ter me chamado de monstro. Ele é bobo, porque já disse que não precisa se preocupar e que eu entendia os motivos dele, mas ele insiste.

Minha cunhada está tão feliz quanto eu. Henry tomou jeito depois de encontrá-la. Deixou de ser um vampiro descontrolado. Os meninos estavam no quarto de Stefan.

Hoje à tarde eu e Mel fomos às compras e escolhemos nossos vestidos. O meu era de um vermelho bem escuro, quase cor de sangue. Meu irmão com certeza dirá que é uma ironia. Tinha a saia drapeada a partir do busto. O da Mel é tão lindo quanto. Azul da cor do céu à noite. Tem uma faixa negra marcando o busto e tinha uma alça só. Fizemos uma maquiagem não muito forte, pra não exagerar. Calçamos as sandálias: a minha preta e a dela prata.

Saímos juntas do quarto e descemos as escadas. Os meninos estavam lá em pé, nos esperando. Estavam lindos de smoking.

–Seu vestido é provocante demais, Bekah. – como eu disse, ele fez piada.

–Por quê?

–A cor, o modelo, tudo. – respondeu Stefan. Me puxou para perto de si e beijou minha bochecha. – Você está linda, meu amor. Vocês estão.

–Concordo plenamente. – pontuou Henry ao puxar Melissa pra perto. As bochechas dela ficaram coradas.

–Vamos? A limusine nos espera. – limusine era o carro antigo que Stefan alugou para ‘entrarmos no clima do baile’. Ele carinhosamente o apelidou de ‘A limusine’.

Fomos para o baile e nos divertimos bastante. A rainha do baile foi uma menina que era a típica nerd: nas aulas, era a que estava sempre fazendo perguntas, respondendo corretamente ao professor, usava aqueles óculos enormes. Mas hoje ela parecia uma princesa. Stefan foi o rei do baile. Todos aplaudiram.

–Henry, vamos lá fora um instante?

–Claro.

Precisávamos de um pouco de ar. Havia sangue demais lá dentro. As pessoas muito próximas, se mexendo demais, agitando o sangue.

–Vai deixar o Stefan sozinho lá dentro? Ele ainda é muito novo para se controlar.

–Ele não quer ser um monstro, então eu sei que posso confiar. Além disso, estávamos na multidão, ele estava em cima do palco.

Respiramos um pouco de ar puro e voltamos para a festa. Stefan e Mel estavam dançando juntos. O rei e a rainha já tinham dançado. Henry se aproximou e perguntou se podia roubar Mel. Stefan se aproximou de mim.

–Me concede essa dança?

–Como uma plebeia como eu poderia negar um pedido ao rei do baile? Eu ficaria honrada.

Dançamos até o fim da festa. Depois voltamos para casa. Eu me sentia nas nuvens depois de realizar meu antigo sonho. Quando chegamos em casa, Stefan e eu fomos direto para o quarto. Já era quase amanhecer.

Deitamo-nos juntos e fizemos amor, sem que nada nos preocupasse. Em breve estaríamos longe daqui e quem sabe não voltaríamos um dia?