Jogos Vorazes - Glimmer escrita por Triz


Capítulo 6
Capítulo 6 - Uma visita surpresa


Notas iniciais do capítulo

Quando vi que tinha dois favoritos, quase caí da cadeira!
Capítulo dedicado a Viic Sutherland e a MissGaede, que favoritaram a fic. Muito obrigada a vocês!



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Felizmente, há uma enfermaria no edifício onde os tributos ficam, para o caso de algum problema.

E eu estou lá agora.

Marvel se senta em um sofá que está em um corredor inteiramente branco e silencioso, enquanto uma senhora gorda e velha de cabelos grisalhos me chama para ser examinada. 

— Aguardarei aqui. — ele comenta.

— Se eu demorar, não se preocupe. — respondo.

A senhora me senta em uma cadeira, faz algumas perguntas e em seguida esfrega algo em minha cabeça. Arde um pouco no começo, mas o alívio que vem em seguida compensa o sofrimento.

— Você teve sorte, Distrito 1. — comenta a velha senhora, ainda passando a substância em meu machucado. — Não vai precisar de pontos, mas terá que passar esse remédio até o dia de ir para a Arena. Se não quiser passar isso, terá que fazer algo pior.

— E de quanto em quanto tempo eu uso isso? — pergunto. Ela deixa de passar o remédio e entrega um pote branco em minhas mãos. Examino-o, mas não há nenhum rótulo nele.

— Sempre que tiver dor de cabeça. Mas seja rápida, porque a dor pode ser suficiente para apagar você. 

— Como assim apagar?

— Foi uma batida e tanto. Você teria desmaiado se não estivesse aqui agora e se não tratar isso aí logo, será um belo problema. Entendido?

— Entendido. Estou liberada?

— Está sim, boa noite. 

— Boa noite, e obrigada.

Esboço um sorriso a ela e saio da sala, encontrando-me com Marvel no corredor.

— Como foi? — pergunta ele, segurando os meus braços.

— Estou bem, só preciso passar esse remédio no machucado quando tiver dor.

— Melhor dormirmos agora, porque se não acordarmos cedo amanhã, Cashmere nos matará.

***

O segundo dia de treinamento é melhor que o primeiro, pois agora Marvel está aqui para me acompanhar. Silvia percebe o meu bom humor logo de cara:

— Me explique o que aconteceu. — diz ela, com um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto.

— Marvel e eu nos acertamos! — digo sorrindo. Ela me abraça, toda feliz da vida.

Cato e Clove chegam ao Centro de Treinamento atrasados. Marvel acena para eles freneticamente, mas apenas Cato retribui o ato; Clove continua séria.

Apesar de Marvel estar confiante, Clove não está de bom humor hoje. Seu olhar ameaçador está dez vezes mais terrível do que o normal, e olhe que o "normal" já me deixa bastante assustada. Sem dizer nada, ela passa reto por nós e se dirige a seção de facas.

— O que aconteceu com ela? — pergunta Marvel. — Clovezilda está zangada hoje.

— Ela está assim desde ontem. — suspira Cato, esfregando as mãos no seu cabelo loiro. — É que você estava muito ocupado pensando em si mesmo que nem reparou.

Marvel dá uma risada e Silvia acompanha. Forço um sorriso, assim como Cato.

— Mas o que aconteceu com ela? — pergunta Silvia.

— Ainda está furiosa com a Garota em Chamas por culpa daquele desfile insignificante. — Cato continua. — Ela fica brava com facilidade e acho que sei quem vai ser a primeira vítima dela na Arena.

— E quem vai ser? — pergunto, confusa.

Todos me encaram, como se eu tivesse dito a coisa mais imbecil do mundo.

— Esqueça. — diz Cato, suspirando. Ao contrário de Clove, ele parece ser paciente comigo.

Começamos a treinar juntos. Silvia treina com os tridentes, Cato com as espadas, Marvel com as lanças e Clove com as facas.

Decido deixar os machados de lado hoje, já que preciso me especializar em mais coisas. Rodeio o Centro de Treinamento até achar algo que me chame a atenção.

Arco e flecha.

Com o auxílio de um instrutor, aprendo a segurar corretamente um arco e a posicionar a flecha na maneira certa. Faço o meu primeiro disparo, mas infelizmente acerto o boneco de treino no braço.

Observo a Garota em Chamas prestando atenção em mim. Ela lança um olhar de quem diz "Ei, eu sou muito melhor que você nisso aí!", mas nem sabe fazer um nó direito. Lamentável.

Fico um bom tempo praticando ali, melhorando minha mira aos poucos. Antes do almoço, já consigo acertar perto do coração. Bom, acho que não devo mais me concentrar nessa arma, já que meu forte é realmente lutar com machados.

— Clove vai almoçar sozinha hoje? — pergunta Silvia. Clove está sentada em uma mesa sozinha distante de nós, sem comer nada, apenas admirando a faca sem ponta que somos obrigados a usar em nossas refeições.

— É o que me parece. — diz Cato, fazendo uma expressão de quem deseja que ela fique conosco. Sinto um pouco de pena dele, mas não digo nada.

— Ei, Clovinha! — grita Marvel a ela, acenando freneticamente. Não sei se ele conseguirá trazê-la até aqui, mas sei que Clove simpatizou com Marvel, então há uma chance de ela vir para cá. — Junte-se a nós!

Ela fica brava e hesita um pouco, finca a faca na mesa, mas acaba cedendo. Ela vem lentamente em nossa direção e se senta em silêncio.

— Quer que eu pegue um pouco de uvas para você, baixinha? — pergunta Cato a ela. Clove esboça um sorriso e tenta disfarcá-lo. — Eu sei que você gosta delas.

— Tanto faz. — ela responde cruzando os braços.

Esperamos Cato trazer as uvas e comemos algumas guloseimas juntos. Eu nunca provei aquilo que estou comendo agora, mas é fantástico: parece uma torta com cobertura de frutas vermelhas. Silvia me diz que é um cheesecake.

Conversamos sobre estratégias o resto do tempo que temos para o almoço até que a minha cabeça começa a latejar. Todas as coisas ao meu redor começam a girar.

O remédio!

Esqueci-me de trazê-lo para cá!

— Você está bem? — pergunta Silvia, pousando sua mão em minha testa.

— Preciso ir para o meu andar buscar uma coisa. — digo, me levantando devagar.

— Ah, não. — diz Marvel. 

Quando estou me dirigindo ao corredor de elevadores, tudo parece piorar. A minha visão fica embaçada e minha cabeça continua a latejar. Não sangra, mas dói como se estivesse sangrando. Antes mesmo de apertar o botão do elevador, caio de joelhos no chão.

Marvel aparece ao meu lado. Não consigo vê-lo por minha vista estar embaçada, mas reconheço sua voz:

— Glimmer, você está bem? Levante-se!

Não consigo responder, porque tudo repentinamente escurece.

Acordo na enfermaria mais uma vez, deitada em uma cama similar a de um hospital, que nem tinha reparado quando vim para cá pela primeira vez. A velha senhora de cabelos grisalhos balança a cabeça negativamente para mim.

— Não posso lhe deixar sozinha por menos de um dia que você já desaba no chão.

— Sinto muito, estava ocupada no treinamento. — digo, me sentindo culpada. Não estou mais tonta e minha cabeça não lateja.

— Tanto faz. Injetei um pouco de remédio em sua veia e assim, não precisará mais do remédio. Mas terá uma condição: não treinará hoje pelo resto do dia, porque descansará aqui na enfermaria.

— Por mim tudo bem. E o Marvel, onde está?

— Ele insistiu pra ficar aqui com você pelo resto do dia, mas como eu não deixei, ele voltou para o treino. Você teve sorte por ele tê-la carregado nos braços até aqui quando você apagou.

Ele me troxe até aqui carregando-me em seus braços?

Estranho, porém fofo.

Fecho os olhos para descansar. Ao menos terei um pouco de sossego aqui com a velha.

Quando estou quase adormecendo, alguém bate na porta com força.

— Entre logo! — grita a velha. — Não atrapalhe os outros pacientes!

A figura entra na enfermaria com os braços cruzados e caminha lentamente na direção da velha enfermeira. Percebo que ela é uma mulher pequena, com cabelos negros ondulados, olhos verdes bem escuros e algumas sardas salpicando o rosto. 

Mas o que raios Clove está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Só vou avisar aqui que o próximo capítulo será narrado pela Clove ^^
Mandem reviews!



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